História Os sobreviventes (Simbar) - Outro pedido de namoro

POV SIMÓN

Eu desço as escadas e vejo algo que me faz parar no meio delas. Vejo a minha mãe entrando na casa. O que ela estava fazendo lá fora?

Percebo que sua cara transmite tensão, como se tivesse acabado de ver um fantasma. Ou alguém...

           A: Amor?

De repente a Âmbar aparece do meu lado, me dando um susto.

          — Ai amor! Que susto!

           A: Nossa amor, tá devendo é? O que foi?

          — Eu acabei de ver minha mãe vindo de lá de fora. E com uma cara bem suspeita.

           A: Suspeita como?                         

          — Ela parecia tensa, como se tivesse visto um fantasma!

           A: Ou ela viu alguém... O Ricardo voltaria hoje!

          — Então é isso! Acho que eles se reencontraram!

           A: Você acha Simón?

          — Ok eu tenho certeza! Mas o que nós vamos fazer?

           A: Já vi que não adianta confrontar os dois em separado, porque irão negar até a morte. Então precisamos dar um jeito de pegar os dois juntos. De preferência ouvir uma conversa deles. Assim não terão como negar!

          — Amor você é tão inteligente! Por isso que eu te amo!

           A: Só por isso? Ok! Agora vamos logo antes que alguém chegue e desconfie da gente parado aqui na escada.

           — Ok, vamos!

***

O resto da semana passou tranquilamente. Eu e a Âmbar tentamos achar um jeito de pegar minha mãe e Ricardo juntos, mas sem sucesso. Eles foram bem espertos e evitaram ao máximo se encontrarem de novo. Mas também não perdi meu tempo só fazendo isso. Assisti filmes, joguei no vídeo game. Âmbar me arrastou pra outro karaokê. Curtimos a piscina também. Ela agora está mais bronzeada. Mas é linda do mesmo jeito. O Sebas apareceu aqui também no meio da semana pra ver a Delfi. Eu não sei porque esses dois não assumem logo. Eles formam um belo casal e até a Mora já aprovou! Mas fazer o que temos que esperar as coisas acontecerem naturalmente.

Quando ele veio, nós ficamos na sala de jogos conversando, jogando e nos divertindo. As meninas ficaram com vontade de comerem alguma besteira, então nós pedimos pizza e hambúrgueres com batata frita por um aplicativo de celular. Depois de um tempo nossos pedidos chegaram. A Âmbar tinha mandado uma mensagem pra ele avisando que estávamos esperando o entregador e que quando chegasse avisasse a ela. E foi o que ele fez. Então nós quatro fomos para o lado de fora pegar nossa comida.

            Sh: Onde vocês vão?

             A: É que nós pedimos delivery mãe, e estamos indo lá buscar.

             Sh: Sério Âmbar? Vai comer essas besteiras? Por que não pediu a Amanda pra fazer alguma coisa?

              A: Porque a gente estava com vontade mãe! Agora temos que ir lá antes que o entregador vá embora!

Então antes que a senhora Sheron pudesse dizer alguma coisa, ela saiu andando e nós fomos atrás.

Fomos até o entregador e enquanto eu e o Sebas pegávamos a comida, Delfi e Âmbar tratavam de pagar o moço. Ele não parecia ser muito mais velho que a gente. Então elas agradeceram e desejaram uma boa noite a ele, que desejou o mesmo de volta.

***

Depois que voltamos pra onde estávamos. Nós abrimos as caixas de pizza. Então a Âmbar faz pra sair.

             — Onde você vai amor?

              A: Vou buscar pratos, talheres e guardanapos ué!

             — Pra que? Podemos comer na mão!

              A: Na mão? Tá maluco amor? Eu não vou sujar minhas mãos nisso!

             — Mas é assim que se come pizza amor! Vem se aventurar!

E eu peguei um pedaço e comecei a provocar ela colocando no ar e devorando o primeiro pedaço.

             — Delícia!

              A: Que nojo Simón!

              D: Você também Sebas?

Dessa vez foi a Delfi. Ela viu o Sebas me acompanhando.

               Se: Claro Delfi! Esse é o melhor jeito de comer pizza! Mas se quiserem podem comer os hambúrgueres primeiro. Ou também comem de garfo e faca? — Nós dois começamos a rir da cara delas.

               D: Não tem graça! Vocês são nojentos! — Disse ela cruzando os braços.

              Se: Tem sim! Você tem que ver a sua cara! A sua também Âmbar!

Eu então reparei que ela estava na mesma posição que a Delfi, só que com um biquinho típico dela quando está bolada. Não me aguentei e comecei a rir também e a provocar.

              — Olha que delicioso! Vocês vão ficar olhando a gente comer tudo? Nham Nham!

E dei mais uma mordida.

               A: Vamos logo Delfi, vamos na cozinha antes que esses selvagens comam tudo!

              D: Sim Âmbar!

Então elas viraram as costas e sumiram. Eu e o Sebas só ríamos.

              Se: Elas são tão certinhas!

             — Elas não foram criadas como a gente, então vamos relevar.

               Se: Tem razão! Mas ainda sim foi bem maneiro brincar com elas não foi?

               — Isso eu não posso negar! — E voltei a rir, e ele me acompanha. — Mas então... — Digo mudando de assunto. — Quando você e a Delfi vão se assumir? E nem adianta negar porque eu sei que vocês dois estão apaixonados.

               Se: Tá legal — Disse ele finalmente rendido — A Delfi me faz tão bem! Nunca pensei que me sentiria assim de novo, mas ela é diferente. Ela me fez superar todos os meus medos e inseguranças. Mas eu ainda não tive a coragem de me declarar pra ela...

               — Cara — Coloco a mão em seu ombro. — Se declara logo! Dá pra ver o desespero no olhar dela por não saber o que você sente e nem falar nada pra ela! Então não perca tempo e faz isso logo! Não faça como eu que demorou um tempão pra assumir o que sentia pela Âmbar!

               Se: É... você tem razão cara! Vou fazer isso! Obrigada cara! Você é um ótimo amigo!

E nos abraçamos.

              D: Interrompemos algo?

Elas então voltam com os pratos, talheres e guardanapos. Essas meninas são tão patricinhas! Mas eu amo demais!

Então comemos, voltamos a jogar, rimos e nos divertimos. Olhei pro Sebas e pisquei pra ele.

              — Âmbar, que tal sairmos pra outro lugar?

               A: Como assim Simón? Não está bom aqui?

              — Tá mas... Quero ficar a sós com você...

               A: Tá bom... Mas isso tá estranho!

Então eu a peguei e saímos. Depois eu explicava a ela.

POV DELFI

Âmbar e Simón saíram da sala, mas ele estava estranho. O que será que ele tá aprontando?

              — Ah bem... Eu acho melhor eu ir então né? Mas acho melhor limpar tudo isso primeiro e...

Mas fui interrompida com o Sebas agarrando meu braço, me fazendo sentar.

             Se: Precisamos conversar...

Sinto borboletas no meu estômago. O que será que ele queria falar comigo, e a sós?

POV SEBAS

Consegui ficar sozinho com a Delfi. Devo uma ao Simón. Faço ela se sentar. Ela parecia bem tensa. Também né... Eu também estou suando frio e bem nervoso. Mas é agora ou nunca...

             — Eu... Eu... Tenho uma coisa pra dizer...

             D: Bom, estou ouvindo!

             — Eu não sei como dizer isso...

             D: Com a boca?

             — Isso não está ajudando Delfi!

              D: Ai me desculpa Sebas, mas eu to nervosa e muito curiosa! Não to aguentando!

              — Tá bom... É que você sabe... Desde o dia em que nos conhecemos, no aniversário da Âmbar... Nos demos muito bem!

             D: Isso é verdade! Ficamos bem amigos...

              — Sim, nos tornamos grandes amigos. Isso já faz quase um ano... E nesse tempo, nos conhecemos melhor... Ficamos mais próximos e...

             D: E...

              — Eu vou ser direto antes que o pouco de coragem que eu ainda tenho acabe. — Então peguei as mãos dela, que já estava me olhando com os olhos brilhando. — Eutoapaixonadoporvocê!

             D: Pe-pera aí... O que?

             — Eu disse que...

              D: Eu entendi! Mesmo falando rápido deu pra entender! Afinal você está falando com uma tagarela especialista em falar rápido! Mas é que... Eu não estava esperando por isso...

              — Você não sente o mesmo né? Olha me desculpa tudo bem esquece tudo que ouviu aqui e...

Mas fui interrompido com um beijo. A Delfi me pega de supresa. Mas eu decido corresponder obviamente. O melhor beijo que já recebi em toda a minha vida. Até que ela se afasta.

              D: Isso responde a sua pergunta? É claro que eu sinto o mesmo Sebas que ideia! Vai me dizer que nunca percebeu? Mas eu achei que você não sentisse o mesmo e nem que nunca fosse se declarar! Eu também estou apaixonada por você seu bobo! Mas demorou demais hein?

             — Acho que não mais que a Âmbar e o Simón

Nós rimos. Realmente jamais iremos superá-los.

             D: Então o que somos?

             — Bom, se você aceitar, podemos ser namorados...

             D: Claro que aceito!

E nos abraçamos. Agora a Delfi é a minha namorada. Nem acredito! realmente estou muito feliz!

POV DELFI

O Sebas se declarou e me pediu em namoro! Eu não to acreditando! Achei que isso nunca aconteceria, mas aconteceu! Mas agora to tão feliz! Tenho que falar com a minha mãe, ela vai ficar tão feliz! Ela gosta muito do Sebas.

             — Temos que falar com a minha mãe!

             Se: Mas agora? Olha a hora!

Eu olhei o relógio e já eram 23:30. Não tinha percebido como o tempo passou rápido!

             — Tá, podemos falar amanhã...

Então começamos a catar as coisas pra jogar fora. Colocamos tudo em um saco. Então abrimos a porta e nos demos de cara com Âmbar e Simón do outro lado.

             — Vocês estavam espionando a gente?

               A: Eu? Imagine priminha! Nada disso! Só estávamos esperando... Vocês estavam demorando tanto...

             — Você já sabia?

              A: Na verdade não, mas o Simón me contou depois...

               S: Isso, me entrega mesmo amor! — Ela ri e dá um beijo em sua bochecha. — Mas digamos que eu ajudei o Sebas a ficar mais a vontade com você sim...

               — Ah você dois estavam malcumunados né? Mas tudo bem está perdoado porque deu certo e eu e ele agora estamos namorando!

Eu dei um gritinho e a Âmbar também, e nos abraçamos.

               A: Ai prima parabéns! Estou tão feliz por você! Por você também Sebas, finalmente tomou coragem!

              Se: Pois é né? — Ele coloca a mão na nuca, envergonhado. Fica tão fofo assim!

              S: Agora finalmente podemos sair em casais, com a turma completa!

             — Verdade Simón!

               A: Olha, desculpa interromper mas acho melhor irmos pros nossos quartos antes que venham atrás da gente. Sebas pode dormir no mesmo quarto daquele dia, ainda tá intocável. Milagre foi não terem vindo atrás de você te mandando ir embora!

              — Ela tem razão, será que ainda estão acordados ou esqueceram de você?

              Se: Não sei, mas com certeza vou ficar. Vou avisar a minha mãe. Milagre foi ela não ter me ligado!

Então fomos subindo até o segundo andar. O Sebas ficou pra trás pra avisar a mãe dele. Então fui subindo até o meu quarto. Mas quando eu coloquei a mão na maçaneta, eu vi uma mão se colocar por cima da minha.

             Se: Não vai entrar sem me dar boa noite né?

             — Claro que não! Tava só te esperando... O que sua mãe falou?

              Se: Que tudo bem, mas da próxima vez avisar mais cedo pra ela não ficar não preocupada. E também dar boa noite na nora dela...

Eu então engasguei na minha própria saliva.

             — O que você disse? Você já contou pra ela?

             Se: Não consegui evitar linda! Ela ficou tão feliz! Ela te acha adorável.

             — Diga pra ela que eu a achei uma fofa! To tão feliz amor!

             Se: Não mais do que eu!

Ele então se aproxima, me pegando pela cintura. Eu envolvo meus braços em seu pescoço, e nos beijamos. Um beijo calmo, porém apaixonado. Sinto borboletas em meu estômago, isso é tão bom!

Então nos afastamos e nos demos boa noite. Eu entrei no meu quarto e ele foi pro dele. Então começo a girar e girar como uma bailarina. Definitivamente meu ano vai terminar e um novo vai começar da melhor maneira possível!