Conforto
“Por uma vez, quis confortar uma mulher em lágrimas.”
— O que estão fazendo aqui? – Konohamaru perguntou olhando do casal para Hanabi.
— Hum… tive um problema. Posso passar a noite? – Hanabi perguntou sem entrar no assunto. Konohamaru parecia indeciso por um momento, até que ele bufou derrotado.
— Mi casa, su casa. – Ele disse dando de ombros. – Então…?
— Vamos, amor. – Hinata disse suavemente, empurrando Naruto rumo a porta. – Hanabi, amanhã conversamos. Vamos descobrir um jeito…
— Não se preocupe comigo, neechan. Cuide-se. – Hanabi disse emocionada e abraçou a irmã. – E cuida desse loiro obtuso também.
— Quem é obtuso aqui, sua magrela? – Naruto questionou e riu.
— Obrigada, Naruto-san. – Hanabi disse em uma reverência longa, encostando a porta em seguida. Tomou uma longa respiração, sabendo que Konohamaru esperava ouvir uma explicação. Só não sabia exatamente como dá-la.
— Pode ficar aqui sempre que quiser. – Ele disse timidamente, mirando as costas da garota. – Não é chique, como a sua, mas dá para o gasto.
— É ótima. Não sabia que realmente estava morando aqui.
— É presente do tio Asuma. Você sabe, era dele, mas agora ele mora com a Kurenai-san e não vinha aqui. Eu precisava de um lugar meu, então…
— Mas não é realmente seu. – Hanabi disse, sentando-se no sofá ao lado do rapaz.
— Não, não é. Mas é de família, é o que importa. Você está bem? – Konohamaru perguntou sem saber o que fazer, Hanabi parecia doente e abatida. – Eu não sou bom cozinheiro, mas posso fazer algo para você comer, se quiser.
— Não se preocupe, Konohamaru. – Hanabi disse tomando mais uma longa e profunda respiração. – Eu estou bem, eu vou ficar bem.
— Você quer me dizer o que aconteceu?
— Eu quase fui estuprada. – Ela soltou olhando para o chão e mordiscando o lábio.
— O quê? – Ele rosnou a pergunta irritado. – Quem foi doido de mexer com você? Você deixou ele…?
— Não. Não. – Ela disse se erguendo irritada e o olhando ferozmente. – Você ouviu a palavra ‘estuprada’? Meu pai…
— Não me diga que…
— Me deixe terminar. – Hanabi pediu irritada. – Meu pai me arrumou um noivo. Ele tentou me estuprar. Se não fosse Naruto-san… Ele… Ele… – Hanabi gaguejava, sem conseguir falar mais.
Ela simplesmente não conseguia concluir a frase. Sua garganta estava apertada e travada, com um nó firme. Queria chorar. Realmente não sentia se poderia manter essas lágrimas para si mesma. Nunca se sentiu menos querida e amada do que agora.
— Calma. – Konohamaru disse se levantando e a abraçando. – Vai ficar tudo bem.
“Eu espero.” – Ele completou cautelosamente em sua mente. – “Ou eu o mato.” – Jurou silenciosamente, passando a mão quente pelas costas magras da kunoichi. Não eram exatamente amigos, ou sequer próximos, mas ela trazia o melhor dele para fora. Sempre exigindo mais do que ele era acostumado a dar, sempre exigindo excelência.
Hanabi simplesmente quebrou. Agora que havia começado a chorar no peito de Konohamaru, não conseguia parar. Soluçava desolada, sem entender qual o mal que havia feito para ser levada a tal destino. Seu pai deveria amá-la mais que ao clã, mas ele tinha um senso deturpado. Não conseguia ver aonde foi que fizera-o desistir dela tão facilmente, como se nada importasse. Ela devia importar, afinal os pais não devem proteger os filhos?
Konohamaru apertou o corpo feminino em seus braços, consolando-a. O cheiro dos cabelos mexia com seus sentidos, mas estava irritado demais para pensar em sexo. A queria, sentia o sangue pulsando em suas regiões baixas e sabia que era culpa dela. Alguém tão linda e exatamente o tipo que o ignorava, ele adorava essas. Mas, sobretudo, era sua amiga. Ele sabia que sim, então apenas por uma vez, quis confortar uma mulher em lágrimas, ignorando a dor fina que se instalara na sua pelve.
“Ah cara! Eu tô é perdido se ficar com ela.” – Ele discutiu em sua mente.
Alguns minutos se passaram até que ela finalmente começou a acalmar-se, algo que Konohamaru agradeceu mentalmente. Não queria constrangê-la ou levar umas porradas dela – o que era mais possível nesse momento.
— Konohamaru…
— Ignore isso. – Ele se afastou, sabendo que ela se referia a sua ereção rebelde. – Você é forte, bonita e decidida. Não sei como, mas vai encontrar uma saída. Eu sei que vai. Confio em você.
— Obrigada. – Ela sorriu levemente. As bochechas estavam avermelhadas, com o rastro fino das lágrimas. A garota limpou o rosto e pigarreou, desviando o olhar e observando o ambiente. – Bonita casa. – Disse aproximando-se dele.
“O que eu tô fazendo? Isso é mais problema do que eu posso levar agora.”
— Obrigado. – Ele disse olhando a boca. Hanabi tocou o peito masculino e mordiscou o lábio. Estava se sentindo corajosa e sempre foi curiosa a tentar um beijo, embora nunca tenha pensado em Konohamaru dessa forma. Ele confiava tanto nela… Acreditada tanto em seu potencial, se preocupava…
“Oh droga, será que… não… impossível IMPOSSÍVEL!” – Gritava em sua mente. Os olhos se encontraram e ele tirou o lábio preso entre dentes, com o dedo polegar, abaixando-se em seguida.
Hanabi arfou, o coração aos saltos e os olhos arregalados. Konohamaru parou perto o suficiente para sentir sua respiração, o próprio coração batia forte, entalado na garganta.
Conforto. Era assim que ela se sentia quando estava com ele, sentia-se confortada e querida. Apenas naquele momento, esqueceu-se de que era uma Hyuuga ou noive de alguém – um traste, diga-se de passagem – esqueceu dos problemas, de tudo. Quis apenas sentir. Fechou os olhos.
Hanabi fechou os olhos e ele aceitou isso como um sim. Roçou os lábios delicadamente, sentindo a textura macia, o toque ligeiro e as mãos da garota se fechando em seu peito, segurando-o firmemente, desejando sentir mais. Ele a agarrou firmemente, puxando para o quarto. Não queria transar com ela. Não apenas isso, claro que a queria e seu pênis parecia rocha na cueca boxer, mas não ia estragar as coisas.
“Estragar as coisas? O que eu tô pensando, ela mesma disse que tá noiva!” – Ele argumentou em pensamentos. – “…Mas não posso admitir que se houver uma pequena possibilidade… Será que eu posso fazê-la desistir do casamento? Será que ela consideraria virar uma Sarutobi?” - Ele sentia-se confuso, mas sabia que uma mulher como aquela era para casar.
Os dois deitaram na cama, as línguas roçando uma contra a outra, testando. Konohamaru puxou-lhe o lábio e se afastou, obrigando-se a pensar claramente. Ela estava ferida e provavelmente queria se sentir amada, podia estar apenas usando-o para esquecer.
“Não. Hanabi não é assim.” – Ele sabia. Observou o rosto feminino avermelhado, arfando e percebeu o olhar determinado.
— Konohamaru…
— Eu acho melhor preparar o sofá para mim. Dorme aqui hoje. Eu… é só que você tava tão…
— Tão…? – Ela perguntou com um sorriso reservado.
— Gostosa. – Ele disse encolhendo os ombros. – E eu não pude resistir. Desculpa, sei que você tá noiva… cara, me desculpa mesmo.
— Eu quis. – Ela respondeu-lhe com uma expressão branda. – Você não pode dormir aqui? É sua casa, seu quarto. Não posso te expulsar da cama. – Ela riu e Konohamaru suspirou, rindo em seguida.
— Se eu te atacar durante a noite, a culpa é toda sua.
Continua!
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