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História Over The Rainbow - Capitulo 10 - Flaws.


Escrita por: ichris

Notas do Autor


ESSE CAPITULO TÁ BEM GRANDINHO ENTÃO ACHO QUE MEREÇO COMENTÁRIOS NÉ FIAS
desculpem essa demora, mas não teve assim muitos comentários e como eu sempre aviso, a fic é movida a comentários, so yeah
mas eu to de bom humor, o que é algo raro, porque eu caí das escadas lá na escola e meu tornozelo tá tendo espasmos quando faço um movimento errado, é tipo HORRIVEL
ainda bem que ninguém estava na escola quando eu caí, tipo obrigada deus
enfim, É AQUI QUE ELES FAZEM TRÉGUAS E TUDO COMEÇA, SO YEAH BE HAPPY BITCHES

Capítulo 11 - Capitulo 10 - Flaws.


Fanfic / Fanfiction Over The Rainbow - Capitulo 10 - Flaws.

Capitulo 10 –– Flaws.

Você já se olhou no espelho e odiou a pessoa que viu?

É só uma questão como todas as outras. No entanto, mostrava como eu estava me sentindo, era exatamente assim. A pessoa refletida no espelho á minha frente era a sombra de alguém que eu jamais seria. Meu ódio por aquela pessoa era irônico, vista que aquela pessoa era eu mesma.

A mancha em meu olho estava mais notável que o normal. O soco que Cameron tinha dado em mim realmente tinha me acertado em cheio, e só agora a pele no local começava a mostrar sinais de o soco realmente ter sido forte. O meu rosto estava pálido, e as manchas azuladas debaixo dos meus olhos, mostrando a grave insônia da noite passada revelavam o meu cansaço, o efeito das palavras de Justin ou até mesmo as minhas próprias palavras.

Me sinto um nada. Sem saber o que sou, o que fui ou deixei de ser. Estou sem rumo.

O medo em meus olhos, a inocência de uma criança e uma tristeza incurável nas feições de meu rosto. Aquilo era a prova que eu era realmente digna de pena.

O meu olhar caminhou até os meus braços desnudos, enquanto que eu me encarava na frente do espelho apenas de langerie. As cicatrizes quase invisíveis em meu braço me faziam perceber que eu já tinha passado por coisas ruins. E que eu consegui passar por elas, consegui ser forte, consegui ultrapassar os meus medos. Um dia eu fui uma heroína, uma garota de 14 anos que era muito melhor do que eu sou agora.

Mas agora, eu sou apenas um caco. Igual aos cacos de vidro que eu gostaria de criar assim que desse um soco no meu reflexo no vidro, mas infelizmente, eu não podia fazer isso. Já tinha feito isso no colégio na sexta, e isso me deu uma mão enfeixada. Embora ela já não tivesse nem arranhões, eu não queria ver o sangue sair por meu corpo novamente, e depois de alguns segundos o olhando, achasse encantador o jeito que ele caía por minha mão. E aí, eu faria algumas burradas que logo depois me arrependeria.

Deixei um pequeno suspiro sair por meus lábios. Estava cansada de tudo aquilo, mas eu não conseguiria me mudar nem fodendo. Sempre continuaria sendo teimosa, estúpida e sempre me apegaria demais ás pessoas. Sempre seria decepcionada e sempre me deixaria levar pela raiva, também. Sempre teria medo de absolutamente tudo, mesmo que por vezes pareça que não tenho medo de nada. Sempre seria fria como o gelo, mesmo que tudo o que eu quisesse era apenas um abraço quentinho, com alguns beijos no rosto e palavras de amor que aqueceriam o meu coração de tal jeito que ele se derreteria.

Enfim.

Essa sou eu. Uma puta sem sentimentos, assim como meu irmão e Justin dizem. Ou uma fracassada, assim como todo mundo do colégio diz. Ou apenas uma chata, hipócrita, ignorando e louca, o que todo mundo pensa em dizer, mas recua no último segundo, não querendo ferir o meu pobre coração ou apenas não estando a fim de levar um soco bem no meio do nariz.

–– MACKENZIE! VOCÊ VAI CHEGAR ATRASADA!

Me vesti rapidamente, não prestando muita atenção no moletom branco com palavras rosa néon dizendo ‘Fuck You’ e os shorts também rosa. Coloquei umas vans brancas e escovei os dentes, penteando o meu cabelo rapidamente e logo depois o bagunçando, dando um ar desajeitado que combinava comigo.

Não me esqueci de encher o meu rosto de maquiagem e corretor, só para cobrir todas as marcas de um relacionamento conturbado em meu rosto.

Quando desci com a mochila no ombro, Ryan já estava me esperando na sua Ferrari, com um breve sorriso que me fez sorrir junto.

Só mais um dia... um dia horrível, mas mesmo assim, só mais um dia.

–– Hey Ryan! –– falei me jogando no assento, me escorando ali, com um breve sorriso em meu rosto.

–– Oi. –– falou colocando os óculos de sol, demasiado animado para uma segunda-feira.

–– Porque está tão feliz? –– perguntei curiosa, ele apenas deu de ombros.

–– Filosofia me deixa feliz.

Rolei os olhos, suspirando, me lembrando da fascinação de Ryan por aquela matéria que confunde até minhas células. Mas o professor era bem legal, o que me fazia adorar a matéria. Principalmente Ryan, porque o professor Ashton sempre tem um jeito de animar as pessoas logo na merda da Segunda-Feira.

–– Como estão se sentindo? –– Ashton perguntou animadamente assim que todo mundo se sentou em seus devidos lugares. Ele apenas recebeu um ‘bleh’ horrivelmente cansado em troca. Ele fez uma careta, rindo de seguida.

–– Ah sim... segunda-feira, o primeiro dia da semana. O dia que começa mais uma rotina cansativa e que dá inicio a cinco dias tediosos. Eu sei, também odeio esse dia. –– falou provocando algumas risadas.

Por isso eu amo ele.

O único professor que realmente nos entende.

–– Hoje, nós vamos falar de Ódio. Ódio é um tipo de necessidade em nossas vidas, todos nós sentimos ódio, estou certo? –– todos assentimos. –– Existem vários tipos de ódio diferentes. O ódio de um objeto, de uma matéria escolar, de um sentimento, de um medo, de uma fração em matemática, de uma pessoa... –– escreveu a palavra ‘ódio’ no quadro. –– Por vezes, é um ódio tão forte que você realmente quer que essa pessoa morra. Não quer dizer que você seja do mal, afinal, todo mundo sente isso, mesmo que você seja um padre ou uma freira. Você apenas quer se ver livre dessa pessoa, das coisas que ela te faz sentir, do jeitinho que ela fala –– imitou voz de puta, nos fazendo rir –– ou do jeito que anda –– começou andando que nem uma modelo, fazendo com que as risadas aumentassem.

Ele parou, nos olhando com as mãos na cintura.

–– Todo mundo precisa de ódio para tornar a vida mais crocante. Ódio mostra as nossas raízes animalescas, pois mesmo que racionais, o ódio pode nos mostrar que realmente somos felinos, assim como esses leões e predadores á solta. Assim como todos os outros animais que comem carne, nós fomos feitos para matar. –– ficou parado algum tempo –– Nossa, eu realmente estou soando como um assassino, incrível.

Mais algumas risadas.

–– Enfim. –– riu –– Ódio é um sentimento nada legal e chega a ser insuportável. Alguns tipos de ódio são fracos, tipo o ódio a uma matéria. Ninguém mata só porque não sabe a resolução de uma fração, certo? –– silêncio –– Quer dizer, queremos, mas ir para a prisão numa idade tão jovem não é legal. –– riu.

–– Eu amo ele. –– Caitlin sussurrou do meu lado, encantada. Ri fraco.

–– Outros tipos de ódio, são mais... profundos. –– seu rosto se tornou sério. –– O ódio por você mesmo, por exemplo. Uma extrema repulsa da imagem que você vê no espelho. Por vários motivos. –– desviei o olhar. –– Seja por ser feio, ou gordo, ou burro, ou a coisa que você nunca quis ser. –– como eu amo a ironia. –– O ódio por si mesmo pode resultar em auto-mutilação, em depressão, em suicido, ás vezes. –– suspirou –– Essa turma tem 30 alunos. Pelo menos 10 deles sabem do que eu estou falando.

Suspirei, batucando os meus dedos na mesa.

–– Mas, também existem outros tipos de ódio. O ódio por outra pessoa. Ás vezes é só nojo, ou inveja, ou outra coisa qualquer. Mas por vezes, o ódio é verdadeiro e os vossos instintos animalescos se revelam, gritando ‘mata!’ diversas vezes em seu ouvido. Você quer ver sangue, dor, você quer provocar na pessoa que odeia o que ela te faz sentir.

Não resisti e olhei Justin. Sorri de canto, rolando os olhos. O ódio que eu tinha por ele era exatamente o que Ashton estava explicando.

–– Só existem duas saídas. –– começou andando de um lado para o outro –– Ou você ignora a pessoa odiada... ou você destrói o que gera a raiva. –– fez uma careta engraçada e rimos de novo. –– Quando falo destruir eu não quero dizer matar, pois matar é só uma vontade e não um ato, estou falando dos socos e tapas e chutes e de garotos batendo que nem meninas e meninas batendo que nem garotos. Tudo trocado, pois é. –– era impossível não rir –– Enfim. Muitas pessoas aqui sentem muito ódio. Por vezes a escola é um desses motivos, por isso eu sempre faço piadinha, ficar várias horas ouvindo sempre a mesma coisa também me daria vontade de sair mandando tiro até para as tiazinhas da limpeza, olha só.

Ele limpou a garganta, se aproximando de nós.

–– Antes que eu vos fale o vosso trabalho, eu ainda acho que vocês não estão compreendo o que eu quero dizer com ódio de verdade. Alguém tem alguma ideia?

Uma pessoa levantou a mão. Todos olhámos para ela, até que Ashton lhe deu a permissão para falar.

–– Ashley e Mackenzie podem ser um exemplo desse ódio? –– a pessoa falou e logo risadas ecoaram pela sala.

Encontrei Ashley ali sentada com os braços cruzados e aquele troço em seu nariz fazendo ela parecer ainda mais estranha do que normalmente ela já era. Ri fraco e acenei para ela com um sorriso cínico, fazendo com que as risadas aumentassem ainda mais.

Ashton riu fraco e, logo depois, negou com o dedo indicador.

–– Acho que devem estar falando da luta de gatinhas que aconteceu sexta-feira, certo? –– rimos. –– Bom, lutas entre garotas, por mais estranho que pareça, são bem mais sujas que as dos garotos. –– se escorou na sua secretária, cruzando os braços. –– Não me entendam mal, as lutas entre garotos são bem mais violentas, partem logo no soco e só querem ver sangue. Por isso eu tenho certeza que Mackenzie tem pinto. –– todos rimos, eu também, porque eu concordava pra caralho. –– Mas as lutas entre mulheres são mais... profundas. Tipo, um garoto vai quebrar o teu braço, mandíbula, etc, ou se for Mackenzie, vai o nariz. –– algumas pessoas estavam quase morrendo de tanto dar risada, é sério. –– Mas uma garota, bom... ela vai quebrar o seu coração. Destruir sua vida. Jogar tudo na sua cara de uma vez e você vai chorar por horas e horas. Estou certo?

Justin bufou alto e isso atraiu a atenção de todo mundo, porque naquele momento estávamos em completo silêncio.

–– Porque está bufando? Está achando a aula entediante? –– Justin negou –– Então você sabe do que estou falando, se sente nessa forma, sabe que é verdade?

Justin me olhou por um milésimo de segundo e depois encarou Ashton novamente, com o rosto sério.

–– É.

–– Alguma garota já destruiu o teu coração, rapaz?

–– Não. –– deu de ombros. –– Algo que já está destruído, não pode ser destruído novamente.

Um silêncio mortal se instalou no local. Não houveram burburinhos, apenas feições surpresas. Ashton ficou em silêncio por um pouco e depois suspirou, dando alguns tapinhas nas costas de Justin e depois lhe entregou um papel com algo escrito lá.

–– É um número de emergência, que vai dar para um centro de ajuda. Aparentemente, você é uma das 10 pessoas que eu falei antes.

–– Só porque eu falei aquilo? –– Justin perguntou levantando a sobrancelha, ainda sério.

–– Os seus olhos te denunciaram, Justin.

Justin ficou em silêncio por algum tempo e depois suspirou, assentindo e guardou o número em seu bolso.

Ashton esfregou as mãos uma na outra e me encarou.

–– Mackenzie, pode vir até á frente da sala, por favor?

Fiquei um pouco confusa, mas apenas sorri de canto e me levantei caminhando até ele. Fiquei do seu lado, apoiando todo o meu peso em uma só perna e cruzei os braços, encarando a turma sem emoção alguma.

–– Essa é Mackenzie. –– Ashton falou apontando para mim, como que se eu não o ouvisse. Como que se eu fosse um boneco de experiência e não ouvisse ninguém ali, é. –– Ela é impulsiva, selvagem, louca, brava, e ninguém saberia se era garoto ou garota se não fosse pelo fato de que todo garoto nessa escola tem uma pequena atração por ela. –– encarou a turma –– Vamos ser honestos, as garotas odeiam Mackenzie porque os garotos a amam.

Dei um sorriso divertido e lambi os lábios, encarando a turma novamente.

Logo Ashton olhou para Ryan. –– Está bravo?

–– Claro que não.

–– Já tentou fazer um incesto?

Ryan arregalou os olhos e Ashton apenas levantou as mãos em rendição –– Era apenas uma pergunta, meu caro!

–– Tudo bem, agora eu vou perguntar coisas aleatórias sobre Mackenzie e vocês vão responder a coisa que vos vier á cabeça. Não precisam colocar o dedo no ar, apenas falem, quando a pergunta for respondida logo farei outra.

Todos assentiram e ele começou.

–– Cor preferida de Mackenzie?

–– Vermelho.

–– Porque?

–– É a cor do sangue.

–– O que gosta de fazer no tempo livre?

–– Quebrar narizes.

–– Dançar na Madness.

–– Ficar bêbada.

–– Defeitos?

–– Chata.

–– Ignorante.

–– Acha que é a melhor.

–– Vantagens?

–– É gostosa.

–– Inteligente.

–– Misteriosa.

–– Cor dos olhos?

–– Azul.

–– O que lembra vocês?

–– O mar.

–– O céu.

–– As lágrimas das pessoas que ela espanca.

Algumas risadas foram ouvidas depois da última resposta. Sorri fraquinho, dando de ombros.

–– Pronto, agora vou fazer as mesmas perguntas, mas perguntando pra Mackenzie. –– me encarou. –– Cor preferida?

–– Avelã.

–– Porque?

–– Eu... não sei.

Ele arqueou uma sobrancelha.

–– Sei lá, eu gosto da cor. Me dá uma pequena sensação de paz, como que se eu estivesse em meu lar. Não uso muito a cor em roupas, mas é bonitinha.

–– Justin tem olhos avelã. –– ele concluiu e eu quase me engasguei.

–– É! Assim como muitas pessoas, é.

–– Justin cuida de você?

–– Que? –– arregalei os olhos.

–– A cor dos olhos da pessoa que faz você se sentir protegida, em seu lar, se torna sua cor favorita sem querer.

Iria responder algo, mas eu não tinha nada para negar aquilo. Apenas suspirei.

–– Continue.

–– O que gosta da fazer no tempo livre?

–– Eu... eu gosto de ouvir música, dançar um pouco, ás vezes na boate ou em casa mesmo. Também gosto de assistir filme e de dormir, ou ficar jogando no meu celular, ou sonhar acordada com cenários legais, é... relaxante.

Ele assentiu.

–– Defeitos?

–– Chata, teimosa, impulsiva... é.

–– Justin, quer adicionar alguma coisa? –– Ashton perguntou o encarando.

Eu juro, esse professor nos lê como que se fossemos livros.

–– É só pegar num dicionário de defeitos, e você tem minha resposta. –– Justin falou me encarando e rolei os olhos.

Ashton me encarou de novo.

–– Vantagens?

Pensei por algum tempo nisso. Eu não encontrava respostas, ou vantagens, nem mesmo as que as pessoas tinham falado antes. Nada se encaixava com o que eu realmente achava de mim, na verdade eu pensava até que não tinha vantagens.

Depois de algum tempo, dei de ombros.

–– Ser louca.

–– Me explique. –– falou, curioso.

–– Ser é louca é ser livre, não ter que me preocupar com o que as pessoas falam ou o que irá acontecer no futuro. É amar adrenalina e sorrir para a morte. Ser louca me dá liberdade... acho que você me entende, Ashton. Quando você é louco e insano, as suas raízes animalescas vêm á tona. Você vira impulsiva e você se enche de raiva. E quando outras pessoas se aventuram nos seus pensamentos, pensando para si mesmos o quanto odeiam uma pessoa, eu faço questão de mostrar do pior jeito possível, e se ninguém segurar em mim e me acalmar, eu tenho a certeza absoluta, eu iria pisar a linha da insanidade e nunca mais iria voltar.

Ele me olhou por algum tempo e depois sorriu fraco.

–– Sua honestidade é realmente atraente, Mackenzie. –– riu pelo nariz –– Você realmente acha que você é tão cruel e fria ao ponto de matar alguém?

Abaixei a cabeça, suspirando.

–– É desse jeito que as pessoas me descrevem, certo?

Ele abaixou o olhar e pareceu bravo com isso. Logo ele encarou a turma, sério, o que era bastante raro.

–– Espero que vocês tenham ouvido as palavras de Mackenzie, e espero que as tenham entendido.

Algumas pessoas abaixaram a cabeça, Justin me encarou por algum tempo e depois suspirou.

–– Ok, agora eu finalmente vou revelar o que eu tinha em mente. –– sorriu fraco. –– Justin, pode vir até aqui?

Justin o encarou e logo depois me encarou. Ele suspirou, novamente.

–– Claro.

Ele foi para o outro lado de Ashton, ignorando o meu olhar sobre ele. Ficámos alguns segundos assim, nos evitando e depois Ashton sorriu.

–– Se lembram quando eu disse que uma saída era ignorar a pessoa odiada? –– ele riu –– O que eles estão fazendo?

–– Se ignorando. –– responderam em coro.

Bufei, começando a bater o meu pé no chão e olhando para todo lugar que não seja Justin. Estava brava pelas coisas que ele tinha me falado ontem pelo celular, eu estava apenas tentando me desculpar, não era preciso ele fazer todo aquele santo drama.

–– Ótimo. Agora, quando essas pessoas não podem se ignorar... –– nos virou um contra o outro, nos aproximando e ficamos apenas a alguns centímetros de distância. Semicerrei os meus olhos para Justin e ele rolou os olhos –– Estão sentindo o clima pesado?

Todo mundo assentiu.

–– Pronto. Agora, vamos apimentar as coisas. –– Ashton sorriu e deu um tapinha nas costas de Justin.

–– Você cuida dela? –– Ashton perguntou, nos relembrando das perguntas que ele antes tinha feito a mim, me lendo como um livro.

–– Sim.

–– Quando?

–– Sempre que ela fica bêbada. –– Justin engoliu a seco.

–– Quero que sejam honestos, ok? –– ele perguntou. Apenas assentimos, nossas respirações ficando um pouco mais aceleradas. –– Porque cuida dela?

–– Eu... eu não sei.

–– Não sabe?

–– Desculpe, eu... eu realmente não sei. –– Justin abaixou o olhar, mordendo o lábio inferior.

–– Está tudo bem. –– Ashton o encarou novamente. –– Desde quando cuida dela?

–– Dois anos.

–– Isso explica porque foi você que a tirou da briga quando ela quebrou o nariz de Ashley, e porque só você conseguiu acalma-la.

Justin assentiu, suspirando.

–– Eu sei exatamente como reagir. Eu apenas a conheço... melhor do que ninguém.

Ashton assentiu, logo me olhando.

–– Se lembra quando está bêbeda?

–– Não.

–– Justin continuava cuidado de você mesmo depois de você estar sóbria?

–– Hum... um pouco, sim.

Ele estava me fazendo pensar em coisas que eu nunca tinha pensado antes.

–– Vocês dois não conseguem passar um dia sem brigar. É praticamente impossível. Eu sei disso porque sempre chega aos meus ouvidos. Quando foi a última vez que vocês brigaram?

–– Ontem. –– falamos juntos.

–– Menos de 12 horas. –– suspirou. –– Porque vocês se odeiam? Justin, responde primeiro.

–– Ela é ingrata. E além disso, é demasiado impulsiva para sequer ouvir as explicações da pessoa. Ela vai logo tirando julgamentos. E também é um pouco hipócrita, porque ela acha que só ela sofre nesse mundo. Tipo, todo mundo sofre, porque ela está colocando o holofote em cima dela? –– bufou –– E ela não se importa com os sentimentos dos outros, mas depois vai lá e diz que ninguém liga para os seus. É costume.

Rolei os olhos, querendo responder e brigar com ele ali mesmo, mas eu não podia.

–– Mackenzie, sua vez de responder.

Antes que eu pudesse falar com toda raiva o que eu achava daquele cretino, Ashton me parou, olhando fundo em meus olhos e eu engoli a seco.

–– Sê honesta consigo mesma. Fale os pensamentos que nunca se deixou ouvir.

Depois de algum tempo pensando no que ele queria dizer com isso, apenas fechei os olhos e respirei fundo, abrindo os mesmos novamente.

–– O ódio que eu sinto por ele se deve ao fato de ele me irritar do jeito até que respira. Eu não o aguento. Ele se acha o dono do mundo e joga no lixo todos os esforços que todo mundo faz por ele. Ele simplesmente não se importa, com nada e com ninguém... –– Justin abaixou a cabeça. Suspirei, cansada daquela conversa. –– Porém, eu tenho inveja, também.

Alguns ruídos de choque e surpresa foram ouvidos e Ashton finalmente parecia satisfeito. Pela primeira vez na conversa Justin me olhou nos olhos sem ódio.

–– Que? –– Justin perguntou, confuso.

–– Sim, eu disse isso. –– bufei, já me arrependendo de ter sido honesta. –– Todo mundo aqui te ama, te acham o cara. Mesmo depois de todas as burradas e todas as idiotices eles continuam venerando você como que se fosse um rei. Enquanto eu sou julgada por dançar com meu namorado na Madness, você se esfrega em desconhecidas e mesmo assim a pessoa que eles julgam sou eu. E eu te odeio muito, muito, por ter quebrado o meu lapisinho da Hello Kitty. –– ri sem graça –– Eu já te falei a história, certo? Era a única lembrança do meu pai. E enquanto que sofro aqui, com saudades dele, do meu herói, você tem a família completa, amigos que te apoiam sempre, e em cada canto que você vai você encontra amor. Não sei como você consegue encontrar alguma infelicidade nisso, realmente não sei... –– suspirei.

Depois de alguns segundos com a sala completa em silêncio, Justin desviou o olhar e suspirou.

–– Eu não te odeio, Zie.

O encarei por alguns segundos, o meu coração se aquecendo sem motivo.

–– Sério?

Ele assentiu, dando de ombros.

–– Você só me irrita, mas... eu seria incapaz de matar você.

E é assim que uma aula de filosofia acaba com uma briga.

–– Pronto, podem se abraçar agora. –– Ashton riu e fiz uma careta me afastando.

–– Ele pode não me odiar, mas eu ainda odeio ele.

Justin rolou os olhos e deu um tapa em sua própria testa.

–– Teimosa, teimosa, teimosa!

–– Todo mundo estava achando que vocês realmente tinham um ódio de verdade. Eu também pensei isso, por momentos. Um ódio digno de Óscar. –– Ashton suspirou, entediado –– O vosso ódio é mais conhecido como atração sexual. Arrumem um quarto pra vocês dois e isso passa, queridos.

Arregalei os olhos e fiz uma careta.

–– Eca!

–– Atração sexual o caralho. –– Justin rolou os olhos.

Ashton apenas riu pelo nariz, dando alguns tapinhas nas costas de nós dois.

–– Então se não é atração sexual... Bom, isso é mais conhecido por amor.

–– É pra rir? –– perguntei com desgosto e ele riu, caminhando até á porta.

–– Não esqueçam das camisinhas, crianças.

E ele saiu da sala ao exato mesmo tempo que o sinal tocou. Fiquei algum tempo parada, com uma careta de nojo em meu rosto e só depois é que me recompus. Quando ia pegar em minha mochila, sinto alguém me puxar e logo sinto a respiração de Justin em meu rosto.

–– Invejosa. –– murmurou brincalhão em meu ouvido, dando uma pequena risada e logo beijou a minha bochecha rapidamente.

–– EW! –– o empurrei para longe e ele apenas sorriu.

–– Mackenzie?

–– O que?

Ele apenas deu um sorriso meigo, que quase me fez tirar aquela postura medonha.

–– Desculpas aceites.


Notas Finais


se quiserem prévia ou não tiverem conta no anime, é só ir em meu ask http://ask.fm/SwagOnPurpleBoo <3
e se quiserem falar comigo, podem vir aqui https://twitter.com/kidrauhlfeather fbdsjfds i love you babys


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