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História Os segredos da Ópera Garnier - O Fantasma da Ópera - Capítulo 27 - Você é a luz na minha vida escura


Escrita por: Lady_Rosalinda

Notas do Autor


Boa noite gente, tudo bem? Segue mais um capítulo. Uma boa leitura 😃

Capítulo 27 - Capítulo 27 - Você é a luz na minha vida escura


Passamos os dias com certa apreensão, depois que entraram em nosso apartamento. Erik parecia mais irritado que o normal, os ensaios finais antes da nossa primeira apresentação da nova peça eram insuportáveis. Ele descontava sua frustação nos atores e sobrecarrava com o trabalho. Precisei expulsa-lo do palco, pois não era possível mais trabalhar em harmonia na sua presença. Pedia para ele ir atrás dos seus próprios assuntos, como falar com Joshua e dar continuidade nos seus projetos de arquitetura e continuar sua composição, mas ele não queria sair do teatro, não saia de perto de mim. Eu até entendia o motivo, mas aquilo estava me deixando nervosa. Sua presença era sufocante demais.

Perguntei para Erik várias vezes quem havia mandado o bilhete, mas ele se recusava a esclarecer, fingia que nada havia acontecido, que tudo estava normal. Mas eu sabia que não, sentia que isso estava o incomodando. Alissa devia ser a causa do seu maior estresse e significava que ele estava indo até ela e seu esforço para que desse certo o espetáculo era justamente para se alimentar das energias que seriam emanadas no dia da apresentação da peça. Fiquei muito furiosa com Erik, briguei, gritei, expulsei ele do quarto. No fim ele conseguiu me dobrar e fingir que não havia nada de errado. Esperava no fundo que ele tivesse escutado o aviso de Alissa e se mantesse longe de confusão, era só isso que esperava.

- Como tem passado, Emma? - pergunta meu terapeuta.

- Um pouco estressada por minha peça. A estreia será na próxima semana - respondo, evasiva.

Desde que havia chegado nos Estados Unidos, resolvi consultar com um terapeuta. Já fazia isso em Londres, há anos, não poderia simplesmente parar o tratamento. Os sonhos estranhos que me assombravam continuavam a se repetir, cada vez mostrando mais fragmentos da vida de Elisa. Dedse que cheguei em Nova York, apenas se repetia o mesmo sonho, em que Elisa estava em um beco escuro e um homem a arrastava pelo braço. O rosto dele era monstruso, com olhos vermelhos, expressando ódio pela pobre Elisa. Sentia na alma sua apreensão de ser presa novamente. Aquilo me atormentava, temia dormir, pois sonharia de novo com aquele rosto. Não era todos os dias que isso ocorria, mas sempre que acontecia, acordava Erik aos berros. Ele me abraçava, me consolando da dor e sofrimento. Cantava baixinho em meu ouvido, com sua voz de barítono, envolvendo-me em um torpor, até que dormisse novamente. Eu não sei o que faria sem ele. Quando ele disse para mim em Cork que não queria viver sem minha presença, agora compreendia sua apreensão de me ver partir. Eu sentia o mesmo, sofria de pensar que Alissa pudesse tira-lo de mim. Expliquei tudo isso para meu terapeuta, é claro, omitindo muitas coisas. Doutor Jones disse que era normal ter medo de perder aquele que amamos, mas que devemos saber viver sem eles, compreendendo que cada um tinha sua vida e que nosso propósito deveria ser maior do que viver pelo outro. O outro nunca irá atender nossas expectativas e nossos desejos. E pode partir a qualquer instante, pois os seres humanos tem vontades e desejos que podem mudar com o passar do tempo. Eu sabia que Jones estava certo, mas mesmo assim não conseguia expulsar minha ansiedade e isso havia se intensificado após ler aquele bilhete. O que podia fazer era conversar com meu terapeuta e esvasiar minha mente.

Sai do consultório dele, um pouco mais leve. Respirei fundo o ar outonal, sentindo a leveza tomar conta do meu corpo. O céu estava coberto de nuvens, mas podia avistar o azul despontando entre as nuvens. Meu telefone tocou e a tela pisca com o nome de Erik. Respirei fundo, estressada. Ele sabia a hora que sairia da consulta e provavelmente estava ligando para saber se poderia vir me buscar. Queria dar uma volta sozinha, parar em uma cafeteria e tomar um café, sem a companhia de ninguém. As vezes ele parecia não perceber que era zeloso demais com minha segurança e isso me estressava. Parei para digitar um mensagem, dizendo que já estaria voltando para o teatro. Coloquei o telefone no bolso e continuei caminhando. Parei em uma cafeteria próxima ao teatro. Adorava aquele lugar, a noite havia apresentações de peças, stand up ou músicos independentes. O palco ficava ao fundo do local e estava vazio, pois ainda era cedo para qualquer espetáculo. Frequentava aquele café várias vezes com Erik ou Mary. Era nosso lugar favorito, pois reunia tudo que mais gostavamos. Sentei em uma mesa ao fundo, retirando o tablete da bolsa e comecei a trabalhar em uma outra peça que havia iniciado. Estava tão animada por enfim ter um tempo para mim que continuei a escrever, sem notar nada ao meu redor. O café chegou e bebi, mas minha atenção estava voltada a escrita. Levantei os olhos e vi um par de olhos verdes me observarem. Há um homem parado próximo ao palco. Pisquei algumas vezes, pois não podia acreditar em quem estava ali. Não poderia ser ele. Foquei minha visão e não vi qualquer sinal dele. O que Caleb estaria fazendo em Nova York? Não queria pensar, simplesmente peguei minhas coisas e sai do café. Andei rapidamente para chegar ao teatro, mas alguém segurou meu braço. Olhei para trás, levando um susto. Era Erik, com um olhar zangado.

- Por que não me esperou, Emma? - ele pergunta, exasperado - Eu pedi para esperar no consultório.

Solto meu braço, respirando fundo.

- Eu quis andar um pouco, não posso mais fazer isso? - pergunto em tom de deboche.

Ele passa a mão pelos cabelos negros, nervoso. Sua testa está franzida e seus lábios encrespados.

- É claro que pode, Emma. Mas sua segurança é importante agora...

- Isso está me deixando louca, Erik. Quero ter paz - interrompo e saio andando.

Erik me puxa pelo braço, me levando com ele. Não consigo me desvencilhar e ele me leva até o teatro.

- Erik, por favor, solte meu braço - peço, irritada.

Ele finge não escutar. Caminhamos até o escritório e ele fecha a porta, me soltando. Ele respira ruidosamente. Está com o ombro enrigecido e os punhos fechados. Também estou tensa, pois  não gosto que mandem em mim e tente me dizer o que fazer. E ele vem fazendo isso a semana toda.

- Emma, por favor, estou esgotado - ele murmura. Seus olhos azuis refletem dor - Precisa entender que não está mais segura aqui. Tento protege-la, mas você não está colaborando comigo.

Sento na minha cadeira e largo a bolsa no chão. Estou exausta fisicamente e emocionalmente. Ele se aproxima e senta na escrivaninha a minha frente, me encarando.

- Erik, se quer mesmo me proteger, por que continua caçando Alissa? - pergunto, irritada.

Ele trinca o maxilar.

- Você não entenderia - ele responde, sem me olhar - Há coisas que não podem ficar impunes e além disso se não sabe, elaé perigosa para nós. Se eu simplesmente ficar de braços cruzados, ela nos atacara.

Massageio minhas temporas, estou cansada daquela conversa.

- Nós iriamos no esconder, lembra? - tento recordar - E agora você deu nossa localização para ela. O que acha que Alissa fará agora? Ela ainda não fez nada porque quer deixa-lo nervoso, mecher com seu psicológico e está conseguindo.

Ele solta o ar que estava prendendo. Seus punhos estão cerrados.

- Podemos ir embora, Erik. Podemos escolher outro lugar para viver...- sugiro.

Ele nega com a cabeça.

- Não, dessa vez não. Não vou mais fugir - ele discorda - Ficaremos aqui. Você irá realizar seu sonho e eu tomarei a força que preciso. Se ela pensa que pode me dominar, está muito enganada.

Não consigo compreende-lo. Está sempre buscando se vingar, parece que sua vida inteira foi envolta disso. Em que momento ele terá paz? Quando irá mudar suas atitudes.

- Tudo bem, Erik, se é assim que você quer - me resigno - Mas não interfirá mais no teatro, os atores estão cansados do seu mau humor. E eu não suporto mais que você controle meus passos.

Ele muda sua espressão tensa e vejo que está preocupado. Toma minhas mãos entre as suas e deposita um beijo cálido.

- Emma, meu amor, desculpe por me preocupar com sua segurança - ele sussurra - Você é meu bem mais precioso, sabe disso. Não consigo pensar em que algo possa te acontecer. Deixe que eu a proteja. Pelo menos por agora.

Suspiro irritada, mas assinto.

- Muito bem, dê o fora do teatro ou se comporte e não interfira em nada.

Erik gargalha e me rouba um beijo cálido. Ele me levanta e me senta em cima da mesa, empurrando os objetos para o lado. Ele me beija ávido, toca meu rosto, meu pescoço, meus seios, minha cintura e coloca as mãos por baixo da minha blusa. Sinto seus dedos em minha pele, me queimando. Sinto seu desespero para me sentir. Seus lábios beijando meu rosto, fazendo um caminho de beijos descendo até o pescoço e beijando meu busto. Arfo de prazer e me entrego a ele. Sinto seus cabelos macios sobre meus dedos, toco seu rosto, sua nuca e por um último seu peitoral. Estou prestes a abrir sua camisa, quando alguém abre a porta.

- Oh, desculpe - diz Mary da porta.

Ela sai, nos deixando sozinhos. Rimos da situação e ele me olha com desejo. Vejo também amor em seus olhos azuis, há uma ternura em como ele me observa. Erik ajeita meus cabelos atrás da orelha e beija a ponta do meu nariz.

- Vamos terminar isso em casa? - ele indaga, próximo ao meu ouvido.

Arrepios percorrem meu corpo.

- Ainda não, Erik - tentando manter minh voz firme - Há trabalho a ser feito.

Ele se afasta, suspirando. Oferece-me um sorriso malicioso.

- Posso não facilitar para você - ele diz, com uma voz sensual.

Dou risada do seu jeito espontâneo.

- Não vai me convencer, senhor Destler - enfatizo seu nome - Agora saia do escritório, preciso trabalhar.

Ele sorri e beija meus lábios, demoradamente e se afasta. Desço da mesa e ajeito meus cabelos e minha blusa. Erik abre a porta e me encara mais uma vez.

- Tem certeza que vai me despensar desse jeito? - ele provoca.

- Tenho, Erik. Agora saia.

Ele gargalha e desaparece no corredor. De alguma forma, Erik me distraiu, como se quisesse tirar meus medos e tensões. Sempre fazia isso, se não era me beijando ou tentando desconversar. Saio da sala e caminho até o anfiteatro. Os atores estão se organizando mais uma vez, fazendo seu ensaio. Sento na plateia e as vezes interrompo o ensaio, pedindo para que o Mary refaça suas falas novamente, ou dou algumas dicas para Henry. Todos estão mais tranquilos sem a presença de Erik, tudo parece fluir. No final do dia, todos se despedem. Fecho os olhos, tentando aliviar a tensão. Estou exausta. Escuto o som familiar da melodia do violino de Erik. O som está próximo ao palco. Abro os olhos e vejo ele tocar no meio do palco, com um holofote sobre ele. Uma rosa está no chão, solitária a sua frente. Sorrio ao vê-lo concentrado. Está de olhos fechados e com um sorriso nós lábios. Sei o que ele estava fazendo, está me chamando para participar da sua música, quer ouvir minha voz. Aquela semana não cantamos juntos e compensariamos agora os momentos de estresse. Sua melodia é doce, tocando fibra do meu ser. Levanto do assento como se estivesse enfeitiçando por ele. Subo a escada lateral do palco e me junto a ele. Cantamos juntos, sobre o quando o amor é sublime. Nossos vozes se misturam, como se tivéssemos ensaiado. Há sincronia e harmonia em nossa melodia. Fecho meus olhos, alcançando notas mais agudas e fecho os olhos. Vejo a imagem de Erik, tocando sozinho em palco, parece ser o Ópera. A mulher de cabelos loiros que havia visto em seus quadros está ao seu lado. Dois cantam juntos e sinto o amor que ele devota por ela. Emudeço e sinto lágrimas amargas descendo sobre minhas bochechas. Erik para de tocar. Abro meus olhos e vejo uma sombra de dor em seus olhos. Sei que ele viu a mesma coisa. Não sei como me portar diante daquela lembrança compartilhada. Me viro para sair, mas ele me segura pela cintura. Erik me vira, para que eu o encare. 

- Não sei o que viu, mas posso imaginar o que é - ele murmura - Tudo que aconteceu está no passado e nada vai mudar o que sinto por você.

Não digo nada, sinto que não tenho voz. Minha garganta está apertada e meu coração está sobrecarregado.

- Emma, olhe para mim - ele pede, erguendo meu queixo. Seus olhos azuis são sinceros - Você é a luz na minha vida escura. Tudo que passei, suportei, toda a rejeição e humilhação, tudo isso está sendo esquecido. E isso é por causa da sua presença em minha vida. Seu amor me acalma e o que sinto por você não sei como explicar, minha bela. Confie em mim.

Ele toca meu rosto, secando minhas lágrimas com seu polegar e aproxima seu rosto, beijando meus lábios. Seu toque me entorpece.

- Tudo vai ficar bem, Emma - ele diz, olhando em meus olhos - Eu prometo.



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