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História Paixão Avassaladora - Capítulo 6


Escrita por: Livinasro

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Paixão Avassaladora - Capítulo 6

Demoro um pouco para chegar a fazenda dos Gutierrez, pois era um pouco distante da cidade.

Ao chegar naquela fazenda mostruosamente grande noto que a porteira estava aberta, menos mal, assim não precisava ficar gritando feito louca para alguém abrir.

Aquela fazenda era tão grande que quanto mais eu andava para o casarão  a minha frente mais ele parecia se afastar.

O casarão era gigante e muito luxuoso, confesso que até me senti mal por esta vestindo apenas um vestidinho branco simplezinho.

Subo as escadas e vejo uma mulher gordinha de aparentemente 50 anos de idade, varrendo a calçada na frente do casarão. Quando meu viu ali, ela parou o que estava fazendo.

— Possa ajudar a mocinha em alguma coisa?— ela pergunta amigavelmente.

— É.. olá— digo um pouco tímida.—  Eu queria saber se o Sr. Gutiérrez se encontra.

— Olha minha filha, ele não esta em casa agora. Se você quiser, pode entrar e espera-lo enquanto ele não chega, tenho certeza que ele não vai demorar.

— Se não for encomodar...— digo dando um sorriso tímido

— Mas é claro que não. Ahh e a propósito o meu nome é tina.— ela me estende a mão—Vamos entre!— ela me puxa para dentro antes que eu possa falar alguma coisa.

Por dentro aquele casarão era ainda mais bonito. A sala era imensa, repleta de quadros e artefatos luxuosos além de dois lindos sofás e uma lareira imensa.

— Vamos espera-lo na cozinha, assim você toma um cafezinho fresquinho que acabei de fazer.— acento com a cabeça e ela me guia até a cozinha que assim como a sala era gigante e muito bonita.

Eu parecia uma criança quando ia ao parque de diversão pela primeira vez, porque eu olhava todo o canto daquela casa de boca aberta, só faltava babar em cima de toda aquela riqueza.

— Sente aqui menina.— ela me mostra um banquinho perto do balcão de mármore.— Então moça bonita, por que veio até aqui?— ela pergunta enquanto serve o café em uma xícara para mim.

— Bem, digamos que minha família esta em situação embaraçosa e apenas o Sr. Gutiérrez pode nos ajudar.

— Não que eu seja uma curiosa ou algo do tipo, mas o que aconteceu com sua família?— ela pergunta totalmente curiosa e eu solto um sorrisinho.

— Meu tio esta com câncer.— vejo a expressão do rosto dela ficar espantada.— ele precisa fazer a cirurgia logo, mas é muito caro e nós não temos o dinheiro. Como meu tio ja trabalhou aqui por muito tempo, presumo que o Sr. Gutiérrez vá nos ajudar.

— Oh meu Deus, que situação mais difícil.— ela diz com pena.— Qual é o nome do seu tio? pode ser que eu conheça ele.

—  É Manuel, ele era um dos camponeses daqui.

— Manuel? Manuel Anthony?

— Sim esse mesmo.— digo surpresa por ela conhecer meu tio ja que essa fazenda tinha centenas de empregados.— A senhora o conhece?

— Claro, todos nessa fazenda conhece o seu Manuel. Eu não sabia que ele estava passando por uma situação tão difícil.— ela coloca as mãos na boca totalmente chocada.— Então era por isso que ele não estava mais vindo.

— Pois é, e agora a saúde dele depende da ajuda do senhor Gutiérrez. Nós não temos um tostão se quer.

— Mas com isso não se preocupe.— ela segura às minhas mãos de forma carinhosa.— Com certeza o senhor Beto ira ajudá-la.— o seu olhar carinhoso me passou muita confiança.

— Espero que sim.— digo sorrindo de canto, um pouquinho mais confiante do que entrei.

E ela fica um tempo me observando e depois diz:— Você deve ser a Anne, não é mesmo?

—Sou sim, como a senhora sabe?

— Seu tio fala muito bem de você, aliás ele falou de você para todos dessa fazenda de como é linda, inteligente e doce. Agora percebo que tudo isso é verdade.

— Oh... ele fala de mim?— digo feliz por saber que meu tio andava falando tão bem de mim.

Ainda bem que Shay não esta aqui pois se ela estivesse com certeza estaria me odiando ainda mais.

— Tina!— diz uma voz masculina atrás de mim.— O Sr. Gutiérrez esta esperando que você leve o café dele.

Eu continuava tomando o meu café sem olha-lo.

— Oh! Vocês ja chegaram. Foram rápidos dessa vez.— diz Tina toda apressada arrumando uma bandeija.— Aliás Caio, essa aqui é Anne, sobrinha do Manuel.— eu me viro para me apresentar e me espanto quando encontro o homem que me salvou de ser estuprada. — Anne, esse é Caio o capataz da fazenda.

Ele assim como eu fica um pouco surpreso, mas logo fica sério e mostra indiferença.

Ele estava sem camisa, só usava uma calça jeans escura e um chapéu de cowboy e agora que eu pude notar o quanto ele é bonito.

— É... prazer em conhecê-lo, Caio.— Digo estendendo minha mão, tentando também mostrar indiferença.

— O prazer é todo meu, senhorita.— ele aperta a mão e eu sinto uma eletricidade percorrer meu corpo quando nossas peles se encostam.

— Caio, leva a Anne até o senhor Gutiérrez, por favor. Eu irei demorar um pouco até ajeitar tudo aqui.

Ele a olha sério como se estivesse a repreendendo e depois olha para mim e sinto aquela mesma sensação estranha pelo meu corpo. Seu olhar era muito intenso e me fazia sentir coisas estranhas.

— Me acompanhe.— ele diz com seu jeito sério.

—S-sim— digo gagueijando e me martirilizo por mostrar ser tão vulnerável perto dele.— Obrigada, Tina, por te me ajudado e seu café é uma delícia.

— Que nada minha filha, volte mais vezes e mande um abraço para seu tio.

— Pode deixar— digo sorrindo.

E volto a olhar meu olhar para aquele homem de um metro e noventa a minha frente.

Ele não diz nada apenas saí andando a minha frente e eu o sigo.

O caminho todo estava sendo feito em completo silêncio. Nós estavam um do lado do outro sem dizer uma palavra até que eu decido quebrar aquele silêncio agonizante.

— Eu queria me desculpar por te sido grossa com você naquele dia.

Ele continua quieto e não diz nada. Mas mesmo assim eu continuei:
—Eu simplesmente fiquei com raiva de você e acabei me esquecendo que você salvou a minha vida, então mas uma vez, me desculpe.— ele ainda fica quieto não diz nada.

— Você não falar nada?— eu pergunto emburrada, então ele para de andar me olha irritado.

— Se eu te desculpar, você fecha essa matraca?— ele diz rude.

— Olha aqui!— eu me irrito também e altero a minha voz— Eu estou aqui numa boa tentando te pedir desculpa por ter te tratado mal, mas vejo que nem isso você merece.

Um ponto pra mim seu trouxa, ou não... vejo que o irritei ainda mais.

Ele chega tão perto de mim que tenho que levantar a minha cabeça para continuar o encarado. Nossa diferença de altura é muito desproporcional.

— Você sabe quem eu sou, garota?— ele me diz ainda mais sério me dando medo, mas eu não demonstro, justo pelo contrário, eu empino meu nariz ainda mais o desafiando.

— Um babaca mal educado? — sorri em deboche, mas logo me arrependo de ter dito pois ele me joga contra a parede e fica com seu corpo gigante sobre o meu.

— Se eu fosse você eu teria muito cuidado com o que fala comigo, pois isso pode te custar muito caro, Anne.— ele pronuncia o meu nome com um certo deboche e eu tento o empurrar fracassadamente para longe de mim, mas ele nem se moveu do lugar.

— Sai de perto de mim, seu babaca!— eu digo o empurrando de volta e ele me observa por um tempo e depois me solta.

— Recado ta dado, garotinha.— confesso que essa ameaça me deu medo mas a minha ira por esse homem era muito mais grande.— O escritório do Gutiérrez fica na próxima porta direita.— e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele simplesmente vira as costas e vai embora.

Babaca!

Suspiro frustrada e recomponha minha roupa fazendo o caminho que o cara babaca me disse e encontro a porta do escritório do Sr. Gutiérrez.

Bato na porta e ouço alguém me mandar entrar.

— Com licença.— digo entrando e ele não me olha, apenas me continua folheando os inúmeros papéis a sua mesa.

Beto Gutierrez era um homem muito bonito apesar de ter mais de cinquenta anos de idade. Seus cabelos lisos e grisalhos o davam um certo charme, juntamente com seu corpo ainda atlético trajado com roupas de primeira categoria.

Dou uma tossida proposital e ele finalmente me olha.

Seu olhar era de surpresa mas com uma certa curiosidade sobre mim.

— Senhor Gutiérrez, posso falar um minutinho com senhor?— digo fazendo minha pose de mulher madura.

— Pois não, ao devo a honra da presença da bela jovem?— ele diz tirando seus óculos e me lança um sorriso.

— Me chamo Anne Meyer Henryne, sou sobrinha de Manuel Antony, uns de seus funcionários.

— Prazer em conhecê-la, senhorita.— ele se levanta e estende sua mão e eu o comprimento.— Sente aqui, por favor.— ele aponta para a poltrona a sua frente.

— Obrigada— digo assim que me sento.

— Não sabia que o Manuel tinha uma sobrinha tão linda.— ele fala dando um sorriso e sinto minhas bochechas corarem.— E falando nele, como anda a sua saúde? Soube que ele esta internado.

— Sim, ele está internado e é justo pela saúde dele que venho pedir ajuda.

Conto sobre toda a situação que meu tio se encontra sem deixar escapar nenhum detalhe. Mostro todos os exames como prova do que falo é verídico e até faço um draminha emocional a mais para ver se consigo o comover.

— Então, mediante a isso, Coronel, o senhor é o único que pode nos ajudar.— digo por fim.

Ele me escutou desde do princípio totalmente calado e prestando muita atenção no que eu falava. Sua expressão estava séria e destemida a marca registrada dos coronéis dessa cidade.

Por fim e ele me olha com intensidade, um olhar tão intenso que me fez ficar sem jeito.  

Por fim ele diz:— Vejo que é uma moça muito madura e responsável. —ele solta um sorriso e continua—A situação do seu tio é preocupante e me impressionei com sua dedicação a ele. Eu posso sim o ajudá-lo mas...

— Mas...— falei exasperada.

Ele da outro sorriso de lado intensificando ainda mais o seu olhar sobre mim. Isso estava me deixando muito desconfortável.

—Eu sou um homem de negócio minha jovem, faço favores em troca de outros e pelo o que você me disse, não tem dinheiro para a cirurgia e muito menos para os tratamentos. Como pensa em me pegar de volta? — ele diz erguendo uma sobrancelha, exalando a sua pose de soberania.

Eu me senti encurralada, ainda não tinha pensado nesse detalhe que pouco me importava agora, pois a única coisa que vinha a cabeça era  conseguir dinheiro logo para a cirurgia de titio.

— Nós pagaremos tudo de volta, isso eu te prometo, não terá déficit algum com esse empréstimo.— digo isso e ele da uma risada, como se eu tivesse falado algo engraçado.

— Esse dinheiro não fara falta alguma para mim, moça bonita. O que eu quis dizer é que não costumo fazer favores a troco de nada. Eu posso te dar o dinheiro aqui agora mesmo, para isso a senhora ou seu tio estarão em dívida comigo.

— O que quis dizer com isso?— digo temerosa e ele abre mais o seu sorriso.

—Preciso de algo que quite a dívida, até vocês me pagarem.

— Eu ainda não sei aonde o senhor quer chegar. Seja breve!— falo de uma vez, totalmente irritada com o homem a minha frente.

— Quero um adiantamento.

— Já disse que nós não temos dinheiro!— esbravejo.

— Oh minha linda, e quem disse que só pode ser dinheiro.— ele para um minuto me olha intensamente e sorri ainda mais, como se eu fosse uma presa e ele o predador— Pelo que eu sei, o seu tio tem terras. Uma porçãozinha pequena, mas tem. Eu te dou o dinheiro, gracinha, aqui e agora se você passar elas pra mim.

— Eu não irei te entregar as terras do meu tio. Isso foi herança de família.—
Me levanto enfurecida.

Esse homem é muito babaca, mas do que aquele Caio. O cara sabe que meu tio esta na pior precisando de sua ajuda e a única coisa que ele quer é explorar meu pobre tio.

Agora eu vejo o porquê do Bernardo ser tão babaca. Seu pai que era igualzinho, ou melhor, dez vezes pior.

— Calma, minha jovem.— ele também se levanta, sem deixar de expor seu sorriso irritante.— É só um negócio justo. Como irei saber que vocês irão me me paga Eenão passaram a perna em mim? Com as escrituras em meu nome será como se um adiantamento que obrigam vocês a me pagaram, pois se não... o sítiozinho do seu tio será para sempre meu, e além do mais aquelas terras não valem nem a metade do valor da cirurgia dele.— ele ainda ergue sua sobrancelha em deboche.

— Quer saber? — eu falo dando uma risada de nervoso e aponto o dedo em sua cara.— Você não passa de um Cretino. Aproveitar de uma situação delicada do seu funcionário mais honesto e trabalhador para tirar proveito, mostra o quão baixo você pode ser por poder.— Cuspo todas essas palavras na cara dele e o abusado abre mais ainda aquele sorriso insuportável.

Já estava prenvendo o momento em que eu ia socar aquela cara debochada dele.

— Mas que escolhas você pode tem, gracinha? É pegar ou largar a oportunidade.— ele volta a se sentar calmamente em sua poltrona.— E pensa bem, você pode ter o dinheiro hoje mesmo em mãos.

— Sabe o que você faz com essa sua oferta?— coloco minhas mãos na mesa e me inclino aproximando o máximo que eu consigo o meu rosto para bem perto do seu.— Enfia ela no cú.— vejo seu sorriso morrer e sua expressão fica vermelha de raiva.

Mas antes que ele fale alguma coisa eu saio de sua sala como um tufão enraivecido, bato a porta com força propositalmente e o ouço falar alguma coisa mas não me importo.

— Só tem gente ridícula nessa casa.— falo para mim mesma enquanto caminho para fora daquele lugar.

Quando me viro em direção a escada,  me esbarro em Tina que carregava uma bandeja cheia, quase a deixando cair.

— Me desculpe, Tina.— digo educadamente controlando minha irritação. Ela foi a única que me tratou bem aqui, não tem culpa das pessoas aqui terem sérios problemas de babaquice.

— Tudo bem Anne, mas porque está tão apressada assim? Aconteceu alguma coisa?— ela nota o meu estado raiva que só podia esta estampado em minha cara.

— Não foi nada, eu preciso ir.— passo por ela o mais rápido que posso.— Ah, e mais uma vez obrigada.— digo na porta da casa e ela inda continuava lá em cima da escada me olhando no mesmo lugar, totalmente confusa.

Saio daquela casa o mais rápido que posso e não consigo controlar as lágrimas, elas vieram e com força.

— Foi um erro te vindo aqui.— digo assim que passo pela porteira daquela fazenda.

A cada passo que eu dava, uma lágrima escorria pelo meu rosto.

Não aguentei mais e cai no chão de joelhos chorando e soluçando.

— Meu Deus, o que eu faço? — digo olhando para o céu, chorando e soluçando aos prantos.

Fico ali por longos segundos, até que  llevanto me obrigando a ficar de cabeça erguida. Meu tio precisa de mim. Tenho que ser forte.

Limpo a minha última lágrima e olho para trás, afim de encarar a última vez aquela fazenda em minha memória a qual eu nunca mais voltaria, mas me espanto com o que vejo. Perto da porteira  da entrada da fazenda, um homem em cima de um cavalo me encarava profundamente e me espantei mais quando percebi que era aquele capataz babaca.

Não sei o porquê, mas também o encarei de volta e de longe eu pude sentir a sua intensidade em me olhar e meu corpo todo, estranhamente, se arrepia.

Então ele se vira e volta cavalgando para fazenda e eu fiquei ali parada o olhando se afastar.

Será que ele estava muito tempo ali me olhando? Por que ele estava me olhando daquele jeito.

Deve ser louco.

Afastei esses pensamentos da minha mente e me obriguei a fazer o meu caminho para casa, pois agora eu tinha problemas muito mais sérios para me preocupar do que aquela gente ridícula.


Notas Finais


Foto: Caio


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