História Our Light In Every Fight - Eu me sinto especial

Eu, Jung Hoseok, diria que sou uma pessoa caçadora de positividade, sempre procurando o lado bom das coisas, mesmo que esteja óbvio que elas não tenham, e achei nos meus três amores milhões de motivos para estar constantemente feliz.

Lembro-me muito bem de quando Namjoon pediu um animal de estimação e, mesmo que eu morresse de alergia à qualquer bicho peludo, permiti que ele tivesse um gatinho, o fabuloso e grande Mufasa.

Ele era rajado e muito carinhoso e, sendo filhote de gato gigante, com certeza seria um gato bem grande.

De nós quatro, a pessoa que mais se deu bem com o felino foi Yoongi. Parecia até que eram a mesma alma, dividida em dois corpos. Estranho pensar assim, mas essa teoria que eu e Namjoon criamos era engraçada.

— Pai, pode vir comigo por um minuto? — Joon entrou em meu escritório sorrindo como sempre. — Mufasa está imitando o papai de novo.

— Claro que posso, bebê. — Ri um pouco baixo e ajeitei os papéis na mesa, logo eu estava seguindo meu filho. — Tem certeza de que não é o seu pai que está imitando o gato?

Das diversas cenas que eu considero perfeitas, aquela era a melhor de todas sem dúvidas e eu fotografei. É uma pena, porque até hoje Yoongi não permite que eu faça um quadro para colocar na sala.

O gato encontrava-se deitado de barriga para cima, a boca estava levemente aberta, sua cabeça encostada em uma almofada e, por mais óbvio que pareça, sua expressão passava tranquilidade em seu sono.

— Olha no outro lado do sofá agora, pai — sussurrou, colocando a mão na frente da boca para segurar o riso.

Lá estava meu namorado, na mesma posição que o gato. Chegava a ser incrível, não importava onde e como eles estivessem, ambos estariam com a mesma expressão facial. Taehyung ainda insiste que aquele bichinho foi feito sob medida para nosso amor e eu não discordo.

O fato mais interessante era que Yoongi parecia não dar a mínima para o Mufasa. Se o animal estivesse vivo ou morto, não faria diferença alguma para meu namorado, mas isso não significava que ele o tratava mal. Era mais uma questão de “não quero demonstrar que amo essa bola de pelos perfeita”.

Não queríamos que isso acontecesse, todavia dois anos depois Mufasa foi para o céu dos gatinhos. Nunca descobrimos como, mas também ele nunca mais retornou para nossa casa. Namjoon ficou chorando por dias, procurando incansavelmente pelas ruas do bairro, pregando fotinhas nos postes para alguém mandar notícias e, mesmo com todos os nossos esforços, ninguém telefonou.

Yoongi fez questão de acompanhar toda a jornada que apelidamos de “caça ao gatão” e pude sentir a preocupação vinda dele. Meu namorado jura de pés juntos que só estava desconfortável por ver nosso filho chorar, mas eu sei que não era verdade. De vez em quando, ele acorda chorando e, sonâmbulo, nos diz que sonhou com o nosso mufasa.

Eu não sou convencido em dizer que sou uma pessoa importante para eles, porque, quando toda a esperança estava perdida, apareci com algo para distrair nossas cabeças.

— Nós vamos abrir uma empresa? Como assim, pai? — Namjoon estava mais uma vez no colo de Taehyung, sendo acariciado de forma calma.

— Sim, que tal todos nós nos empenharmos para achar o gatinho ou qualquer outro animal de estimação que as outras pessoas tenham perdido? Podemos cobrar um preço acessível para que todos possam ter acesso ao nosso serviço.

— O que acha, filho? Acho que seu pai quer transformar a nossas dor em algo bom. — Min sorriu, animado demais com a ideia.

— Podemos devolver os bichinhos que acharmos na rua e assim veremos pessoas felizes? Acho um boa ideia, pai. — Ele finalmente sorriu depois de vários dias.

Foi assim que demos início a “Mufasa Company”, um nome em homenagem ao nosso querido bichano. Namjoon se sentia especial a cada animalzinho que achávamos, Yoongi começou a trabalhar como recepcionista e nos ajudava nas ruas uma vez ou outra.

Taehyung ficou com a parte burocrática e investigativa quando um animal morto era encontrado. Ninguém nunca saiu impune, mas o índice de animais perdidos diminuiu muito na cidade.

É uma história curta, mas gosto sempre de relembrar. Eu me sinto especial por ter ajudado tantas pessoas e, principalmente, por ter feito meu filho voltar a sorrir. Não tem sensação melhor, acredite.

Namjoon agora já é um adulto e cumpre com as responsabilidades da nossa empresa, ele herdou o meu gene da felicidade. Essa ligação que temos vem do coração e, desde que o vi, sabia que seria o melhor filho do mundo.

E eu me sinto especial por cada sorriso que eu causei em toda a minha vida.