História Our Love - Dez

PAULO

Um mês e meio havia se passado e nada de muito diferente havia acontecido. Eu continuava evitando Carmen o máximo possível, por mais que isso me trouxesse um certo peso na consciência, era melhor ficar longe dela as vezes.

Estava fazendo minha lição de biologia, até que ouvi umas batidas na porta e me levantei para abrir. Era Alícia, ela sorriu ao meu ver, mas não estava ali a minha procura

(Alícia) - O Jaime tá aí? Preciso falar com ele.

O que ela queria com o Jaime? Por que tinha vindo procurar ele e não eu?

- Tá sim. Pode entrar.

Ela passou pela porta e eu a fechei novamente.

(Mário) - Alizinha, que bom te ver. Estava carente e veio resolver esse problema com o Paulo?

- Vai tomar no seu cu, Mário.

(Alícia) - Não - respondeu inocente como sempre - É que eu tinha que falar uma coisa com o Jaime.

- Quer que a gente saia? - ela fez que não e eu suspirei aliviado.

(Jaime) - Pode falar.

(Alícia) - O que você e a Margarida tem, afinal? - ela perguntou e Jaime a olhou sem entender nada - É que vocês transaram e tal e...

- Jaime safado! Pegou a Margarida e nem contou pra gente - gritei.

Ele olhou para Alícia como se estivesse a condenando por ela ter contado aquilo e na hora a morena colocou as mãos na boca, entregando que aquilo era segredo e ninguém devia saber.

(Alícia) - Desculpa, Jaime! Eu não sou boa em guardar segredo.

(Jaime) - Tá tudo bem, Aly. Já foi.

(Alícia) - Então, é que desde o dia...

A fala de Alícia foi interrompida por Daniel, que invadiu o quarto sem nem pedir licença. Ele tinha a respiração apressada e parecia ter corrido antes de chegar ali.

(Daniel) - Paulo, você tem que vir comigo. A Carmen desmaiou no meio do corredor e a diretora Olívia precisa de alguém para acompanhar ela até em casa, como você é namorado dela, vim te chamar.

Respirei fundo. Mais um problema vindo dela, droga! Calcei meus sapatos rapidamente e me despedi dos meus amigos. Alícia me olhou de um jeito triste, mas aquilo devia ter sido apenas impressão minha.

Corri atrás do Daniel, e fui resolver aquilo que me esperava.

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ALÍCIA

Entrei no refeitório e me sentei na mesma mesa em que minhas amigas estavam sentadas. Revirei os olhos e roubei um pedaço de abacaxi do prato de Marcelina, afim de que isso aliviasse o meu incômodo.

(Marcelina) - Você viu o meu irmão?

- Está com a namoradinha dele - respondi cínica.

(Marcelina) - Ouvi dizer que ela passou mal, não acredito que Paulo foi tão bobo de ir atrás dela. Isso deve ser só mais um teatrinho. Mas relaxa que logo vai acabar Aly, vamos dar um jeito!

- Não! Vocês não vão fazer mais nada para que o namoro dos dois acabe. Hoje ficou bem claro que o Paulo ama a Carmen e eu não quero atrapalhar os dois.

Marcelina me observou por algum tempo e depois voltou a comer seu abacaxi. Enquanto isso, eu tentava entender o motivo do meu coração estar apertado. Doia imaginar Paulo e Carmen juntos, fazendo o que quer que fosse.

(Marcelina) - Alícia, fica tranquila que uma hora ele vai acordar pra vida e vai se livrar dela. Sei que vocês são quase melhores amigos e que sua preocupação por ele é enorme, mas tudo vai se ajeitar.

Sorri com suas palavras e coloquei em minha cabeça que tudo ficaria bem. Afinal meu melhor amigo merecia isso.

- Ei, por que Margarida está tão quieta? - perguntei observando a Garcia que comia banana e abacaxi ao mesmo tempo.

(Marcelina) - Ela está assim estranha desde que o dia amanheceu.

- Ah, eu tentei falar com o Jaime sobre aquilo, porém não consegui terminar a conversa.

(Margarida) - Gente - pela primeira vez ela pronunciou - sabe o que eu estava pensando? Vitamina de banana com feijão e cenoura deve ser uma delícia!

Franzi as sobrancelhas demonstrando meu desentendimento e Marcelina fez o mesmo. O que se passava pela cabeça de Margarida?

- Que nojo, Margarida! Isso deve ser horrível. Vamos dar uma volta no jardim, você está precisando respirar ar puro.

Nós três nos levantamos e começamos a caminhar, porém do nada Margarida caiu no chão e colocou ambas as mãos na cabeça.

(Margarida) - Eu não estou me sentindo muito bem.

A preocupação tomou conta de mim e eu comecei a implorar para que não acontecesse o que eu estava pensando. Marcelina ajudou Margarida a levantar e eu fiz o mesmo, e então voltamos a caminhar, dessa vez com Margarida se apoiando na gente.

Chegamos no quarto e ela se deitou em sua cama, enquanto Marcelina pegava um copo d'água. Sem saber ao certo como ajudar, apenas me sentei no chão e fiquei associando todos os sintomas e esquisitices que Margarida vinha tendo ultimamente. Feito isso, cheguei em uma conclusão

 - Margarida, você vai ter que fazer um teste de gravidez.