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História Our Castle - Survival


Escrita por: paansy

Notas do Autor


Boa tarde, coisinhas mais lindas. Como vocês estão? Espero que bem. Eu disse que ia postar na semana que vem, mas cá estou, porque sou teimosa e ignoro minhas tarefas da faculdade para escrever pra vocês, tsc.

Obrigada pelos favoritos e pelos comentários, cês são 10. Espero que gostem desse capítulo e fiquem juntinho comigo até o fim. love you all. ♥

Capítulo 55 - Survival


Seokjung sempre acordava cedo para a vida e aquele dia não havia sido diferente. Antes de sair do hotel para visitar o irmão e contar as novidades, ligou em vídeo para Jihyo só pra ter o prazer de ver o rosto sonolento da esposa. E, claro, pedir para a morena colocar o aparelho de frente para a barriga, assim falaria com a filha. Ela ouvia, ok? E o respondia, até. Os pequenos chutes não eram em vão; acreditava.

Logo depois de todo o ritual matinal, saiu do hotel que estava hospedado e passou em uma cafeteria, comprando um café da manhã digno de uma família. Ficaria atrapalhado pra levar, mas não desistiria. Aquele suporte de papelão que sustentava os copos, não o venceria. Era questão de honra aquilo não cair no chão.

Chegou às oito e meia na casa de Seokjin e o senhor da entrada lhe desejou bom dia, liberando passagem sem nem avisar ao cozinheiro. Entrou no elevador e cumprimentou a senhora que estava ali dentro, carregando uma sacola de pães.

— Bom dia. — Ela disse um tanto receosa, medindo detalhadamente o rosto bonito do rapaz ao lado. Era familiar. — Você é irmão de Seokjin-ssi, não é? Seokjung.

— Sim. — Afirmou sem entender muito bem o porquê do sorriso da senhora.

— Me chamo Sunhee, não se lembra de mim? — O advogado negou sem entender e a morena assentiu. — Sou uma velha amiga da sua mãe.

— Ah. — Riu fraco. Nunca soube muito bem das amizades da mãe, nunca lhe interessou ficar por perto. — Perdoe minha falta de atenção. A senhora está bem?

— Está tudo bem, dongsaeng. — O sorriso simpático da mulher baixinha fez Seokjung sentir-se menos sem jeito. — Você é advogado, certo? — O Kim assentiu vendo a porta de metal abrir e ambos saíram no mesmo andar. — Não sei se sabe, mas seu irmão está passando por uma situação difícil.

— É de meu conhecimento. Eu vim para defender a causa do meu irmão, não precisa se preocupar.

— Ah. Então você é o advogado de Seokjin-ssi? — A expressão clareou ao ver o mais alto sorrir. — Então diga-me quando for para ir depor a favor dele.

O Kim mais velho não entendeu. Depor? Em uma briga judicial na vara familiar não tinha que ter testemunhas, não no caso de Seokjin, que era um caso deveras simples. Não entendeu.

— Depor?

— Sim. Namjoon-ssi não comentou ainda sobre o processo? — O rapaz negou e a vizinha sorriu tranquila. — Sua mãe tem infernizado a vida do seu dongsaeng há meses, até chantagem para acabar com o namoro dos dois, ela fez. Ameaçou denunciar Namjoon-ssi para o conselho tutelar.

— Minha mãe o quê? — Abriu bem os olhos e viu a mais velha assentir.

Não podia acreditar que sua mãe tinha chegado tão baixo. Quando saiu de Seongdong, foi com uma desculpa de ter independência das custas do ex marido, que pagava mesada, além do dinheiro que ela já tinha da herança familiar. Era um bicho de comer wons. Um bichinho inconveniente. Mas, contudo, nunca imaginaria que ela fosse capaz daquilo. De chegar tão baixo.

— E então o namorado do seu irmão vai processar ela por chantagem e perseguição. — Contou enquanto voltavam a andar, dando lentos passos pelo corredor vazio. — E como você é o advogado do seu irmão... pensei que já soubesse...

Seokjung respirou fundo. Seu cunhado... não o conhecia. Pensando bem, nem sabia como ele era. Gostaria de falar com ele sobre aquilo, se ia mesmo acontecer um processo, ele deveria preparar algo. Sunhee encarou o mais alto e sorriu assim que recebeu um sorriso do homem. Era bonito e realmente parecia com Kim Seokjin, com a diferença que era um pouco mais alto e não tinha os lábios cheios como o irmão.

— Pode deixar, ahjumma. Irei avisar quando precisar dar seu depoimento.

— Avise ao senhor Kang, o porteiro. Ele também quer testemunhar, assim como o patrão do seu irmão, aquela garota amiga dele. — Contou e o advogado assentiu. Eram muitas pessoas, não tinha certeza se lembraria. Precisava falar com o cunhado. — Comentei sobre o processo com eles e pelo visto todos querem falar.

Seokjung abriu os olhos espantado pela segunda vez na manhã. Sua mãe estava mesmo infernizando tanto a vida de seu irmão até chegar no ponto de tanta gente querer falar contra ela diante do juiz?

Assentiu novamente.

— Obrigado, ahjumma. Eu vou me lembrar. Tenha um bom dia. — Curvou a cabeça e a mais velha curvou em retribuição, seguindo seu caminho.

Kim Seokjung, ainda um pouco abalado, deu dois pequenos chutes na porta, tendo ambas as mãos ocupadas e não demorou para um garoto de lenço amarelo amarrado na testa, abrir a porta. Lembrou que tinha mais sobrinhos...

— Quem é você? — A vozinha curiosa soou e Seokjung tentou passar, mas foi bloqueado. — Se trouxe comida, então é alguém legal, não é?

— Hoseok, quem é? — Ouviu a voz de Seokjin soar de algum lugar, então forçou um pouquinho e passou pela criança, adentrando a casa. — Ah, hyung. Bom dia. — Desejou oferecendo um sorriso amistoso.

O cozinheiro estava sentado no tapete da sala enquanto dava um mingau de aveia na boca do filho mais novo e tinha os dois menininhos de seis anos sentados perto, tomando o mesmo alimento, só que sozinhos. Chegara tarde demais? Ergueu o café comprado e viu o mais novo rir.

— Trouxe donuts, frapuccino e alguns brownies. — Avisou e viu o olhar das crianças erguerem para si. — Só queria dizer mesmo. — Como quem não quer nada, deu de ombros.

Foi questão de segundos para Jungkook e Jimin abandonarem suas tigelinhas de mingau para correr até as pernas do homem desconhecido, pedindo pela comida comprada. Logo, Hoseok estava no mesmo alvoroço, só que tentando pegar um dos frapuccinos de chocolate. O moreno revirou os olhos e olhou para Taehyung que parecia mais entretido em colocar a mão no mingau e depois levar os dedos sujos até a boca. Bebês e suas manias.

— Qual é o seu nome? — Jungkook perguntou depois que o mais alto deixou a bolsa contendo os donuts, no chão, para o alcance das crianças.

Seokjung analisou aquela criança. Não era Jimin, sabia que não. Não tinha os olhos inchados e nem aquelas enormes bochechas que lembrava de ver no bebê de colo, na época. Mas ainda assim, era adorável. Aquele garotinho de cabelo longo e pijama de Yoda era uma graça.

— Meu nome é Kim Seokjung. — Apresentou-se com um tom brincalhão, dando o frapuccino que tanto o menino de lenço na testa, queria. — Sou o irmão do Jin. Tio de vocês.

— Oh. — Uma vozinha fina atraiu sua atenção. Aquele sim... aquele sim era Jimin. Sorriu derretido quando viu aquele garoto; era lindo. — Você é nosso tio de verdade?

— De verdade. — Garantiu e viu o menor o encarar curioso. Aqueles olhinhos atentos. — Me chame de hyung ou tio Seok.

— Até eu? — Hoseok questionou confuso, um tanto acanhado.

Seokjung então entendeu que aqueles dois garotos ali, eram filhos do namorado de seu irmão. Os tais filhos que Seokjin comentou ter. Bagunçou a cabeleira escura da criança e riu vendo o menino fugir do carinho.

— Claro que sim, por que seria diferente?

— Você sabe nossos nomes, tio? — O de cabelos grandes perguntou, tendo a boca toda suja de rosa, devido ao donut de cobertura de morango que comia. Seokjung negou. — Eu sou Jungkook, aquele ali é Hoseok hyung. — Apontou para o irmão. — Esse é Jimin hyung e aquele ali — Apontou para o bebê que tentava levar a mão suja, para a boca do pai que fugia e tentava limpar os dedos do filho. — é nosso maknae, Taehyung.

— Ah. — Fingiu surpresa. — Quanta gente, será que vou lembrar de todos vocês?

— Não pode trocar os nomes, ein. — Jimin avisou risonho e viu o tio assentir, se comprometendo a não trocar os nomes dos meninos. — Também tem o Yoongi hyung, mas ele ainda está dormindo.

O Kim mais velho olhou o irmão que o encarava, observando aquela interação interessante entre o hyung e seus filhos. Era engraçado. Seokjung parecia realmente querer se enturmar com os garotos que agora assaltavam as sacolas de comida, se entupindo de doce logo às 8h da manhã. O cozinheiro poderia até interferir, mas queria que os menores ficassem felizes, já que estavam passando por coisas difíceis ultimamente.

— Não coma tudo, Jungkook. — Hoseok brigou com o irmão que tinha as bochechas infladas de tanto que colocou na boca. — Ainda tem o papai e o Yoongi hyung pra comer.

— Podem comer. — O mais velho garantiu, finalmente conseguindo limpar a mão do filho. — Mas guardem para o hyung de vocês.

Jimin pegou dois donuts e correu pra cozinha. Iria guardar para seu hyung favorito, assim não havia perigo do comilão do Jungkook comer tudo.

Seokjung deixou as crianças comendo e foi para a companhia do irmão, sentando-se na poltrona e ganhando a atenção do homem que tinha afastado as tigelas de mingau, para que Taehyung não acabasse derrubando no tapete. O advogado olhou em volta e viu algumas fotos, nenhuma delas tinha seu irmão.

— Essa casa aqui é sua? — Perguntou e o mais novo negou. — Seu namorado? — Assentiu enquanto limpava a boca do bebê que estava agitado, querendo sair e andar. — Onde ele está?

— Internado. — Falou baixo e o mais alto assustou-se. — Ele foi baleado ontem, operou e está na UTI.

— Eu sinto muito, Jin-ah. Mas ele está bem agora?

— O médico disse que por ter sido em apenas um pulmão, as boas chances duplicam. Estou confiante nisso. — Suspirou, deixando Taehyung livre pra andar, sabendo bem onde ele iria. — Não deixem o irmão de vocês comer muito doce.

— Ele pode comer isso? — Hoseok mostrou o brownie que comia. Seokjin assentiu. — Vem, Tae, pega uma mordida.

Seokjung teve aqueles segundos para digerir aquela informação. Não conhecia Namjoon, não sabia nada dele. Apenas seu nome, obviamente, e seu rosto, mas nada mais. Aquela situação era deveras estranha. Onde seu irmão havia se metido?

— Ele foi baleado? — Perguntou baixo, ainda assustado e viu o irmão assentir, não entendendo o susto. — O que ele tava fazendo, Seokjin?

O cozinheiro riu fraco. Esqueceu por um momento que seu irmão não sabia de nada sobre seu noivo. Óbvio. Ainda sentado no tapete, vestindo pijamas, esticou o corpo e suspirou. Não havia dormido nada naquela noite.

Era como se... a qualquer momento seu noivo fosse voltar para casa. Como se Namjoon ia passar pela porta, fardado, dizendo que tudo aquilo era uma brincadeira e que estava bem. Estava tudo bem. Mas o dia amanheceu e nada aconteceu.

— Ele é soldado, hyung. — Explicou e viu o acastanhado exclamar em entendimento. — Ontem ele estava em um trabalho e acabou acontecendo.

— Eu sinto muito. — Grunhiu realmente sentido pelo companheiro de seu dongsaeng que parecia abalado. — Você precisa de algo? Sabe que eu vim te ajudar. Não hesite em pedir.

— Descobri ontem que minha ex apanhava do marido e parte do pedido de guarda, era por causa dele. — Contou direto, vendo o olhar atento de Seokjung sob si. — Isso aumenta minhas chances, não aumenta?

— Potencialmente. Se ela abrir um inquérito contra ele e conseguir ordem de afastamento, pode seguir com chances perante o tribunal. Porém, se ela não conseguir essa ordem e ainda dividir teto com ele, o juiz não vai aceitar o pedido de guarda, por considerar um lar perigoso para a criança. — Explicou e viu o moreno assentir em entendimento. — Park Aera apanhava do marido?! Wow. Isso é... inacreditável. Exibiam um casamento muito bonito nas redes sociais.

Seokjin deu de ombros. Sempre foi do time que acredita que redes sociais são uma mentira, é uma grande falsidade, uma coisa plastificada. Por isso mesmo que preferia não ter a maioria dessas redes, se limitando a ter uma ou outra só pra aproveitar pra divulgar seu talento culinários e, acima de tudo, guardar as fotos bonitinhas das crianças. Tinha medo de perder.

— Fiquei sentido por ela. — O mais novo suspirou, cruzando os braços acima do dorso. — Não acho que ninguém mereça passar por uma covardia dessas. É desumano.

— Dongsaeng. — Chamou e obteve o olhar curioso do irmão. — A mãe está por aqui, não é? — Obteve um aceno positivo um tanto incerto. Seokjung levantou-se. — Pode me dizer onde?

— Aqui em cima, primeiro apartamento, eu acho. Por quê?

— Já volto. — Antes que pudesse ter mais perguntas, saiu da companhia do mais novo.

Passou pelas crianças todas sujas e brigando pra ver quem comia mais. Seus sobrinhos eram adoráveis, realmente. Ajustou o suéter que usava naquele dia frio e saiu dali. Tinha coisas para resolver.

Usou a escada para chegar no outro andar. Não estava com tanta paciência assim. Bateu na porta e foi atendido rapidamente pela mulher que tanto conhecia. A mulher que tanto destratou Jihyo no começo do namoro dos dois, a mesma mulher que fez um escândalo por causa do divórcio com Seokmin. Ela não mudava nem o jeito de sorrir conforme os anos iam passando. Era o mesmo sorriso cínico.

O vestido de grife não condizia com o apartamento pequeno e modesto que ela estava vivendo e Seokjung até achou engraçado. Era curioso pensar em como sua mãe estava sobrevivendo por todo aquele tempo.

— Seokjung-ah. — Animada, tocou o ombro do filho mais velho, o analisando. Era o mesmo de sempre. — Vamos, entre. Acabei de fazer o café.

— Eu vou tomar café na casa do meu irmão, não se incomode. — A menção de Seokjin, fez a mulher retorcer o rosto em desgosto. — Mas vou aceitar entrar porque seria desagradável que seus vizinhos ouvissem o que tenho para falar com a senhora.

Ela não entendeu, claro que não entendeu, mas permitiu a entrada do filho que nem se deu o trabalho de tirar os tênis. Não ficaria muito tempo ali. A porta foi fechada e logo mãe e filho estavam frente à frente.

— O que você está fazendo aqui? — A voz fina questionou confusa. — Sua esposa não está grávida?

— Eu quem tenho que te fazer essa pergunta, afinal, não tem nada aqui que lhe pertença. — Riu amargo. — Disse que Seokjin não era mais seu filho, o expulsou de casa e olha só onde você se encontra anos depois. No apartamento acima dele. Curioso, não?

— Seokjung, isso não tem nada a ver com você. — Elevou o tom de voz, sendo rígida. O Kim engoliu a vontade que tinha de elevar tanto quanto o tom. — Você nem estava por perto naquela época. Pouco quis saber do seu irmão. Nem você e nem seu pai.

— Você afastou ele da gente. Lembre-se que você excluiu ele da nossa vida depois do divórcio, eu fiquei com meu pai e você arrastou Jin contigo porque ele amava você, mesmo que fosse quem fosse, quase transformando o garoto em um futuro padre. — Cruzou os braços sob o peito, vendo a mãe lhe encarando seriamente.

Aquele assunto não ia render algo bom. Nunca rendia.

— Agora vai dar desculpas da sua negligência com seu irmão? — Arqueou o cenho debochada.

— Não. Eu posso ter sido um pouco negligente, mas eu estou disposto a mudar isso, quero ser presente na vida do meu irmão e dos meus sobrinhos. — Foi claro e viu a mais velha perdendo a expressão debochada que tinha no rosto muito bem maquiado. — Não me importa se ele é gay e se mora com um cara e chama os filhos dele, de filhos. Eu não ligo. Ele é meu irmão e eu o amo, assim como o papai o ama.

— Seu pai não ama ninguém. — Riu, ignorando o filho. Indo até a cozinha e servindo uma xícara de café para si mesma. — Ele ama o dinheiro e aquela construtora ridícula dele.

— O ponto aqui não é esse. — Virou de frente para a mais baixa que bebericava o café, parecendo ter paciência. — Você veio atrás de Seokjin pra quê?

— Eu amo seu irmão, quero o melhor pra ele.

— Você não o ama. Pelo amor de deus. — Passou a mão direita no cabelo, despenteando os fios castanhos. Aquilo já estava mexendo com a paciência. — Isso não é amor. Você nem ao menos tenta se dar bem com ele, conhecer seus netos.

— Meu neto. — Corrigiu e viu Seokjung ficar confuso. — Apenas Jimin é meu neto.

— Tá vendo o que eu digo sobre não amar meu irmão? Você não ama nem nunca amou. Nem ao menos considera as outras crianças. São garotos maravilhosos, dóceis... você deveria estar orgulhosa do homem que ele se tornou.

— Orgulho daquele trapo que ele se tornou? — Colocou a xícara sob a mesa, sendo analisada atentamente pelo mais alto. — Nem escolher parceiro ele sabe. Você sabe com quem ele anda saindo?

— Ele não anda saindo, mãe. É namorado dele! Namorado. É fixo.

— É um pobre coitado que ganha a vida prendendo gente, Seokjung. — Voltou a se aproximar do filho que pareceu mais confuso do que nunca. Viu ali que sua mãe estava desequilibrada. — Quero ele longe de Seokjin.

— A vida de Seokjin só diz respeito a ele, pare de se meter. — Gritou rude e viu a mais velha se tremer inteira, tomando susto com o tom grosso usado pelo filho que sempre mantinha um tom linear de voz.

— Não. — Também foi rude ao responder, tentando gritar no mesmo tom, mas falhou miseravelmente. — Ele não sabe o que está fazendo. Ele nunca soube! Seu irmão é uma criança ingênua que não sabe nada da vida.

Seokjung teve que rir. Ele realmente riu. Aquele discurso era tão velho que já sabia de trás pra frente. Passou os dedos pelo cabelo castanho e apontou o dedo para a mulher que encarava firmemente o filho mais velho. Aquele garoto nunca pareceu seu filho. Sempre tão petulante.

— Escute bem o que eu vou falar para a senhora, mãe. — Ditou devagar, em pausas, porém sério o suficiente para fazer a mulher temer. — Aproveite a mesada que o pai te dá e vá viver bem. Vá viver longe daqui, deixe meu dongsaeng viver a vida dele.

A mais baixa riu nasal antes de cruzar os braços franzinos contra o dorso. Quem aquele fedelho achava que era? Arqueou o cenho debochada e viu Seokjung endurecer mais o olhar. Parecia mais irritado a cada segundo.

— Não aponte o dedo para sua mãe. — Rangeu e o homem não mudou de postura. — Quem é você, uh? O herói do seu irmão? Ponha-se no teu lugar, Seokjung-ah. Não tente mandar em mim, a mãe aqui sou eu.

— Não preciso ser herói dele para te processar e conseguir seu afastamento a força. — As palavras do advogado fizeram a mais velha fraquejar, perdendo toda a áurea superior de antes. O Kim mais novo suspirou. — Antes de levar o processo ao juiz, vim pedir amigavelmente que coopere e faça as coisas mais facilmente, mas vi que você não tem compaixão por seus filhos, por que iríamos ter de você?

— Seokjung-ah! — Gritou e o mais alto aproximou-se alguns passos, apoiando as mãos na mesa, aproximando os rostos. — O que você pensa que está fazendo? Eu sou sua mãe.

— Você é mesmo um ser humano? — Questionou em sussurros, observando o rosto enfurecido da mulher. — Não somos brinquedos, pare de brincar de casinha. Olhe sua idade, mãe.

— Isso é coisa daquele desgraçado que está com seu irmão. — Gritou. — Eu avisei para ele não se meter com a minha família.

— Que família? — Seokjung viu a mãe andar apressadamente até a porta, vestindo os sapatos. — Você afastou todos que queriam fazer parte da sua. Só restou você, Koo Minjae.

A menção do nome de solteira da mulher, fez apenas a raiva aumentar dentro de seu corpo. Namjoon... tudo culpa daquele soldado ridículo. Ela o odiava tanto, o detestava tanto. Desceu pelas escadas, ignorando o fato de ouvir Seokjung gritando para que ela parasse o que estava fazendo, para voltar para casa e facilitar as coisas. Andou em passos fortes diretamente para o apartamento daquele acastanhado que odiava até a morte. Esmurrou a madeira da porta.

Resolveria aquilo. Não sabia como, mas resolveria. A porta foi aberta por quem ela esperava também que estivesse ali. Óbvio. Óbvio que Seokjin já estava vivendo como um casado.

— Seu desgraçado. — Gritou esmurrando o ombro do filho que ficou sem entender aquele gesto agressivo. — Foi pra isso que eu paguei as melhores escolas? Foi pra isso que te coloquei em inúmeros cursos? O de gastronomia, o de enfermagem, até paguei aquele curso de verão, de teatro na Inglaterra. — Continuou, esmurrando o homem que tentava segurar as mãos da mãe que parecia enfurecida demais para ser controlada. Estava vermelha até as orelhas. — Foi pra você terminar como um fracassado, vivendo uma vida de casado mesmo sem ter uma aliança no dedo? Ainda com um homem? Foi pra isso que eu te criei, Seokjin?

— Pare com isso. — Pediu aflito. As crianças estavam logo atrás de si. — Você enlouqueceu? São oito da manhã. Pare de gritar feito louca no corredor.

— Onde está o maldito que você anda transando? — Questionou puxando as mãos, empurrando o cozinheiro que ainda estava sem reação. — Onde ele está?

Jimin olhou assustado para Hoseok que ainda tinha um donut na mão, perto da boca aberta. Tinha parado no meio do ato ao ouvir os gritos e ver aquela cena. Taehyung e Jungkook, sentados no chão, assistiam aquilo tão assustados quanto. O bebê começou a dar indícios que ia chorar e o irmão rapidamente ajoelhou ao seu lado, dando leves batidinhas em sua cabeça.

— Taetae, meninos bonitos não choram, ok? — Disse para o garotinho que tinha a boca toda suja. — Se você chorar, então será um garoto feio.

— Vamos acordar o Yoongi ou então Jungkook vai comer tudo. — Hoseok chamou as crianças que ainda pareciam assustadas. — Você e esses dentes de tubarão... — Provocou o irmão mais novo que franziu as sobrancelhas, irritado.

O que havia feito dessa vez para receber a implicância? Hoseok pegou o bebê pela mão, o levantando. Guiou as crianças para o quarto, para que ficassem longe daquela gritaria. Era o que fazia quando seus pais começavam a brigar no passado. Ele pegava Jungkook e se trancavam no quarto. Pronto. Tudo acabava em dez minutos.

Foi isso que ele fez. Se trancou com os irmãos dentro do quarto. Estariam seguros ali. E esperava que o padrasto também ficasse seguro, porque odiava aquela ahjumma maldosa.

— Pare com o escândalo. — Ordenou e recebeu o que menos esperava receber, um tapa forte na bochecha direita. Fechou os olhos por um momento e respirou fundo. — O que a senhora pensa que está fazendo?

— Só porque ele te banca, acha que pode se meter comigo, uh? — Perguntou rindo irônica. Seokjin não entendeu. — Onde aquele maldito está?

— Ele não está aqui.

— Tão covarde. Deve estar se escondendo. — Empurrou o filho e entrou na casa, olhando em volta. — Kim Namjoon, seu maldito, apareça agora. Covarde. — Gritou a plenos pulmões. — Diga na minha cara o que pretende, uh? Diga! Apareça.

O moreno fechou a porta e caminhou até a mais baixa, a pegando pelo braço, puxando. Por que sua mãe tinha que ser assim? Ganhou outro tapa. No mesmo lugar.

— Me solta. — Empurrou o rapaz, conseguindo fugir das mãos fortes de seu filho caçula. — Eu te criei com tanto apreço, com tanto empenho para que virasse um homem de valor. Eu investi em você! — Estapeou o ombro do homem que engoliu em seco. — Você me retribui assim? Deixando qualquer um apontar o dedo pra mim e dizer que vai me processar? Eu sou sua mãe.

— Por que você não age como uma? — Sussurrou ainda tentando manter um pouco de controle.

— Fale alto, como um homem.

— Por que você não age como uma? — Falou mais grosso, alto, olhando nos olhos da mulher que um dia chamou de mãe. — Por que não pode me perguntar se estou bem, se preciso de algo? Se estou feliz ou se estou me alimentando direito? — Gritou e Minjae se assustou, dando um passo para trás. — Você sabe o que gosto de comer? Sabe o que eu gostaria de fazer ao invés de frequentar as estúpidas aulas de enfermagem e idas ao seu clube do chá com as velhas da igreja? — Sentia todo seu rosto vermelho, os olhos ardendo, a garganta doendo pelo tom de voz usado. Nunca havia levantando a voz daquela maneira. — Sim mamãe, não, mamãe. Sim, do jeito que a senhora preferir, seja feita a porra da sua vontade. Eu estou cheio disso. — Gritou mais enfurecido. — Eu estou cansado! Cansado de te ver na minha frente olhando de um jeito maldoso todo passo que dou. Cansado de você dando palpite em tudo, cansado de você agindo como se tivesse alguma influência na minha vida.

— Seokjin! — Tentou, mas viu os olhos do rapaz crescerem mais ainda, como se a mera pronuncia de seu nome fosse aumentar a raiva que estava sentindo.

— Eu trabalho, eu me sustento e sustento meus filhos, o apartamento é meu e tudo que era seu, eu deixei na sua casa. — Numerou nos dedos. — Eu pago minhas contas e não devo um centavo para a senhora, ahjumma. Mas se ainda assim quiser reembolso, pagamento pelo seu papel de mãe prestado por vinte anos, eu pago. — Ia apanhar de novo, mas foi ligeiro na hora de segurar o pulso da mais velha que abriu os olhos espantada. — Nunca mais encoste um dedo em mim.

— Eu sou sua mãe. — Murmurou afetada, sentindo-se ofendida por aquele ato, o tom de voz. Nunca viu Seokjin tão hostil. Seu garoto tão doce...

— E eu sou seu filho. — Largou a mão de Minjae. O tom de voz tão quebrado, tão magoado. — Você não se lembra disso? Que eu sou seu filho? Você não lembrou disso quando me colocou pra fora de casa, no meio do inverno e cancelou todos meus cartões? Fechou minha conta no banco com o dinheiro que eu trabalhei e ganhei? Eu passei fome, mãe. — A mais baixa encarou o rosto do filho e preferiu que ele estivesse gritando e furioso. Aquela voz quebrada, os olhos cintilando... Seokjin era tão magoado e isso doeu em seu coração de uma certa forma. — Eu dormi na rua com meus dois filhos e você não veio nos buscar. Eu fiquei com anemia e a senhora não veio cuidar de mim.

— Vai se vitimizar? — Empinou o nariz, fungando devido algumas lágrimas que haviam rolado. — Se me odeia tanto, se odiou tanto viver comigo, por que não foi embora com seu pai e irmão?

— Mãe. — Piscou os olhos demoradamente, encarando o rosto tão bonito, o rosto que lhe deu bons traços da beleza que carregava. — Eu amei você. Eu amava você com todo o meu coração! Seria capaz de tudo pra te ver sorrir, pra te fazer feliz. — Ignorou as lágrimas rolando pelo rosto ainda vermelho. — Eu fui capaz de te aceitar com todos os defeitos. Acha que sou cego? Acha mesmo que sou burro ou ingênuo? Eu sempre soube que você era ambiciosa, egoísta, esnobe, maliciosa e muito falsa. Sabia do seu caso com o dono da vinícola na China e nunca disse nada pra ninguém, mesmo depois do divórcio. — Pela primeira vez viu o olhar vencido da morena. Não havia superioridade ali. — Eu amei você, fiquei ao seu lado mesmo quando todos foram embora e apontaram o dedo na sua cara, desfazendo de você. Eu fiquei, mãe. Fiquei porque amava você e no meu coração, imaginei que faria isso por mim.

— Pare com esse assunto! — Ordenou, afastando-se do cozinheiro que respirou fundo e limpou algumas lágrimas.

— Você não me amou. Nunca. — Riu fraquinho, engolindo em seco. — Nunca me quis de verdade, só me usou como personagem da sua casinha perfeita. Não me quis quando me conheceu de verdade, o verdadeiro Kim Seokjin, a ahjumma não quis. Você me jogou fora e tudo o que está tentando fazer agora, é pra me punir. Seu egoísmo não aceita que alguém como eu, que você tanto despreza, seja mais feliz do que você. Eu não mereço, certo? Eu não tenho nada, sou desse jeito aqui... como poderia ser feliz?

— Para de me enrolar. — Ganiu entredentes, afetada demais com aquelas palavras para voltar ao assunto. — Onde está aquele desgraçado?

— Eu vou agradecer se a ahjumma não gritar na nossa casa, ainda mais com meu pai. — A voz séria, porém juvenil demais, soou do corredor e os dois adultos encararam o lugar. Yoongi, ainda de pijama, estava encostado ali, de braços cruzados enquanto encarava aquela cena. — E que não chamasse meu pai de desgraçado, ainda mais na ausência dele.

— Seu garoto petulante. — Resmungou irritada. Mediu todo o adolescente que não fraquejou com aquele olhar julgador. Não influenciava em nada em sua vida. — Quem você pensa que é?

— A pergunta é: quem a ahjumma pensa que é? — Desencostou da parede, dando alguns passos até entrar na sala. — Essa casa não é sua e você não tem nada o que fazer aqui.

— Ya. — Gritou com o menino que franziu o cenho, irônico. — Aquele imbecil não serve nem pra educar os filhos? Você é um pivete. Um vagabundo. Olha os modos, o jeito que fala.

— Não fale assim com ele. — Seokjin pegou no braço da mãe, puxando consigo. — Nunca mais fale assim com os meus filhos e muito menos chame o Namjoon dessas palavras ruins, entendeu? — Abriu a porta, encontrando Seokjung ali, parado no corredor, esperando a porta ser aberta. — Não se meta na minha família. Ao contrário de você, eu defendo a minha família e não importa contra quem vai ser e como vai ser.

— Seokjung-ah. — A mulher gritou vitimada assim que o filho caçula a empurrou para fora de casa, a deixando no meio do corredor. — Olha o jeito que eu estou sendo tratada. Seu irmão virou agressivo por causa desse policial, e ainda quer me processar?

— Kim Seokjin. — O advogado olhou para o irmão que ainda estava vermelho e com o rosto úmido. — Seu namorado abriu um inquérito contra a nossa mãe e quer processá-la, você quer continuar esse processo?

Minjae encarou o filho mais novo e viu o olhar pesado dele sob si. Seokjin suspirou e olhou para o lado ao sentir uma companhia mais baixa. Yoongi ainda tinha aquele olhar irônico e os braços cruzados.

Era a primeira vez que ele o defendia...

— Quero. — Encarou o irmão. — Espero te ver apenas no tribunal, Minjae-ssi. — Despediu-se da mais velha com um olhar regular, como se olhasse para qualquer pessoa. — Ah. — Estalou o dedo, em um gesto como se lembrasse de algo. Sorriu, voltando a encarar a mãe. — Namjoon não é meu namorado, ele é meu noivo e vamos nos casar ainda esse ano. Não cometa mais erros ao chama-lo apenas de meu namorado, por favor. Quando for se referir a Kim Namjoon, pode usar a palavra “genro”. — Abraçou os ombros do enteado que olhou o padrasto por um momento. A novidade era grande até pra ele. — Hyung. — Indicou a porta de casa para o irmão que assentiu.

Os dois entraram e o mais velho ficou ali, contemplando a presença da mãe que parecia fora de eixo. Perturbada. Muita informação para apenas uma manhã. Kim Seokjung respirou fundo e decidiu que entraria logo. Ainda nem haviam tomado café.

— Entrarei em contato para informar a data da audiência. — Avisou profissionalmente, afastando-se e entrando na casa do irmão.

Koo Minjae se sentiu solitária. Fria. Seokjin nunca havia falado daquela forma, agido daquela forma. Enxugou o rosto antes de caminhar em direção às escadas. Sentia-se solitária, mais do que nunca se sentiu sozinha no mundo. A quem iria recorrer? Divorciada, seus dois filhos a odiavam, sua família era uma bagunça e falida. Recorreria a quem? Nem Sunhee estava lhe dando mais assunto. Estava sozinha. Encostou-se na parede interna da área das escadas e deixou o corpo deslizar pelo azulejo frio, até abaixar e encostar a testa nos joelhos.

— Tudo por culpa daquele soldado maldito. — Resmungou em meio a um choro desesperado, não ligando em parecer afetada demais. — Espero que ele morra. — Desejou repleta de ódio nas palavras, quase rangendo os dentes.

E se tudo estava dando errado em sua vida, Namjoon era o culpado. Ela o odiava de uma forma...

*

— Como assim “casamento”? — Seokjung questionou bem humorado ao irmão mais novo que riu. — É sério isso? Vocês vão casar?

— Bom. — Riu um tanto sem jeito. — Eu não sei, até uns dias eu diria que sim, mas eu terminei com ele e agora não sei mais.

Yoongi revirou os olhos enquanto caminhava até o quarto dos irmãos, batendo na madeira e pedindo para eles saírem. Hoseok quem o acordou e só pelo teor das gritarias, notou que estava tudo errado e acabou saindo do quarto para tentar ajudar. E ajudou. Quem disse que um adolescente não poderia fazer nada? Pff.

Sentia-se orgulhoso de si mesmo.

— Meu pai é completamente cego de amor por você. — O garoto disse, vendo os menores saindo um por um. — Estranho seria ele não querer mais brincar de casinha Kim contigo.

O mais velho riu achando adorável aquele garoto de feições delicadas, pele muito branca e cabelo muito preto. Quem o visse, teria uma impressão errada sobre seu gênio petulante.

— E este, oficialmente, é meu sobrinho favorito. — Declarou e viu Yoongi rir achando graça daquilo. Nunca teve um tio... — Você deve ser o Yoongi, certo?

— Ele é o melhor hyung do mundo. — Jimin sorriu grande para o mais velho que fez uma expressão surpresa.

O garoto entrou no quarto e viu Taehyung sentadinho. Foi o único que não saiu. Agachou-se e tocou o cabelo escuro do bebê que lhe lançou um olhar um tanto receoso. Gritarias e muita agitação sempre deixava aquele garotinho introspectivo. Sorriu. Mostrou os dentes pequenininhos e viu o bebê sorrir de volta.

— Tudo bem? — Perguntou preocupado e menor assentiu. — Está sentindo alguma coisa? — Tocou as bochechas do bebê, sentindo a pele morna. Febril.

Taehyung não soube responder e então o adolescente o pegou pelos bracinhos curtos, o abraçando e levantando com a criança. Sentiu as pequenas mãos agarrarem seu pijama e o rostinho ainda um tanto temeroso, encostar no ombro do garoto. Saíram do quarto a tempo do celular de Seokjin começar a tocar.

— Bom dia, Youngjae. — Atendeu amistoso.

— Bom dia, hyung. Eu estou ligando pra te contar uma novidade. — A voz um tanto sonolenta disse do outro lado. O moreno riu. — Namjoon hyung acordou.

— Mentira? — Quase gritou e a atenção das crianças, assim como de seu irmão, direcionaram apenas para o cozinheiro que tinha um sorriso grande nos lábios cheios. — Quando?

— Hoje, quase agora. Um amigo do quartel ligou para o Bummie e ele acabou de sair de casa. Pediu para que eu te avisasse. — Bocejou. O Kim constatou que aquele homem tinha sido acordado.

— Certo, eu vou lá. Obrigado, Jae. — Agradeceu antes de desligar.

Todos encaravam com expectativa o cozinheiro que parecia animado demais. Yoongi era o único que entendia aquilo por completo; só podia ser seu pai, certo? Claro que sim. Aquele sorrisinho na boca do padrasto não podia ser por outra coisa. Seokjin passou a mão no cabelo escuro. Estava tão... feliz.

Parecia que havia ganhado uma chance nova do destino pra viver as coisas boas novamente. Finalmente o dia estava clareando, a chuva estava indo embora. Kim Namjoon tinha acordado, ele estava vivo. Por deus, ele estava vivo!

— Preciso dar uma saída. — Avisou e sentiu Jimin agarrar sua perna, manhoso. Agachou e pegou o menino no colo antes de olhar para o irmão. — Você fica com eles um pouco?

— Por mim tudo bem... — Avisou e olhou para os garotos. — Vocês querem ficar com o tio mais bonito do mundo?

— Só se o tio souber jogar mario kart. — Jungkook deu a condição e viu Seokjung fazer careta.

Hoseok riu da cara do irmão mais novo.

— Ninguém gosta de mario kart, só você. Jogo bom é guitar hero.

— Yoongi. — Seokjin, mesmo com o filho mais velho agarrado ao seu corpo, aproximou-se do adolescente que ainda segurava Taehyung. — Quer vir comigo?

— É o meu pai? — Perguntou temeroso e viu o mais velho assentir. — Eu quero.

O homem sorriu e assentiu antes de virar para o irmão que havia abaixado para ver as cartinhas que Hoseok fazia questão de exibir. Ele tinha uma dourada, uma das mais importantes e estranhamente, Kim Seokjung entendia daquilo. Jungkook só olhava indiferente, querendo atenção do tio. Seria bom convencê-lo a jogar mario kart.

— Hyung. — O de cabelo preto chamou o irmão que lhe fitou rapidamente. — Me empresta seu carro?

E seria a segunda vez que andaria naquele jaguar.

*

Claro que Jimin chorou quando viu que era verdade sobre seu pai sair logo cedo. Chorou mais ainda quando viu Yoongi vestindo um casaco porque iria junto. Tinha a sensação ruim de que a qualquer momento teria que ir embora de novo pra aquela casa estranha, cheia de gente que não conhecia. Não queria.

Taehyung também quase entrou na ideia de querer chorar, mas foi só Hoseok dançar de forma engraçada e fazer gracinha, que o bebê se distraiu e começou a rir. Jungkook aproveitou a distração pra colocar mario kart no playstation. Sua chance de ouro.

Seokjin queria levar todos os garotos para verem o outro pai, mas não sabia exatamente como estavam as coisas. Da última vez que viu o noivo, foi traumatizante. Aqueles tubos, todas as ataduras, UTI... não queria que nenhuma das crianças tivesse aquela visão. Preferia que Yoongi nem fosse, mas também sabia que o adolescente era forte e precisava ver o pai. Saber se está bem, tocar nele e ver que ainda está ali. Vivo. E por isso foram os dois, deixando a casa de Namjoon sob a chefia de Seokjung.

Andar em um jaguar foi uma experiência nova para o adolescente que passou a viagem toda olhando em volta, observando cada detalhe do carro importado. O banco de couro, o painel... aquele carro era um sonho.

— Sua família tem tanto dinheiro assim? — Perguntou para o padrasto que não parecia ligar para o carro que estava dirigindo.

— Meu pai tem. Ele trabalhou duro pra conseguir e conseguiu. — Olhou de relance para o enteado que retribuiu o olhar. Sorriu. — Ele será seu avô, se quiser. Peça o que quiser a ele.

— Fala sério... — Murmurou, cruzando os braços sob o dorso e encarando a janela fechada. — até parece que alguém me daria uma viagem até Los Angeles.

— É o que você quer?

— É o que todo mundo quer, Jin hyung.

— Eu não. — Rebateu enquanto acelerava na rua ainda vazia pelo horário. Olhou para cima pelo para-brisas, vendo o céu escuro. Ia chover. — Eu quero comprar uma casa pra todos nós.

Yoongi encarou o mais velho e piscou os olhos demoradamente. Uma casa? Para todos eles? Aquilo seria uma grande mudança. Quer dizer, melhor, eles já moravam praticamente juntos, certo? Só se afastavam – às vezes – para dormir. Talvez uma casa fosse legal. Seokjin olhou de relance para o garoto, um tanto temeroso da reação dele. Estavam se dando muito bem ultimamente, nem pareciam os mesmos de antes, mas ainda assim... tinha medo de abusar da boa sorte que o mundo estava lhe dando.

— Seria bom não precisar ficar mudando de casa todo dia. Comer em uma, dormir em outra. — Murmurou e o moreno abriu um sorriso. Aquela era uma aprovação? — E também os menores poderiam ter um cachorro como tanto querem.

— E você? O que você quer?

— Um quarto só pra mim. — Deu a condição e o cozinheiro ponderou. Poderia fazer aquilo acontecer. — E um quintal que dê pra jogar basquete. Uma cesta, obviamente...

— Você está se aproveitando de mim, Yoongi! — Fingiu estar bravo enquanto entrava no estacionamento do hospital. O garoto revirou os olhos. — Me sinto explorado.

— Você quem perguntou, ahjussi.

Seokjin fez mais uma expressão ofendida e o mais novo riu nasal. Sentia-se mais à vontade com aquele cozinheiro maluco que com o tempo mostrou ser um cara legal e ideal para seu pai. Tinha que admitir que a casa ficou melhor com aquela “invasão”. Eram uma boa combinação.

Saíram do carro após estacionado, indo diretamente para a recepção do lugar. Precisavam dos crachás de visitante e uma direção para onde iriam. O fato do soldado ainda estar na UTI, fez o adolescente ficar um tanto aflito. Seu rosto mais pálido que o normal, denunciava aquilo. Seokjin tocou o ombro do baixinho e sorriu confortante. Estava tudo bem, se Namjoon estava acordado, então tudo poderia melhorar aos poucos.

Seguiram a instrução da recepcionista e o mais velho seguiu o mesmo caminho que havia feito no dia anterior. Sem tirar a mão do ombro do enteado. Precisava dar a força que ele mesmo não tinha, mas arrumaria pra não deixar as crianças sofrerem.

*

Namjoon nunca pensou que acordar poderia ser tão doloroso, ainda mais quando a dor é espalhada pelo corpo. Naquela manhã, começo de manhã, acordou e foi obrigado a passar por alguns testes e exames. Primeiramente estava feliz por não estar morto, obviamente. Mas, em contrapartida, haviam coisas que não saiam de sua cabeça; como as coisas estavam? Não era um homem despreocupado. Tinha uma família, casa, problemas, coisas que dependiam apenas de si. Após os exames, prometeu a si mesmo que iria procurar algum modo de avisar seus filhos que estava vivo e que iria voltar pra eles o mais rápido possível.

Mas quando voltou pro quarto e viu seus amigos de farda, seu sargento e principalmente Jaebum, acabou sorrindo. O primeiro sorriso do dia.

— Ficamos feliz que tenha sobrevivido, soldado Kim. — O sargento, perfeitamente fardado, bateu continência ao subordinado e todos imitaram, até Jaebum que estava sem farda. — É com grande felicidade que o visito hoje.

— Obrigado. — Murmurou ainda com falta de ar e cansaço pela movimentação logo cedo. Os enfermeiros o ajeitando na cama novamente. — A operação foi finalizada?

— Com o trabalho duro da equipe, foi solucionado e os objetivos alcançados. — O Shin contou por alto.

O Kim sabia bem que objetivos eram aqueles e sua felicidade foi maior quando o sargento deixou subentendido que seu acidente não havia repercutido. Houve um silêncio agradável enquanto os enfermeiros cuidavam do corpo do soldado ferido que já havia trocado os curativos antes de sair para os exames. Recebeu um tubo de oxigênio nas narinas e foi furado novamente. Malditos furos. Olhou para Jaebum e viu o homem sorrir de lado e assentir.

Lembrava de antes de apagar, pedir para que o melhor amigo cuidasse de tudo. Deixou tudo nas mãos do Im. Ele saberia como lidar, como cuidar de tudo. Sabia disso. Assim que os enfermeiros terminaram e reverenciaram os soldados, saíram e o superior voltou a falar.

— A missão de investigação ainda está em andamento, mas ao que tudo indica, quem te alvejou sabia muito bem quem você era e o que estava fazendo. — O homem de braços fortes disse e o soldado franziu o cenho confuso. — São militares sul-coreanos.

— Então seria uma organização de extermínio dentro do próprio exército? — Questionou tentando se sentar, pelo menos, mas a careta projetada no rosto pálido alarmou Jaebum que correu o forçou pelos ombros, impedindo que se sentasse. — Estou bem. — Garantiu para o amigo que lhe lançou um olhar preocupado.

Hoseok suspirou e esperou que Im voltasse para seu lugar antes de continuar o diálogo.

— É o que achamos, mas você está oficialmente fora de todos os exercícios militares até a recuperação estar completa. Essa tarefa não te inclui.

O soldado suspirou com um pouco de dificuldade, engolindo em seco. Sabia que ganharia bons meses de férias, se não o resto do ano, mas algo o incomodava profundamente. Quase morreu. Foi a primeira vez que quase morreu em serviço! Em anos na polícia, nunca chegou àquele ponto crucial. A teoria que todo militar estava sujeito a sofrer algumas coisas, era menos assustadora que a prática. Enquanto sentia o sangue escorrendo do pescoço, a falta de ar e aquela sensação estranha de ter algo sugando a vida. Tudo turvo, ficando escuro... só conseguia pensar nas crianças, na família em Daegu, em Seokjin. Céus, ele queria tanto viver. Queria tanto voltar pra casa.

Ainda precisava ver o rap de Yoongi, a apresentação de Jimin e Hoseok, Jungkook em sua primeira luta, Taehyung crescendo... precisava beijar o noivo e dizer que independente dos problemas, tinham que ficar juntos. Não importa o quê. Queria voltar em Daegu e ver sua família, queria andar de bicicleta perto do rio Han, queria comer samgyeopsal e beber cerveja enquanto joga baralho com Jaebum. Era o único filho homem, precisava cuidar da mãe e da irmã. Ainda precisava fazer tanta coisa, não podia morrer assim. Sem mais nem menos.

— Sargento. — Chamou em um tom fraco. — Eu quero, oficialmente, na frente da minha equipe, pedir baixa do serviço de campo. Eu estou muito honrado por ter servido com vocês por esse tempo. Obrigado por cuidarem de mim.

Jaebum encarou o melhor amigo e depois seu superior, vendo os olhos atentos do Shin que sorriu de lado, como se aquilo já fosse esperado. O Im sabia que aquela era a decisão mais sábia a ser tomada pelo mais velho, só que... não trabalhar com seu irmão era meio estranho. Eram tantos anos juntos.

Mas sabia que a vida dele valia mais do que todos aqueles anos juntos na adrenalina de cada dia.

— É o que você quer, soldado? — Perguntou mais sério.

A equipe inteira encarava o recruta que sorriu cansado. Não era o que queria, óbvio que não. Ser soldado daquela equipe sempre foi seu sonho militar, seu objetivo. Estar ali era a realização de seus desejos pessoais. Vestir aquela farda era uma honra! Se fosse solteiro, sem preocupações, sem filhos, estaria implorando pra não precisar ficar em casa. A adrenalina do trabalho fazia sua força.

Mas não era assim. Mais do que seu sonho pessoal, das suas vontades, havia cinco pares de olhos curiosos esperando ele voltar pra casa todos os dias, havia um cozinheiro lindo fazendo o jantar para sete pessoas. Isso era mais importante que a farda. Por isso, por eles, nenhum sacrifício era em vão. Nada era mais importante.

— Sim. — Respondeu sem hesitar.

— Quando suas férias remuneradas acabarem, conversaremos melhor sobre isso. — Avisou e o acastanhado assentiu devagar por causa do pescoço machucado. — Cuide-se, soldado. — Prestou continência assim como todos os outros soldados. — Força e União.

Mesmo com a mão direita espetada com a agulha do soro, prestou uma continência desajeitada e viu o sargento assentir antes de sair, sendo acompanhado por cada recruta. Exceto o Park e Im.

— Você fez um bom trabalho. — Elogiou, o tatuado. — E uma sábia decisão.

— Vai ser estranho não ter você mais na equipe. — O sem farda resmungou e Namjoon riu. — Acho que irei te substituir pelo Jay hyung.

O mais velho encarou o de cabelo preto e rolou os olhos.

— Não conte comigo. Voltarei pros Estados Unidos em breve.

— Uma sábia decisão. — O Kim assentiu para o amigo de operação que concordou. Aquela conversa tinha rendido muitos pensamentos. — Ainda vou estar perto o suficiente, Jaebum. Você que se cuide sozinho agora.

— Youngjae vai te matar! — Ameaçou e o mais velho fez o que sabia de melhor, ignorou.

O soldado mais velho deu a última continência para o ex colega de equipe e saiu do quarto, deixando os dois outros. Jaebum ajustou a jaqueta de couro no corpo antes de analisar bem o melhor amigo. Agora só havia um curativo no lugar onde o tiro havia pegado no pescoço, mas ainda havia a atadura no dorso despido do soldado que parecia pálido e cansado demais. Engoliu em seco. Aquela não era uma das melhores visões.

— Como estão as coisas? — Perguntou e o sniper voltou a encarar o rosto pálido do mais velho.

— Essa madrugada foi agitada, mas Jimin já está com Seokjin. — Contou e o mais alto franziu o cenho confuso. — Quando você estiver menos morto, a gente conversa melhor. Por enquanto apenas melhore.

— Há algo de errado, Jaebum? — Questionou preocupado. O mais novo negou. — Seokjin? Meus filhos? Estão bem?

— Sim. Ele deve estar vindo pra cá, inclusive. Não precisa se preocupar com nada, a gente tem dado conta. — Tranquilizou o mais velho que expirou fraco, sentindo o peito doer. — Dói muito?

— Nada que você não aguentaria. — Sorriu e viu o melhor amigo estalar a língua no céu da boca, claramente impaciente. — Ele chorou? — Voltou a perguntar sobre o namorado, abrindo um sorriso malicioso nos lábios pálidos.

O mais baixo levou a mão até o rosto, em um gesto claro de “não acredito”. Namjoon tinha um senso de humor muito negro e estranho! Ouviu a risadinha do outro e apenas suspirou. Se o Kim estivesse bem, lhe daria um soco só pela brincadeirinha.

Até ele chorou, porra!

— Eu não vou te responder. — Sorriu irônico, vendo o rosto bonito do acastanhado projetar uma carranca. — É isso aí que você ouviu. Não te interessa.

Antes que pudesse responder e lembrar que Jaebum estava devendo muitas coisas por não ter salvo sua vida. Iria jogar baixo mesmo. A porta foi aberta devagarzinho e os olhos do soldado correram para a figura bem branca com aquele moletom da polícia que ele mesmo havia usado no dia da batalha de rap. Sorriu e viu Yoongi um tanto sem saber o que fazer. Seu filho sempre tão discreto.

Seokjin entrou com o garoto naquele quarto frio e fechou a porta, arrependido por estar apenas de jaqueta jeans. Curvou o corpo em cumprimento a Jaebum e ao próprio namorado. Recebeu apenas o cumprimento do soldado em pé, já o outro cumprimentou com um sorriso preguiçoso. Aquele sorriso... como sentiu falta daquele sorriso.

— Vem cá. — O soldado chamou o filho que ainda parecia sem saber o que fazer. — Quem te deu permissão de usar minha roupa? — Brincou e viu o garoto desviar o olhar.

O cozinheiro empurrou levemente o adolescente, incentivando. Yoongi respirou fundo antes de dar passos lentos até a cama, vendo de perto como o pai estava sem muita cor e parecia cansado. Engoliu em seco. Não ia chorar, não na frente dele, que vergonha. Sentiu a canhota fria do adulto tocando a franja que caía sob seus olhos, tirando os fios dali com carinho. Estava mapeando os detalhes daquele rosto tão delicado. O último rosto que se lembrou antes de apagar pela primeira vez. Amava tanto aquela criança, amava tanto suas crianças.

Eu estou aqui. — Murmurou, olhando nos olhos do adolescente que não percebeu quando os olhos encheram de água. — Lembra que eu te disse que estaria aqui todos os dias para te lembrar que não deveria ter medo de nada? De ninguém? — O garoto assentiu, ainda sentindo a mão do pai lhe afagando o cabelo. — Eu ainda estou aqui. Me perdoe se pareceu que não estaria mais.

— Você quase morreu. — Murmurou tão baixinho que apenas Namjoon ouviu.

Jaebum acenou para o mais velho dali e saiu. Era um momento familiar demais para estar ali. Seokjin suspirou e desviou o olhar, tentando forçar aquela postura forte que tanto estava usando. Yoongi só foi notar as próprias lágrimas, quando rolaram por suas bochechas pálidas.

Namjoon secou cada uma delas.

— O que eu disse naquele dia pra você? Você lembra? — Perguntou carinhoso e viu o menino negar. — Eu disse que estava tudo bem quase morrer por conta de um sonho. O importante é sobreviver para viver o sonho, no fim.

— Você sobreviveu agora, mas depois pode quase morrer de novo. — Argumentou e viu o pai negar.

Nunca mais seria assim. Ele não ia mais fazer aquilo com sua família. Sorriu um pouco maior e segurou as bochechas molhadas do filho, garantindo que olhassem um nos olhos do outro.

— Nunca mais vou assustar vocês assim. — Garantiu e olhou de relance para o noivo que também lhe encarou, sem entender. — Eu nunca mais vou fazer isso.

— O que você quer dizer com isso? — Pela primeira vez, o cozinheiro se pronunciou, denunciando a voz embargada pela emoção.

O soldado sorriu amoroso para aquele homem chorão. Sentiu tanta falta dele. Vê-lo de novo era quase como uma benção. Não acreditava em nenhuma força divina, mas se esse fosse o caso, aquela segunda chance de viver fora confirmada ali. Quando pôde admirar o rosto do amor de sua vida.

— Eu pedi baixa.

A informação fez o adolescente encarar o pai e Seokjin franziu o cenho confuso. Lembrava muito bem da conversa que tiveram durante as férias de verão, quando o acastanhado relatou sobre o sonho de servir às forças especiais. Não entendia.

— Mas você disse que temos que sobreviver para viver nosso sonho. — Yoongi, notavelmente confuso, encarou o pai que assentiu. — Por que vai desistir do seu?

— Eu estou desistindo do sonho do Kim Namjoon solteiro, jovem. — Tocou a ponta do nariz do menor e sorriu grande, mesmo um tanto fraco. — Eu sobrevivi para viver o sonho do Kim Namjoon casado, pai, homem e que quer viver o bastante pra criar todos os filhos ao lado do homem que ama. — Disse firme e desviou o olhar para o noivo que deu as costas e fungou. Riu baixinho.

Seokjin sempre tão sentimental. Podia ouvir claramente que estava chorando. Olhou para o filho que parecia um pouco perdido depois daquela informação. Tava tudo bem desistir de algo, ele estava feliz por isso. Estava feliz por ter a oportunidade de viver para decidir aquilo! E também não era como se não tivesse realizado um sonho, certo? Porque realizou. Foi convocado, serviu e saiu. A vida é assim.

Agora estava na hora de viver com um pouco mais de cautela. Não podia viver apenas por si mesmo, porque sabia que em suas costas havia toda uma família. Seu noivo o ensinou isso, mesmo que ele mesmo não verbalizasse nada, apenas a história dele contada pela boca de Sunhee... ele desistiu de tudo por causa da família e Namjoon sabia que se precisasse, ele desistiria de muito mais pela família que estavam montando agora. Não ficaria atrás, tinha sua parte naquilo também. Também era o chefe daquela casa!

Abrir mão por causa da família, faz parte.


Notas Finais


E aí? Uhhhhh. Namjoon é muito meu man goals. Eu vou repetir o que eu disse no ano passado, na época da primeira aparição dos meninos na Billboards: vamos apoiá-los com tudo o que temos. Eles merecem e estão chegando tão longe... precisam dos fãs perto, mesmo que de forma simbólica, no twitter e tudo mais. Amo vocês e amo meu fandom.

Me contem aqui o que acharam e podem ir no twitter trocar umas palavrinhas comigo, é tudo nosso. Até o próximo. @sarcasmoflet meu sac. ♥♥


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