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História Outlaws - Absolution


Escrita por: Gabswise

Notas do Autor


Esse capítulo leva o nome da minha música preferida do The Pretty Reckless e conforme eu for postando, vocês vão entender um pouco mais.

Capítulo 3 - Absolution


Fanfic / Fanfiction Outlaws - Absolution

Corra, garoto, seja um homem. Com pernas fracas demais para tomar uma posição, todos somos crucificados no final. — The Pretty Reckless 

 

Evan's POV 

Acordei tremendo. Não chega a ser novidade alguma acordar dessa forma. Ultimamente, tem sido pior e cada vez mais frequentes. Fodido. Essa única palavra descreve totalmente minha atual situação. Levanto e tomo um banho quente, escovando os dentes embaixo da água, para aproveitar. Depois de uns 15 minutos e uma escova jogada por cima do box, eu deixo o local. Visto qualquer coisa que encontro pela frente e vou seguindo para a cozinha.

Nem eu sei o que vim fazer aqui, sendo que eu não consigo ingerir nada pela manhã. Pego uma fruta e após obter as chaves, deixo o local. Meus passos são arrastados pelo motivo de que eu não quero ir. Não quero ver Cassie e me sentir culpado. Não quero ver seus amigos e saber que todos têm falado de mim. 

E então, como se fossem minhas próprias sombras, as lembranças começam a vir. O caminho começa a desaparecer e toda aquela confusão começa a vir, tomando conta de tudo o que eu vejo. 

— então o merdinha vai fugir? — perguntou, me prendendo contra a parede — é só isso o que sabe fazer, além de vender drogas. Você é um nada. — cuspiu as palavras 

Nada respondi. Talvez estivesse paralisado demais pra isso. A única coisa de que sei ser capaz é olhar fixamente em seus olhos escuros e psicóticos. 

— e vai morrer sendo um nada. — esbravejou

Através da gola, ele me puxa com força e eu me desequilibro. Caio sobre uma mesa de vidro e sinto meu coração disparar, como se fosse escapar de meu peito. 

— pode fugir quantas vezes quiser, mas sempre que o fizer, eu vou te encontrar. — ameaçou

Balanço a cabeça, acordando do devaneio. Quando vejo, estou na frente da escola. Aqueles malditos olhares me deixam nervoso e eu percebo que até agora, eu não me droguei. Devo estar tão tenso que meu corpo até esquece da ausência da droga. Bizarro. 

— e então, novato? — ouço James se aproximar

— o que? — eu o encaro — ah. Entendi. 

— tem aí? 

— se você pensa que eu sou otário demais a ponto de trazer droga pra escola... 

— eu pensei que não. — sorriu — onde?

— aquele mesmo bosque. Depois da aula eu pego o que você precisa. 

Ele assentiu e saiu. Bristol pode ser minúscula, mas tem exatamente o que eu preciso. Anonimato. Eu não sei porque, mas tudo parece estar se repetindo de novo. Deveria estar fazendo o oposto, e não atraindo Cassie para a merda fodida que eu sou. Falando nela, a própria acaba de chegar e sorri gentilmente para mim, que retribuo. 

Sigo andando para dentro do prédio e ao sentar na carteira, eu me desligo totalmente do mundo. Olho para a folha de papel abaixo e começo a rabiscar. 

Me perco facilmente através das linhas pretas rabiscadas, sobrepostas sobre as outras. Quando afasto de mim, é uma garota, segurando uma flor. Cassie. Essa garota tem sido pior que cocaína, pra falar a verdade. Eu vejo ela em tudo o que faço, o que praticamente, tem me deixado irritado. 

Desvio minha atenção do desenho para qualquer coisa que esteja por perto, e curiosamente, o loiro de seu cabelo me atrai. Inclino-me sobre a carteira e deixo minha cabeça apoiada sobre minha mão. 

Todo esse tempo eu tenho fugido de tudo por medo. Medo de que algo aconteça com quem esteja próximo de mim. É apenas medo. Eu nem sei se estarei vivo na manhã seguinte, o que já é o suficiente para alguém não querer estar comigo. 

Ouço o sinal soar alto, novamente me arrancando de meus pensamentos. Levanto, jogando tudo dentro da mochila preta e surrada, então sumo. Não quero ficar aqui, então simplesmente saio da escola e se foda o resto. 

— EVAN! — alguém me chama 

Viro-me de costas e vejo uma das amigas de Cassie. Se a merda já não tinha fedido antes, agora vai, definitivamente. 

— olá? — digo 

— sou Jal. — se apresenta — Michelle falou sobre você. 

— Michelle? Desculpe, sou ruim com nomes. 

— a garota com cachos — apontou

— ah... — sorri — o que quer?

— nós não sabemos nada sobre você, mas Cassie tem agido estranho e isso é desde que vocês dois foram vistos juntos, ou seja, ontem. Se for para você fazer o mesmo que Sid fez, fique longe dela. — disse, rígida. 

Mordo o lábio inferior, um pouco nervoso. Acho que as fofocas já andaram correndo soltas por aí, entretanto, eu não me importo.

— sabe, Jal, eu não sou do tipo que me envolveria. — digo — eu tenho uma vida fodida e tampouco me importa o que acontece ou o que deixa de acontecer. Eu sou ninguém. Eu sou um cara morto. 

— cara m... 

— calma aí. — eu a interrompi — um cara como eu não se envolve e não se envolveria com uma garota feito a Cassie. Não se preocupe com sua amiga... Ficando longe de mim, todos vocês estarão seguros. 

Dito isso, viro de costas e começo a andar, para bem longe. Vou direto para casa. Preciso pegar as drogas e ir encontrar com Cook naquele bosque. Pego o máximo que posso e então deixo o local novamente, voltando para o bosque. Logo a figura dele surge. 

— o que tem? 

Nem sequer respondo. Apenas vou mostrando o que tenho, o que deixa o mesmo impressionado. Ele ri e vai puxando o dinheiro do bolso.

— se precisar daquele trabalho, eu posso te arrumar. — disse

— vou precisar. Alguém precisa pagar as contas, não? — sorri 

James riu e após pagar, levou o que queria. Guardo o dinheiro e resolvo comer alguma coisa. O garçom notou alguma coisa de errado em mim, porque mesmo estando longe, ficou me observando por um bom tempo. Eu notei o mesmo se aproximar de mim em uma forma sorrateira, provavelmente não querendo chamar minha atenção. 

— não dorme durante a noite? — perguntou, gentil.

— meus pesadelos não deixam — respondo, com os olhos baixos 

— sabe, rapaz, se precisar, eu conheço um lugar que possa te ajudar. 

— não há nada que possa me ajudar. — suspirei 

— filho, se precisar, estarei aqui. 

Sorri triste, pagando e saindo do lugar. Por puro instinto, eu fui ao único lugar que realmente me deixou calmo. Aquele mesmo lugar que encontrei Cassie. Sento-me no banco e enterro o rosto em minhas mãos. 

— tão triste... — é a voz dela 

— o que faz aqui? — pergunto, sem encara-lá. 

— seus olhos... — ignorou a pergunta — sempre tão tristes. 

— os olhos são a janela da alma. — comentei 

— e a memória é o escriba. — sussurrou 

Eu não aguentei um segundo a mais, antes de sentir meus olhos arderem. Logo, as lágrimas começaram a despencar. É estranho estar chorando depois de tanto tempo. Limpei com a manga do moletom e senti braços finos e esqueléticos me envolverem em um abraço, me puxando para mais perto. 

— eu sei que você não vai falar sobre isso... Mas às vezes, um abraço vale mais que um gesto. — Cass diz 

— você não entende — solucei — se você insistir em mim, algo ruim vai acontecer. 

— eu aceito o risco, Evan. — colocou a mão em minha bochecha 

— Cassie...

— eu aceito o risco. — repetiu 

Seu polegar ganha movimento, limpando a lágrima que iria cair. O jeito como ela me olha é intenso e eu não consigo resistir ou ao menos tentar quebrar o contato. 

— eu vou te contar tudo, mas não consigo agora. — suspirei 

— leve o tempo que precisar. — sorriu de forma doce — eu esperarei. 

Lentamente, ela me deu um selinho e se levantou, não antes de deixar uma espécie de bilhete. Depois disso, ela me deixou. Abro o pequeno papel dobrado e a caligrafia surge. 

Pule no sol. Querido garoto, do que você está correndo? Todo mundo tem que ser salvo. O tempo continua passando e você precisa de absolvição. 

Minha cabeça está fodida demais para sequer interpretar isso, mas sei que é algo bom. Sorrio e guardo o mesmo no bolso. Levanto e começo a caminhar novamente para casa e ao chegar, deixo o bilhete de Cassie grudado na porta da geladeira. Talvez seja exatamente do que eu esteja precisando. Um incentivo. Alguém. 

Ela não vai desistir. Eu não vou desistir. 


Notas Finais


That’s all.


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