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História Ouroboros (Hiatus) - 0004


Escrita por: chiibis

Notas do Autor


Nem vou revisar agora, to com muita preguiça, talvez amanhã eu revise e reposto. Mas quem não ligar de estar sem editar...boa sorte!

Capítulo 5 - 0004


Fanfic / Fanfiction Ouroboros (Hiatus) - 0004

A ardência nos olhos de Jinyoung o impedia de abri-los completamente. Ele não conseguia contar por quanto tempo esteve desacordado, e a luz invadindo o quarto e invadindo sua visão, fazia seus olhos arderem ainda mais.

Jinyoung tinha a impressão de não ter estado desacordado por mais de algumas horas, porém, talvez fosse seu cérebro lhe dando alguma esperança de que a situação não estava tão ruim.

Sua cabeça latejava, e por mais silencioso que o quarto estivesse, Jinyoung parecia sentir marteladas massacrando seu cérebro toda vez que ele tentava identificar o lugar onde estava.

Foi somente quando ele finalmente conseguiu abrir os olhos por completo e observar os aposentos em que dormia é que os eventos anteriores ao seu desmaio começaram a surgir e ele deduziu onde pudesse estar.

Desde que Jinyoung viu o rapaz dos cabelos cor de areia na estalagem onde estava hospedado, ele imaginava que o outro viesse de uma família rica, já que não era comum que um simples cidadão tivesse posse de guardas a sua disposição, ou carruagem pronta para buscá-los toda vez que se embebedassem em algum bar qualquer.

Toda vez que o rosto do rapaz aparecia nas costas dos seus olhos, Jinyoung tentava se desligar daquele pensamento, e embora na maioria das vezes tivesse sido um fracasso tentar deixar de pensar em quem quer que fosse o outro, em alguns momentos ele tinha sucesso e conseguia esquecer do seu rosto.

“Nós precisamos sair daqui, essas pessoas são estranhas. Jinyoung acorda!” Arin entrou no quarto carregando uma bandeja de comida, não se dando conta da sua falta de modos ou do fato que seu amigo havia desmaiado e estava fraco.

“Oh, você já acordou.” Ela se deu conta, colocando a bandeja na pequena mesa ao lado da enorme cama em que Jinyoung estava deitado.

“Essas pessoas são estranhas Jinyoung, nós precisamos sair daqui.” Arin repetiu, e Jinyoung sentia sua garganta seca, o que o impedia de respondê-la.

“Aqui.” Arin buscou pela jarra de aço que estava ao lado da cama e despejou água em um dos copos, entregando para Jinyoung em seguida.

“Jinyoung, eu sei que você está fraco.” Arin começou, assistindo Jinyoung beber o copo de água aos poucos, como se de alguma forma o simples ato de beber água machucasse sua garganta.

“Mas nós temos que sair daqui. Você faz idéia de quem são essas pessoas?” Arin estava aflita, do seu próprio jeito de expressar aflição, ou seja, comendo.

Jinyoung só conseguia pensar na quantidade de dinheiro que aquelas pessoas deviam ter, não no tamanho do poder que eles tinham.

“A gente está no palácio do Rei.” Arin enfiou um enorme pedaço de pão na boca, bebendo água por cima para ajudar a mastigar. Jinyoung não entendia como ela podia não se engasgar com aquilo.

“Rei?” A afirmação da garota não soava tão convincente, já que era impossível que eles estivessem no palácio real.

Aquilo era impossível, certo?’ Jinyoung pensou.

“Hey, você está acordado!” O rapaz soava entusiasmado, e totalmente ignorou os protocolos sociais onde ele deveria bater na porta entrar, porém quando Jinyoung se deu conta ele já estava sentado nos pés da cama o observando com preocupação.

Jinyoung e Arin se entreolharam, e ele pensou que a amiga fosse começar algum tipo de discussão pelo outro ter invadido o quarto onde eles estavam, mas ela parecia mais interessada em devorar a comida na bandeja.

“Oh!” O rapaz pareceu se dar conta do sua inconveniência, se levantando da cama em um impulso.

“Desculpa, eu não me apresentei. Jackson.” O rapaz informou, esticando sua mão na direção de Jinyoung, que ainda se sentia fraco e desorientado.

Por alguns segundos, Jinyoung apenas encarou o rapaz e sua mão esticada na sua direção, tentando entender qual era a verdadeira intenção do outro, mas após um tempo ele se deu conta de que o rapaz exalava simpatia e parecia inofensivo.

“Jackson…” Jinyoung repetiu o nome do outro, esticando a mão para cumprimenta-lo.

“Oh. Você também se chama Jackson?” Jackson soava ainda mais entusiasmado por conhecer alguém com o mesmo nome que ele, o que fez Jinyoung deixar um sorriso se formar ao assistir a reação do outro.

“Não, o nome dele é Jinyoung.” Arin respondeu por Jinyoung, assistindo entediada toda a cena.

“Ah…” E agora Jackson soava desapontado.

“E você é…?” Aquela era para ser uma pergunta simples, porém, na situação em que Jinyoung e Arin estavam, divulgar quem eles eram fora do estádio de batalha era quase que perigoso.

“Arin.”  O tom de Jinyoung era uma mistura de resposta e repreensão, e ao ouvir seu nome, a garota olhou na direção do rapaz.

“Você não é a princesa misteriosa que o pessoal tem comentado?”

Jinyoung e Arin se entreolharam, e embora eles não soubessem que Jackson não pretendia causar nenhum mal, apenas descobrir mais sobre os dois, a natureza preocupada do casal os fizeram enrijecer o corpo em aflição.

“Misteriosa?” Jinyoung perguntou no lugar de Arin, já que a garota havia ficado ainda mais ansiosa com a pergunta do outro.

“É, o pessoal tem comentado sobre a princesa que ninguém conhece de onde venho. O pessoal tem comentado mais sobre o dragão dela do que sobre ela realmente.” Jackson comentou sem pensar, e a informação fez o corpo de Jinyoung gelar.

“O que tem o dragão d--, o meu dragão?” Os olhos de Jinyoung a repreendeu novamente, tentando evitar que ela dissesse algo que desmascarasse a história que eles haviam criado.

“Vocês sabem o porquê.” Jackson comentou como se fosse algo óbvio.

Arin e Jinyoung se entreolharam novamente e balançaram a cabeça em negação. Os dois sabiam quase nada sobre dragões ou as histórias sobre eles, tudo que eles sabiam até o momento fora parte das descobertas vivenciadas.

“Não existem muitos dragões dos olhos azuis hoje em dia.” Jackson olhou para os dois, como se aquela informação fosse algo extremamente comum para se saber quando se é dono de um dragão.

“Vocês não sabiam?” A pergunta era óbvia já que as expressões dos dois os entregavam.

“Sabíamos, claro que sabíamos. Não sabíamos Jinyoung?” Arin soava tão aflita que até uma criança entenderia que ela estava mentindo.

Jinyoung não conseguia pensar muito na situação em que ele se encontrava, sua mente só focava no fato de que seu dragão era especial de alguma forma, e que as pessoas estavam comentando sobre isso, porém, ele não fazia idéia do porquê ter os olhos azuis o fazia tão diferente dos outros.

“Na verdade nós não sabíamos.” Jinyoung confessou, surpreendendo Arin.

Jinyoung sabia que no momento em que ele mentisse e dissesse que sabia daquela informação, suas perguntas sobre o que fazia Amon diferente iriam persistir e ele não conseguiria as respostas.

“A família dos dragões de olhos azuis é antiga e poderosa, uma das primeiras. Eles sempre foram famosos pelas suas habilidades extra, e por saírem vitoriosos das batalhas e isso irritava alguns reis, então houve um tempo onde esses reis contratavam caçadores clandestinos para caçar e matar dragões dos olhos azuis. Primeiro eles matavam seus donos e depois, quando os dragões estavam fracos por ter perdido o vínculo, eles matavam os dragões.” Jinyoung sentiu um nó se formar na sua garganta e um frio gelar sua espinha ao ouvir aquelas informações, principalmente o fato de que o tal Jackson havia confirmado que os dragões e seus donos realmente possuíam um vínculo.

“E hoje em dia é realmente bem raro encontrar dragões com os olhos azuis.” Jackson terminou.

“Na nossa eq--”

Os três pares de olhos virou na direção da enorme porta, observando as novas pessoas entrarem no quarto sem ser convidados a entrar.

“Eu te disse que ele já tinha acordado.” Um dos rapazes comentou, como se eles estivessem cogitado entrar no quarto antes mas ficaram com receio e que Jinyoung ainda estivesse desmaiado.

E em questão de segundos, o quarto estava cheio de rapazes que Jinyoung lembrava de momentos anteriores ao seu desmaio, um falando sobre a voz do outro. O desconforto de ouvir tantas vozes juntas estava fazendo com que Jinyoung voltasse a se sentir mal, exatamente como havia sido no mercado.

“Pessoal!” Jackson chamou a atenção dos outros, que só então pararam de falar e voltaram seus olhares na direção de Jinyoung, que tapava seus ouvidos com as mãos e fechava seus olhos com tanta força que lágrimas começaram a sair em ardência, tentando evitar ouvir tantas vozes e ver tantas pessoas de uma única vez.

Quando Jinyoung finalmente percebeu que as pessoas no quarto o encaravam, e só o que restou no quarto fora o silêncio, ele largou as mãos dos ouvidos e abriu os olhos.

“Jinyoung?” Arin chamou, e só então Jinyoung percebeu que nos poucos segundos que ele havia tentado se desligar do quarto, a garota havia pulado da cadeira e sentado na beirada da cama.

“Eu estou bem...acho.” Jinyoung respondeu sorrindo, tentando reafirmar seu estado.

“Você está melhor? Precisa de alguma coisa? Eu posso pedir para--”

“Eu estou bem.” Jinyoung interrompeu um dos rapazes.

Durante toda aquela cena em que ele se encontrava, Jinyoung tentou não deixar seus olhos encontrar os do rapaz que havia lhe segurado nos braços, e ao que parecia, o rapaz tentava fazer o mesmo, considerando que ele havia encostado às costas na parede mais longe da cama e observava toda a comoção que seus amigos estavam fazendo.

“Obrigado por nos acomodar. Mas nós precisamos ir.” Assim que Jinyoung terminou de agradecer, os olhares no quarto seguiram em direção ao rapaz no canto do quarto, como se ele tivesse algum poder que impedisse Jinyoung de deixar aquele lugar.

“Você tem certeza que não precisa de nada? De que está realmente bem para ir embora?” Um dos rapazes perguntou, e seu rosto era tão simpático e amigável, que Jinyoung se viu sorrindo na sua direção ao responder, tentando reassegurá-lo da mesma forma que ele havia feito segundos antes com Arin.

“Eu estou bem. Obrigado pela hospitalidade.”

Mark observava cada pequeno detalhe sobre o rapaz na cama, aquele havia sido o mais próximo que eles haviam estado um do outro, mesmo que Mark tivesse o segurado nos seus braços, no momento em que o corpo do outro caiu enfraquecido, sua ‘amiga’ havia empurrado Mark para longe e segurado o rapaz ela mesmo até o momento em que uma das suas carruagens chegar e seus guardas levarem o rapaz desmaiado para um dos quartos do seu palácio.

Mark não entendia a razão pela qual agora que ele havia abraçado o corpo do outro, ele sentia como se houvesse necessidade de permanecer daquela forma.

Mark sempre teve tudo que queria, ele era filho do rei afinal de contas, porém ele nunca quis muito. O simples sempre o agradou mais do que o luxuoso. Mas agora...agora tudo que ele queria era segurar o rapaz, a poucos metros dele, nos seus braços novamente.

“Jinyoung, eu vou deixar você ir com a condição de que se precisar de qualquer coisa. QUALQUER COISA“, Jackson enfatizou, “Que você vai me procurar.”

‘Jinyoung, Jinyoung, Jinyoung’ O cérebro de Mark continuou repetindo, como se de alguma forma aquilo fosse um mantra.

Jackson agia como se ele e Jinyoung fossem amigos por décadas, quando na verdade eles acabaram de se conhecer, mas ele não achava isso ruim, muito pelo contrário, aquela sensação de ser tratado bem e de que alguém se importa, mesmo que ele provavelmente esqueça de Jinyoung nas próximas horas, era uma sensação boa e Jinyoung não iria desperdiçá-la.

“Eu te procuro. Nós te procuramos.” Jinyoung respondeu, apontando para ele e Arin, que nessa altura já havia recolhido sua pequena sacola de pano e colocado várias porções de comida dentro, como se os donos do palácio não estivessem assistindo as ações dela.

“Pra mais tarde” Ela comentou despreocupada, como se guardar comida pra depois fosse algo comum e normal, “Eu vi que vocês tem mais comida na cozinha, não vai fazer falta.” Ela terminou.

A mão de Jackson alcançou o quadril de Jinyoung, o ajudando a se levantar, e Mark sentiu esfriar todo seu corpo ao assistir aquela cena.

“Tem uma carruagem te esperando lá embaixo.” O rapaz que Jinyoung havia interrompido avisou.

“Como você sabia que nós estávamos indo embora agora?” Arin perguntou um pouco desconfiada.

“Tem sempre carruagem esperando lá embaixo. É o palácio do rei.” Um dos rapazes, o que tinha o rosto divertido e parecia estar pronto para se apresentar em uma ópera, explicou.

Jinyoung se lembrou onde ele estava, e era inevitável não se sentir desconfortável ao lembrar o quão pequeno ele era, comparado àquelas pessoas.

Após tantos minutos preso na idéia de que seus olhos não poderia encontrar os do rapaz encostado na parede no canto do quarto, Jinyoung parado no meio do quarto entre os amigos do outro e Arin segurando seu quadril a fim de lhe dar suporte mesmo que ele já tivesse mostrado que estava forte o bastante para andar por conta própria, quando ambos se olharam, eles sentiam que já não havia ninguém em volta.

Mark estava longe, mas ele via os olhos de Jinyoung tão próximo dele, que era como se não houvesse distância, não houvesse pessoas em volta, não houvesse mundo, apenas os dois, um mergulhado no olhar do outro.

Era daquilo que Jinyoung tentou fugir desde que Mark entrou no quarto, e era daquilo que Mark fugia quando decidiu que seria melhor ficar longe o bastante do outro rapaz. Ambos não conseguiam entender qual conexão fazia com que toda vez que eles se olhassem nos olhos, suas mentes se perdessem dos seus corpos e só a existência dos dois fosse sólida o bastante para mantê-los em pé.

“...young…Jinyoung!” Arin chamou pela terceira vez.

“Vamos?”

“Hã?” Jinyoung tirou os olhos do olhar de Mark, virando na direção da amiga.

“Vamos?” Ela repetiu e Jinyoung voltou a andar,  e o ar nos seus pulmões voltou a circular pelo seu corpo.

“Obrigado.” Jinyoung agradeceu novamente, dessa vez na direção onde Mark estava, porém sem o olhar nos olhos.

 

//

 

Toda vez que algum dos rapazes trazia a tona o assunto ‘como-Mark-comeu-o-tal-Jinyoung-com-os-olhos’, Mark arranjava alguma desculpa para se afastar e tentar evitar não ser rude, já que os seus amigos não entendiam que a forma como ele olhava para Jinyoung não era sobre desejo, era algo que ele não conseguia colocar em palavras sem soar totalmente louco.

“O que você acha que é?” Youngjae perguntou na direção de Jackson, esperando que o rapaz tivesse alguma teoria de porque Mark estava agindo daquela forma.

“Vamos ser sinceros? O cara é tão bonito que até eu ficaria babando nele.” Jackson confessou, levando um tapa no ombro como reação explosiva da risada de Youngjae e Bambam.

Jaebum permanecia em silêncio, tentando não demonstrar seu desconforto toda vez que Youngjae e Jackson se tocavam, ou quando o assunto era a vida pessoal de Mark no qual ele sabia as respostas mas não tinha autorização para divulgar.

“Aposto que nosso Jaebumie sabe.” Youngjae usou seu tom de fofura com Jaebum, deitando seu queixo no ombro do outro, esperando que ao agir daquela forma o rapaz pudesse lhe dar algumas respostas.

Ao contrário da forma como ele se sentia quando Youngjae e Jackson se tocavam, quando Youngae o tocava ou falava como se ele fosse a única pessoa capaz de lhe dar respostas ele sentia como se ele fosse único e só ele pudesse satisfazer o outro rapaz. Porém, a realidade era outra e ele sabia que no fundo Youngjae só estava o usando, ou talvez fosse sua forma distorcida de enxergar as ações do rapaz.

“Eu também aposto que o Jaebumie sabe.” Yugyeom tentou agir de forma fofa como Youngjae havia feito, mas ganhou um puxão de orelha desajeitado e brincalhão de Jaebum, arrancando risadas dos outros rapazes.

“Eu não sei de nada dessa vez.” Jaebum finalmente respondeu, e os olhos dos rapazes na mesa eram de que eles não acreditavam naquilo.

“De verdade, dessa vez eu não sei de nada sobre o que tem se passado na mente dele.” Aquela era uma omissão por escolha de palavras, afinal, Jaebum realmente não sabia o que se passava na mente de Mark, mas ele definitivamente sabia o que fazia Mark e Jinyoung se perderem um no olhar do outro.

 

//

 

“Jinyoung, eu não vou deixar você sair. O céu está cinza.” Arin tentou explicar, mas Jinyoung não iria obedecê-la e no final das contas ela sabia que só estava gastando palavras.

“Eu vou ver ele, e voltar antes de começar a chover.” Jinyoung abriu a porta e saiu antes que a amiga continuasse a impedi-lo de correr para ver Amon.

Durante toda a manhã, Jinyoung sentia que precisava ir ver Amon, porém, seu corpo ainda se sentia fraco e Arin o prendeu na cama até que ele estivesse bem o bastante para ir até o bar da estalagem comer algo...sozinho.

No começo da tarde a sensação de que ele precisava ir ver Amon aumentou, e foi quando ele se trocou, ignorou todas as desculpas que Arin criou para não deixá-lo sair com o tempo de chuva, porém, no final das contas Jinyoung venceu ao ser mais teimoso que a amiga.

“Hey menino, como você está?” Jinyoung chamou, acariciando as costas das orelhas de Amon.

O pátio onde os dragões ficavam era como uma enorme catedral, porém muito maior do que 100 catedrais. O teto tivera sido feito para abrir conforme os dragões pudessem voar quando seus donos permitissem, e cada ‘quarto’ era feito para ser grande o bastante e coubesse de dois a três dragões dentro, assim eles não tinham problema em separá-los por nível de agressividade ou algo que os fizessem machucar uns aos outros.

Aparentemente Amon estava bem, mas a conexão entre ele e Jinyoung transportava ansiedade, e Jinyoung não podia deixar de sentir que havia algo errado.

“Porque você está assim menino?” Jinyoung sentou ao lado de onde a cabeça de Amon estava deitada no chão.

Para quem olhasse de fora, parecia que o dragão estava depressivo, mas só Jinyoung podia contar que ele estava ansioso, não triste.

Jinyoung sentia como se algo importante estivesse para acontecer, e Amon de alguma forma pudesse prever tal acontecimento.

“Não precisa se preocupar com a batalha de amanhã, você vai se sair bem.” Jinyoung interpretava a ansiedade do dragão como se fosse por causa da batalha que ele teria na manhã seguinte.

Amon não estava ansioso por medo, mas Jinyoung não sabia disso.

 

//

 

O dragão sobrevoando o estágio era lindo. Jinyoung não podia contar muito sobre outros dragões, afinal, ele só tivera visto aqueles com quem Amon já tinha batalhado contra, porém, ele podia garantir que o dragão sobrevoando eles, era definitivamente o mais bonito que ele já viu.

Jinyoung ouviu algum dos competidores comentar sobre ela, dizendo que o que ela tinha de travessa ela tinha de perigosa.

“Eles chamam ela de Bastet.” Arin parecia encantada pelo dragão tanto quanto Jinyoung.

O dragão que ela batalhava contra era majestoso, duas vezes maior do Bastet. A cada ataque de Bastet era como não atingisse o dragão oponente, e a cada ataque dele que ela defendia, parecia alimentar o ego dele. Quase no final do tempo de batalha, ela parecia estar cansada e pronta para ceder, embora ainda se movimentasse de força linda e esplendorosa, o outro dragão pareceu ter deixado seu ego crescer ainda mais, acreditando que a batalha estava ganha, e em um único ataque final, Bastet o jogou no chão da arena, o que indicava que ela havia ganho a batalha e o público levantou para aplaudir assim que ela pousou no chão.

“Ela também é conhecida por enganar os dragões, alimentarem os egos dos seus donos e então finalizar eles no último momento.”

Jinyoung percebeu que Arin explicava como se estivesse contando sobre seu herói favorito, seus olhos brilhavam ao falar sobre Bastet, e ele se perguntou como seria se Arin pudesse ter seu próprio dragão.

O brilho nos olhos de Arin se desfez no momento em que ela viu quem andou até o meio da arena para acariciar o dragão e receber os aplausos do público por ser dono de Bastet. Era um dos rapazes amigos de Jackson, o que ela havia discutido no dia em que Jinyoung desmaiou.

 

//

 

“Eles não vão lutar?”

“O que está acontecendo?”

“Porque eles não se mexem?”

Essa era uma das perguntas mais feitas pelo público em volta dos dragões pousados no chão da arena, ambos se olhando nos olhos e apenas mexendo seus pescoços em cumprimento um ao outro.

Jinyoung e Arin estavam em um dos lados da arena, enquanto o dono do outro dragão se encontrava no lado oposto.

Amon já havia lutado 3 lutas, ele estava exausto. O fato de que ele era o único dragão da equipe de Jinyoung, que por sinal só constava de Jinyoung e Arin, que por sua vez não possuía um dragão e no exato momento fingia ser a dona de Amon, só piorava a situação. Amon estava acostumado a vencer batalhas com dragões de reinos menores, e os dragões de Thebes definitivamente eram mais poderosos, entretanto, isso não explicava o motivo pelo qual ambos os dragões no meio da arena não se moviam.

“Porque ele não se mexe?” Arin perguntou aflita de um dos lados da arena, enquanto do outro lado, Yugyeom fazia a mesma pergunta para Mark.

“Eu não faço ideia.” Mark e Jinyoung responderam no mesmo instante, porém eles não sabiam disso, ambos não tinham resposta para o que estava acontecendo.

“Eu peço que os donos se apresentem ao estande.” Um dos locutores gritou na sacada do podium, descendo as escadas em seguida para encontrar os donos dos dragões.

Jinyoung só sabia que o nome do dragão que Amon iria competir se chamava Amunet, o que era uma coincidência engraçada, considerando que ambos os nomes eram similares. Porém, Jinyoung não sabia quem era o dono de Amunet.

“V-Vo-Você!” Arin gaguejou, se aproximando do locutor e de Mark.

Jinyoung evitou olhar nos olhos de Mark mais uma vez, muito preocupado com Amon para lidar com as próprias emoções naquele momento.

“Eles não podem lutar.” O organizador da batalha que estava ao lado de um dos locutores contou, fazendo com que Arin, Jinyoung e Mark o olhasse como se ele tivesse acabado de dizer a coisa mais absurda do mundo.

“Porque não?”

“O que eles tem de errado?”

“Porque eles não vão lutar?”

As perguntas de Mark, Arin e Jinyoung eram uma mistura de dúvidas que seriam todas respondidas com a mesma resposta.

“Eles não podem lutar, porque Amon e Amy são irmãos. Família não luta contra família.”


Notas Finais


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