Eu e Viollete viemos para o porão depois da aula pois ela estava machucada e eu estava suspeitando q ela não tivesse mesmo caído da escada. Estávamos lá, quando eu ouvi a porta ser trancada. Eu não me desesperei, mas Viollete começou a ficar sem ar, estava tendo um ataque
-Viollete! O que está acontecendo??
-Eu... Eu... Eu t-... Eu tenho Claus... Eu tenho claustrofobia
Clautrofobia é o medo de ficar em lugares fechados e sem saída, e é onde estávamos, num porão meio úmido, sem janelas, no subsolo da escola.
-Viollete, respira fundo!
-Eu... eu não... eu não consigo respirar...
Ela estava ofegante como se tivesse corrido uma maratona e desesperada como se estivessem apontando uma arma para sua cabeça.
-Violete-passei a mãe em seu rosto devagar, coloque a mão atrás do seu pescoço, onde estava suado assim como seu rosto, levantei seu cabelos e assoprei de leve seu cangote- fica calma, eu estou aqui contigo... Feche os olhos...-Tentei sentir sua pulsação, estava muito acelerada, se continuasse assim ela corria o risco de ter um ataque cardiaco-Rispire fundo-respirei com ela-e agora solte...
Ela ainda ofegava muito, como alguém que estava chorando e tentava se acalmar. Repeti esse exercício e respiração enquanto segurava seus cabelos e solvata o ar na sua nuca... Após alguns minutos ela já estava respirando normalmente
-Possou, muito bem... Como se sente?
-Muito melhor... Obrigada, mas ainda me sinto presa
-Fique calma, eu estou com você qualquer coisa, confie em mim.
-Obrigada...
-Fique deitada de novo, eu vou tentar ligar para alguém.
Eu peguei meu telefone e liguei para a escola, mas ninguém atendeu. Eu tenho o número do Kentin gravado ainda e nem sabia, vou ligar pra ele.
-Alo?-Ele atendeu rápido
-Kentin! É a Manu, eu preciso da sua ajuda!
-É claro! O que aconteceu?
-Eu estou presa no porão da escola com a Viollete, preciso que você dê um jeito de achar as chaves, alguém nos trancou aqui.
-Como assim? Você não viu quem?
-Não vi, mas só tem um suspeito...
-Estarei aí dentro de 10 minutos, fique calma!
Ufa! Consegui a ajuda do Kentin, um militar pode me ajudar, mesmo que não ache a chave, ele pode arrombar a porta qualquer coisa hahaha
Realmente não tardou para ele chegar, menos de 10 minutos até, durante esse tempo eu fiquei acalmando Viollete para não ter mais um surto de claustrofobia.
-Manu! Eu consegui as chaves!-Ele gritou do lado de fora
-Kentin!!
Ele abriu a porta e foi me ajudar a carregar Viollete, ele estava um pouco tonta e não conseguia andar sozinha, levamos ela para o pátio, e a diretora estava andando por lá.
-O que aconteceu com ela???
-Diretora! Eu e Viollete fomos para o porão depois que acabaram as aulas e alguém trancou a porta enquanto estávamos lá!
-Isso não explica a situação da aluna!
-Ela é claustrofóbica!
-Vou chamar uma ambulância!
-Não há necessidade! Ela logo vai ficar bem, se a senhora quer ajudar, busque uma jarra de água
-Como ousa me dar ordens?!
-Se a senhora não quer ajudar, Kentin pode fazer isso!
No mesmo instante, prontamente Kentin se levantou e correu em direção à cantina e pediu uma jarra de água gelada e trouxe pra o pátio. Quando olhei para trás a dondoca já não estava mais lá.
-Obrigada
Tirei uma blusa de educação física que estava na minha mochila e molhei na água gelada e passei no rosto dela
-Respira, Vio... Respira...
Alguns instantes depois ela já estava bem... Eu nunca fiz curso de primeiros socorros nem nada do tipo, nunca presenciei um situação parecida, mas eu sei manter a calma e conheço a anatomia humana, então sei lidar com isso.
-Manu, obrigada mesmo...
-Imagina, não foi nada :)
Ela se levantou e parecia ótima, como se nada tivesse acontecido
-Estou com fome haha vamos comer algo nós três?
-Eu topo, e você, Kentin?
-Eu tô sem grana haha desculpem garotas...
-Eu pago pra você e depois você me paga, isso não é problema!
-Eu sempre esqueço de pagar, desculpe hahaha
-Tudo bem então, nós vamos indo obrigada por tudo, Ken
-Já pedi pra não me chamar de Ken... Hahaha
Eu o abracei forte
-Obrigada também, Kentin, não sei o que seria de nós sem sua ajuda-disse Viollete indo abraçá-lo também
-Imagina!
Nos despedimos e fomos cada um para o seu lado. Eu e Viollete fomos na confeitaria Três Romances que fica à algumas quadras da escola.
No meio do caminho ela decidiu segurar minha mão, e eu cruzei nossos dedos... Acho que me apaixonei em alguns dias... Por mais que ela tenha seus defeitos e tenha seu passado, ela me faz sentir especial...
Quando chegamos, a confeitaria estava com poucos clientes, já eram por volta das 15h. Fomos atendidas por ninguém mais, ninguém menos que Nathaniel
-Olá meninas, o que vão querer?
-Nath!-Viollete ficou feliz em vê-lo, tentou levantar rápido para cumprimentá-lo mas sentiu dor no joelho machucado
-Fique tranquila. Fico feliz em te ver também.
-Não sabia que você trabalhava aqui- eu disse
-Eu estou juntando dinheiro pra quando eu fizer 18 anos morar sozinho
-Grande empreendedor hahaha bom, eu quero uma torta de limão, e você Vio?
-Torta alemã! E uma laranjinha para tomar
-Ah, eu quero um suco de morango também
Dessa vez não ficamos conversando, só ficamos nos olhando e sorrindo como um casalzinho de filme americano...
Não demorou para Nathaniel trazer nosso pedido numa bandeija.
Comemos e ficamos conversando por algum tempo sobre como amamos doce e comidas doces...
-Bom, acho que amo você, então...-Eu disse para Viollete, rolou um pequeno silêncio...
-Estávamos falando de doces, por que está falando que me ama?
-Porque você é doce, em todos os aspectos- tomei um gole de suco e sorri de canto enquanto admirava a expressão tímida dela
-Nesse caso, eu também te amo...
Até me engasguei quando ouvi ela dizer isso...
-Como assim?
-Voce é um doce comigo, seu gosto é doce, seu beijo é doce, seu jeito de olhar pra mim, o modo como se preocupa comigo é doce... Você é um doce, e eu amo doces...
Agora eu quem fiquei vermelha e sem jeito... Ela conseguiu virar o jogo e me deixar sem reação...
-Vou pagar a conta...
-Não, eu pago
-Para, eu pago pra você... É o nosso primeiro "encontro" afinal...
-Por isso eu deveria pagar o seu e o meu
-Não mesmo...
-Cada uma paga o seu, então.
-Ok... Se prefere assim...
Pagamos a conta e saímos da confeitaria
-Quer fazer algo agora?
-Bom, eu adoraria comer um doce bem grande...
-Acabamos de comer doce! Você vai ter diabete!
-Como você é burra...
-Ah...
-Meus país não estão, quer ir lá?- é a primeira vez que ela me convida para ir na casa dela
-Claro, só vou mandar uma mensagem para minha mãe não ficar preocupada.
Mandei uma mensagem para minha mãe avisando que estava indo na casa daquela amiga de outro dia, ela só me respondeu com um "positivo"
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Foram 30 minutos à pé, foi bom para digerir a comida, no meio do caminho paramos na pracinha para brincar no playground que estava vazio, e seguimos viagem.
-Bom, bem-vinda a minha sweet home... Não é um castelo como a sua casa, mas é aconchegante...
-É linda...
A casa realmente não era nenhum castelo, mas era rústica, algo como a decoração de uma cabana de caca.
-Vem, vamos para o meu quarto!
No caminho para o quarto dela, ela me mostrou onde ficava o banheiro, a cozinha, e o estúdio onde o pai dela compunha algumas músicas. O pai dela e vocalista de uma banda de garagem sem sucesso, nunca tinha ouvido falar na Casa De Cima, o nome dá banda dele...
Quando entramos em seu quarto, parecia um cômodo perfeito! O quarto era perfeitamente organizado, se tivesse alguma coisa desorganizada passaria batido diante de tanta perfeição!
-Nossa! Você que arruma ou vocês tem empregada?
-Hahaha, não temos esse luxo aqui, somos humildes hahahahaha
Ficamos sentadas na cama dela com versando mais e mais, como se nata tivesse acontecido no porão hoje. Teve um momento que eu me joguei para trás me deitando na cama dela, bem à vontade hahaha
Nesse momento, ela se deitou no meu peito, e ficamos assim, em silêncio, não falamos mais nada, não rimos, não trocamos olhares maliciosos, a única coisa q eu fazia era respirar a mexer em seus cabelos... E ela só estava me abraçando, mas parecia que ela dizia pra eu não sair de perto dela nunca... Não se preocupe, Vio... eu não tenho esses planos em mente...
-Eu, Manu...
-Fala, Vio...
-Eu te amo...
Eu hesitei em responder, afinal, eu não sei se esse sentimento é correto... Mas não custa nada confortar ela, afinal, não é uma completa mentira, eu gosto muito dela, mas eu não sei se é amor...
-Eu também te amo...
Continua!!!
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