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História Outros - Caixa de Pandora


Escrita por: Aerodynamic

Capítulo 7 - Caixa de Pandora


Naruto ainda estava em processo de digestão das informações que recebeu há alguns dias, tudo aquilo sobre a comercialização do vírus o havia deixado tonto. Mas, muito mais que isso, o que foi dito por Shikamaru a respeito de Hinata simplesmente não parava de martelar na sua cabeça. Mesmo o amigo tendo alertado para não ficar empolgado, estava sendo impossível para ele. Diversas possibilidades começaram a passar pela sua cabeça.

Possibilidades impossíveis.

Questionou se o pouco que ela sabia, seria suficiente para entender o que ele era. Começou a vislumbrar diversas realidades futuras entre ele e Hinata. Quando já estava sorrindo sozinho, lembrou-se de quem amava.

Sakura Haruno

Como era bom amar alguém. Naruto sentiu um nó se formar na garganta; Ele amava amar Sakura. Seu relacionamento com aquela mulher era de longe o que ele pedia para si, ela chegou e simplesmente aconchegou-se no seu peito; Ali, sentindo o calor dela, pediu para que ela ficasse para sempre. De fato, Sakura ficou e, apesar de não amar Naruto, ela o queria muito bem. Proporcionou carinho, atenção, cuidado e tudo o que o loiro poderia precisar para preencher qualquer vazio que tivesse no coração. O loiro sabia que seus sentimentos não eram correspondidos na mesma proporção e intensidade, mas estava bom daquele jeito para ele; o importante era ela estar lá.

Hinata era a primeira mulher que Naruto pensava de uma forma que, involuntariamente, fazia Naruto sentir culpa. Por amar demais Sakura, Naruto preferiria vê-la no lugar dele, e ele, no lugar dela. Assim, cada proveito de uma vida – quase normal – parecia uma afronta a condição dela. Sentir interesse por Hinata, dentro muitas coisas, fazia-o pensar que estava sendo egoísta.

Em sua sala, no escritório, a mente estava vagando entre vírus e Hinata. Com o celular na mão, descia infinitamente o feed de seu instagram. Curtiu uma foto ou outra e a notificação de novas postagens apareceu; Quando clicou, uma nova foto de Hinata estava lá, era mais um de seus bonecos articulados. Era um personagem masculino que com um sorriso e chapéu na cabeça, segurava um pedaço de carne. Na legenda, muitos kanjis e em inglês a tradução: “Luffy ama carne, assim como eu!”. Naruto curtiu e suspirou, preferia que fosse uma foto dela. Foi até seu perfil e viu que ela ainda não o seguia de volta, fez uma careta. Bloqueou o celular e voltou-se para o computador, tentaria voltar a trabalhar.

Ouviu seu ramal tocar e do outro lado da linha, Karin informou que era Hinata. O loiro atendeu, mas não sem antes se lembrar que toda atividade que fazia no instagram dela, servia praticamente como um rito de invocação.

_Olá Sr. Uzumaki, bom dia – respondeu

_Como estão as coisas, senhorita? Espero que esteja se sentindo em casa.

_Nos sentimos muito bem-vindos, obrigada – Disse

Um silêncio instaurou-se na ligação. Naruto pensou em dizer algo mas preferiu não; Ela havia ligado, então era ela quem queria dizer algo.

_Eu gostaria que pudesse me esclarecer uma dúvida sobre o projeto da Avenida XXX

_Claro – Naruto respondeu – O do prédio comercial?

_Isso.

O loiro ficou um pouco decepcionado; ela havia ligado para falar de trabalho? Mas é claro. Que outro motivo ela ligaria?

Hinata guiou Naruto através da rede compartilhada e solicitou que abrisse alguns arquivos. Expôs sua insatisfação com algumas vigas de sustentação apresentadas no projeto e Naruto defendeu o ponto de vista dos projetistas quanto a elas, houve uma breve discussão de como poderiam ser manejadas e no fim, Hinata cedeu aos argumentos de Naruto. Quando desligariam, a morena voltou a falar.

_Está me seguindo no instagram?

Naruto não soube interpretar o tom de voz da mulher; Ela parecia intrigada? Chateada? Desconfiada? Interessada?

_Eu... Estou – Respondeu, um pouco inseguro. – Temos um amigo em comum que te marcou em uma foto. – Justificou.

_Achei que havia me procurado

Naruto sorriu de canto e Hinata do outro lado prendeu a respiração; Ela havia falado o que estava pensando, em voz alta

_Devo te procurar? – Naruto se aproveitou do deslize dela

Hinata não sabia o que responder. Quanto maior seu silêncio, mais evidente ficaria que ela havia deixado escapar algo impróprio. Abriu a boca algumas vezes mas nada do que pensava em dizer parecia ser adequado o suficiente; Rendeu-se.

_S-sempre que precisar. – respondeu baixo, deixando a gagueira lhe denunciar mais ainda.

Naruto não conseguia se limitar quando estava interagindo com ela. Por mais que soubesse que ele e ela jamais ficariam juntos, ela parecia um imã gigantesco atraindo-o para si. Ele não conseguia perder uma oportunidade sequer de provocá-la ou induzir a situação a algo informal.

_A senhorita disponibilizaria de um tempinho para almoçar com seu colega de trabalho, hoje? – Perguntou, sabendo que estava mais uma vez, ultrapassando barreiras que não deveriam ser ultrapassadas.

_Eu estou um pouco enrolada com algumas coisas aqui – Ela respondeu – Então acredito que não tenho um horário certo para sair...

_O horário que for, será um prazer sua companhia

Naruto era galanteador demais para Hinata lidar sozinha. Queria que pudesse fazer pelo menos uns cinco clones de si mesma para todas, unindo suas forças, pudessem lidar com aquela raposa loira.

_Eu te aviso então – Disse, antes de desligar.

O loiro estava triunfante e a morena sentia-se derrotada.

Da mesma forma que Naruto consumia uma culpa em relação a Sakura, Hinata consumia com Toneri. Desde o incidente no seu apartamento, não havia mais recebido nenhuma ligação dele, algumas mensagens foram enviadas via sms – pois está bloqueado em todas as redes sociais – com frases como “O futuro é de nós dois”, “Ninguém te amará como eu te amo” e “Desista de tentar com outros o que só funciona comigo”. Apesar do tédio que sentia lendo-as, despertava também certa repulsa; Hinata ainda tinha resquícios de amor por ele que mascarava com raiva pelo que havia feito – por anos – com ela.

Hinata estava tentando desapegar da imagem de Naruto como personificação de desejo carnal, questionou algumas vezes se existiria a possibilidade de eliminar esses impulsos indo para a cama com ele uma vez; Talvez essa atração involuntária era por causa do desejo que não havia satisfeito ainda, assim, sanando essa necessidade carnal o loiro sumiria da sua cabeça. Mas também poderia acontecer o contrário e ela apegar-se ainda mais a figura do homem.

A provocação e o convite para almoçar não estavam fazendo muito bem para Hinata; lembranças da noite com Toneri e o nome de Naruto estavam se misturando e aos poucos, ia vendo o rosto dele no lugar do ex-amante. Sentiu sua calcinha umedecer e repreendeu-se por isso; “Sou uma adolescente agora!?” – pensou, irritada.

Bebendo muita água e piscando forte, Hinata foi desprendendo-se dos devaneios e focando no que precisava; encerraria pelo menos um dos afazeres antes de ir almoçar – e avisar Naruto –.

 

Já passava das duas da tarde quando Hinata esperava Naruto no hall de entrada do prédio, avisou o loiro que estaria lá. Menos de cinco minutos de espera e ele já estava lá, sorridente, pronto para acompanhá-la. Corando levemente, sugeriu um restaurante próximo, saíram e andando na calçada movimentada, Hinata ajeitou o cachecol vermelho que usava. Conversaram sobre as comemorações de dezembro e como Janeiro se iniciava calmo e frio como sempre. Adentraram a um restaurante simples de comida japonesa, Hinata cochichou pra Naruto que a comida era mediana, o loiro riu. Sentados e com pedidos feitos, Hinata abriu o celular para responder algumas mensagens e mesmo sem olhar para Naruto, sabia que estava a observando.

_Você não me falou quem é o amigo em comum que temos – Disse, bloqueando o celular e o colocando sobre a mesa.

_Shikamaru Nara – Respondeu

_Nara-san! – A voz saiu empolgada, com um sorriso – Ele é um amigo muito precioso.

_Eu imagino que seja – Disse, lembrando-se de como o amigo a alguns dias estava a defendendo. – Ele fala muito bem de você

_Andou perguntando de mim? – Hinata o encarou e Naruto sentiu que a frase saiu com um tom vingativo, provavelmente pela frase dele dita no telefone horas atrás.

_Talvez – Deu de ombros.

Hinata não ficou satisfeita com a resposta.

_Vocês se conhecem a muito tempo? – Hinata voltou a falar de Shikamaru

Os refrigerantes que haviam pedido chegaram e a comida o garçom avisou que em breve viria.

_Sim, desde a infância – Respondeu

_Eu também – Hinata arqueou uma das sobrancelhas – Não lembro de você no casamento dele

_Queria ter me visto lá? – Naruto provocou

_N-não. – Respondeu.

_Eu estava lá. – Disse, sorrindo. – Mas também não lembro de você. Será que você foi mesmo? – colocou a mão no queixo

_Que tipo de amiga seria se não tivesse ido? – Hinata questionou. Ela emburrou a cara. – Você é quem não deve ter ido.

Naruto riu. Como ela podia ter caído numa provocação tão infantil quanto aquela?

_Hinata você é uma mulher intrigante – Disse

_É? E por que você diz isso Uzumaki? – A morena encostou-se na cadeira e cruzou os braços.

_Você já se olhou no espelho? Linda, confiante, posta foto de bonecos no instagram, cai em qualquer tipo de provocação – Naruto foi ouvindo o coração dela acelerar – Uma caixa de pandora.

_Você não está muito atrás – Ela revirou os olhos

_Eu sou simples – Naruto balançou a mão

_Provocativo, instigante, sério em alguns momentos e com cara de pateta em outros – Ela respondeu, Naruto fingiu indignação na última qualidade – Induz situações fora do roteiro.

_Temos um roteiro? – Naruto sorriu

Hinata abriu a boca para falar mas a comida chegou. Os pratos foram servidos e ela sorriu para ele. Os dois se puseram a deliciar-se com a iguarias pedidas.

_Posso te fazer uma pergunta? – Ela disse, entre as garfadas

_Até duas

_Como você me vê?

Naruto parou e pensou. Qual seria o sentido daquela pergunta? Ele tentou encontrar alguma resposta nos seus olhos perolados mas, não conseguiu ler nada ali. Foi obrigado a perguntar, Hinata apenas deu de ombros. Ela estava fazendo alguma espécie de jogo? Para saber o que exatamente?

_Eu me esforço para te ver como uma colega de trabalho – respondeu, sincero.

Hinata identificou-se com a resposta.

_Eu também – rebateu

A resposta de Naruto poderia ter um milhão de interpretações mas ela interpretou exatamente com o contexto que ele queria transmitir; Ele queriam ser mais do que colegas de trabalho, pensavam nisso e repreendiam isso.

_Muito esforço? – Naruto sorriu de canto

As maçãs da Hyuuga ruborizaram

_Por que eu sim – Ele disse

_E-eu também – Respondeu, verdadeiramente envergonhada.

A pergunta de Hinata que tinha conotação devassa se desenrolou para uma declaração sincera de sentimentos; haviam exposto ali, de forma até meio crua, que ambos se desejavam. Hinata tinha uma das mãos sobre a mesa, em silêncio e olhando para ela, pegou em sua mão e suspendeu na ponta dos dedos, seus lábios encostaram na pele fria dela. Hinata sentiu um arrepio percorrer seu corpo e o coração ficar um pouco mais rápido.

O momento foi interrompido por um pigarro; Ao lado da mesa, Shikamaru encarava o casal. Como quem leva um choque, Naruto soltou a mão de Hinata que estranhou aquela reação abrupta.

_Naruto! – Exclamou o amigo em comum

_Shikamaru! – Naruto respondeu, sorrindo amarelo

_Que surpresa agradável, eu esperava vê-lo bem longe daqui – Frisou, fazendo-o remeter que ele não se envolveria demais com Hinata. – Hina-chan – Shikamaru depositou um beijo na testa dela, Naruto entortou a boca vendo a cena.

_Olá Nara-san – Hinata sorriu – Que coincidência!

Naruto estava branco, perdeu o apetite na hora. De todas as pessoas que poderiam aparecer ali, justo Shikamaru e bem na hora que ele estava... Bem... Beijando a mão de Hinata. O pior cenário possível; Um almoço a dois, com sorrisos, ela envergonhada e ele beijando a mão dela. Naruto era um homem morto e seria pelas mãos de Shikamaru. Hinata solicitou ao garçom uma cadeira a mais e o homem se juntou a eles, fez seu pedido e os dois trocaram algumas palavras, enquanto Naruto calado, comia.

_E por que disse que esperava ver Sr. Uzumaki longe daqui? – Questionou Hinata

_Ele disse que viajaria a negócios – Shikamaru respondeu, olhando para ele

_Isso. Washington. – Concordou

_Naruto comentou que estão trabalhando juntos – Shikamaru cruzou as pernas – Estão se dando bem?

_Ah sim, muito bem – Hinata sorriu – Ele até me chamou para almoçar hoje

Naruto podia sentir a aura negra de puro ódio emanando do corpo de Shikamaru. O loiro rezava mentalmente; Ele definitivamente tinha o poder de invocar as pessoas.

Eles continuaram conversando entre si aonde Naruto conseguia vez ou outra encaixar algum comentário ínfimo. Estava ligeiramente incomodado da forma intima que os dois conversavam, ela sorria e parecia sentir-se muito bem ao lado dele. Será que ela ficava assim perto dele também? Não, ela sempre parecia muito mais tensa do que bem. Hinata recebeu uma ligação no celular que em foi resolvida em menos de dois minutos, anunciou que Neji precisava de seu auxilio em um cliente; pediu licença, agradeceu Naruto pelo convite e deixou um beijo na bochecha de Shikamaru antes de se retirar. Não conseguiu nem mesmo terminar toda a refeição.

Quando estavam sozinhos, Naruto e Shikamaru se entreolharam. O loiro estava chateado pela intromissão do amigo, mas também envergonhado de tê-lo pego naquele momento com Hinata.

_Uau – Shikamaru quebrou o silencio – Aonde está o cara que dizia conhecer seu lugar? – debochou

Naruto soltou um riso nervoso.

_O que você está fazendo por aqui, mesmo? – Naruto coçou a nuca, sem graça

_Eu vim visitar você – Respondeu – Karin me disse que havia saído para almoçar com Hinata, a secretária de Hinata disse que possivelmente estariam aqui e voilà!

_Veio nos vigiar? – Naruto fez uma careta

_Pode apostar que sim. – Shikamaru rebateu – Você quer morrer agora ou terminar de comer?

_Eu prefiro terminar... – Naruto respondeu, baixo.

 

 

//

 

Hinata passou no caixa para pagar sua parte e dali foi direto ao estacionamento aonde fica seu carro. Já no automóvel, colocou seu celular no suporte para celular e colou o endereço que havia copiado do whatsapp – aplicativo de mensagens – no waze – aplicativo de GPS –.

Indo para o local indicado Hinata martelava as instruções recebidas de Neji. Ele estava na Espelho e exigiam a presença de um representante da família principal. Mesmo tendo mencionado que estava na presença de Shikamaru, no telefone Neji foi categórico em dizer que eles queriam ela lá. Na verdade, Hanabi era quem havia sido convocada e por algum motivo, que ele não sabia qual, ela não havia vindo.

Hinata, no trajeto, tentava incessantemente falar com a irmã, por causa do fuso horário, estava difícil localizá-la. Quando finalmente atendeu com a voz murcha, Hinata começou a gritar. A irmã mais nova pediu que ela falasse com calma.

_Hina-nee – Ela começou – Fica calma, tá ok? É só um encontro diplomático... Eles sabem a maldita bagunça que está por aqui! Eu acabei me enrolando

_E por que não me avisou?! – Sua voz estava alterada

_Te avisar o que Hinata? – Hanabi foi ríspida – Você falou que não queria se envolver e aí pedi para Neji resolver. Não esperava que eles exigiriam alguém da família principal.

_Tá mas...

_Mas o que? – Hanabi era extremamente grosseira quando queria – Você foi categórica quando deixou toda essa merda para mim, dizendo que não queria se envolver. Tentei maninha, mas parece que não deu muito certo dessa vez. Você não vai sujar sua moral e nem nada do tipo, fica tranquila. É só um papo, você foi treinada tanto quanto eu, sabe se portar em qualquer situação.

_O que eles querem saber? – Perguntou Hinata, engolindo seu ego.

_Se nosso apoio continua o mesmo, como estão as coisas por aqui, se temos novidades... – Hanabi falava como se fosse um assunto simples – Se questionarem se podemos ajudar a Europa ou a América, diga que não.

_Eles vão perguntar isso?

_Com certeza. Está tudo cagado por lá e por aí

_E por que não iremos?

_É óbvio o por que – Hanabi riu – Porque não somos onipresentes e nem dinheiro dá em árvore. Aqui as coisas estão azedando também.

Hinata ainda tinha várias coisas para esclarecer com Hanabi mas foi interrompida pela menor que disse que desligaria, e foi o que realmente fez. Irritada e extremamente nervosa, Hinata ultrapassou todos os faróis vermelhos para chegar no seu destino. Numa área nobre da cidade, o endereço deu numa mansão amarela. No portão não foi necessário identificação; o portão se abriu assim que chegou com o carro, dirigiu por mais alguns metros e quase na entrada da casa, foi sinalizada a parar por um homem de vestes prestas, ele disse que dali guiaria ela e o carro poderia ser deixado ali mesmo.

Dentro da mansão Hinata sentiu-se num cenário medieval, uma enorme escadaria se fazia a sua frente com tapetes vermelhos, adornos e enormes lustres espalhados por onde seus olhos conseguiam alcançar; pessoas transitavam para cima e para baixo, definitivamente ali não era uma residência. Caminharam ainda pelo mesmo andar, atravessaram um enorme corredor recheado de quadros, o homem indicou uma porta a sua direita; era enorme, a madeira da porta toda talhada com desenhos florais e a maçaneta brilhava. O homem deu duas batidas, entrou e foi seguido pela Hyuuga, lá dentro ela foi apresentada.

Na sua frente dispunha uma sala com imensas janelas de vidro, tudo tão decorado quanto o lado de fora, a maior parte dos quadros eram autorretratos de uma mesma pessoa; Uma mulher de cabelos claros e olhos semelhantes aos do clã Hyuuga. A sala era cumprida e no fim dois sofás de três lugares e algumas poltronas se dispunham em frente a uma lareira acesa. Viu pelo menos cinco pessoas virarem para fitá-la, uma delas, Neji. Hinata dirigiu-se a eles em passos contidos e próxima, fez uma reverência. Uma das pessoas, uma mulher, pediu para que ela se sentasse ao lado de Neji, assim o fez. Hinata sentiu-se mal perto daquelas pessoas.

_É um prazer, srta. Hinata Hyuuga – A mesma mulher lhe sorriu – Meu nome é Sasha. Estes são Luyn, Danzou e Tsunade.

Hinata encarou aquelas pessoas. Luyn era um homem asiático, cabelo baixo e pele amarela. Danzou tinha uma aparência velha e depressiva, Tsunade era uma mulher de boa aparência e cabelos loiros. Sasha era uma senhora de cabelos brancos e sorriso simpático.

_Senhores – Hinata curvou-se mais uma vez, em respeito. – Antemão desculpo-me em nome do clã Hyuuga pela ausência de Hanabi, minha irmã mais nova e responsável pelas tratativas com a organização.

_Sim, sim. – Sasha disse – Eu entendo. Mas ainda assim se trata de profundo desrespeito com a filial americana.

Hinata engoliu a seco.

_Ainda por cima enviaram um representante da linha secundária do clã – Debochou o homem chamado Danzou.

_Desculpo-me mais uma vez em nome do clã Hyuuga – Hinata respondeu – Mas a presença de Hanabi é completamente dispensável dada situação atual.

_É mesmo? E que situação é essa? – Riu Luyn.

_Os senhores sabem que a situação na Ásia não anda muito boa – Hinata endireitou-se na cadeira – Dada a extensão territorial que está sob nossa responsabilidade, muito tempo e dinheiro é investido para manter os padrões que o clã Hyuuga sempre pôde entregar a Espelho.

Neji sabia que Hinata estava jogando informações que não tinha conhecimento aprofundado sobre; deduziu que poderia ter falado com Hanabi no caminho para lá.

_Hanabi está evidenciando esforços para que, o que está causando tensão na Europa não se alastre pelo nosso continente – Encarou-os. – Por isso Neji, meu primo e primogênito da segunda linha de sucessão do clã se fez presente aqui hoje. – Hinata pigarreou – Talvez o ultraje deveria ser nosso em os senhores não aceitá-lo e ainda ironizarem a falta de minha irmã como se ela estivesse em casa a brincar com bonecas.

_O clã está desenvolvendo excelentes resultados como sempre, srta. Hinata – Tsunade tomou voz – Não gostaríamos de passar nenhuma impressão contrária a essa. Somos gratos pelo apoio de sua família a nossa organização.

Hinata sorriu internamente, triunfante. Pode ouvir o primo suspirar em alívio, sua fala havia criado uma tensão sufocante no ar e Tsunade aliviou tudo de forma sútil, mas sem pedir desculpas. Hinata julgou ser uma mulher que não engolia seu próprio orgulho.

_Poderia por gentileza nos passar algumas atualizações quanto a atividade no mercado negro acerca dos infectados?

_Claro – Hinata sorriu – Por favor, Neji

O Hyuuga começou a falar de forma sucinta; ele também não sabia mais do que relatórios que Hanabi havia lhe enviado duas noites anteriores. Explicou que a taxa de venda de Outros havia diminuído, pois a quantidade de pessoas que puderam combater a infecção também diminuíra.

_Nós precisamos de uma atuação mais presente na Europa – Disse Lyun – A família Akimichi não está conseguindo lidar com as atividades do submundo.

O termo submundo era desconhecido para Hinata. Preferiu interpretar como as atividades do mercado negro.

_Entendemos que a situação está difícil – Disse Neji

_Mas como dito anteriormente, muito tempo e dinheiro já é gasto por nós para mantermo-nos ativos de forma efetiva na Ásia – Completou Hinata – A família Nara não está atuando de forma efetiva?

_Com certeza está – Respondeu Sasha – Mas o poder do clã Hyuuga é indiscutível.

Realmente era. Hinata e Neji sabiam que dadas todas as atividades que o clã exercia, sua influencia era não somente financeira mas também comercialmente – no âmbito legal ou não –. As pessoas sobe sua tutela estavam espalhadas ao redor do globo e inclusive, tinha uma boa parcela atuando na América, mas sobe outros pretextos.

_Existe um perigo iminente se aproximando de nós – Declarou Danzou – Toda e qualquer ajuda seria mais que bem-vinda.

_Entendemos mas permanecemos firmes – Respondeu Neji

_Iremos expressar seus desejos para Hiashi-sama e Hanabi-san a fim de apreciação. – Hinata disse.

_Por favor. – Respondeu Tsunade, à fala de Hinata.

_Além disso, precisamos deixá-los cientes de que temos suspeitas de haverem informantes dentro da Espelho – Disse Lyun – Os senhores e respectivos líderes do clã devem ficar atentos.

_É um aviso individual? – Questionou Neji, interpretando como uma ameaça.

_Não – Respondeu Danzou – Todas as outras famílias estão cientes. Apesar de os senhores não atuarem rotineiramente conosco, ainda carregam o mesmo sangue que os demais Hyuuga. O inimigo está espreitando para atingir aonde mais sentiremos dor

_E definitivamente as famílias e clãs que apoiam a Espelho são a parte mais dolorosa para nós – Engatou Sasha.

_Colocaremos a vossa disposição, com ou sem seu apoio aqui na América, um agente para cada líder que aqui no continente estiver como medida protetiva – Declarou Danzou – Fica a critério aceitarem ou não.

_Por hora, recusaremos – Disse Hinata – Mas estamos profundamente agradecidos pela preocupação.

A reunião se deu por encerrada. Hinata sentia-se enjoada e a cabeça girava; ela estava muito nervosa. Podia sentir em todos os seus poros a presença pesada que aquelas pessoas tinham, sabia que todas elas, não eram humanas. Quando Hinata saiu da sala com Neji, deixou um rastro de medo para trás, o seu cheiro invadia as narinas dos quatro que ali ficaram.

 

//

 

 

Naruto levou um tempo considerável até conseguir se livrar de Shikamaru, o perseguiu fora do restaurante, foi até a empresa com ele e ainda dentro de sua sala continuava a falar e falar e falar. O loiro já não aguentava mais e tudo que fazia era concordar e dizer que sentia muito. Perdeu as contas de quantas vezes ele pediu para Shikamaru ir embora. Quando finalmente se livrou do amigo, foi cumprir alguns prazos. Karin deixou em sua mesa pelo menos seis pastas com diversas observações feitas pela sua equipe; ele já estava na quarta, deveria analisar e pontuar o que realmente era necessário até a semana que vem. Pôs-se a trabalhar.

O loiro se deu conta da passagem de tempo quando Karin anunciou que precisava ir embora; o expediente da ruiva tinha se encerrado há duas horas. Naruto agradeceu pelo cuidado e companhia e disse que em breve também iria, a ruiva cumprimentou-o e foi embora. Não demorou muito para o loiro fazer o mesmo; o cansaço mental era tanto que mal conseguia ler, as letras estavam embaralhando.

Foi para casa, lá tomou um banho e colocou uma roupa limpa, ouviu o telefone tocar e do outro lado da linha Sasuke o atualizou de algumas informações; Estava conseguindo rastrear o casal de traidores que haviam enfrentado, pediu para Naruto ficar em alerta, talvez precisaria dele ainda naquela noite. O loiro assim o fez. Colocou um expresso da cafeteira para fazer e abriu o celular para caçar algo para assistir; viu a barra de notificações descer e uma mensagem de do ig Hinata apareceu. Ele abriu e leu;

@hyuugahime: Você ainda está acordado?

@narutouzumaki: Sim

@hyuugahime: Queria te ver...

@hyuugahime: Poderia vir até aqui

@narutouzumaki: Eu acho melhor não...

@hyuugahime: Está muito difícil te ver só como colega de trabalho

Hinata mandou uma foto e Naruto sentiu receio em abrir. Quando clicou, Hinata tomava toda a foto. Estava sentada no que parecia ser sua cama, vestia só uma calcinha branca e tapava – o que conseguiu – os seios com o braço esquerdo, o direito segurava o celular para tirar a selfie. Cortou o rosto na altura dos lábios, no canto da foto, podia ver uma pequena cômoda com o que parecia ser uma garrafa de vinho e uma taça vazia. Naruto deduziu que ela estava bêbada – o que parecia ser sempre, fora de expediente – e extremamente gostosa.

@narutouzumaki: Você é linda...

@narutouzumaki: E está bêbada.

Esperando a resposta que Hinata estava digitando, Sasuke ligou. Ele precisava de ajuda. Bloqueou o celular, colocou um jeans, camiseta, jaqueta de couro. Com as chaves, juntou a carteira, o celular e sua arma. 


Notas Finais


Olá, estão gostando ? Espero que sim


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