Pacify Her
Shouto encarava a própria imagem em frente ao espelho da penteadeira, Eijirou penteava suavemente os cabelos bicolores do Ômega menor.
- Ao menos conseguimos tirar algo de bom do espartilho. - Denki suspirava, não teria mais como pôr o Ômega em um desses.
- Fora o fato de que eu quase morri sem ar? - Todoroki perguntou com uma sobrancelha erguida.
- Você pelo menos passou o dia junto ao rei, eu achei que a rainha fosse explodir a qualquer momento de raiva. - Kirishima disse com um leve riso.
- Ela sabe que você tem algo que ela nunca vai conseguir. - o loirinho sorriu.
- Que seria...?
- O coração de Sua Majestade.
- ... - Shouto tinha um leve sorriso em seu rosto ao ouvir aquilo, suas bochechas ficando um pouco avermelhadas.
- Agora só temos que fazê-lo sentar ao lado do rei. - Kirishima colocou a escova na penteadeira ao terminar seu trabalho.
Kaminari olhava as joias que o meio-ruivo possuía, todas eram muito bonitas e caras, com certeza presentes do rei, porém o bicolor não as usava.
- Esse aqui. - o loiro sorriu ao achar um broche mais discreto – Perfeito.
Esse caminhou até o bicolor que se levantou da penteadeira.
- Só um momento. - se colocou em frente ao heterocromático, colocando o broche dourado em sua roupa - Sua Majestade escolheu muito bem.
Um sorriso de satisfação desenhou os lábios do Ômega loiro, não podia negar que de fato o amante do rei era mais bonito do que diziam os boatos, os dois formavam um casal tão lindo.
- Me pergunto o que fez para conquistar o rei. - Eijirou riu com certa malícia em seu tom de voz.
- Isso é um segredo. - o bicolor riu - Certo, agora vamos jantar, estou com muita fome.
Os servos assentiram, era uma grande honra terem permissão para jantarem na mesma mesa que o rei, Todoroki havia pedido ao esverdeado para que pudessem estar lá.
Aquela era uma das suas vantagens naquele lugar, o rei não sabia dizer “não” aos pedidos do Ômega baixinho, então se aquilo fosse o agradar, ele não seria contra a dupla de marqueses à mesa.
O trio se retirou do quarto, caminhavam até a sala de jantar onde Izuku e Katsuki ouviam a rainha falar sobre precisar de uma coleção de novos vestidos para o baile de primavera.
- Oh meu Deus, por favor, me dê paciência. - Denki fez o sinal da cruz ao ouvir a voz da rainha.
Os ruivos rindo de suas ações, o de olhos heterocromáticos arqueando uma sobrancelha para o loiro. Os servos eram realmente fáceis de lidar, entendia o porquê de Yaoyorozu ter-lhes enviado.
- Majestades. - os dois Ômegas acompanhantes se curvaram levemente ao finalmente chegarem na sala de jantar.
Uraraka franziu o cenho ao ver a dupla se guiar até a mesa, sentaram-se em lugares indicados pelo Ômega que estava próximo ao rei.
Todoroki cumprimentou seu Alfa com um pequeno sorriso e um beijo na bochecha. O esverdeado contente em ter o Ômega com ele, esperava que desta vez Ochako não inventasse nada para tirar o menor da mesa.
- Boa noite. - o bicolor cumprimentou os demais.
- Boa noite. - Izuku e Katsuki responderam juntos, já a rainha não se deu ao trabalho.
Ochako sentia-se cada vez mais enojada ao ver os dois novos Ômegas comerem à mesa junto a todos, principalmente quando começaram a conversar com os demais como se tivessem alguma liberdade de falarem com pessoas de nível evidentemente mais alto que eles.
- Não vai comer, Majestade? - Shouto perguntou à mulher com um falso ar de preocupação - Não fará bem para o bebê.
- Estou sem apetite.
- Se sente bem? - Izuku olhou com certa preocupação para a esposa.
- Não muito, apenas preciso descansar. Você me acompanha após o jantar?
- Claro. - o rei não se viu tendo outra opção além de aceitar.
Denki e Eijirou se entreolharam por um breve momento, sabiam exatamente o motivo da "doença" da Beta.
- Oh, Majestade, se me permite dizer, existe um chá que pode ajudá-la com os sintomas da gravidez. - Kaminari falou com falsa inocência, sabia o quanto a mulher ficaria irritada por ter falado consigo tão livremente.
- Eu já tenho o auxílio do curandeiro, mas agradeço. - quase cuspiu as palavras para o loiro.
- Mas iria ajudá-la, Majestade. - Denki insistiu - Costumamos dar isso às grávidas do lugar de onde eu vim, elas normalmente sentem muita dor quando a gravidez vai avançando.
Os outros Ômegas beberam um gole de vinho para evitarem sorrir. Kirishima conhecia muito bem o amigo e Shouto sabia o quanto Ochako deveria estar irritada no momento.
- Já que quer tanto, depois repasse a uma das minhas damas de companhia, eu fico grata. - a rainha sorriu com falsa gentileza para o Ômega.
- Será uma honra, Majestade. – o loiro voltou a atenção para seu prato.
- Lady Yaoyorozu me fez um grande favor ao enviá-los para cá, estão me tratando muito bem. - Todoroki havia aproveitado a oportunidade para começar uma pequena conversa com Midoriya.
O maior parecendo interessado em suas palavras como sempre, o homem de sardas sorriu ao perguntar:
- Sem mais incidentes com o espartilho?
- Nunca mais.
Ochako respirou fundo, não sabia do que ambos estavam falando para participar do assunto.
- Se me permitem dizer. - foi a vez de Eijirou tomar a palavra - Ainda acho que ele deveria dar uma chance aos sapatos altos.
- Parece que eu vou cair com aquelas coisas. - o menor falou voltando sua atenção ao ruivo.
- Mas fica bonito. - Eijirou retrucou - Sua beleza se destacaria ainda mais.
- A única pessoa que eu quero que note a minha beleza é o Izuku. E tenho certeza de que ele já notou, não é, Majestade? - olhou na direção do homem citado.
- Sem sombra de dúvidas. - o rei concordou sem pensar duas vezes.
- Vocês formam um belo casal. – Kaminari sorriu, alfinetando a rainha que sentiu seu olho se contrair com o comentário.
- ...
Bakugou apenas mantinha-se calado, aproveitava da comida que de repente parecia muito difícil de engolir.
- Denki, não seja indiscreto. - Eijirou pediu, mesmo que estivesse se divertindo com aquilo.
- Oh, me perdoem. - o menor murmurou com falso pesar.
- Não tem problema, não se preocupe. - o rei garantiu.
Ochako se pudesse naquele momento teria levado o loiro até as masmorras e o deixaria lá pelo resto da vida. Kaminari sorriu abertamente para a grande frustração da rainha por não poder expulsá-lo da sala de jantar. Eijirou iniciando um novo assunto para cortar o clima tenso do ambiente.
...
- Eu não sei como você aguenta. - Bakugou respirou fundo enquanto caminhava ao lado do amigo - A sala de jantar parecia uma verdadeira zona de guerra.
- Até que foi divertido. - o rei comentou fazendo o outro franzir o cenho.
- Divertido? Você deve estar brincando.
- É melhor do que voltar a ouvir aquela conversa sobre vestidos.
- Bem, isso é verdade... - suspirou cansado - Mas para evitar esse tipo de situação, por que não deixa seu amante na cozinha? - sugeriu.
O loiro percebeu que disse a coisa errada quando o outro parou de caminhar, os feromônios do Alfa mais forte lhe incomodando. Por um momento Katsuki se esqueceu de que estava falando com o rei, não deveria se deixar enganar pelos sorrisos gentis do esverdeado.
- Quando a Ochako veio a este castelo o Shouto já comia comigo, isso não vai mudar agora, eu pedi para ele se retirar naquele dia unicamente por causa da gravidez. Isso não vai voltar a acontecer por caprichos da rainha.
- Entendo.
O loiro foi obrigado a concordar, mas sabia que a rainha não deveria se sentir bem com aquilo, não tinha certeza de que deixar a esposa e o amante conviverem deste jeito era uma boa ideia.
...
- Asui-san, ficou sabendo? - a rosada perguntou enquanto as mesmas preparavam os petiscos e chá da rainha.
- Do quê? – olhou com curiosidade para a Ashido.
- Eu ouvi dizer que o amante do rei conseguiu aquela cicatriz em seu tempo de vida fácil, parece que um cliente não ficou muito satisfeito com ele. E bem…
- Meu Deus, que história horrível. - a de cabelos verdes pareceu horrorizada - Em pensar que o rei ainda fica com ele...
As servas da rainha estava na cozinha, à mando da soberana começaram os boatos a respeito do protegido do rei. As cozinheiras do local fingindo que não ouviam a conversa, mas sabiam que a fofoca iria se espalhar como fogo.
- Ouvi dizer também que ele está saindo com os dois novos servos pelas costas do rei. - Asui continuou.
...
- Muito obrigado, Tooru. - o bicolor sorriu quando a mulher lhe entregou a xícara de chá.
- Não é nada. - sorriu, no entanto, logo sua expressão se tornou um pouco séria - Senhor Shouto, tem algo que eu gostaria de lhe contar.
- Do que se trata?
- Hoje de manhã as damas de companhia estavam dizendo boatos maldosos sobre o senhor na cozinha.
O bicolor franziu o cenho, os outros Ômegas se aproximando para se inteirarem sobre o assunto.
- Quais boatos? Espero que ao menos tenham sido criativas. - Todoroki suspirou.
- Estavam falando sobre a sua cicatriz e seus servos. - a empregada os contou exatamente o que ouviu.
- Isso é péssimo. - o loiro rosnou baixinho.
- As empregadas ouviram, logo vão começar a espalhar as fofocas, Senhor Todoroki.
- Deve ter sido obra da rainha. - foi a vez de Eijirou se pronunciar.
- Não tenho dúvidas. - o menor se levantou nervoso.
- Temos que pensar em algo para resolvermos essa situação. - Kirishima declarou.
- Obrigado por me alertar, Tooru. - o bicolor agradeceu antes da mulher sair do quarto.
Os Ômegas ficaram em um silêncio tenso, cada um pensando em uma maneira de contra-atacar a rainha. No entanto, no momento parecia que Ochako era inatingível.
- Nós podemos rebater! - o loirinho disse após um tempo pensando.
- Como assim? - olhos heterocromáticos pousaram confusos sobre o outro.
- A rainha quis espalhar boatos pelo castelo usando as empregadas, podemos fazer o mesmo.
- Ela é da realeza. - Eijirou falou em suspiro - É uma situação diferente.
- ... - o loiro pareceu pensativo, realmente seria complicado ir diretamente contra a rainha.
- Pelo que eu sei o povo está do seu lado. - Kirishima olhou para o bicolor - Mas os boatos vão se espalhar rápido. Vamos ter que melhorar sua reputação, Shouto.
- E como faremos isso? - ergueu a sobrancelha avermelhada.
- Eiji e eu daremos um jeito nisso, não se preocupe. - o loiro falou para o acalmar, pelo visto já tinha algo em mente.
...
Enquanto as empregadas serviam o jantar Midoriya notou que seu Ômega estava estranhamente calado. O esverdeado segurando sua mão para perguntar com preocupação:
- Aconteceu alguma coisa?
- Só não me sinto muito bem.
- Já foi ao curandeiro? - fez um leve carinho na mão do Ômega.
- Ainda não, mas é apenas um mal estar, eu logo vou ficar bem. - sorriu levemente para o Alfa.
- O Senhor Shouto passou a manhã enjoado. - Kaminari comentou.
Shinsou - que desta vez estava jantando com eles - arqueou uma sobrancelha, Katsuki e ele trocaram um breve olhar quando a rainha abaixou os talheres.
- Irei melhorar em breve. - o bicolor afirmou.
- Talvez sejam sintomas... - Eijirou comentou com esperteza - Oh, acho que eu não deveria falar isso tão livremente.
O ruivo viu o exato momento em que uma das empregadas que servia o vinho olhou surpresa para Todoroki.
- Sintomas? - o bicolor fingiu não entender a que o outro se referia.
- Sim. - o ruivo murmurou - Sintomas de gravidez se me permite dizer, a Vossa Majestade deve passar muito por isso.
Era obviamente uma provocação, Hitoshi fez questão de beber todo o vinho que continha em sua taça, Deus, ele precisava parar de se envolver em momentos de tanta tensão. Parecia que a rainha queria atacar o pobre Ômega.
O esverdeado tentava inutilmente manter o sorriso longe de seu rosto, só de pensar em ter um filho com o homem que amava…
- Depois do jantar nós deveríamos ir ao curandeiro, Shouto. - o rei falou, por mais que disfarçasse era visível sua animação com aquela possibilidade - Se for o caso, precisamos ter certeza.
O talher na mão da rainha entortou com a agressividade que a mesma pressionou o cabo para evitar de reagir àquilo, Izuku com certeza não precisava de um filho bastardo.
- Claro. – Shouto alegremente concordou.
- Espero que não se espalhem mais boatos maldosos, os que ouvimos hoje já foram ruins o suficiente. - Denki suspirou com pesar.
- Boatos? - Shinsou perguntou, nem ele sabia porque dava a chance para que aquele joguinho prosseguisse.
- Sim, hoje mais cedo nos contaram que as servas pessoais da rainha estavam comentando coisas maldosas na cozinha sobre o Senhor Shouto.
- Não vamos falar sobre isso, por favor. - Todoroki mostrou seu desconforto.
- Acho melhor mesmo. - Bakugou comentou.
- Eu falarei com as minhas servas. - Uraraka finalmente se pronunciou - Não acontecerá novamente. - falou como se ela mesma não tivesse dado a ordem de espalharem os boatos.
Os acompanhantes de Shouto sorriram satisfeitos por saberem que as empregadas que ouviram aquela breve conversa não ficariam caladas. O amante seria visto como uma vítima de mentiras.
Todoroki não pôde deixar de ficar contente em ver Ochako parecendo perturbada e raivosa durante todo o jantar.
No final, quando foram ao curandeiro o esverdeado recebeu a triste notícia de um alarme falso por Tomura, já tinha ficado tão animado apenas com a ideia de ter um filho com o rapaz de cabelos bicolores.
- Está tudo bem. - Todoroki tentava consolar o Alfa quando já se encontravam sozinhos em seu quarto - Foi melhor assim.
- ... - Midoriya mantinha uma expressão de tristeza enquanto tocava a barriga lisinha do Ômega.
- Não quero que nossos filhos sejam vistos apenas como os bastardinhos do rei.
- Eles não seriam vistos assim, Shou.
- Você sabe que sim. - o Ômega falou antes de dar um pequeno beijo na bochecha do Alfa tristonho.
- Eu quero ter filhos com você. - sorriu ao pensar na possibilidade - Imagine uma princesinha com os seus olhos.
Todoroki suspirou, Deus sabe o quanto ele queria dar filhos ao homem, mas a rainha faria da vida de seus filhotes um completo inferno.
- Quem sabe um dia? - acariciou a bochecha do maior.
A desanimação voltou a bater no rei com a resposta vaga, o menor trabalhou apenas em consolar o mesmo com alguns beijos e carícias.
Se não fosse por Ochako, talvez já pudessem ter vários filhotes correndo e brincando pelo castelo.
...
- Isso é um absurdo! - Uraraka gritou furiosa com seu marido, Izuku assistindo a mulher quebrar algumas coisas - Você deixa aquele Ômega me desrespeitar daquele jeito!
- Ochako... - foi interrompido pela mulher.
- Eu acho ótimo ele não estar grávido. - falou com frieza - Saiba que não aceitarei os bastardinhos da sua concubina andando pelo castelo, por isso tome cuidado para que ele não engravide.
- Como é que é? - as sobrancelhas do homem se franziram.
- Eu sou a rainha deste reino e estou esperando um filho seu, não vou aceitar filhos bastardos andando pelo meu palácio!
- A porta está aberta para que possa voltar a Uravity e se instalar por lá a hora que quiser. - o homem disse pouco antes de se levantar do pequeno sofá onde estava sentado - Não se esqueça que eu sou o rei aqui, a minha palavra é a última, não sou obrigado a aturar seus surtos.
A Beta se calou por um momento ao ver a raiva brilhar nos olhos esmeraldas de seu marido. Nunca iria entender o que o homem sentia pelo Ômega.
- Ele é apenas um plebeu! - gritou enquanto se aproximava do Alfa - Por que ele, marido? - perguntou enquanto segurava as roupas do Alfa - Eu não sou o suficiente para você?
- Eu nem teria me casado com você se não fosse pelo bem do meu reino. - o homem respondeu vendo lágrimas se instalarem no canto dos olhos da mulher - Eu desde o início deixei bem claro que não queria este casamento, então não comece com a ceninha agora.
- O que aquele maldito Ômega tem que eu não tenho?! Ele não passa de uma concubina!
- Pare com isso, Ochako. - o esverdeado suspirou quando a mulher tentou lhe beijar - Por favor, não se humilhe.
A Beta negou com a cabeça ao se afastar, ela havia insistido naquele casamento desde o começo, sempre foi apaixonada pelo Alfa, então fez de tudo para que tal união acontecesse.
- Fique comigo esta noite, cumpra seu papel como marido!
- ...
O Alfa bufou, sua cabeça latejava com o falatório da mulher, será que ela ao menos se dava conta do que estava dizendo?
- O que pensa que está fazendo? - perguntou ao Alfa quando o mesmo começou a se guiar até a porta do quarto.
- Vou sair daqui antes que eu perca o resto da minha paciência. - olhou na direção da rainha - E eu sei que foi você quem mandou espalharem esses boatos sobre o Shouto, espero que isso não se repita.
- ... - a Beta apenas ficou em silêncio quando o homem bateu a porta ao sair.
Izuku ainda conseguiu ouvir um grito alto de dentro do quarto mais o barulho de coisas se quebrando. O esverdeado nunca pensou que se sentiria tão mal por fazer algo pelo bem de seu reino, talvez aquilo fosse alguma espécie de castigo que estava recebendo de sua vida passada.
O rei respirou fundo, precisava tomar um bom chá e dormir, sabia que cedo ou tarde teria que encarar a mulher de novo.
...
Denki e Eijirou estavam um pouco nervosos, foram chamados para irem tomar um chá nos aposentos da rainha, confessavam que não sabiam quais eram as intenções da mesma.
- Vossa Majestade. - os dois se curvaram ao entrarem no quarto da rainha que os esperava.
- Sentem-se, por favor. - a mulher pediu gesticulando para duas cadeiras livres na mesa que ocupava os petiscos e o chá.
- Estamos honrados em sermos convidados para um chá com Vossa Majestade. - Kaminari utilizava de sua querida falsidade.
- Não são muitos que têm essa oportunidade. - a Beta sorriu enquanto Ashido servia o chá.
- Eu imagino, Majestade. - Eijirou sorriu levemente forçado para a mulher – A senhora deve ser uma mulher ocupada.
- Desculpe a curiosidade, mas por que nos chamou, Majestade? - o loiro perguntou, estava com um ligeiro medo daquele chá estar envenenado.
- Desde que chegaram ao palácio não tivemos a chance de nos conhecermos. - a mulher começou a mexer no grande anel que tinha em seu dedo, o rubi que o mesmo continha se destacava - Eu gostaria de saber se posso confiar em vocês...
Os Ômegas imediatamente entenderam o que a mulher pretendia, ela estava tentando comprá-los, a joia extravagante sendo uma ótima dica.
- Confiar na gente? - Denki se fez de desentendido, a rainha se impediu de revirar os olhos.
- Exatamente, sabe... Eu preciso de pessoas que estejam do meu lado no castelo. Apenas gostaria de saber se posso considerar os dois como meus aliados.
- E quem iria contra Vossa Majestade? - Kirishima perguntou, manteve sua ironia longe de sua voz.
- Aqueles que não sabem quais os seus devidos lugares.
- ... Se refere à concubina no castelo? - Denki perguntou, sentia que aquilo não acabaria em boa coisa para Shouto.
- Acham que um plebeu deveria ter direito de morar no castelo vivendo às custas da família real? - perguntou como quem não queria nada levando o chá à boca.
- Claro que não, Majestade, achamos isso um completo absurdo. - Eijirou decidiu entrar no joguinho da mulher.
- Não sabe o quanto nos sentimos humilhados por sermos servos dele. - Kaminari estava realmente enojado em ter que dizer isso.
A Beta sorriu e fez um sinal para que Asui colocasse uma pequena caixa de joias sobre a pequena mesa.
- Creio que sabem as vantagens de ficarem ao meu lado...
- Seria uma grande honra. - o ruivo fingiu se animar com a possibilidade.
Tudo aquilo não passava de um jogo.
…
- Quem ela pensa que eu sou?! - Denki chegou irritado ao quarto de Todoroki jogando o "agrado" que recebeu da rainha no chão.
- Provavelmente algum tipo de prostituta interesseira. - Eijirou respondeu repetindo a ação do amigo.
- O que houve? - Shouto perguntou preocupado com a dupla de marqueses.
- Aquela mulher, ela...! - o loiro se interrompeu para rosnar alto.
- Ela tentou nos comprar! - Kirishima falou pelo amigo - Quer que a gente traía você.
O meio-ruivo ficou calado por alguns segundos antes de rir da situação, era realmente algo que a rainha faria.
- E por que não aceitaram? Ela é a rainha.
- Estamos do seu lado. - Denki olhou para o bicolor - Entenda, não estamos fazendo isso apenas por você, realmente gostamos de você, mas o fato é que nunca existiu um rei Ômega, nós somos uma pequena parcela da população. - falava em um tom sério - Principalmente os Ômegas masculinos, queremos ser representados, faremos você entrar para a história, Shouto.
O bicolor encarou a dupla por um instante, em seguida seu rosto começou a esquentar em resposta. Era algo tão grandioso o que os Ômegas falaram, grandioso até demais para aquele que não passava de uma simples concubina.
Não se sentia digno para tal coisa.
- Se importa? - Denki perguntou apontando para a cama.
- À vontade.
- Eu achei que fosse morrer. - o loiro murmurou se jogando na cama - Parecia que a qualquer momento ela iria dizer que o chá estava envenenado e que só iria nos dar o antídoto se servíssemos a ela.
Novamente o meio-ruivo se permitiu rir, Kirishima se juntando ao loiro na cama. Todoroki pegou alguns doces que tinha em uma bandeja e os entregou à dupla exausta.
- O que vocês disseram a ela? - questionou com curiosidade ao sentar-se na cama.
- "Oh, Majestade, estamos tão honrados em servirmos à senhora!" - Kirishima falou com uma expressão de nojo e logo em seguida fingiu que iria vomitar.
- Como o rei aguenta essa mulher todos os dias?! - Denki perguntou com certa indignação.
- Vai saber. - o bicolor murmurou com um sorriso por mais que um tanto tristonho.
- Não se preocupe. - Eijirou disse com um sorriso para animar o Ômega - Se depender da gente, você estará vestido de branco no altar logo, logo.
Novamente naquele dia as bochechas do bicolor voltaram a esquentar, a ideia de se casar com o Alfa parecia tão maravilhosa.
- Altar... - o marquês loiro murmurou - Isso me faz lembrar de uma dúvida que sempre tive.
- Qual? - os dois outros perguntaram curiosos.
- O que acontece na noite de núpcias para ela ser tão especial?
- Ah... - Eijirou franziu o cenho - Eu não sei.
- Meu Deus.
O Ômega mais experiente não se conteve e começou a gargalhar, não esperava que a dupla não soubesse de tal coisa. Então ainda existia inocência entre os Ômegas...
- Não tem graça. - Denki fez beicinho - Eu tenho curiosidade, já ouvi pessoas dizendo que é incrível e outras dizendo que era péssimo.
- Dependendo da pessoa, deve ser uma droga. – Todoroki falou se lembrando do casamento de Izuku com Uraraka.
O esverdeado se recusou a ter uma lua de mel com a mulher, o que foi motivo de confusão.
- O que acontece? - o de olhos dourados perguntou em completa curiosidade.
- Hum... Será que eu deveria contar? - provocou os dois - Isso é algo para se aprender com seus maridos.
- Não vamos casar nem tão cedo. - Kirishima fez beicinho - Conta, por favor…
- Eu não sei... - disse se segurando para rir - Eu não deveria estragar a surpresa.
- Por favor, Shou! - Kaminari falou tentando convencer o outro, agora os dois Ômegas inocentes encaravam o menor com expectativa.
- Tá bom, mas depois não se arrependam.
Começou a contar o que acontecia na tão famosa noite de núpcias, a dupla ficando cada vez mais envergonhada com as palavras de baixo calão que o menor usava.
- Oh Deus... - o loiro usava a mão para se abanar - De repente aqui ficou muito quente.
- Isso deveria parecer bom? - o ruivinho perguntou assustado - Não me parece confortável a ideia de ter algo dentro de mim...
Shouto tentou não rir de Eijirou, no entanto não conseguiu segurar, coitadinho do Ômega. O trio de Alfas que passava pelo corredor teve sua atenção voltada para a porta do quarto do bicolor ao ouvirem as risadas do mesmo enquanto Kirishima pedia para que ele parasse.
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