História Os Marotos (Livro 1) - Monólogo de paranoias de R.J. Lupin

(P.O.V. Remus)

(05/07/1971)

Ainda não acreditava que Dumbledore havia sido tão bondoso comigo. Me admitir em Hogwarts... Aquilo parecia muita maluquice em minha cabeça.

Mas, por mais que eu estivesse feliz por poder estudar em Hogwarts... Por mais que o próprio Dumbledore houvesse me aceitado de tão bom grado... Parecia errado. Minhas paranoias continuavam fixas comigo:

E se... eu acabasse machucando alguém?

E se... eu acabasse matando alguém?

E se... eu acabasse transformando alguém no monstro que sou?

E se eu...

- Remus, tudo bem? – Minha mãe tocou meu ombro, tirando-me daquele transe de inseguranças em que eu estava.

- Sim, só tava pensando... – Soltei um prolongado suspiro. – Mãe...

- Sim, filho?

- Acha mesmo que eu não cometi um erro em querer ir pra Hogwarts? É arriscado demais... Talvez papai tenha razão e ir...

- Querido – ela tocou meu rosto, me fazendo olha-la -, tudo vai dar certo. Sei que é algo novo, também estou com medo por você, mas se tem uma coisa da qual eu tenho certeza é que Dumbledore é um bom homem e jamais viria até nossa casa se não fosse garantir sua segurança e dos outros enquanto estiver lá.

- Mãe, esse é o problema. Não tem como isso ser verdade... Se eu fosse um garoto normal...

- Remus...

- Eu não sou um garoto normal, mamãe. Eu queria muito ser, mas não sou. Se as pessoas souberem de mim... o que eu sou... vão ter medo e com razão... porque eu sou um monstro! – Lágrimas desceram por minhas bochechas. – Um monstro que pode...

- Filho – chamou baixinho e eu a olhei -, você não é igual as outras crianças, isso é um fato. Mas só porque você é diferente não quer dizer que não possa fazer o que todos os outros fazem. Você tem o mundo inteiro pela frente e merece ser feliz, não tem nada que os outros possam fazer, que você, meu bem, não possa fazer cem vezes melhor, eu garanto. Não é porque algo ruim aconteceu com você, que quer dizer que precisa se manter trancafiado aqui em casa pra sempre. Pelo contrário, Remus, quero que você viva. Viva intensamente.

- Mãe...

- Esqueça tudo o que se pai te disse. – Seu polegar passou por cima das cicatrizes em meu rosto com todo o carinho do mundo. – Você irá pra Hogwarts. Vai estudar. Vai ser um bruxo incrível e independente. Vai fazer amigos. Vai mostrar ao mundo quem é Remus John Lupin, meu filho. E saiba, sempre, que eu tenho muito orgulho de você.

Seus braços me rodearam e retribui rapidamente seu abraço, a agradecendo por meio de sussurros e soluços.

Talvez minha ida para Hogwarts não fosse tão ruim quanto eu pensava..., no fundo, queria acreditar em minha mãe.

...continua no próximo capítulo...