1. Spirit Fanfics >
  2. Paciente N 210 - KakaObi >
  3. Capítulo 1

História Paciente N 210 - KakaObi - Capítulo 1


Escrita por: ba_bee

Notas do Autor


Yo! Vejo que curtiram! Eu fico extremamente feliz!

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Paciente N 210 - KakaObi - Capítulo 1

Sem contrários, não há evolução. 


Atração e Repulsão, Razão e Energia, Amor e Ódio são necessários à existência humana


Destes contrários nasce aquilo que o religioso denomina Bem & Mal. 


O Bem é o passivo que obedece a Razão.


O Mal é o ativo que surge da Energia.


Bem é Céu 


Mal é Inferno.


-O Casamento do Céu e do Inferno, William Blake  

–Tira essa testa oleosa da janela do meu carro. 

Obito fez o que o Hatake disse, porém sem gosto algum, depois trocou o pirulito de bochecha, fazendo um estalo entre os dentes enquanto olhava as luzes e prédios altos de Konoha claramente intediado.

–Eu já vi toda essa merda antes. O que tem de tão especial? 

–Eu já disse que estamos indo pra minha casa. Fica longe.

–Eu nem lembro onde fica a minha casa. Quanto mais a sua.

–Isso porque você morava comigo.

–Porque eu moraria com você? 

–Quer ficar quieto? Uchiha é foda, puta merda. Nunca falam nada, aí quando abrem a boca não sabem mais fechar ela.

–Você não é muito de falar palavrão. Tá brabo? 

–Não. Você só é bem irritante. O que é bom no momento.  

–Realmente nada do que você diz faz sentido. 

–Vai fazer sentido daqui a pouco. 

–Tá. Deixa de fazer esse mistério agora que já tá irritando. Porque você quer que eu vá pra sua casa? O que tem lá? Não vai me nocautear e depois me prender por estar ficando com aquela enfermeira, né?

–Primeiro; porque sim, segundo; não é da sua conta. Quieta o faixo e espera; terceiro, não. E para de falar nela. Já tô achando que você tá com saudade dela. E não sou policial, sou médico. Não posso te prender. –O Uchiha sentiu vontade de provocar mais ainda com fantasias policiais, porém sabia que aquela altura Kakashi poderia bater nele, já que estavam fora do hospital à um bom tempo. 

–Então... você já vem planejando isso à um tempo, né? –Obito começou colocando a cabeça no apoio do assento e encarando Kakashi atento a estrada.

–Não eu tenho pensado nisso. Hoje eu vi uma janela de oportunidade e só entrei nela

–Hum. Convenientemente foi você mesmo que criou essa janela de oportunidade, não é? 

–Se você acha que entregar seus remédios como todos os dias nos últimos três anos seja uma janela de oportunidade criada por mim... então você está certo. 

–...Kakashi...

–Obito.

–O que... nós éramos?

O grisalho cravou as unhas no volante e se controlou pra não pular em um misto de alegria e nostalgia. Será que ele estava se lembrando? Será que ele queria lembrar? Ou será que ele ia soltar aquela risada rouca e rosnar um "sacanagem kkkkkk"   

–O que quer dizer? 

–Eu sinto que eu te conheço, mas de um jeito diferente. Não éramos só colegas de quarto... né? 

–Não.– Kakashi engoliu seco.

–Então a gent...

–Já chegamos.– Interrompeu parando o carro bruscamente. Era uma daquelas casaronas de médico rico que pareceram caixas empilhadas com um monte de janelas de vidro bem quebravél. Mas não deixava de ser muito atrativa aos olhos, era afastada e parecia ter sido bem cara. 

–Então... era aqui que a gente morava? 

–É. Você gosta? 

–Até que é bem bonitinho. Você tem um bom gosto. 

–Pra ser sincero, foi você que escolheu a casa. 

–Foi, é? –Kakashi já sentiu seu coração falhar algumas batidas e sua esperança quase se esvaiu naquele momento. Queria muito ter aquela pessoa de volta em sua vida. Mesmo que fosse pra puxar os dedinhos do pé dele ou morder a pontinha do seu nariz de vez em quando. 

–Foi sim. Vamos. Tenho algumas coisas pra te mostrar. –Suspirou perdendo o olhar em algum ponto na calçada de pedra que dava acesso à entrada da casa. 

Obito e Kakashi saíram de dentro da BMW preta e se dirigiram à entrada da casa, onde o moreno sentiu um cheiro estranhamente peculiar. Era como se misturasse um cheiro amadeirado e aquele chá de mel, limão e capim-cidreira. Ele lembrou brevemente de algo que fez sua cabeça doer, quase trincando os dentes, fazendo uma pequena rachadura no pirulito. 

Era o jeito que enterrava os dedos e puxava lentamente o cabelo do Hatake enquanto dava leves mordiscadas do seu pescoço, provando o gosto doce da pele do grisalho. 

Conseguiu recobrar a consciência rapidamente, percebendo que já estava dentro da casa. O pé direito era alto, a maioria das coisas eram brancas, tinha uma lareira grande, o primeiro andar era em conceito aberto, dando a visão da bancada de mármore negro ornando perfeitamente com os eletrodomésticos de inox na cozinha. Na sala, um sofá de couro branco, uma TV de led com "muitas polegadas" um painel mosaico com tijolinhos beges, uma mesa de centro oval de vidro que sustentava uma tonelada de livros eróticos, quadros horrorosos de arte abstrata, à sua esquerda, uma escada perigosamente feita de um vidro azulado, alguns vasos de flores e uma prateleira enorme com livros de Medicina, anatomia, química e alguns que não tinham nada a ver, como livros de história e arte. Porque ele tinha aqueles livros? Não pareciam combinar nada com o estilo dele. Fora um cavalete com um quadro não terminado. Era, não, seria uma bela pintura. 

–Obito?– Kakashi teve que chamar sua atenção, pois viu que ele estava completamente hipnotizado no local 

–Sim?

–Você está bem pra continuar? 

–É claro. Me mostre as coisas.– Parecia que todo o cinismo e fingimento do paciente haviam desaparecido naquele momento. 

–Venha. – Kakashi puxou o corpo alheio pelo punho do casaco até as escadas, onde foi quase obrigado a subir, já que tinha uma aflição irracional daquelas escadas de vidro. Haviam mais quadros na parede, eram mais bonitos, não abstratos, capturavam a beleza de um certo grisalho prematuro. Eram tão incríveis que eram como fotografias em alta definição. Não soube muito bem distinguir de cara, mas logo viu uma rabiscalhada nos cantos inferiores, o que se sujeitou a ser uma assinatura. 

–São lindos. Quem pintou?

–Você.– Obito absorveu o soco sem muito sucesso. Ele de fato, desenhava bem, mas pintar daquele jeito? Não.

—Quer parar de se mexer? Preciso capturar bem os seus olhos. 

–Oh...– Um grunhido leve saiu da boca do Uchiha, que tinha tido outro baque, rachando mais o doce dentro da sua boca, mas dessa vez foi audível ao Hatake, que sentiu que finalmente a representativa pólvora estava nas balas, as balas estavam no pente, o pente dentro do tambor da arma, a arma destravada e o gatilho pronto pra ser disparado. Sorriu por debaixo da máscara cirúrgica novamente.

–Continue. Você está indo bem. 

Eles continuaram subindo as escadas, onde Obito sentiu uma leve vertigem e enjoo ao ver no final do corredor uma fotografia enorme de si mesmo, em representação a um salto de alguma coreografia artística, envolto entre um tule esbranquiçado e roupas da mesma cor, juntamente com um fundo acinzentado. Sentia a liberdade o consumir somente olhando pra foto. Ele dançava. "Eu dançava..." Ele era livre e não um escravo de sua própria mente. 

Lembrava de como era delicioso poder voar, mesmo que por milésimos de segundos, entre saltos podia sentir a liberdade e expressividade que seu corpo podia exalar, em segredo da maioria de seus amigos, gostava de sentir tudo ao seu redor, uma garfada de comida, um olhar expressivo, uma paisagem bonita, para ele, tudo era arte, o nascimento, a vida e a morte. 

–Se lembra de algo? 

–Sim... –Sua voz era um sussurro, seus olhos estavam se afogando no início de um choro silencioso, ao lembrar de tudo que aquela casa, aqueles quadros, aquele homem representaram pra ele. Aquilo era o que vivia. Aquilo era o que respirava, o que comia. Não era Madara, não era Tobi. Aquilo tudo, de fato, era Uchiha Obito.  

Sentiu o peso de seus atos e de suas palavras nos últimos anos recair sobre suas costas, palavras cruéis que inconsequentemente disse ao seu doutor, coisas explícitas que fez pensando no quanto de adrenalina seu cérebro o proporcionava naquele momento. 

–E então? 

–Kashi, eu quero ver meu estúdio de novo. –O Hatake sorriu largamente, logo depois arrancou a máscara que usava, mostrando o sorriso branco e perfeitamente alinhado. Obito sentiu seu coração dando uma errada, Absolutamente tudo voltou a sua mente. Cada momento, cada abraço, cada "eu te amo", cada beijo, cada coisa maluca, cada uma das vezes que pedia pra ele "parar quieto" enquanto tentava pintar ele, dos sete anos juntos antes de todo aquele acidente, da pequena Rin botando pilha na ideia insanamente fofa do Uchiha de em pedir a mão do Hatake, de onde escondeu aquela aliança prateada e até do dia que era. Seria o seu aniversário de dez anos juntos. 

Kakashi fez uma pontinha leve para encaixar os braços ao redor dos ombros do moreno, o apertando em um abraço esmagador. Sabia que o gatilho funcionaria, mas não fazia a menor ideia que seria tão eficaz. Naquele contato, que não tinha a anos, sentiu como se a luz dominasse a escuridão das outras duas personalidades: destruindo a felicidade tóxica que Tobi transmitia, matando aquele ser enorme com a mente de um sequelado. Logo depois matando aquele ser de escuridão que se denominava Madara, que já chegou a agredir Kakashi, aquele velho rabugento que deixava Tobi com medo e Obito aflito. De fato uma personalidade que deixava seu corpo com uma vontade enorme vontade de deixar o cabelo crescer.

Será que a loucura havia o abandonado? 

Mal se lembrava de quando foi a última vez que tinha sido abraçado. Espera. Ele lembrava sim! Foi Kakashi que o abraçou antes de sair atrás de um terrível encontro do destino 

—Quer pegar a Rin para jantarmos juntos? Hoje eu vou cozinhar

—Ela tem as pernas dela. — Respondeu dando mais uma pincelada de vermelho no sol poente que estava pintando

—Obito! 

—É brincadeira, relaxa. Eu vou lá. Vou mandar mensagem pra ela primeiro. Não posso aparecer de surpresa lá. —Terminou enxaguando enfiando as serdas do pincel dentro de um pequena pote de solvente ao seu lado

—Nem me fala em "aparecer de surpresa"! Nunca vou esquecer daquela imagem! 

—Do zelador do ensino médio com a nossa diretora na sala dela? .

—Uhrgh! Pelo amor de Deus! Aquilo foi horrível! —Kakashi tremeu com a memória voltando e dando um tapa na sua cara. Eram ali, bem na sua frente, em uma das posições sexuais mais exibicionistas a diretora e o zelador enquanto os rapazes iam apenas entregar alguns trabalhos atrasados que Obito tinha deixado pra trás de algumas semanas atrasadas. Kakashi quando encontrou a cena logo fechou os olhos e se retirou, mas o moreno continuou ali, paralisado e teve que ser puxado pelo pulso para que parasse de olhar aquela atrocidade. —Por falar nisso, quer dizer, naquilo, eu andei lendo 50 Tons de Cinza e...

—Você tá afim de apanhar então? 

—Não?? Eu queria só testar uma das posições hoje...

—Bakashi com vergonhaaaa —Obito pulou no namorado que tinha as bochechas coradas e o abraçou, sem seguida mordeu a derme macia do rosto e deu um curto selar no mesmo lugar. —Nós tentamos depois. Do mesmo jeito, eu tenho uma surpresa de aniversário pra você hoje.

—Pensei que tivesse esquecido.

—Eu nunca esqueço de nada. —Essa frase podia soar até como hipocrisia hoje.

—Ah, então quando é o aniversário do seu sogro??

—Não pergunta pra mim, nunca me falaram! —Respondeu rápido antes de roubar um selinho do mais novo e pegar a chaves do Camaro V8, depois catar a jaqueta colegial preta no cabideiro de inox ao lado da porta. —Beijo beijo, te amo mil milhões! 

—Espera! —O albino correu até ele e apertou seus ombros ainda com uma espátula de silicone cheia de claras batidas em mãos —Toma cuidado, meu amor.

—Eu sempre tomo! Que isso! Tá todo murchinho, floquinho... —Obito acariciou a bochecha vermelha da mordida depois abocanhou a espátula com glacê e engoliu todo o doce dali, depois deu um lento e literalmente doce beijo no Hatake, onde o mesmo pode sentir que não tinha posto açúcar o suficiente na mistura. 

—Pensando bem, acho melhor eu mesmo ir, você tem um quadro pra terminar e....

—Coé, deixa que eu vou. Você tem que terminar de fazer o carneiro assado e agora você tá fazendo a torta de limão, então acho melhor você ficar aqui. Quando eu voltar, eu termino o quadro. 

—Mas eu acho melhor você ficar, você tá no pique agora e vai saber se ele não vai acabar no meio do caminh...

—Tá tudo bem, Kashi. Deixa de ser excessivamente preocupado. Eu tenho 24 anos. Sei me cuidar. Beijinho.

O Hatake, relutante, deu um curto selar no moreno que sorriu vitorioso 

—Te vejo daqui a pouco. Eu te amo. 

—Eu também te amo. —Obito piscou o olho esquerdo, abriu a porta e em seguida entrou no carro, mandando uma mensagem de aviso para Rin antes de ligar o automóvel e seguir em direção ao campus.

Rin estava concentrada em terminar o TCC de medicina e ainda se encontrava atolada em livros na biblioteca da faculdade quando recebeu a mensagem do amigo a convidando pra jantar. Não seria de todo mal, além de estar faminta, seria muito bom bater um papo e distrair a sua cabeça ocupada. Não foram 30 segundos entre a mensagem e sua resposta, um simples "Pelo amor de Deus, vem me buscar logo, porque eu tô morrendo de fome!". Obito parou o carro no semáforo mais demorado de Konoha e passou rapidamente os olhos sobre a tela do celular que estava entre o câmbio do carro e sorriu com a resposta da amiga.

Logo viu o enorme prédio da faculdade com poucas janelas iluminadas de onde apenas alguns alunos se encontravam trabalhando, assim como Rin, que já estava no gramado bem cortado do campus segurando com afinco a bolsa transversal repleta de livros e papeladas recém impressas. Obito parou no cordão da estrada e deu um sorriso bobo enquanto arqueava a sobrancelha esquerda.

—Vem sempre aqui, gata? —Ela sorriu e começou a contornar o carro e entrou na porta do passageiro, jogou os materiais no banco de trás e suspirou alto 

—Vamos, moreno sedução. —Obito fez a manobra de três pontos enquanto Rin ligava o rádio que já tinha um pen-drive conectado

—Tá naquela pasta de músicas que você gosta.

—Aquela que tem o The Cure?! 

—Essa. 

—Tô começando a invejar o Kakashi, viu? —Ela brincou.

The Cure, era uma banda britânica dos anos 80 que tocava rock suave com letras encantadoras, tais como Lovesong, Pictures of You e Friday i'm in Love. Músicas das quais a Nohara desfrutava diariamente. 

—Say goodbye on a night like this... —Foi Obito que "puxou o baile", até porque ele sabia aquela letra de cór desde os onze anos. 

—If it's the last thing we ever do...

—You never looked as lost as this... 

—Somethimes it's doesen't even look like you...

—It goes dark...

—It goes dark still...

—Please stay...

—But I watch you like i'm made of stone...

—As you walk away...

—I'm coming to find you if it takes me all night...

—A witch hunt for another girl...

—For always and ever is always for you...

—You trust...

—The most gorgeousy stupid thing i ever cut in the world...

—Mas diz aí, qual é o cardápio do Chef Hatake?

—Como prato principal, teremos carneiro assado e de sobremesa torta de limão siciliano com glacê! 

—Huuuummm delíciaaaaaaa! Você já pediu ele? 

—Ainda não. Vou pedir hoje. Vou fazer uma porrada de coisas românticas pra ele. Ele merece. 

—Onde escondeu o anel? 

—Ah, não te conto!

—Mas porque?! —Ela fez um biquinho

—Porque você não sabe segurar segredo nenhum. Da vez em que o Asuma deu aquele buquê de flores pra Kurenai dizendo que era um "admirador secreto", você saiu gritando pela sala "ain, mas eu vi ele colocando dentro do armário dela! Foi o Sarutobi!" —Acusou fazendo uma voz fina péssima. —Não vou falar pra você. 

—Tá bom... olha o sinal vermelho! 

—Eu não sou cego! Não sou eu que uso lente de contato. Mas o que acha de eu fazer assim: Nós jantamos na moral, aí eu levo você pra casa e ai eu peço pra ir no banheiro, mentindo, é claro, aí eu trago a aliança de noivado e declaro todo meu amor por ele.

—Achei fofo. Eu espero que vocês sejam felizes

—Eu também espero. —O sinal abriu. Aquele sinal abriu e todas as portas das suas vidas se fecharam para sempre. Obito guiou a fila de carros até o meio do cruzamento e ouviu um barulho alarmante de freios à sua direita, onde a amiga estava —RIN! —A única coisa que conseguiu ver foi o metal vermelho de uma Land Rover se chocando contra o V8 à pelo menos 120km por hora. Sua consciência tinha lapsos de escuridão e clareza conforme o metal ia se esmagando e o comprimindo mais e mais entre os giros que o carro dava, capotando mais e mais vezes no asfalto. Os airbags sequer davam sinal de se inflarem. Uma falha. Sentia sua cabeça batendo diversas vezes, não importava como tentava a proteger, o metal ia cortando seus braços, rosto e pernas. Não conseguia mover a cabeça para o lado para ver como a pequena estava e só isso já o fazia achar que teria um ataque cardíaco. Depois de capotar sete vezes, tudo parou. Metal se arrastou por mais alguns metros. Ele sentia que seu corpo todo doía lancinantemente. Ele estava preso com o cinto de segurança na mesma posição apesar de estar de ponta cabeça. Olhou para baixo na direção das pernas. Tinham filetes de sangue espalhados pela sua blusa branca, tinha certeza que não era dele, apesar de que sentia que seu rosto doía demais. Era Rin. Permanecia perfeita, porém, finos fios de sangue escorriam de dentro dos ouvidos. Sua cabeça girou. Ele sentiu uma sensação angustiante de náusea percorrer pelo seu ser. Sua mão soltou o cinto, que fez com que ele caísse no teto e vidro quebrado entrasse fundo nas suas costas perfurando a jaqueta, a pele e alguns músculos. Ele se arrastou pela janela quebrada para fora daquele carro que agora facilmente era comparado com inferno. Via as papeladas do trabalho da garota espalhados por todos os lados, algumas das folhas até tinham pequenas chamas nas pontas. Da sua garganta um terrível grito de desespero saiu. Sua amiga, a melhor amiga que já teve na vida, estava ali, morta. Lágrimas salgadas entravam dentro das feridas abertas e as faziam arder. Por algum motivo, sua mente estava nublada, haviam lacunas enormes em suas lembranças, a sua cabeça doía como uma uma terrível enxaqueca. Ao tentar se arrastar pra fora do automóvel, os cacos de vidro rasgaram sua pele, a dilacerando. —SOCORRO! —Em alguns minutos vendo pessoas se aproximarem, fotografarem e até filmarem sua situação terrível, sua visão nublou e as sirenes coloridas tomaram conta dos borrões. 

O Uchiha fechou os olhos com força, afastando a memória e abraçou o garoto com mais força ainda, agora reconhecendo aquele doce aroma que vinha dele. Suas lágrimas começaram a molhar a camisa do outro, pois por mais que insistisse, aquele memória era vívida, porém agora, sabia o que estava faltando na sua vida e podia consertar isso. Começando por um pedido de desculpas. Imploraria por seu perdão se fosse necessário, principalmente por não ter voltado pra casa naquele dia, por ter mudado, por ter sido grosso, por ter sido rude, agressivo, ácido, tóxico, um verdadeiro desgraçado. 

–Me perdoe... Por favor, Kakashi. 

–Está tudo bem agora. Está em casa. Se acalme...

–Me perdoe por favor... Eu imploro.

–Não há nada para ser perdoado. Aquela era só uma forma do seu cérebro reagir ao trauma. 

–Foi uma forma muito babaca do meu cérebro reagir.

–Pare de se culpar. 

–Mas eu...

–Foi um acidente. Não foi culpa sua, o homem que bateu em vocês estava bêbado e brigando com a esposa, não viu o sinal fechado e bateu. 

–Não foi só uma batida. Foram várias capotadas que o carro deu. Eu me lembrei. 

–Perdão.

–A Rin quebrou o pescoço. Tinha sangue dela pela minha blusa. Aquelas pessoas... Aquelas pessoas tiraram fotos e me filmavam ao invés de me ajudar! Se alguém tivesse sido rápido, talvez eu não acabasse desse jeito.

–O trauma foi grande. Quando eu fui ver você no hospital, eu soube que você não era mais o mesmo. Você não tínha mais aqueles olhos brilhantes de antes. Deixe-me ver esses olhos. –O grisalho espalmou as mãos nas bochechas macias e olhou diretamente nos orbes ônix, que agora tinham seu almejado brilho de volta. Pareciam milhões de estrelinhas brilhando ali. –Eu senti tanta falta disso.

–E eu que sentia e nem sabia? –Kakashi sorriu –Mas espera. O que a vai acontecer comigo agora? E o hospital? E o Madara, o Tobi?! 

–Eu vou te ajudar com isso. Apenas precisamos fazer alguns testes-padrão e comprovar que você é mentalmente são. É só você solicitar um teste de aptidão mental para um médico que não seja eu, até porque isso ia soar suspeito. Ah, meu Deus... Eu...eu... senti tanto a sua falta! Porra! Como eu te amo! –Obito sentiu seu coração acelerar e suas bochechas corarem. Fazia tanto tempo que não ouvia aquela voz pronunciar aquelas lindas palavras. –Eu fiquei com tanto medo.... de perder você de vez... Foram... 1.003 dias vendo você todos os dias sem poder dizer que eu te amo. Eu contei cada dia, rezei para que se lembrasse quando dei o caderno de desenhos. Mas aí eu li o relatório de perda de memória seletiva. –Rosnou no final. –Eu preciso que... durma aqui hoje para se acostumar novamente. Em breve receberá alta. É poderemos ficar juntos de novo. 

–Você acha que vai conseguir me aceitar de novo? Depois das coisas que eu fiz, que eu disse? Kakashi eu... matei a Rin

–Nunca mais diga isso! NUNCA! –Era uma das primeiras vezes que Kakashi tinha visto a necessidade de gritar com ele —Tirando a vez em que ele jogou um quadro lindo fora porque errou a assinatura no canto inferior, assinando "Obito Uciha". —, é claro que era muito difícil fazer com que ele perdesse a linha a ponto de gritar com o homem que tanto amava. –Você, é... o... você é o.... amor da minha vida. Eu... não conseguia imaginar minha vida sem você. E ainda não consigo... 

Ele sentiu seu peito apertando levemente, era como uma angústia em ver o outro chorando. Ele –Assim como grita– não chora com frequência e ele sabia disso. Odiava ver ele chorando.

–Não chore. Se você me aceitar de volta, eu fico com prazer.

–É claro que eu quero você de volta, seu baka! –Ele se agarrou em Obito e sem querer cravou as unhas forte nas suas costas.

–Você está me machucando. 

–Perdão. –Se desculpou

–Kakashi... Eu sei que faz muito tempo...–Ele se aproximou lentamente de seus lábios –E tem uma grande possibilidade de que eu não sabia fazer isso tão bem quanto antes... –Retirou palitinho do pirulito da boca e encostou seus lábios no Hatake de leve enquanto fechava os olhos, ali, tendo o primeiro contato em muitos anos, o que poderia ser estranho, já que durante aquele período, Kakashi sequer pensou em outra pessoa que não fosse Obito, consequentemente, jamais tinha pensado em beijar outro alguém. O toque de seus lábios continuava o mesmo, macio, lento e delicado. A mente do prateado voltou aos seus dezesseis anos quando deram o primeiro beijo completamente nervoso. Além da pressão que Rin botava, também era o primeiro beijo de ambos, levando em conta o fato de que se consideravam heterossexuais até que algo além de rivalidade surgisse.

Obito serpenteou as mãos levemente trêmulas e nervosas foram de encontro com a pele nívea do homem, sentindo os pelinhos brancos eriçados do braço esquerdo até onde a camisa branca não cobria, depois subiram tocando o algodão branco da peça, até o pescoço, que também dispunha de pele arrepiada, até finalmente parar na bochecha macia, onde involuntariamente encontrou uma lágrima singela solitária que escorria pelo rosto alheio, molhando um pouco o seu junto. Aquilo facilmente poderia ser confundido com um beijo de tristeza, carregado da terrível sensação de que sabe que vai perder alguém e não se pode fazer nada sobre isso. Porém, aquele ósculo delicado e inocente não dizia nada além de Okaeri

Okaeri, Obito-Kun!

O Hatake sentiu uma enorme necessidade de parar o beijo somente para constatar que aquilo era real, tangível, palpável e sorrir loucamente para o outro que se encontrava com as bochechas adoravelmente pintadas de vermelho, portando um sorriso tímido e infantil, igual ao de quando era criança. Na verdade era isso que ambos sentiam no momento. Se redescobrindo, como crianças fazem e devem fazer. Como simples adolescentes apaixonados, que se encontram as escondidas com medo do que os outros vão pensar ou algo do tipo. Apesar da idade, de já serem adultos e consequentemente ter o poder de fazer quase tudo o que quiserem, não era isso que queriam. Era quase como se conhecessem novamente. Era seu segundo primeiro beijo. Ainda eram um casal, amantes, melhores amigos, parceiros. Fariam aquilo em honra à memória da pessoa que os uniu, que os instigou a transbordarem o amor que tinham presos nos seus corações. 

O Hatake puxou-o pelos ombros e selou seus lábios novamente, com um pouco menos de delicadeza que antes, deslizando as mãos sobre o tecido da jaqueta que cobria os ombros largos, descendo até a curvatura da cintura, onde aproveitou para tentar puxar o outro para seu corpo, porém a força foi suficiente somente para servir de alavanca e trazer seu próprio corpo até ele. Obito então, começou a tocar o tecido que cobria as suas costas, descendo até começar a sentir o couro do cinto que o outro usava, até descaradamente desviar  do bumbum e apertar a coxa, recebendo um resmungo de reprovação do homem. Para silenciá-lo deliciosamente, pediu uma passagem de língua sutil tocando a ponta do músculo no lábio inferior alheio, que imediatamente o recebeu abrindo levemente a boca e deixando que o outro invadisse a cavidade bucal, massageando a sua língua suavemente durante o ato, mantendo o músculo molhado e macio em constante movimento. As mãos alvas de Kakashi já começavam a adentrar o tecido grosso do casaco esporte do outro, que fez um rápido movimento para que tal peça fosse removida e viesse de encontro piso de madeira em um baque surdo. Se antes Obito não tinha uma confirmação do que queria fazer, agora aquele movimento foi como luzes de led dissessem "Vá em frente, soldado!". Porque realmente não sabia se o homem iria querer ter alguma relação sexual depois de tanto tempo –Principalmente com um cara que o tratava de maneira tão chula.

–Eu senti falta disso... –O Hatake pronunciou ao se separar dos lábios rosados do outro, ainda mantendo o olhar na mesma área. –Vamos para o nosso quarto. –Nosso. Pronome de possessão; nosso, que é da gente, compartilhado. 

Kakashi sentia borboletas revoarem e se refestelarem no seu estômago, o causando uma sensação avassaladora de bem-estar físico e mental ao ter em mãos aquele homem que por tanto tempo desejou, tanto tempo o teve e tanto tempo o perdeu, agora aqui, bem na sua frente, segurando sua mão, de volta ao seu devido lugar, que era com Kakashi e mais ninguém. parabéns, doutor Hatake, você conseguiu. Agora poderia continuar a vida de onde havia parado. 

Obito analisou cada canto do quarto como se fosse a primeira vez que estava ali, as cores eram escuras e calmas, um cinza escuro opaco estava nas paredes, à direita da porta, um grande armário embutido preto com portas corrediças, do lado esquerdo, uma "janela" que cobria quase toda a extensão da parede, já a cama exibia um lençol cinza claro, que completava todo o ambiente, com aqueles tons pastéis calmos, diferentes do caos de tinta colorida, livros amarronzados e excesso de verde que se podia ver pela enorme parede de vidro no andar de baixo. 

Kakashi sentou-se e o olhou convidativo, quase de uma forma pidona enquanto o colchão afundava com seu peso –que não era lá grande coisa. Obito se inclinou apoiando os braços em riste ao lado do seu corpo, encaixando o joelho entre as pernas levemente abertas do parceiro, que já sentia um leve formigamento na região pélvica, como leves pulsos de energia elétrica sendo descarregados ali, o que só aumentava seus batimentos cardíacos conforme a pressão que o joelho do outro fazia. Seus lábios encostaram-se um no outro em um contato rápido que carregava facilmente uma grande quantidade de luxúria e de possessão carnal acondicionada durante muito tempo. Porém, por mais que aquele sentimento mútuo de um desejo carnal, estivesse presente, aquilo também gerava satisfação, amor e carinho. Eram namorados de longa data, que compartilhavam cada momento juntos como se fosse o último, não que vivessem ao extremo, é claro, mas sempre que podiam estavam juntos, unidos ou apenas desfrutando da companhia um do outro. 

Obito iniciou um beijo quente e calmo, provando o sabor misteriosamente doce que a boca de Kakashi possuía. Empurrou o corpo delicadamente contra a cama, começando a deslizar por entre os botões da camisa, habilmente os desabotoando e adentrando a blusa passando as palmas na pele nívea do peito, fazendo cócegas agradáveis ali. Ele inclinou seu corpo levemente para frente, para que a peça de roupa fosse retirada, o que logo o deu liberdade de começar a explorar pele do moreno que era coberta pela blusa fina, ao mesmo tempo se surpreendendo com os palpáveis gominhos que sentiu ao tocar a região abdominal. Até que tinha cuidado do físico durante o tempo enjaulado. Obito costumava até ter um pouquinho de barriguinha –Mas isso não atrapalhava o fato de Kakashi fazer ele de travesseiro fofinho de abraçar enquanto dormia –, é claro que isso não atrapalhava em nada, mas sentia que ia sentir falta daquela camada de gordurinha que o fazia ficar macio como um travesseiro. Até porque Kakashi vivia entupindo o homem com doces e guloseimas caseiras, gordurosas e viciantes.

Rapidamente, Kakashi conseguiu resistir a tentação de apertar, lamber e chupar cada centímetro daquela pele que à tempos já conhecia tão bem e tomou forças para tirar a sua blusa e jogá-la em algum lugar perto do armário. Se sua boca não estivesse ocupada, com certeza falaria um "caralho!" 

–Que foi? Tá surpreso porque eu não tenho mais aquela pancinha? 

–Não, é que... –Obito interrompeu o albino, arranhando o seu pescoço com os caninos, causando um arrepio gostoso por todo o lado esquerdo do seu corpo. Deu lentamente beijos estalados pela curva do ombro até o meio do peito, onde começou a aumentar a sucção, até fazer marcas contundentes arroxeadas no seu peito e ao redor dos mamilos sensíveis eriçados. Se Kakashi sabia de uma coisa, era a seguinte (até foi Rin que disse isso) : "Se um cara te chupa como se estivesse te dando um beijo de língua, é ele, mana." Nesse caso, é ele, mana. 

Kakashi sorriu entre os suspiros com o pensamento completamente impuro da amiga rodeando sua mente. Obito chegou a famosa linha do prazer, que fica rente a linha da cueca e começou a trabalhar bem a área onde sentia os músculos se contraindo embaixo da pele branca.

Com pouco esforço, começou a apertar o volume na calça do parceiro que era pressionada para a esquerda na virilha. Logo depois desafivelou o cinto e viu a glande melada molhando o tecido grosso da boxer cinza, onde deu uma curta lambida que foi dolorida ao Hatake, que puxou o ar entre os dentes, depois soltou o ar pesadamente. Kakashi sentiu as unhas curtas de Obito arranharem levemente a derme branca da região da pélvis conforme abaixava a boxer de modo lento até a altura dos joelhos, sem paciência, começou a arrancar os tênis brancos e o resto das roupas inferiores e jogá-las para longe do corpo que tanto almejava. O Hatake começou a arrastar-se pela cama de costas até chegar perto do local onde os travesseiros estavam sem tirar os olhos de Obito, que subia com dificuldade sobre o colchão devido à sua maciez. 

Obito então, encaixou as mãos atrás dos joelhos e puxou Kakashi de encontrou ao seu corpo, batendo brevemente o membro exposto e pulsante contra uma das tatuagens abaixo do umbigo. O platinado sentia que aquilo muito bem podia ser uma miragem, uma alucinação ou um sonho deliciosamente erótico; um dos braços trêmulos foi de encontro ao peito exposto definido e tateou a pele dourada enquanto os dedos famintos tentavam apreciar a sensação avassaladora de tocar aquele homem novamente. Obito inclinou o corpo e o deixou rente ao de Kakashi enquanto iniciava um afoito beijo; os dois peitos batiam brevemente conforme seus lábios dançavam uns nos outros, então entre uma tentativa molenga e desengonçada de tentar liberar a ereção presa do parceiro, o moreno riu arrastado de Kakashi, em um pequeno deboche. Porém, sabia o quanto o outro desejava aquele momento e que não era hora de se fazer de difícil e debochado, então começou a tirar os tênis pelos calcanhares com as pontas dos pés ao mesmo tempo que abria o zíper da calça com dificuldade e a abaixava junto com a cueca. 

Kakashi mordeu o lábio lembrando do quão dolorosamente delicioso era o sexo entre os dois; era difícil lembrar sem ficar completamente excitado, sentindo cada célula do seu ser desencadear um calor descomunal e fazendo com que o pau pulasse quase na testa diante tamanha excitação das lembranças remoendo seu cérebro. 

–T-tá... doendo... –Kakashi deixou escapar

–O que? Aqui? –Obito sussurrou rente à orelha do parceiro, lhe causando um arrepio pelo corpo, assim, passou lentamente a almofada do polegar sobre a glande inchada e molhada, em seguida os outros quatro dedos abrigaram o grosso falo e deram uma rápida bombada espalhando a baba pelo comprimento do membro ereto, fazendo questão de fazer pressão extra sobre as veias dilatadas. O platinado soltou um suspiro pesado e quente sobre o ombro largo. Obito aproveitou a brecha e começou a mordiscar a cartilagem da sua orelha, abaixando até o pescoço, onde deu uma forte mordida, marcando a pele nívea do doutor. Se afastou lentamente e encarou os olhos castanhos projetando o corpo para baixo ainda na mesma baixa velocidade até encaixar a cabeça entre as pernas abertas do Hatake e dar uma lambida da base do falo até a glande rosada, onde fez um estalo molhado ecoar por todo o quarto. Aquele som tão distinto e tão familiar ao mesmo tempo, fazia-o lembrar da melhor época de sua vida, até que tudo se desmoronou com uma ligação de um certo sombracelhudo dizendo para ligar na CNN ou na NHK, porque as duas redes de notícias estavam transmitindo a mesma coisa.

Podia sentir uma lágrima escorrer pela sua bochecha, por dois motivos claros: 1- Lembrou do jeito brusco de como soube do acidente e 2- agora estava ali, com o homem que jamais pensou que fosse ver novamente em tal posição. Uma alma que à tempos almejava, admirava a as vezes invejava. Invejava seu jeito cabeça dura, que era a forma de dizer que não ia desistir, desejava pelo seu corpo, seu rosto, seu ser, sua alma pura, desejava encarnar o profano e todos os pecados sujos e baixos todos sobre aquela pele, arranhar, morder, morrer de tesão, surtar e corromper a mente e a essência dele, torná-lo um ser, assim como ele, pecaminoso, impuro e tão sujo que não poderia ser comparado à lama negra que os pés de Lucifer tocavam.

Queria olhar para Obito enquanto transavam e não reconhecê-lo, apenas ver aquele olhar felino que já o trucidava, o sorriso sujo que surgia antes mesmo de qualquer coisa, queria foder loucamente de novo. Queria ser levado aos céus e aos confins do inferno ao mesmo tempo. 

Desejava com todas as forças ver de novo aquela expressão que nesse exato momento o comia com os olhos enquanto enfiava todo seu pau na boca, sem encontrar um limite certo além do fim da garganta entanto masturbava o que não cabia por inteiro na caverna molhada. Entre um pensamento completamente imoral, deixou os dedos desprovidos de cor se aninharem nos cabelos negros e os empurrarem a cabeça até sentir que sua glande bater no limite da garganta e ver o ar lhe faltar totalmente até suas bochechas avermelharem. Com a última gota de piedade, puxou os cabelos e trouxe-o diretamente para sua boca, pouco de fodendo se aquela área tivesse acabado de sair do seu próprio pau. A porra era dele, oras! 

–Caralho, como eu te amo! –Obito arfou com um sorriso, porém, este se esvaiu quanto a mão do Hatake tocou o membro pulsante esquecido que já estava completamente ereto, ansiando um lugar para poder se enterrar por completo, como por exemplo, a entrada rosada e pulsante de um certo albino que esperava por isso tanto quanto ele. Enquanto distraia o moreno, tateava o criado mudo quadrado à procura do lubrificante que tinha um sabor peculiar de mel e um preservativo. O garoto Uchiha gemeu alto quando ele deu uma bombada apertando as veias com força, pressionando a carne endurecida de forma luxuriante. Sentia que estava quase lá e definitivamente não queria isso. Obito agarrou os quadris do platinado e o virou de costas para si com o abdômen voltado para o lençol cinza, em seguida pintou de vermelho a bunda branca rechonchuda com um tapa forte, que projetou a marca perfeita do cinco dedos destros dele. Tomou o pequeno tubinho nas mãos do parceiro e jogou facilmente mais da metade do conteúdo nas nádegas alvas do homem, depois abriu suas bandas e tomou mais cuidado ao introduzir o primeiro dedo, e apreciou ao sentir o calor inundar o indicador, depois o médio, só então os movimentos que no início eram lentos e irritantes, depois as estocadas chegavam perigosamente perto da glândula amendoada no fundo do canal anal. Depois que foram removidos repentinamente dali, Kakashi sentiu-se de fato vazio. 

–Me... dá isso aqui. –Pegou rapidamente o preservativo, depois desenrolou o látex sobre o próprio membro o mais rápido possível e segurou firmemente o quadril dele, o puxando levemente para cima –Empina pra mim. –Kakashi empinou o bumbum na direção do membro que bateu contra a entradinha costumeiramente apertada. Começou então à forçar o membro contra a cavidade, sentido muito bem que entraria fácil ali, depois de anos juntos já tinham perdido as contas de quantas vezes já transaram e sabia que não era mais apertado e sim, guloso. 

Enraivecendo‐se com a demora, Kakashi, em um movimento precipitado, se moveu para trás enterrando metade do pau do namorado para dentro de si, cometendo um erro maior ainda, tinha esquecido que era tão grande dentro dele. 

–Ah, meu...! Oh...! 

–Tá quase... relaxa. 

Obito projetou o quadril mais pra frente enquanto puxava a cintura do parceiro até sentir a bunda bater contra sua pelve e ambos soltarem o ar pesado que preenchia seus pulmões com um gemido arrastado. O Uchiha segurou por alguns instantes o homem antes de se mover lentamente, o dilacerando por dentro. Porém, aquela dor era tão gostosa, o jeito que ele ia fundo, oh, céus, tão fundo... a mão nívea catou apoio na cabeceira acolchoada da cama enquanto Obito aos poucos aumentava e aprofundava os movimentos do quadril, felizmente com a ajuda dos lubrificantes espalhados pelas suas partes íntimas. Kakashi sentia seu ventre se incendiar a cada segundo que as investidas chegavam mais e mais perto do seu ponto doce. Nada poderia ser comparada a aquela sensação, de ser preenchido novamente, de se sentir amado novamente, de ficar excitado pra caralho, de sentir que poderia facilmente desmaiar de tanto tesão. Aquela posição, aquela maldita posição, era pra matar qualquer um, não importava se fosse homem ou mulher, ela acertava todos os pontos que te faziam revirar os olhos, você não ia se importar se gritasse, se gemesse, se urrasse, se fizesse o caralho a quatro, aquela posição trazia um prazer descomunal, principalmente para ele.

Ao começar a se mover com mais vigor, Obito deslizou os polegares sobre a pele alva, acariciando o local, tentando o livrar do desconforto que achava que sentia. Mas sabia que não se conteria por muito tempo sem querer marcar todo aquele corpo delicado que tinha em mãos, intercalando o olhar entre o vai e vem que fazia a pobre cama ranger e as expressões faciais que o platinado tinha, quase indecifráveis, o rosto estava corado, a respiração oscilante e por mais que tentasse manter os olhos abertos, eles ansiavam por fechar e desprovê-lo do sentido da visão para apreciar apenas o sentido de estar sendo fodido por Uchiha Obito. 

–Vai mais rápido, vai mais rápido, por favor! –Ele sussurrou, Obito ficou incrédulo, porém absorveu a ideia e rapidamente acatou o pedido. O Hatake enterrou o rosto no travesseiro enquanto levava as mãos até as nádegas e as abria, para que pudesse ir ainda mais fundo, lá mesmo cravou as unhas quando Obito finalmente entrou com tudo acertando a próstata em cheio, ainda fazendo a audácia de mover o quadril em círculos para acertá-lo mais ainda –Ah! Porra! 

O albino já estava sem qualquer tipo de filtro, podia falar todos os palavrões, xingamentos e até inventar alguns. Principalmente quando ele resolveu aumentar novamente a velocidade, agora deixando o barulho de ambas as dermes em constante contato. A cama já batia contra a parede, o colchão afundava e o lastro do móvel pedia piedade conforme rangia. Obito sentia seu corpo pegar fogo, enquanto mordia o lábio tentando conter os gemidos que tentavam escapar pelos lábios em forma de respirações que puxava entre os dentes; sentia-se pressionado entre a entrada quente. Assim, pôs mais força nos quadris e começou a estocar rapidamente, enquanto a glande surrava a o interior do parceiro e o fazia sussurrar palavrões e coisas desconexas entre os gemidos abafados pelo travesseiro. Porém, Obito queria ver aquele rosto, olhar para ele e apreciá-lo, apreciar aos seus gemidos e seu calor corporal excitante. Por mais que aquela pressão, aquele barulho estivessem tremendamente excitantes, sentia que não podia aproveitar assim. Ele se retirou tão rápido quando entrou, assim sentou ao seu lado e bateu na coxa direita, ditando o que deveria ser feito. Kakashi obedeceu prontamente sentou sob as coxas grossas. O Uchiha o segurou pela cintura enquanto lentamente encaixava o membro de volta dentro de si, podendo controlar os movimentos, deu a primeira sentada forte, que estremeceu a pobre cama, mas tudo valeu a pena, pois foi tão fundo quanto antes. 

O psicológico do platinado já estava falhado junto com a sua consciência. Pelo que sabia, poderia acreditar piamente que era uma miragem e amanhã acordaria exausto novamente por ter se masturbado pensando nele, porém, aquilo ultrapassava todos os limites carnais que poderia ter. Do jeito que avançava nos seus lábios, como se tivesse a concepção de que fosse a última vez, do jeito que o olhava, como se fosse um demônio da luxúria, o próprio Incubus assombrando sua mente, do jeito que ainda via amor naqueles olhos negros que encaravam sua alma; aquilo tudo não poderia ser apenas uma alucinação. Era tão bom que parecia um sonho, mas não era, oh, céus, não era mesmo! Não poderia ser. Ali reconhecia seu parceiro, seu confidente, seu rival de infância, o maior motivo de sua existência na terra continuar, seu primeiro beijo, sua primeira transa, seu primeiro e único amor. Era Obito ali. Não era qualquer uma das personalidades que sua mente tinha criado, era seu Obito de verdade. Tinha trazido ele de volta da imundice e dos mais profundos poços da escuridão em que sua mente habitava durante longos e dolorosos três anos. 

Aquela noite era a única necessidade que tinha durante anos e finalmente estava a realizando. Não tinha certeza se aquela poderia ser a única noite que Obito recobraria a consciência e como médico sabia que poderia facilmente ter uma recaída e no outro dia não se lembrar de nada. Mas a palavra "medo" já estava constantemente nos seus pensamentos. Era o sentimento que mais sentia. Não felicidade por um outro paciente ter alta, não êxtase por um novo colega chegar, ou aquele sentimento estranho de quando achamos uma fatia de bolo esquecido no fundo da geladeira. Era medo. Medo de perder quem amava e um medo ainda maior de se perder nisso. De acabar ficando louco por causa disso, de ir de médico à paciente. Não queria admitir, mas lá no fundo sabia que seu amor por Obito tinha se tornado quase o início de uma obsessão. Era obcecado com a possibilidade de poder recuperar sua memória, era obcecado com a possibilidade de tê‐lo de novo e acima de tudo, obcecado com a possibilidade de viver a sua vida novamente, do jeito certo. 

Porém, será que aquilo seria somente uma noite das loucuras que Obito praticava as escondidas?















Notas Finais


TÁ PARECENDO NOVELA DAS NOVE

Irmão, essa fanfic é muito satisfatória de escrever! Caraca!

Como diria o Itachi: Eu já pensei em tudo. Então tá tudo prontinho bonitinho, boiolinha.

Nos vemos no próximo Cap e é isso.

SUMIDÃO ⚡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...