História Over Again - Incomplete

Imcomplete

"Came to me with a broken faith

Gave me more than a hand to hold

Caught me before I hit the ground

Tell me I'm safe, you've got me now"

(Take Me Home - Jess Glynne)

Uma semana tem sete dias. Uma vida poderia ser destruída em sete dias? Uma pessoa poderia perder tudo o que mais ama em sete dias? A resposta para essas perguntas seria "Sim"

PRIMEIRO DIA

— Barry? Tudo bem aí? — A voz de Joe West tirou o velocista de seus pensamentos.

— Sim, tudo bem. 

— Você anda agindo estranho desde ontem. O que houve? — Joe pergunta enquanto se sentava ao lado de seu filho adotivo. Como uma boa figura de pai e amigo, ele não deixaria Barry se corroendo por dentro, e talvez uma boa conversa ajudaria o velocista.

Por outro lado, Barry não tinha certeza se deveria contar a verdade sobre o quê estava o incomodando. Ele não queria que Joe ou mais ninguém se preocupasse com os seus problemas.

— Está tudo bem, Joe. Nada aconteceu ontem. — Barry mente.

— Barry, eu não caio mais nessa sua conversa. Eu sei que algo aconteceu, e se você não quiser me contar, tudo bem, porém fique sabendo que guardar isso para si mesmo não irá resolver absolutamente nada.

— Eu não quero colocar coisas na sua cabeça, Joe. Tudo isso é provavelmente mais uma das ameaças daquele psicopata. — Barry murmurou, esperando que Joe mudasse de assunto.

— "Aquele psicopata"? Você teve outro encontro com o Reverso?

— Sim, eu tive.

— E o que ele disse para que você ficasse tão abalado?

— Eu não estou abalado, Joe. E como eu disse, foram apenas mais uma das ameaças vazias que ele me faz toda vez que nos encontramos. — Barry diz enquanto se levanta e caminha até a porta, afim de sair da casa de seu pai adotivo e correr sem destino para esclarecer seus pensamentos.

— A morte do irmão da Caitlin não foi uma ameaça vazia. — Joe diz e as pernas de Barry congelam, fazendo com que seu plano de sair da casa viesse a falhar. — A verdade é que o Flash Reverso até agora não fez nenhuma ameaça que fosse completamente vazia.

— Não diga isso, Joe. — Barry pede enquanto se vira de novo para encarar o detetive. A afirmação de Joe sobre as ameaças do Reverso não serem vazias era como um caminhão o atingindo em cheio. O atingindo com a verdade. Se as ameaças do Flash Reverso não eram vazias, isso significaria que a promessa que ele fez no último encontro que os dois compartilharam iria acontecer. A promessa que Reverso fez de dar um fim na vida de Barry, dar um fim nas pessoas que ele ama...

— Sinto muito, Bar, mas é a verdade. O Flash Reverso até agora fez tudo o que prometeu fazer, e se ele te prometeu mais alguma coisa, eu acho que eu mereço saber. Na verdade, todos nós merecemos.

— Ele prometeu que não iria parar até que eu estivesse no fundo do poço, até que eu estivesse destruído. E eu tenho quase que ele não quis dizer destruído fisicamente.

SEGUNDO DIA

— Não estamos conseguindo rastrear Eobard Thawne.

— Eu já disse, Joe, vocês não irão encontrar ele. Se ele não quer ser encontrado, ele não vai. — Barry disse. Barry já estava cansado da insistência de Joe em encontrar Thawne com a ajuda da polícia. Ele estava começando a duvidar que ele tomou a decisão errada quando resolveu contar para Joe o quê o Flash Reverso havia prometido.

— Temos que tentar, Barry, e você poderia ser de grande ajuda. Por que você está sendo tão teimoso, Barry? Parece que você já desistiu de sua vida! Quando você vai perceber que nós não conseguiríamos viver sem você? Eobard Thawne ameaçou acabar com a sua vida, e você parece nem estar ligando para isso! — Joe elevou a voz. Ele estava extremamente preocupado com essa ameaça do Reverso, e o fato de que Barry não parecia estar se importando com a própria vida não estava o agradando.

— Talvez eu mereça. — Barry murmurou e Joe parece ter ficado furioso. O detetive pegou Barry pelo braço e o arrastou até uma das salas da delegacia de Central City. Ao entrar na sala, ele fechou a porta e encarou Barry, esperando que ele retirasse o quê acabara de dizer.

— É isso que você pensa? — Joe pergunta sério e Barry o olha em seus olhos. — Você realmente acha que você merece ter sua vida destruída? Bom, nós não sabemos o quê Thawne quis dizer com "destruída" então, considerando que ele talvez tenha dito isso no sentido de matar você...— Ele pausa. — Você realmente acha que você merece morrer?

— Eu não disse isso, Joe.

— Oh, você não disse isso? Ok, Barry, você talvez não tenha dito isso, mas o jeito que você tem agido nesses últimos dois dias está praticamente gritando isso. Você parece nem estar se importando com a sua própria vida, e eu realmente queria saber o porquê.

— Joe, desde que eu descobri que Harrison Wells era na verdade Eobard Thawne, o homem que enfiou uma faca no coração da minha mãe, eu venho perdendo a cabeça lentamente. — Ele pausa. — Você entende, Joe? Desde que eu descobri aquilo, minha vida já vem se destruindo aos poucos, e eu não acho que tenha restado muita coisa para que o Reverso destrua.

— Eu te criei para ser muitas coisas Barry, mas egoísta nunca foi uma delas. Porém é isso que você está sendo agora. Egoísta. Você está pensando apenas em si mesmo quando você diz coisas assim. E quanto a mim? E quanto a Iris? E quanto ao seu pai? Nós não importamos para você? Não importamos nada a ponto de você simplesmente querer desistir da sua própria vida e nos deixar? — Joe iria continuar, porém Barry o interrompeu:

— É claro que importam, Joe, eu só estou dizendo que, por minha culpa, as pessoas que eu amo estão morrendo por causa das minhas escolhas...

— E isso é razão para desistir de sua vida? Para nos deixar aqui sem você? — Barry olhava para todos os lugares, menos para os olhos de Joe. — E quanto os outros? E quanto a Cisco? E quanto a Eddie? — Joe segurou o rosto de Barry, forçando-o a encará-lo. — Olhe para mim, Barry! — Ele pausa quando consegue contato visual com Barry. — E quando a Caitlin?

— O que tem ela? Eu acho que ela nem quer me ver pintado de ouro.

— Ela te disse isso? Porque pelo o que eu sei, ela não disse nada, pois você não foi falar com ela desde o incidente com Alex.

— Eu não fui falar com ela desde Alex porque ela o perdeu por minha culpa. Se pelo menos uma vez na minha vida que conseguisse completar as minhas responsabilidades e derrotasse o Reverso, Alex estaria vivo.

— Você sabe que Caitlin nunca o culparia por isso. Por que você está com tanto medo de ir vê-la?

Barry respira fundo.

— Talvez ela não me culpe pelo o que houve com o irmão dela, mas e se ela culpar? Se ela me culpar, Joe...Eu não acho que eu aguentaria algo assim.

— Você aguentaria, Barry, você só não aguentaria se viesse dela.

Barry passou a mão entre seus cabelos suspirou.

— É. Talvez você esteja certo.

TERCEIRO DIA

— Caitlin perguntou por você.

— Perguntou do jeito bom ou do jeito ruim? 

— Bom, eu realmente não sei qual é a diferença, mas parece que ela simplesmente quer a sua companhia. — Cisco responde.

— Então ela está esperando para eu ir falar com ela? — Barry perguntou hesitante.

— Eu creio que sim. — Cisco pausa e encara o amigo com desconfiança. — Barry, desculpa a pergunta, mas eu gostaria de esclarecer algumas...questões. — Ele pausa de novo, percebendo que ganhou a atenção do velocista. — Você e Caitlin?

— O que houve comigo e Caitlin? — Barry pergunta confuso.

— Bom, você sabe...Vocês dois pareciam mais próximos antes do Alex morrer e eu queria saber...Você já entendeu, Barry! — Cisco exclamou e Barry riu.

— Você está perguntando se eu e Caitlin estamos juntos? 

— Sim, basicamente é isso.

— Bom, se é isso, a resposta é não. Não estamos juntos. — Barry respondeu e Cisco levantou uma sobrancelha em desconfiança. — É sério, não estamos nem estávamos juntos.

— Tudo bem, eu acredito. E é claro, se vocês estivessem, eu seria a primeira pessoa a saber porque vocês simplesmente não são capazes de esconder os olhares roubados, sorrisos arrancados e a atração inegável.

— O que você está dizendo, Cisco?

— Acho que é bem óbvio, Barry. Não me diga que você ainda não percebeu esses "sintomas". — Cisco reclamou e Barry se preparou para negar tudo, porém Cisco levantou a mão direita pedindo para que nem tentasse, então Barry suspirou desistindo da ideia de negar o inegável.

— Tudo bem, eu posso ter percebido uma coisa ou outra, porém você está exagerando.

— Exagerando? Eu estou é sendo 'bonzinho! — Cisco pausa e observa a mente de Barry trabalhar e processar as informações. — Ouça, Barry, eu sei que vocês têm essa estranha mania de complicar as coisas quando elas são simples, e eu também sei que nós não estamos na melhor época para esse tipo de coisa, principalmente com o Reverso e a recente morte do irmão dela. Eu sei disso tudo, Barry, mas está mais do que na hora para acabar com isso, e nós dois sabemos que Caitlin não vai dar o primeiro passo, então essa tarefa cabe a você. — Ele pausa mais uma vez ao olhar atento de Barry. — Eu sei que não é uma ótima hora, mas a verdade é que você se apaixona pela pessoa mais inesperada, na época mais inesperada.

E com isso, Cisco deixou Barry sozinho na sala escura do STAR Labs.

QUARTO DIA

Três batidas na porta de madeira.

Ela deu alguns passos até a porta de seu apartamento, abriu a porta e o encontrou ali. Em pé na sua frente.

— O quê você está fazendo aqui?

— Eu queria te ver. — Ele respondeu.

— Faz um tempo.

— Eu sei. — Ele pausa e os dois ficam em silêncio, apenas se encarando. — Cait, me desculpe por não vir antes. Eu...Eu fiquei com medo que você pudesse me culpar, porque se você me culpar, eu vou saber que é a verdade, eu vou perceber que é realmente minha culpa.

— Por que eu te culparia?

— Porque o Reverso...Bom, porque o Flash Reverso disse que destruiria o meu coração. — Barry pausa e Caitlin parece confusa. — Primeiramente eu pensei que ele faria isso literalmente, me matando. Você sabe que Thawne é um homem bem literal, mas...Isso não vem ao caso. — Ele suspirou, tentando se acalmar. — Ele disse que destruiria o meu coração, e quando ele correu para o seu apartamento, Caitlin...— Ele riu ironicamente tentando afastar a mesma sensação de desespero que o atingiu naquela noite. — Quando ele chegou no seu apartamento eu tinha certeza que ele cumpriria o que ele disse, pensei que ele iria realmente me destruir usando você. Eu não poderia deixar isso, mas eu vi que eu não tinha nenhuma escolha, então quando Alex foi a pessoa que entrou por essa mesma porta, eu suspirei aliviado. Eu sinto muito, me chame de egoísta ou de um monstro, eu não sei, de qualquer coisa, mas foi assim que eu me senti quando descobri que não era você que o Reverso iria matar. Eu sinto muito. — Ele pausa novamente, sob o olhar atento dela. — Mas assim que o Reverso tirou a vida do seu irmão...— Ambos fecham os olhos, Caitlin tentando afastar a dor enquanto Barry tentava afastar as imagens de Eobard atravessando seu braço pelo peito de Alex. —...assim que ele tirou a vida de Alex, eu soube. Soube que mesmo ele não tendo matado você, ele conseguiu destruir você, e consequentemente destruir a mim.

Caitlin puxou Barry para dentro do apartamento delicadamente e fechou a porta atrás dele. Depois se virou para ele mais uma vez, o encarou e cruxou os braços.

— E por que você demorou tanto tempo? Eu não entendo, Barry.

— Eu estava com medo, Caitlin! — Ele levanta a voz.

— Medo de quê? — Ela também levanta a voz.

— Medo de que você não quisesse me ver nunca mais, que me culpasse pela morte do seu irmão, medo de que você me rejeitasse...Eu tinha medo de que você fizesse essas coisas, porque você significa mais para mim do que qualquer outra pessoa. Porque você é tudo o que eu penso, tudo o que eu preciso, tudo o que eu quero.

Ela parece chocada. Com certeza não estava esperando por isso, mas também não iria parar agora.

— Barry você tem ideia do quanto eu precisei de você? De mais de sete bilhões de pessoas nesse mundo, em um momento como esse, eu preciso de você. Só você. Mas você não estava lá. — Ela pausa. — Você não estava lá e eu senti a sua falta. Eu senti tanto a sua falta. E eu sei que eu não sou uma pessoa que usa metáforas ou comparações, mas sentir sua falta é como ondas, e eu estava me afogando. — Ela pausa mais uma vez e suspira. — Era como uma parte de mim tivesse sido arrancada de mim, e eu me sentia incompleta, e o que mais me incomodava era não saber se essa parte arrancada de mim era a perda do meu irmão ou a sua ausência.

— E o que você acha que era? — Ele perguntou.

— Eu acho que eram as duas coisas. Porque agora, com você à minha vista, eu não estou tão incompleta quanto antes.

Ele dá um passo para frente e seus rostos ficam poucos centímetros um do outro. Eles conseguem sentir a respiração acalorada um do outro.

— Da próxima vez, você tomará a direção quando eu perder o controle? — Ela perguntou, seus olhos descendo para os lábios dele.

— Sim. Sempre.

Então ele desfaz toda a distância entre eles, beijando-a. Um beijo demonstrando todo o tempo que perderam, o quanto se importam um com o outro. Demonstrando que da próxima vez, eles enfrentarão todas as coisas ruins juntos, e ficarão bem.

QUINTO DIA

Os primeiros raios de sol entravam pela janela e iluminava o quarto e os rostos de Barry e Caitlin que estavam deitados na cama. Ela ouvia as batidas estáveis e calmantes do coração dele, pois sua cabeça estava deitada no peito nu dele. 

Caitlin não tinha a menor intenção de levantar e abandonar a sensação que os braços dele a proporcionavam, porém decidiu fazer do mesmo jeito. Ao levantar, foi em direção ao banheiro, e quando saiu de lá foi até a cozinha. Pegou dois ovos na geladeira, os quebrou e os jogou na frigideira em seguida. 

Logo, o cheiro do café, que estava sendo preparado na cafeteira, tomou conta do lugar, juntamente ao aroma agradável de terra molhada, indicando que choveu durante a madrugada, coisa que Caitlin não tinha notado. Estava muito ocupada para notar a chuva.

Barry acordou na esperança de abraçar o corpo que há algumas horas estava ao seu lado, porém não conseguiu fazer. Estava sozinho na cama, porém conseguia sentir o aroma do café e dos alimentos que estavam sendo preparados por Caitlin.

Ele se levantou da cama, vestiu uma calça moletom que encontrou no armário de Cailtin e deduziu ser de Alex. Saiu do quarto e foi em direção da cozinha. Lá ele encontrou ela de costas fritando os ovos. Ela estava usando a camisa de botões que ele usava na noite anterior e que foi arrancada do corpo dele pelas mãos dela. Seus olhos passeavam pelos pés dela descalços brincando um com o outro e pelas longas e bem desenhadas pernas dela.

Ele se aproximou, abraçou ela por trás e beijou seu pescoço. Ela não pareceu se incomodar ou se assustar, então ele continuou.

— Bom dia para você também. — Ela brincou e sentiu o sorriso dele sendo formado nos lábios colados em seu pescoço. — Está com fome? — Ela perguntou.

— Sim. Na verdade, eu só acordei porque eu senti o cheiro do café, se não eu ficaria dormindo ali. Sua cama é bem confortável. — Ele diz enquanto solta a cintura dela e se apoia no balcão com o braço direito para encará-la de frente.

— Você não acordaria nem se eu pedisse para você se levantar? — Ela perguntou brincalhona tirando os olhos dos ovos uma ou outra vez para se encontrar com os olhos dele.

— Nem para isso. Apenas para comer. — Ele disse negando com a cabeça exageradamente, coisa essa que Caitlin não pôde deixar de achar extremamente fofo.

— Eu duvido. — Ela respondeu, desligou o fogão e entrelaçou os braços no pescoço dele. Ele abraçou a cintura dela a beijou. O café da manhã foi esquecido, e eles continuaram as aventuras da noite passada.

SEXTO DIA

— Não!! — O grito alto e aterrorizante soou pelo galpão vazio, escuro e silencioso. Já era a quinta morte do dia, e Barry falhou nas cinco. Como ele poderia ser tão descuidado? Isso era tudo culpa dele, e ele sabia.

O Flash Reverso não economizou nas mortes. Cinco. Cinco vidas tiradas dele, e ele nunca pensou que doeria tanto. 

— E agora, Flash? O grande Velocista Escarlate não salvou nenhuma das pessoas a quem amava. — O Flash Reverso pausa e ri da miséria de um Barry ajoelhado, cansado e destruído no chão. As lágrimas caiam incansavelmente do rosto do homem. Ele não aguentava mais. — O que você vai fazer agora, Barry? Eu matei todos eles.

Barry não respondeu. Continuava ajoelhado, e em seu braços, o corpo da última pessoa que o Flash Reverso resolveu matar. Talvez ele tenha deixado ela por último para que Barry sofresse mais, ou talvez não. Barry não sabia o que passava na cabeça daquele psicopata, ele só sabia que todo o seu corpo estava doendo, seus músculos estavam implorando para serem relaxados, e sua cabeça estava quase o levando para a inconsciência. Mas não era a dor de seu corpo que mais o incomodava.

Seu coração era o que mais doía, porque depois de tudo, o Flash Reverso cumpriu sua promessa: Ele destruiu seu coração.

O primeiro foi Joe West. Foi tudo muito rápido, porém o suficiente para que ele visse cada detalhe da morte de seu pai adotivo. Logo depois o Flash Reverso correu atrás de Iris West, Eddie Thawne e depois Cisco Ramon. E por último, Caitlin Snow.

— Está na hora de me dar o que eu quero, Barry. Você não tem mais nada a perder mesmo.

— Se eu não tenho mais nada a perder, porque eu daria o que você quer? Você tirou tudo de mim! Não pense nem por um segundo que eu lhe darei algo. — Barry respondeu. O ódio era evidente em sua voz, assim como a dor da perda.

— Ok, Barry. Eu lhe darei um tempo para pensar, mas fique sabendo que você não vai aguentar sozinho. Sem todos esses que eu matei, não existe Flash, não existe Barry Allen. E eu sei que você faria absolutamente tudo para ter essas pessoas de volta, certo? — O Reverso riu ironicamente e saiu correndo.

Barry deixou suas últimas lágrimas caírem e levou sua mão que tremia levemente até o rosto de Caitlin que já havia parado de sangrar em seus braços. Ele fechou os olhos dela sabendo que aquela seria a última vez que olhava para os lindos olhos castanhos que costumavam ser seu lar, seu refúgio.

E então a inconsciência tomou conta.

SÉTIMO DIA

(ÚLTIMO DIA)

Barry acordou. Olhou em volta, ainda estava no galpão da noite anterior, porém o corpo de Caitlin não estava ali. Ele não tinha a menor vontade de se levantar do chão. Embora fosse sujo e frio, ele sentia que se levantasse ele iria desmoronar. Ele sentia que ele estava caindo aos pedaços por dentro, e precisava lutar para que ele conseguisse se manter inteiro, porém ele não conseguiria. Ele já estava incompleto, seus pedaços já tinham sido arrancados, seu coração destruído e sua alma despedaçada.

— Está na hora, Barry. — O Flash Reverso aparece e o levanta a força.

— Na hora de que? — Ele diz enquanto escapava do toque do Reverso. A última coisa que ele queria era um monstro o tocando com suas mãos que carregam tanto sangue de vidas passadas.

— Na hora de eu voltar para casa. — Ele pausa. — Corra, Barry, corra. — Barry correu, mas não pelo Flash Reverso, mas porque ele tinha outros planos em mente. Ele salvaria sua mãe, derrotaria o Flash Reverso de uma vez por todas no passado, e quem sabe no futuro ele não causaria tamanha dor.

A alma de Barry pesava, porém ele precisava fazer isso. Ele salvaria Nora Allen e tudo mudaria.