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História Os Três Lados da Loucura - 27 de Julho


Escrita por: Hoch

Notas do Autor


Voltei! Como prometido.

Esse capítulo é sobre Jeon Hoseok, o irmão fudido + Yoongi bolinho.

Leiam escutando: Way Down We Go - Kaleo

Capítulo 5 - 27 de Julho


Fanfic / Fanfiction Os Três Lados da Loucura - 27 de Julho

Durante o mês de junho, Hoseok voltou todos os dias para jantar comigo, mesmo que eu não fosse um bom cozinheiro e ele não fizesse mais do que arroz. E foi no dia 27 de julho que meu irmão foi internado.

Eu estava na escola quando soube que Seok havia sofrido uma overdose. De primeira, eu não me preocupei, eu não havia entendido o que tinha acontecido quando me falaram; parecia loucura demais. Talvez o choque tivesse me deixado um pouco atordoado, pois só fui entender que meu irmão estava no hospital algum tempo depois, e caí no desespero.

Eu encarava o diretor que não me dizia mais nada, só esperava que eu dissesse alguma coisa. Ele também não sabia o que fazer. E ele não sabia o que fazer comigo. Me lembro do modo como saí da sala da diretoria, derrubando qualquer estudante à minha frente, não pensando em nada que não fosse ele, Hoseok. Eu chorava tanto que nem sabia para onde estava indo, só precisava sair do prédio da escola.

Quando me encontraram andando, perdido pela calçada, algumas quadras longe de meu colégio, tentando chamar um táxi, me levaram para o hospital. E todo meu desespero se foi quando cheguei, e me sobrou somente o medo. Eu não queria entrar naquela recepção, perguntar onde meu irmão estava e ouvir que ele estava morto.

— Sala 1012.

“Sala 1012”. Ah, me lembro bem da voz dela, ignorante e seca, como se não visse que eu estava apavorado. Como se não se importasse comigo. E naquele momento, me lembrei do dia 21 de março. Lembro também de como achei que talvez Hoseok estivesse certo.

Meus pés tremiam ao que andava pelo corredor, eu já não estava mais chorando quando entrei em seu quarto e o vi ali, deitado, dormindo um sono profundo demais. Eu não entendia nada sobre drogas, não sabia o que elas poderiam fazer com ele, não sabia o que ele havia feito consigo mesmo, nem sabia o porquê de ter feito aquilo. Eu nunca soube o que o trouxe àquele ponto. Meu irmão estava bem quando saí de casa naquela manhã, e pela tarde estava deitado de onde não conseguia levantar.

Eles estavam lá por mim e, quando vi, estavam bem mais longe do que eu podia alcançar. Minha família foi algo que eu nunca pude segurar, eram como a água das minhas lágrimas.

— Eu te odeio. — sussurrei quando não havia mais ninguém ali conosco, além da menininha ao lado, entubada e longe de acordar.

Parei ao lado de sua maca e o olhei. Quis puxar a agulha de seu braço, e quis escutar os equipamentos apitarem loucos. Eu quis estrangulá-lo, mas queria fazer aquilo com ele me olhando. Quis que acordasse, assim eu poderia matá-lo. Quis que Hoseok soubesse o quanto me doía a vida, vê-lo ali. Naquela tarde, senti uma raiva dolorida de meu irmão, uma raiva que me pesa ao escrever e me dá vergonha.

(Peço desculpas, hyung.)

Não tinha me sobrado muito. Minha mãe tinha cortado todos os meios de comunicação com nós dois, meu melhor amigo vinha faltando fazia mais de uma semana, e eu estava com medo de descarregar meus problemas em cima dele. Minhas notas só caíam e estávamos ficando sem dinheiro, logo não poderíamos mais ficar com a casa. Hoseok era tudo que me restava, e estava se matando.

Nunca eu achei que a melhor opção fosse que morrêssemos.

Tentei me acalmar, mas foi difícil no começo. Eu não gostava de hospitais, pois eles me lembravam a Morte, e tudo o que eu menos queria era saber Dela. Me sentei na cadeira de metal, ao lado da cama de meu irmão, e fiquei o encarando por muito tempo. Era como esperar minha mãe voltar; talvez se eu dormisse, perderia a chance de vê-lo acordar. Mas igual a quando eu esperava minha mãe voltar, estava cansado, menos de dez minutos e eu já dormia.

Não sei se posso definir aquilo como um momento de sorte ou um momento de azar. Meu irmão não havia acordado, mas Yoongi estava ali. Meu melhor amigo estava agachado ao lado de minha cadeira, tocando de leve em minha coxa. Conto essa como a primeira vez que senti alívio em meses. Ainda me restava alguém, ele era pálido e magricela; meu querido Min Yoongi.

Me levantei e dei um sorriso aberto por tê-lo ali comigo. Segurei sua mão e saí da sala devagar, em silêncio para não incomodar os fantasmas.

— Você está bem? — ele apertou meus dedos e abaixei a cabeça.

— Você acha que ele vai morrer? — minha pergunta saiu baixa e meu amigo levantou meu rosto com sua mão gelada.

— Eu não sei. — Sorriu fraco, abraçando minha cintura sem tirar seus olhos dos meus. — Eu não vou mentir, você é forte, sei que vai superar isso, não importa o que aconteça.

Eu estava chorando sem mudar minha expressão, ainda não havia decidido se o que Min me disse, era o que eu queria ouvir. Honestamente, eu queria mentiras, mas talvez aquilo fosse exatamente que eu precisava naquele momento.

— Jeon Jeongguk — continuou —, você é o menino mais persistente que já conheci. Eu sei que sua mãe não voltou pra casa, e eu sei que seu irmão está em coma, e eu sinto muito. — nunca vi Yoongi sendo tão sincero, seus olhos molhados me encarando e me admitindo que sabia de toda a bagunça que era minha vida. — Eu não estava lá quando ela se foi, nem estava lá quando Hoseok foi internado, e por isso, eu também sinto muito.

— Eu te amo, hyung… não estou bravo com você. — O interrompi.

— Você nunca está…

Conto este, como meu primeiro beijo.

Meu primeiro beijo foi com o meu melhor amigo, num dos piores momentos que já tive de viver, e sinto dizer que eu não tive intenção alguma de amá-lo daquela forma. E ele não me amava daquela forma também. Meu primeiro beijo foi triste, mas foi muito mais puro do que qualquer outro. Eu amava Yoongi, e amo. Ele vai ser, para sempre, o menino que me salvou de me afogar na mágoa que eu guardei do mundo. E era muita, pois o mundo é cruél.

(Ah, caro destinatário,

ache para você um anjo que te descarregue, e que te ame da mesma forma que amei meu melhor amigo.)

Não voltei para o quarto naquela noite, pois Yoon me disse que eu não deveria mais esperar pelas pessoas que se foram sem mim. Eu não havia tomado banho ainda, não havia almoçado ou comido nada, e já era tarde. Eu estava suado pela preocupação e passando mal pelo nervosismo, com fome mas não conseguia comer. Não via aquele como um momento meu, mas um momento totalmente de Hoseok. Eu não me sentia bem em fazer algo por mim e não estar lá por ele.

“Pare de ligar tanto para as pessoas, ligue para si mesmo”. Estou de volta à 21 de março. Não consigo sair do começo desta história, mas não volte as páginas como eu, é uma tremenda tolice. 


Notas Finais


Obrigada por lerem ♥
Me digam o que acharam, sim?

Talvez eu poste mais um hoje, como... Sempre.

~~~~~~~

Vão ler Rastros de um Beija-Flor, minha flop atual (pq cada hora é uma que as pessoas esquecem):

https://www.spiritfanfics.com/historia/rastros-de-um-beija-flor-10433334

Esquizofrenia Paranóide | Paranóia | Terror Psicológico | LongFic

"Eu nem o conheço, só sei que ele se senta na última carteira da classe e que é cheio de tatuagens. Ele tem tatuagens nos antebraços, nas canelas, nos bíceps e talvez tenha nas coxas, mas nunca cheguei a ver. Ele tem tatuagens no pescoço, nos ombros, nos dedos da mão direita e deve ter nos pés. Talvez em seu quadril. Todas elas têm algo de diferente. Não são simples caveiras ou cruzes, ou escritas de bíblia e dragões. Não são flores. Elas não são comuns, não têm sentido algum.

Desculpe me intrometer, mas o que você esconde debaixo da cama, Beija-Flor?"

~~~~~~~

Hochii^^


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