História Os Semideuses A Jornada De Sasuke - Capitulo Dois - Almost Olympus.

Escrita por MiihSj

Os Semideuses ― A Jornada De Sasuke.

Capítulo Dois ― Almost Olympus.

Konoha, Japão ― 20:45 PM.

Almost Olympus.

O barulho da porta do carro sendo batida com violência fez com que Sasuke acordasse com um pulo assustado, passou a mão pelo rosto tentando se manter acordado. Ouviu o barulho do porta-malas do carro abrindo e olhou para trás vendo sua mãe pegar duas malas grandes tirando do carro, em seguida fechou o porta-malas também com força, deixando-o ainda mais desperto.

― Mas, que diabos... ― Sasuke murmurou irritado assim que a porta ao seu lado foi aberta por sua mãe, a expressão no rosto dela não era boa, como se ainda estivesse muito irritada com o que ele havia dito horas atrás antes de tirar um tempo para dormir. ― Pra que essas malas, mãe?

― Acorda Sasuke e saia logo desse carro, agora. ― A arrogância em sua voz era nítida e Sasuke sabia o motivo de tamanha irritação. ― Eu disse que vou te explicar o que houve, mesmo depois de me chamar de louca.

O Uchiha soltou um longo suspiro. Ela certamente estava brava pelo ocorrido de mais cedo, depois de que ouviu, que o motivo do qual a casa ter sido destruída não foi por Zeus, mas sim por ele saindo da boca de sua amada mãe,, ele tentou segurar a risada junta com a palavra “louca”, mas foi em vão. Quando deu por si sua mãe já ameaçava-o bater.  Para sua saúde mental e física, resolveu ignorar todo aquele assunto indo dormir, e por sorte o sono durou a viajem inteira, livrando-o de ouvir mais asneiras da mãe.

― Mãe, foi mal, mas olha tudo o que você me disse. ― Sasuke saiu do carro pegando sua jaqueta e colocando sentindo o vento frio da noite. ― Como você quer que eu aja com calma e paciência diante toda essa situação? Sinto muito mais é ridículo demais.

Mikoto fechou a porta ignorando o comentário de Sasuke, jogou as malas para ele que por reflexo agarrou e franziu a testa sem entender o que estava acontecendo. Resolveu seguir sua mãe que caminhava em direção a uma casa imensa, muito bem arquitetada, tinha um estilo mais antigo e diferente, porém era muito bonita.

― A gente tá aonde? Posso saber, pelo menos? ― Perguntou olhando ao redor percebendo que a casa era bem isolada, no meio de uma floresta, ele com certeza se perderia caso ficasse cinco minutos ali. Tinha pena de quem morava.

― Estamos em Konoha, interior do Japão. ― Respondeu Mikoto monossílaba e Sasuke revirou os olhos, ela apertou a campainha da casa deixando-o mais inquieto e ansioso. ― É um lugar que você vai se identificar aos poucos, mesmo que não aceite no início.

― Não sei o que você quer aqui, mas eu estou com fome e preciso de um banho. ― O tom presunçoso não passou despercebido por Mikoto que olhou feio para o filho que deu de ombros irritado. ― Desde que eu saí da festa e do hospital, eu não tomei banho e de lá você sequer me deixou ir para casa, já me arrastou para cá. Que mãe maravilhosa.

Uma coisa que Sasuke detestava era ficar sem tomar banho e muito menos sem comer e mesmo acostumado com sua mãe carregando-o para cima e para baixo, ele sentia uma enorme necessidade de ficar ao menos limpo e bem cuidado. É algo do seu sangue. Estava sentindo nojo do seu próprio corpo.

― Viemos aqui resolver o seu problema Sasuke, isso é sério eu não estou aqui para brincadeiras, então é bom você parar de graça! Porque eu já estou farta de lidar com você. ― O tom dela aumentou e Sasuke sorriu debochado preparado para começar a jogar as coisas na cara. Mas antes que pudesse rebatê-la, a porta finalmente foi aberta revelando um garoto loiro e alto de olhos azuis.

 Sasuke estranhou por ele parecer ser da sua idade, mas as roupas eram bem diferentes, o garoto usava um tipo de armadura e parecia cansado, ele se perguntava em que época aquele loiro achava que estavam. Sua mãe tomou a frente com uma expressão mais caridosa e simpática, diferente da que estava com ele a poucos segundos.

 ― Boa noite, sou Mikoto Uchiha e eu vim conversar com a senhora Tsunade Senju. Ela se encontra? ― A pergunta de Mikoto como sempre parecia retórica, ele odiava a péssima mania dela de perguntar as coisas já sabendo da resposta.

― Oi boa noite senhora Uchiha. ― O loiro respondeu com um sorriso agradável e os olhos dele foram para Sasuke e o seu sorriso aumentou, fazendo com que Sasuke franzisse ainda mais o cenho e ele sequer se incomodou com o olhar intimidante do Uchiha, porém voltou a olhar para Mikoto animado demais para Sasuke. ― Ela me pediu para recepcioná-los, está no escritório dela. Por favor me acompanhem.

― Obrigada. ― Sua mãe sorriu agradecida e o rapaz deu um espaço para eles entrarem e após fechar a porta, ele começou a andar calado fazendo com que Mikoto e Sasuke o seguissem curiosos. O Uchiha olhou ao redor vendo alguns jovens andando pela casa e pensando no motivo daquele lugar ter tanta gente nova.

― Pelo visto quem deve estar com problema é a senhora. Que porra de lugar é esse mãe? ― Perguntou baixinho chamando a atenção de Mikoto que revirou os olhos com o linguajar dele. ― Me trouxe para algum tipo de internato? Por isso das malas.

Ele sequer podia descrever a raiva que sentia naquele momento, era claro que aquele lugar era algum tipo de internato, pois a estrutura lembrava de um e os jovens até mesmo tinham um estilo similar de se vestirem, apesar de que alguns estavam de uniforme e outra com armaduras parecidas com a do garoto loiro a frente. Sasuke sabia que tinha ido longe assim que acordou em um quarto de hospital, sem memoria e com vários adolescentes conhecidos por ele mortos por conta da festa que tinha ido, do qual sua própria mãe havia proibindo-o. Mas, colocá-lo em um internato era revoltante.

― É um internato sim, para adolescente problemáticos, mas não dê o seu chilique agora, não antes de saber toda a situação do qual está envolvido. ― Sua mãe respondeu mantendo a postura fria e decidida enquanto Sasuke olhava incrédulo para ela. ― Não está sendo fácil para mim te por aqui meu filho, então eu preciso da sua cooperação.

― Você fala que eu joguei um raio em uma casa e eu que sou o problemático? ― Sasuke soltou uma risada sádica sendo ignorado por sua mãe. ― Que droga em,  o álcool não está te fazendo bem a cabeça. Quer ir para o hospital tomar glicose? Acho que você que deveria ter saído de lá, não eu.

Quando o barulho do salto sessou e sentiu um tapa forte em seu rosto, Sasuke percebeu que agora ele havia ultrapassado todos os limites com sua mãe. Porém tudo que ele estava sentindo era ódio, raiva por ela estar colocando-o em uma situação e em um lugar sem ao menos lhe dar explicações coerentes. Tudo por conta da incompetência dela como mãe, de culpá-lo por ser daquela maneira quando ela sequer deu atenção para ele durante toda sua infância. Olhou para Mikoto vendo que ela passava a mão pelos cabelos tentando se acalmar e o rapaz que também tinha parado de caminhar ao ver a cena, observava tudo calado e incomodado.

― Sasuke Uchiha, eu não quero uma palavra sua mais. ― Sussurrou com os olhos cheios de lágrimas, mas Sasuke sabia que nenhuma lágrima daquelas iria cair, não na frente dele, sua mãe era orgulhosa demais para tal coisa. ― Você vai me seguir caladinho, vai ouvir caladinho e fim de assunto. Minha paciência com você acabou.

Por mais que ele quisesse vomitar várias coisas em sua mãe naquele momento, ele sabia que seria pior em público, por isso resolveu obedecer e conversar com ela depois, por mais que no fundo sua vontade fosse de pegar o carro, ir embora para longe e deixa-la se virar para voltar para casa, sem nunca mais voltar. Disposição ele tinha, mas sabia que depois iria se arrepender. Ou não.

― Desculpe, por favor, nos leve até a Tsunade. ― Disse ela para o loiro que assentiu dando um meio sorriso sem graça, mas continuou seu caminho calado e Sasuke também não estava diferente dele.

Não demorou muito para entrarem em uma sala e uma morena no celular sentada na mesa parecendo ser uma secretária olhou para eles esperando por algo.

― Boa noite Shizune! Essa é Mikoto Uchiha e veio falar com a vovó Tsunade. ― O loiro sorriu animado parando em frente a mesa da morena. ― Você está linda, aliás.

― Olá, seja bem-vinda-vinda senhora Uchiha, estávamos à sua espera. Sou Shizune, secretária da senhora Tsunade. ― Assim que percebeu a presença dele, a morena largou o celular para cumprimentá-los e ignorou o garoto que fez um pequeno bico, mas manteve o sorriso e espírito animado. Sasuke odiava pessoas daquele jeito. ― Me dê um segundo, avisarei a Senhora Tsunade sobre sua chegada.

― Sim, obrigada. ― Mikoto sorriu agradecida observando ela interfonar para alguém, provavelmente Tsunade, falou algo sobre eles terem chegado, logo em seguida colocou o telefone no gancho.

― Ela está esperando vocês. ― Shizune se levantou indo em direção a porta de madeira com o nome “Diretoria. Tsunade Senju” gravado e abriu dando espaço para os Uchihas entrarem e fechou a porta deixando eles sozinhos na sala.

Sasuke analisou reparando que era realmente uma sala de diretória, pelo modelo tradicional e clássico. De frente para eles, tinha uma mulher alta de cabelos loiros com uma expressão séria, Sasuke não precisava se esforçar para saber que ela era a diretora daquele lugar, pois seu olhar causava calafrios.

― Boa noite Uchihas, sejam Bem-vindos ao Almost Olympus. ― Ela fez um gesto para eles se sentarem e Sasuke cansado foi o primeiro a ceder a sentar na poltrona, logo após sua mãe fez o mesmo. ― Quanto tempo, Mikoto.

― Boa noite Tsunade, sim já faz algum tempo desde a última vez em que vim. ― Mikoto sorriu calorosa como se elas fossem amigas a séculos, Sasuke ergueu uma sobrancelha surpreso pela informalidade das duas, ainda mais curioso e confuso com a relação entre elas. Muito suspeito. ― Obrigada por toda a sua ajuda, eu nem sei o que seria de mim sem você.

― Não se preocupe com isso, estamos aqui justamente para ajudar. ― A loira deu um olhar reconfortante e a Uchiha assentiu. A atenção de Tsunade foi para Sasuke que observava tudo sem entender nada, desde que acordou naquele hospital eu não fazia ideia do que estava acontecendo, o que o irritava bastante. ― Senhor Uchiha, então finalmente despertou seu outro lado?

Sasuke revirou os olhos já sem saco para todo aquele mistério e enigmas sem sentido, ele só queria ir embora dali comer e dormir. Tirando o fato de que ainda estava preocupado com seus amigos, mal teve tempo de pensar em todo o acidente.

― Para ser sincero, eu acordei em um hospital de Tóquio, sem memoria e com uma notícia de que eu tinha ido a uma festa, essa festa houve um incêndio por causa de um acidente natural e estou até agora sem entender o motivo de estar aqui. ― Sasuke se abriu tentando transparecer o mais honesto possível. Olhou de relance para Mikoto que soltou um suspiro cansado. ― Se vocês forem direto ao ponto, eu vou agradecer muito. Porque estou bem perto de me levantar daqui e ir embora, com ou sem minha mãe.

― Então irei lhe explicar o que está acontecendo, por isso sua mãe lhe trouxe aqui, para que pudesse entender melhor. ― Tsunade apoiou os braços na mesa tomando uma postura mais séria do que estava antes. ― Sasuke, antigamente os deuses se privavam muito da vida humana, de se relacionarem amigavelmente com os seres humanos e isso tornava os rituais gregos cada vez mais delicados e sagrados, porém alguns deuses desprezavam totalmente as orações clamadas em nome deles, já outros tinham curiosidade com o nosso planeta e ficavam cada vez mais enfeitiçado com nossas manias, nosso lado humanitário. 

Sasuke passou a mão pelo rosto buscando paciência, quase rindo de todo aquele discurso, até porque desde criança sua mãe contava sempre sobre a histórias dos deuses com os seres humanos, sobre relações “proibidas” entre deuses e humanos e como aquilo modificou o mundo até os dois de hoje. Estava cansado, sem tomar banho e com fome, não queria perder seu tempo mais com bobagens de sua mãe e de  mais uma amiga louca sobre deuses dela.

― Sem querer ser rude com a senhora. ― Ele estava tentando parecer o menos grosso e mal-educado possível, mas sua calma tinha praticamente ido embora a tempo. ― Mas, minha mãe já fez o favor de me perturbar por dezessete anos com essa droga de mitologia grega, agora eu vim de um acidente, tô sem comer, sem descansar e eu preciso que ou vocês realmente me digam o que está acontecendo ou eu irei embora agora.

― Certo, eu entendo seu lado e concordo com seu ponto de vista, se você conhece toda a história então é ainda mais fácil, apesar de que tem coisas que nem sua mãe sabe ainda, mas vou deixar você descobrir tudo sozinho. Vai ser mais divertido, por isso serei direta. ― Tsunade assentiu e Sasuke cruzou os braços curioso e desafiado. ― O acidente na casa foi causado por você, os deuses quando sentem sua confiança sendo traída, eles não dão um castigo para aquela pessoa? Sua mãe me disse que tinha notado uma mudança de personalidade sua a alguns meses, no colégio estava mais briguento e com um espírito de superioridade e liderança elevados demais. Essa mudança foi porque você começou a despertar o seu outro lado, um lado deus.

Sasuke estava tão incrédulo que não conseguia rebater, de tão idiota que achava tudo que aquela louca dizia. Ele nem tinha palavras para tal coisa.

― Cada deus tem seu senso de justiça e grandeza e o seu foi herdado do maior dos deuses. Quando uma pessoa comete um pecado ou uma blasfêmia, ela receberá a punição de algum deus por seus atos. Dependendo do nível do pecado, o castigo pode ser grotesco. ― Tsunade encostou-se na cadeira cruzando os braços, olhando diretamente para Sasuke. ― Não sei o que aconteceu naquela festa, mas a atitude de alguma pessoa que você confiava muito, lhe traiu a confiança e fez com que seu lado deus acordasse, causando o raio que destruiu a casa como um castigo ou punição pelo pecado daquela pessoa que lhe traiu, e todos próximos a ela também sofreram as consequências. Foi tudo seu lado deus que assumiu, tanto que seus amigos não se feriram.

Sasuke fechou os olhos forçando sua mente a lembrar de qualquer coisa da noite anterior do acidente, mas nada vinha a mente. Sua memória não ajudava com nada e estava ainda mais preocupado, mesmo lembrando das palavras de enfermeira dizendo que aquilo era temporário.

― Eu não lembro de nada, então não sei se posso concordar com o que você está me dizendo. ― Deu de ombros com indiferença e Tsunade concordou com ele. ― Eu realmente estou perdido no assunto, sinceramente, eu quero mesmo acreditar que minha mãe não é maluca. ― Seu olhar caiu em Mikoto que escutava tudo sem dizer uma palavra. ― Ela não me traria aqui sem motivos, mas caramba, vocês querem mesmo que eu acredite em tudo isso? Quero dizer, se coloquem no meu lugar. É impossível entrar na minha cabeça esse conto de fadas.

― Por isso que eu disse, que lhe entendo Sasuke, mas estou te pedindo para que fique aqui e tente descobrir mais, eu sei que você vai acreditar em tudo que estou dizendo em apenas um dia aqui. ― Tsunade tentou persuadi-lo, mesmo percebendo que o olhar descrente dele era muito poderoso. A falta de crença dele nos deuses gregos não estava ajudando-a e sua personalidade forte também repelia toda a verdade que tentava chegar até ele. ― A verdade é que você é um semideus, metade deus e metade humano, uma junção de sua mãe com o senhor do olimpo e deus dos raios, Zeus.

O Uchiha acabou não segurando a risada debochada e soltou um gemido doloroso sentindo sua cabeça latejar muito. Mikoto olho u preocupada assim como Tsunade, mas logo ele recompôs sua postura.

― Hoje eu passei do limite de paciência, em toda a minha vida eu juro que nunca tive tanta paciência. ― Sasuke se levantou da poltrona preparado para ir embora. ― Sério mesmo, eu tentei cooperar o máximo e minha mãe sabe disso, mas agora eu realmente quero ir embora desse hospício. Eu ainda não sou um surtado, igual os que estão aqui, e eu sei que vocês devem injetar alguma droga para eles acreditarem em toda essa loucura.

― Você vai ficar aqui, Sasuke. ― Mikoto levantou-se também tirando alguns documentos da bolsa e entregando para Tsunade. ― Como a você me orientou Tsunade, eu fiz a matrícula dele online, mas quero saber se vocês precisam de mais algum documento.

― Mãe, para com isso. ― Sasuke murmurou já alterado. ― Caralho você acha que eu sou o que mesmo? Eu não vou ficar nesse inferno, se quer se livrar de mim me manda para longe sei lá, agora me colocar em um internato para loucos é o ápice de todas as merdas que você já fez pra mim.

― Quanto aos documentos, você pode olhar com Shizune, ela vai te orientar corretamente. ― Tsunade respondeu para Mikoto que agradeceu com um aceno e a loira olhou novamente para Sasuke que ainda encarava sua mãe esperando explicações. ― Uchiha, eu sei que está tudo confuso para você, mas como eu disse, em um dia você vai começar a entender o que esse lugar é de verdade e de que aqui é sim, o seu lugar.

― Mas que merda. ― O olhar dele caiu já irritado em Tsunade que manteve a postura indiferente, já sabendo como lidar com aqueles tipos de adolescentes, eram complexos e sempre confiando em si mesmos ao invés dos adultos. ― Vocês duas são loucas.

― Sasuke, chega! ― Mikoto gritou olhando para Sasuke que sorriu com ódio de tudo aquilo. ― Isso é para o seu bem, eu sei que você não compreende muito bem por enquanto, mas não vou tolerar falta de respeito, principalmente com a Tsunade.

Mãe e filho se encararam por um tempo, Mikoto por mais que tentasse parecer indestrutível e forte, vendo o olhar de desprezo e ódio do filho, sentia-se muito mal, queria abraçá-lo, implorar por perdão por tudo que ele estava passando. Porque querendo ou não, ela entendia toda sua incredulidade sobre aquele assunto, afinal se fosse ela em seu lugar, estaria da mesma maneira. Porém, não tinha opção, era ali que Sasuke deveria estar desde o princípio de tudo.

Sempre evitando situação para que ele não despertasse seus poderes, com medo de perdê-lo. Quando começou a reparar os sinais de despertamento dele a meses atrás, contatou Tsunade rapidinho e passou a impedi-lo de sair com os amigos para que ele não acabasse tendo problemas caso acontecesse algo, como mãe ela foi incompetente, pois sequer conseguiu evitar aquele problema. E Mikoto sabia que assim que Sasuke recordasse de suas lembranças, sua memória do que havia acontecido na noite passada, ele ia sofrer muito, sentiria muito sangue em suas mãos. Por isso ele deveria ficar ali, junto a outros semideuses que o compreenderiam.

― Eu te odeio. ― As palavras cortantes de Sasuke feriram o coração de Mikoto sem piedade, a Uchiha sentiu seus olhos lacrimejarem, porém com toda sua força e orgulho ela conseguiu manter um pouco de suas aparências. ― Eu vou ficar sim, mas saiba que eu não quero ver a sua cara durante todo esse tempo em que eu estiver nesse inferno.

A raiva que ele estava sentindo naquele momento conseguia ser maior do que todo seu amor por ela, achava que o que ela estava fazendo era injusto e maldoso, por isso não conseguiria perdoá-la tão cedo, ele detestava as características Uchihas porque ele adquiriu todas elas e rancor era uma primordial da família, era a que ele mais tinha. Sasuke ficaria ali na base do ódio, mas com toda certeza, sua mãe iria se arrepender por tudo que estava fazendo, ele se certificaria disso.

― Certo. ― A voz de Mikoto saiu falha, ela passou por Sasuke indo até a porta, mas antes de sair olhou para Tsunade forçando um sorriso. ― Obrigada por tudo Tsunade.

― Pode contar comigo sempre, Mikoto. ― Tsunade retribuiu o gesto e Mikoto e Sasuke saíram da sala com a porta sendo fechada por ele. ― Esse Sasuke vai me dar problema, você me deve duas em Zeus.

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Secretária ― 22:45 PM.

Depois de resolver toda a documentação com Shizune, Mikoto guardou suas coisas esperando a secretária que passava todas as instruções para Sasuke, dando a chave do quarto, armário e por fim a do baú sagrado que tanto ele quanto ela não entenderam muito bem do que se tratava aquele baú.

― O que é isso? Baú sagrado? ― Perguntou Mikoto curiosa e Sasuke continuou calado, esperando pela resposta da morena. Por mais que tentasse não demostrar, ele também queria saber o que era.

― Ah, o baú sagrado é aonde fica a armadura própria para o Semideus, Zeus pediu para Hefesto confeccionar para cada um dos semideuses nas horas das batalhas, vem a armadura e a espada, elas evoluem junto ao semideuses, quanto mais forte, mais poderosa ela se torna, assim como a espada. ― Explicou Shizune com clareza e Sasuke franziu a testa achando aqui infantil. ― Sasuke tem a dele como semideus, para abrir o baú vai ser necessário o seu poder de semideus e essa chave mestre. Não se preocupe que você só usará essa armadura em batalhas oficiais ou eventos do internato.

― Estou começando a me preocupar. ― Murmurou Sasuke mordendo os lábios sem saber lidar com tudo aquilo. ― Aquele menino loiro, estava com uma armadura, é daquele jeito?

― Ah do Uzumaki? Não, jamais, aquela é apenas para os treinos individuais, aquelas armaduras não têm nenhum poder ou magia. ― Respondeu Shizune dando uma pequena risada. ― As armaduras sagradas estão em um nível totalmente superior, foram confeccionadas por um deus, então são diferentes e especificadas para cada semideu. O poder é exuberante.

― Hum.  ― Murmurou o moreno sem interesse. ― Meu quarto fica aonde?

― O número está na chave, mas se não me engano você está no mesmo quarto do Uzumaki, eu vi aqui no sistema e constou que vocês vão dividir quarto. Deixe-me chamar ele para te acompanhar até lá, tenho certeza que ele vai adorar. ― Shizune pegou um tipo de microfone e apertou um botão, possivelmente para ligá-lo. ― Senhor Uzumaki, por favor dirija-se a secretaria o mais breve possível. ― O som ecoou pelos alto-falantes assustando Mikoto que arregalou os olhos surpresa. A secretaria desligou o microfone e olhou para os dois Uchihas. ― Ele vai ajudar com tudo que você precisar, se tiver dúvida com alguma coisa pode perguntar ou para mim ou para ele. Apesar de que os jovens daqui são todos calorosos, então acredito que irá se socializar com facilidade, pelo menos com a maioria.

― Hum, entendi. ― Sasuke colocou as mãos no bolso da calça esperando com desanimo. Em poucos minutos viu o mesmo garoto de cabelos loiros de antes, atravessar a porta com um sorriso gigante no rosto, deixando-o ainda mais preocupado e sem paciência. Pessoas alegres demais, causavam calafrios nele.

― O que foi Shizune? ― O garoto parou ao lado de Sasuke, mas muito bem concentrado na morena. ― Me chamou para que? Eu não fiz nada demais hoje.

― Não te chamei para dar advertência ou algo do tipo, por incrível que pareça. ― Respondeu Shizune massageando as têmporas. ― O senhor Uchiha vai dividir quarto com você, creio que já esteja ciente disso. A senhora Tsunade pediu para que você acomodasse ele ao internato, mas acho que no momento ele queira descansar, mostre o quarto de vocês para ele, por favor.

― Sim, eu já estou ligado disso. ― O olhar do loiro caiu em Sasuke e ele estendeu a mão parecendo estar muito animado. ― Sou Naruto Uzumaki, seu colega de quarto e... Digamos que primo.

Sasuke ficou surpreso com a última palavra, aquele garoto com certeza não era normal. Ele já o estranhou desde que abriu a porta daquele internato. Tinha algum problema mental.

― Sasuke Uchiha. ― Respondeu apertando a mão dele em um cumprimento rápido. ― Eu preciso de um banho e estou sem comer, onde posso resolver isso?

― Isso é fácil, primeiro vamos guardar suas coisas no quarto e aí você decide se toma banho e depois come ou se come e depois toma banho. ― Respondeu Naruto ajudando Sasuke, pegando uma mala. ― Vamos, porque temos horário para recolher, depois desse horário não podemos mais andar pelo colégio.

― Tá bom. ― Resmungou pegando sua mala também. ― Vamos.

― Filho. ― Mikoto o chamou e Sasuke olhou para ela sem expressão, sem sentimentos e mais uma vez aquilo feriu o coração de sua mãe. ― Eu vou já vou indo, qualquer coisa você pode me ligar.

Mikoto aguardou a resposta ou pelo menos uma despedida tranquila, porém tudo o que Sasuke fez foi virar as costas e seguir seu caminho sem dizer nada, como se realmente não importasse se ela ficasse ou se fosse. E aquilo para ela foi totalmente doloroso, sentiu-se desprezada pelo próprio filho, mas não podia fazer mais nada. Era para ser daquele jeito e ela sabia que seria assim, pois conhecia o temperamento de Sasuke.

Observou os dois caminharem conversando, Naruto parecendo animado e Sasuke distante. Soltou um suspiro rezando mentalmente para que Zeus cuidasse da alma de seu filho. E para que o lado humano dele continuasse intacto.

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 Prédio II ― Ala masculina, 2º Andar. 

23:26 PM

― Não vai despedir da sua mãe? ― Naruto perguntou assim que Sasuke começou a caminhar e o Uchiha deu de ombros. ― Não deveria agir assim cara, pais são importantes em nossas vidas, principalmente as mães.

― Desculpe, mas isso não é da sua conta. ― Respondeu grosso e mal-humorado e Naruto soltou uma risada, mas resolveu não tocar mais no assunto em respeito.

― Você é realmente bem irritadinho em. ― O loiro cruzou os braços e piscou para uma semideusa que passou perto deles, algumas pessoas tinham olhares fixos em Sasuke, por curiosidade e por sua beleza também. A pele alva, destacando os cabelos escuros assim como seus olhos ônix, ele tinha uma beleza divina, digna de um semideus. ― Você chama bastante atenção, acho que todos querem saber de quem você é filho. Quando eu te vi lá fora, foi difícil não fazer nenhuma pergunta sobre você ou não poder te contar nada. Tsunade me mataria.

― Eu não sei se você já sabe, mas dizem que meu pai é Zeus eu acho. Mesmo eu achando isso tudo uma baboseira sem sentido. ― Sasuke revirou os olhos e bufou irritado. ― Sinceramente eu nem sei o que estou fazendo aqui.

― Então você ainda é um incrédulo? Mesmo depois de ter conversado com a vovó? ― Naruto soltou uma risada divertida, enquanto os dois subiam a escadas juntos. ― Uau, você é muito diferente.

O modo como ele falava como se Sasuke fosse inocente o deixou mais frustrado, porque sabia que todas aquelas pessoas estava alienas com algum tipo de remédio controlador mental, não era possível um jovem com sã consciência acreditar em todas aquelas histórias sem nexo algum. Pelo menos, essa era a forma que ele pensava.

― Você não me entenderia. ― Seria em vão insistir em mudá-lo de ideia, mal conhecia Naruto, mas ele parecia ser uma pessoa muito determinada em suas ideologias e crenças. Sasuke não queria arrumar problemas com ninguém. Talvez pudesse encontrar uma pessoa que pensasse como ele naquele lugar, algum dia. Então ele resolveu mudar de assunto. ― Em você poderia me explicar esse lance de me chamar de primo? Sou por fora desses assuntos de semideuses.

― Pensei que não acreditasse em deuses. ― Provocou Naruto com um meio sorriso e Sasuke estranhou o fato de que, eles haviam começado a conversar a pouco tempo e o loiro já parecia íntimo dele, tratando-o com mais informalidades. Lembrava um pouco Suigetsu.

― Não acredito, mas como todo mundo aqui só fala sobre isso, então eu quero saber mais. ― Suspirou e olhou para Naruto que ainda sorria provocativo. ― O que foi? Não posso saber? Tenho que descobrir sozinho também?

― Pelos deuses, foi isso que a vovó Tsunade te disse? Isso é brega demais cara. ― Naruto fez uma careta e Sasuke deu de ombros. ― Me surpreendi, você não parece um cara curioso, eu vou contar tudo o que você quiser saber, mas chegamos no quarto então se você quiser tomar um banho antes ou comer. ― Eles pararam em frente a um quarto com a porta totalmente branca bem tradicional, destrancou com a chave e abriu já entrando e acendendo as luzes. ― Fique à vontade.

Sasuke olhou ao redor surpreso com a qualidade do quarto, era muito bonito, o único problema era uma certa bagunça em um canto dele, possivelmente o lado de Naruto. Ele coçou a cabeça envergonhado ao perceber que Sasuke analisava seu canto.  O quarto era pintado de cinza claro, era bem grande e as duas camas de solteiro pareciam bem confortáveis, não tinha muitas coisas, mas o necessário não faltava. Um guarda-roupa em casa lado, um de Naruto e outro dele. Tudo bonito e organizado, talvez aquele internato não fosse tão ruim.

― Então, seu lado é esse. ― O loiro apontou para o lado limpo e intacto fazendo com que Sasuke suspirasse aliviado e caminhou até lá para guardar suas coisas. ― O banheiro fica ali, cada quarto tem uma suíte para os dois, o internato é dividido pela área masculina e a feminina, é proibido entrar na área feminina independente do motivo e o mesmo vale para as meninas. Mas é claro que ninguém obedece.

― Entendi. ― Sasuke abriu sua mala procurando por alguma roupa confortável para usar. ― Eu vou tomar um banho aí você me conta o resto do que eu devo saber.

― Claro, vai sem pressa. ― Naruto se sentou na cama dele e ficou mexendo em alguma coisa na gaveta da cômoda. ― Você deve estar morto de cansaço.

― Sim. ― Murmurou Sasuke entrando no banheiro. O banheiro tinha um tamanho bom, era limpo e organizado. Tirou suas roupas rapidamente e entrou dentro do box, não estava suportando mais seu próprio odor, cheirava a couve estragado. Sentiu sua barriga ronca e bufou irritado por praticamente não ter comido nada durante o dia inteiro, só um salgado que sua mãe lhe dera no meio da viajem.

Ligou o chuveiro e não poupou seu banho por nada, limpou-se o máximo possível, necessitava de uma pele limpa.  Depois de terminar todo o seu processo de limpeza, Sasuke saiu do box com a toalha já seco, passou seu desodorante e vestiu uma cueca samba canção azul e uma blusa regata preta. Pendurou a toalha no banheiro e saiu de lá sentindo-se um novo homem.

― O cheiro de Johnson e Johnson veio aqui. ― Naruto brincou com uma risada e Sasuke acabou dando um meio sorriso. O Uzumaki era bem leve para se fazer amizades. ― Você vai descer de samba canção? A comida está lá no refeitório.

― Que droga, eu esqueci. ― Sasuke passou a mão pelos cabelos arrepiados ainda úmidos, com uma certa preguiça para descer. ― Merda, eu estou com fome, mas não estou afim de sair daqui agora, porque também estou cansado demais. É longe o refeitório?

― Um pouquinho. ― Respondeu Naruto se enfiando debaixo da cama em várias bagunças. ― Eu tenho alguns pacotes de salgadinhos aqui, se você quiser.

― Me dá dois aí. ― Sasuke suspirou aliviado e sorriu agradecido por Naruto ter aquele estoque no quarto, mal conhecia o loiro e já estava simpatizando, com comida uma amizade sempre surge. Naruto jogou dois pacotes e Sasuke abriu um já jogando os salgados na boca. ― Valeu.

― Se quiser mais é só pedir. ― Naruto também abriu um pacote e jogou na boca vários salgadinhos, assim como Sasuke. ― Eu não sei o quanto você sabe sobre os deuses, mas eu sou filho de Poseidon, um dos irmãos de Zeus, o que faz de nós dois primos.

― Hum, eu estudei sobre mitologia grega no primeiro ano do ensino médio. Minha mãe também me perturba desde que eu nasci sobre os deuses gregos, então sim eu sei sobre os deuses. Significa que nós dois somos primos então, que ironia. ― Sasuke deu um sorriso debochado. ― Eu tenho uma pergunta Naruto, sem querer ofender.

― Pode mandar.  ― O loiro parecia concentrado mais no salgado do que em Sasuke.

― Vocês tomam algum tipo de remédio? Eles injetam algo em vocês? ― Perguntou meio incerto se era algo insensível ou não, e Naruto se engasgou como o chips. ― Vocês conversam com algum psicólogo ou psiquiatra?

― Cara, pelos deuses. ― A gargalhada do loiro foi alta e Sasuke continuou com a expressão séria, sem entender o motivo da risada. ― Você está chamando a gente de louco? É isso mesmo? Porra, agora sim fiquei ofendido.

― Eu disse sem ofensas.

― Sasuke, ainda tem muita coisa para você descobrir e aprender sobre os semideuses. ― Naruto sentou-se com as pernas cruzadas olhando para o Uchiha que já abria o segundo pacote de salgado. ― Para sua sorte amanhã é sábado, dia de evento aqui no internato e bom, acho que um dia aqui é o suficiente para te mudar de ideia.

― Como assim? ― Sasuke franziu o cenho sem entender. ― O que tem nos eventos?

Era impossível fazê-lo mudar de ideia, ninguém com a sanidade mental boa acreditava em tudo que aquelas pessoas diziam. Deuses e semideuses não existiam.

― Você vai conhecer muitas coisas sobre os semideuses, conhecer alguns e provavelmente vai evitar outros. ― Naruto levantou e jogou o pacote de salgadinhos no lixo e depois voltou para sua cama deitando-se de barriga para baixo. ― Mas resumindo, muita coisa vai acontecer, você vai conhecer Almost Olympus de verdade. Então se prepara porque sua vida como metade deus começa amanhã. Boa noite.