Capitulo 21 –– The Stars.
–– Eu não vou conseguir fazer isso! –– falei assim que coloquei o meu pé dentro do apartamento, jogando as mãos na cabeça e andando de um lado para o outro, beirando um ataque de ansiedade.
–– Porque diz isso? –– Justin perguntou confuso, juntando as sobrancelhas enquanto que me via perder a cabeça, escorado na porta.
–– Não é obvio? Eu to fodida! A garota vai tornar a minha vida num inferno! E as danças daqueles caras? Sabe o que eu sou comparada com aquilo? NADA! Eu vou ser humilhada e eu acabei de assinar o contrato para isso! –– caí de joelhos no chão, jurando que podia ver o meu sonho correr para longe de mim sem nem olhar para trás.
–– Hey, hey! –– Justin veio correndo preocupado, também se colocando de joelhos na minha frente, segurando em meu rosto com cuidado. –– Caramba Mackenzie, porque ficou assim do nada?
Apenas o abracei com mais força, enterrando a minha cabeça em seu pescoço, bufando.
–– Cadê a minha garotinha confiante, hein? A marrentinha que não tinha medo de nada? Ela sumiu, foi?
Mordi o lábio inferior, assustada com tudo aquilo. –– Só sei que ela não está aqui mais.
Ele segurou em meu rosto novamente me obrigando a olhar em seus olhos, ele estava sério, bem sério, no entanto não foi preciso dizer nenhuma palavra, os seus olhos falavam tudo. E então ele me beijou com calma, como que se pudesse dizer que iria ficar tudo bem, através daquele maldito beijo que havia se tornado a minha maior razão de sorrir. Quando o beijo acabou, ele continuou segurando o meu rosto com cuidado, acariciando as minhas bochechas afetuosamente e logo ele suspirou pesadamente.
–– A gente não pode desistir agora...
–– Eu sei disso. –– engoli a seco –– Mas eu só...
–– Eu sei, eu sei, meu amor. –– incrível como aquela ultima palavrinha conseguia me arrancar sorrisos mesmos nas piores ocasiões. –– Mas eu estou aqui, não estou? Nada demais vai acontecer. Confia em mim?
Assenti fraco, logo sorrindo novamente quando ele beijou a minha testa.
–– As aulas só começam na próxima semana, não tem motivo de começar estressando hoje, bebê. Olha pelo lado positivo, nós estamos em New York, certo? Caramba, a gente era suposto estar lá correndo pelas ruas de mão dada e visitando todo lugar daqui, não ficar choramingando pelos cantos por causa de uma loira que tem fogo no cu. –– isso me fez rir novamente.
–– Yeah, tem razão... Mas eu prefiro sair de casa á noite, estou manhosa agora, preciso de amor. –– falei fazendo beicinho e ele sorriu me dando um pequeno xoxo nos lábios. –– E á noite a cidade fica ainda mais mágica, certo? Temos de guardar energia para ficarmos acordados a madrugada inteira.
–– Isso!
Ele abriu um daqueles sorriso que uma pessoa dá apenas uma vez na vida e eu juro que naquele momento não era nenhuma filha da puta loira com um corte na bochecha que iria me fazer perder aquele garoto.
–– Okay! Vá buscar alguma coisa sei lá, eu vou fazer um pequeno skype com a Caitlin e com os outros, tá bom?
–– Já com saudades deles?
–– Acho que a Caitlin não iria gostar de saber que eu demorei mais de quatro horas pra lhe falar que estamos namorando. –– pisquei um olho pra ele que riu, negando com a cabeça.
–– Tá bom, vou preparar alguma coisa. Eu também quero falar com eles, menina.
Assenti e corri para o quarto. As malas ainda estavam por esvaziar, então apenas tirei o meu laptop da minha mala e corri para ligar o mesmo. Enquanto que ele ligava eu fechei as janelas deixando o quarto escuro e liguei a TV para iluminar o quarto, deixando o som no mudo. Troquei de roupa, vestindo apenas uma camisa xadrez de Justin e nada mais que isso, me sentando no colchão com o laptop em minhas pernas, e logo eu corri para o skype.
Mandei uma mensagem para Caitlin pelo Whatsapp dizendo para ela ir para o Skype com os outros e alguns minutos depois recebi a chamada dela. Assim que cliquei e ela apareceu no ecrã eu senti um sorriso se formar em meu rosto.
–– CAITLIN!
–– MACKENZIE, MI AMOUR! –– ela gritou ao ver que eu a encarava de boca-aberta –– O que foi, menina?
–– Seu cabelo está loiro, Caitlin!
Logo ela caiu na risada, jogando os seus cabelos loiros e lisos para os lados, se armando em diva.
–– Pois é, esqueci de te dizer, mas agora você já sabe não é amorzinho?
–– Cala boca –– fiz beicinho –– Eu também deveria ter esquecido de te contar as novidades, mas...
–– Que novidades? –– ela disse apressada, os seus olhinhos brilhando em curiosidade. Logo o Chaz e o Chris apareceram do seu lado, acenando para mim e eu acenei de volta, vendo a cara impaciente de Caitlin.
–– Não acho que você merece saber... –– provoquei brincando com os meus cabelos, sorrindo ao ver Justin colocando a comida do lado da cama, me olhando divertido.
–– Puta que pariu mano! Me conta, por favor! Sabe como eu não aguento curiosidade, não é? Vai logo, conta por favor, eu sou sua melhor amiga sua idiota, não vai mesmo contar pra mim?
–– Tá bom, calma! –– ri de sua figura desesperada –– É só que...
–– Eu e Mackenzie estamos namorando. –– Justin concluiu se jogando do meu lado com preguiça depois de ter tirado a camisola.
Eu quase tive um ataque de risos ao ver a cara de Caitlin, que concerteza estava hilário, assim como de Chaz e Chris, todos eles não piscavam os olhos, apenas estavam ali processando o que Justin realmente tinha dito.
–– Vocês, uh... –– Caitlin falou ainda com cara de idiota. Ri alto com isso, assentindo, aquilo era algo que realmente estava me fazendo feliz, não só Caitlin e meus outros amigos, mas que eu finalmente tinha um bom namorado, pelo menos, até agora.
–– Sim, sim, eu vou ter de desligar agora para vocês processarem direito. Enquanto isso, eu e Justin vamos ver um filme e sei lá, conhecer New York! Boa sorte pra vocês, babys!
Fechei o laptop sem lhes dar tempo de responder e logo fitei Justin, que abraçava o travesseiro me encarando com ternura, o que me fez encolher um pouquinho. Era bem estranho quando uma pessoa fica te olhando de um jeito tão carinhoso, mas ao mesmo tempo é muito bom.
–– Que filme você quer ver? –– perguntei com um sorriso.
–– Pode me dar um beijo?
–– Hm? Não conheço esse filme. –– ri e ele rolou os olhos, bufando.
–– Cala boca –– me puxou para ele o que me fez rir ainda mais. –– Sei lá, aquele filme que saiu á algum tempo, Carrie, A Estranha?
Assenti. –– Yep. Sempre tive vontade de ver o filme, mas sempre me esqueci de ver. –– ri pulando para fora da cama e pegando no comando, procurando o filme por toda a Netflix.
✞
Bufei mais uma vez enquanto que batia o pé impacientemente no chão, olhando no relógio de meu celular várias vezes para ver quando tempo Justin estava demorando na porcaria de joelharia. Ele parecia aflito para ir mijar, então foi logo no banheiro enquanto que eu esperava ele por fora, mas ele estava demorando tanto que eu pensei que ele tivesse sido sugado pela privada. Caramba, ele demora tanto tempo pra mijar assim? Que tipo de pessoa demora mais de cinco minutos no banheiro?
Quando eu ia entrar na joelharia para ver se ele estava mentindo, ele saiu de lá e sorriu para mim, rindo da minha cara de “você está me escondendo alguma coisa?”. Ele passou o seu braço pela minha cintura e deu um beijo em minha bochecha, típico de namorado carinhoso.
–– Bom, onde você quer ir primeiro, amor?
–– Eu não sei. –– encarei a câmara em volta do meu pescoço. –– Eu quero tirar muitas fotos hoje, pra depois enviar para Caitlin, Chaz, Chris, minha mãe, Ry... –– não terminei de falar.
Respirei fundo e Justin me puxou mais para ele, acariciando as minhas costas.
–– Hey... vai ficar tudo bem.
Sorri e assenti, tentando me convencer mais a mim mesma do que ele.
Passámos a tarde inteira tirando fotos aos prédios e arranha-céus imensos distribuídos por todo o lugar. Fomos ao Central Park, onde voltamos a ser crianças por alguns minutos e descemos no escorrega, fomos no balouço, e ficamos brincando com as outras crianças e vendo os pais delas rirem. Depois disso fomos tomar um sorvete enquanto que eu tirava fotos á paisagem, New York era tão linda, pensa ser demasiado grande para podermos a explorar completamente.
Quando voltámos para o nosso apartamento já estava anoitecendo. Antes que pudéssemos subir avistei uma loja no fundo da rua e eu simplesmente puxei Justin para lá, dizendo que como estávamos em New York, tínhamos de dar um jeitinho para mudar, recomeçar do zero. Primeiro ele ficou confuso, mas assim que viu que era uma cabeleireira, ele riu de minha cara e sacou o celular do bolso enquanto que se sentava num banco.
–– Que cor acha que fica melhor pra minhas californianas? –– perguntei segurando umas mexas de cabelo artificiais do lado de meu cabelo moreno. –– Vermelho, loiro, roxo ou azul?
–– Loiro nas pontas. –– ele falou decidido –– E algumas mechas roxas, mas só porque eu amo essa cor.
Ri com isso e assenti. Quando chegou a minha vez de ser atendida pulei saltitante até á moça, dizendo o que eu queria fazer. Depois de alguns minutos jogando Flappy Bird no celular enquanto que ela fazia as coisas em meu cabelo, ela finalmente disse que eu estava pronta. Como ela tinha me virado de costas esperei ela me virar de novo para o espelho e eu quase dei um gritinho ao ver o meu cabelo com californianas loiras. Estava lindo, e eu provavelmente iria ficar olhando meu cabelo por horas e horas... pois é.
–– Vamos, Justin! –– falei rindo enquanto que tentava puxa-lo, mas o desgraçado era pesado e ainda estava com a bunda na cadeira. –– Você também tem de fazer alguma coisa!
–– Não, eu to bem assim, valeu. –– riu ainda mexendo em seu celular.
Cruzei os braços emburrada com isso e ele me puxou para ele, dando um pequeno beijo em meus lábios.
–– As mechas ficaram lindas em você, Zie. –– murmurou em meu ouvido, o que me fez estremecer e logo depois sorrir.
Quando saímos o céu já estava escuro e eu fiquei parada observando todos os edifícios iluminados de várias cores, no meio de toda aquela escuridão. A felicidade era palpável no ar, e as estrelas pareciam querer brilhar ainda mais que todas aquelas luzes. Os carros passavam rapidamente pela rua e eu me senti minúscula no meio de tudo aquilo. Me sentia livre, com o vento batendo em meus cabelos e as risadas das pessoas ecoando por meus ouvidos.
–– Nossa. –– foi a única coisa que eu falei, fascinada.
–– Tive uma ideia. –– Justin falou com um sorriso divertido no rosto, que me fez sorrir ainda mais e logo ele me puxou consigo, correndo até o nosso apartamento.
–– O que você vai fazer?
–– Uma coisa que eu quis fazer desde pequeno. –– ele falou animado e sorri com isso.
Ele abriu a porta de nosso apartamento rapidamente, nem fechando a mesma e dizendo para eu esperar por ele, o que foi o que eu fiz. Algum tempo depois Justin apareceu com duas mantas debaixo dos braços e um taça de biscoitos, sem contar com o sorriso bobão na cara que fez o meu estômago se embrulhar.
Ele nem me explicou o que estava em sua mente, ele apenas acenou com a cabeça em direção ás escadas e preparei o fôlego para uma correria. Quando pensei que íamos descer, ele me surpreendeu subindo as escadas, indo para mais acima ainda. O nosso prédio era muito alto, tipo, alto pra caralho, então nós subimos vários lances de escadas e quando eu pensei que estava morrendo Justin chutou uma porta e então eu abracei o meu corpo com frio, sentindo o vento todo ir para meu rosto e esbugalhei os olhos surpresa ao ver que estávamos bem no topo do prédio.
–– Justin? –– perguntei confusa, vendo ele ir até á ponta e colocar lá as mantas, e logo depois se sentar lá –– O que estamos fazendo?
–– Não é obvio? –– ele respondeu se sentando, me chamando com a cabeça –– Vem cá, Mackenzie. A vista é ótima!
Depois de alguns segundos pensando assenti e caminhei em direção dele. Me sentei em minha manta e assim que levantei a cabeça tive aquela sensação que ia cair e o meu corpo inteiro estremecer, então baixei logo a cabeça e vi que nós estávamos muito longe de cair do prédio. Soltei a respiração lentamente, levantando minha cabeça novamente, sentindo a mesma sensação mas me obriguei a ficar calma. Depois de algum tempo, me senti estável novamente e logo me deixei olhar as estrelas. Parecia tão perto delas, era incrível.
E se você olhasse ao redor, podia ver os outros prédios iluminados, e os carros correndo nas estradas, e centenas de pessoas nas ruas. Pegando um biscoito em minhas mãos eu me vi livre como um passarinho. Aquilo era sem dúvida uma das mais belas paisagens, era tudo tão mágico, tão sonhador... as luzes eram fascinantes.
–– Viu? Eu te falei que isso seria legal. –– Justin falou deitado em sua manta, olhando as estrelas no céu e esticando o braço em direção a elas, tentando pega-las, o que lhe causou apenas risos. –– Eu amo as estrelas. O céu. O universo. Isso mexe com a minha cabeça de um jeito louco, sabe, tem algo infinito lá em cima, algo que nunca poderíamos conhecer de verdade, e isso á a prova que Deus é um artista maravilhoso. –– suspirou –– Isso aqui me faz sonhar.
–– Você é muito sonhador, pelo o que eu estou vendo.
–– Você não?
Levantei o meu olhar para as estrelas novamente, forçando um pequeno sorriso e ao ver o quão profundo era o universo apenas respirei fundo.
–– O medo de me decepcionar sempre foi maior que os meus sonhos.
Justin arqueou uma sobrancelha me olhando, e logo dando um pequeno sorriso.
–– Não se preocupe, do meu lado, você não vai precisar se preocupar nunca com desilusões. Eu nunca vou te decepcionar.
O encarei.
–– Promete?
–– Prometo.
–– De mindinho?
Ele riu e levantou o dedo mindinho. Sorri com isso, entrelaçando o meu no dele, fazendo a promessa. Mas logo ele me surpreendeu entrelaçando os nossos dedos com força, olhando as nossas mãos.
–– Mas você também precisa me prometer uma coisa. –– ele falou cauteloso, molhando o lábio inferior.
–– O que?
–– Que vai me deixar colocar esse anel em seu dedo e ser minha para sempre.
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