Indigno
“Você é indigno da família que tem.”
Hanabi tentou mexer os dedos das mãos, mas era impossível. Nenhum espasmo, nenhuma resposta física de seu corpo. Nem conseguia gritar, seus pensamentos estavam embaralhados e sentia tanto medo, que nem se lembrava de quando foi a ultima vez que esteve aterrorizada.
“Ou se houve uma.” – Ela pensou, quase caindo para trás quando fora jogada no chão pelo noivo. Constatou que o homem detestável estava seminu e, como se houvesse acordado de um estado catatônico, levantou-se correndo para a porta.
Porém, tudo desapareceu.
Foi tragada para um ambiente diferente. Sentia a lama aos seus pés, puxando-a para baixo, mantendo-a presa no lugar. Não estava mais em seu quarto, não via as paredes ou a porta. Não haviam estrelas no céu também, tudo era um breu impossível de ser enxergado, mesmo com seu byakugan.
Hanabi piscou, desativando sua kekkei genkai e gritou, quando sentiu as mãos intrusas tentarem livrá-la da vestimenta.
[…]
— Hinata-chan, eu juro que estava aqui! – Naruto reclamou constrangido. – Aonde será que deixei minha gama-chan? – Ele questionou desolado.
— Você não muda mesmo, ein dobe? Nunca vai aprender? – Sasuke reclamou, pagando a conta.
— Ah! Eu já aprendi! Ela fugiu, foi isso! – Naruto reclamou aos gritos, mexendo nos bolsos, sem sucesso.
— Bom, a próxima você paga, baka. – Sakura disse mostrando-lhe a língua, Naruto suspirou enfadado.
— Se é o jeito…
— Ora seu… – Sakura se inclinou para a frente, querendo acertar o ex-colega e atual hokage, mas Sasuke a segurou longe.
— Esquece isso, já foi. – Ele pediu, mas a esposa não estava exatamente ouvindo.
— Eu vou acabar com você, Naruto!
— Vamos, Hina-chan. Vamos! – Naruto disse correndo da médica aos risos.
— Naruto-kun, aonde vamos agora?
— Bom, sem gama-chan, sem diversão. – Ele disse chateado e de repente sorriu: – Que tal um filme em casa? A gente pode fazer mais lamen!
— Tudo bem. – Hinata sorriu-lhe feliz e os dois caminharam a passos largos, quando a jovem se percebeu sem sua bolsa. – Naruto-kun!
— Hm?
— Minha bolsa. Vamos passar em casa primeiro, esqueci meus documentos. – Ela reclamou timidamente.
Eles não estavam longe do clã Hyuuga e fizeram uma pequena caminhada até os portões, donde se podia ouvir gritos femininos. Gritos que Hinata desconhecera por um momento até perceber de quem se tratava.
— Não… – Ela sussurrou aterrorizada e os dois correram para a casa da família principal.
— Me solta, seu idiota! – Hanabi urrou, tentando desferir golpes no palhaço de seu noivo. Ele a tinha parcialmente despida, mas ela, em sua recuperação, ainda estava fraca e não conseguia se livrar do traste.
A porta explodiu em minutos e Hanabi só sentiu seu ombro ser tocado gentilmente. Piscou, vendo os perolados de sua irmã olharem para ela, a analisando cuidadosamente. Sua respiração estava agitada, não sabia o que havia acontecido, apenas que parecia ter acordado.
— Isso…
— Genjutsu. – Hinata disse com desprezo na voz, algo que assustou Hanabi. – Como ousa…? – Questionou o homem que era segurado na parede por Naruto.
— Meta-se com seus problemas, sua irritante. – O homem disse e Naruto, perdendo a paciência, lhe desferiu um soco forte no rosto. Kazuhiko cuspiu sangue, sendo jogando no chão.
— Minha mulher te fez uma pergunta. Responda-a se não quiser levar meu rasengan. – Ele mandou, preparando-se para o golpe.
— Vá pro inferno, sua rapozinha de merda.
Foi demais para Naruto.
[…]
— Que diabos aconteceu aqui? – Hiashi questionou irritadiço, olhando a abertura na parede do quarto de Hanabi.
— Naruto livrou-se do traste por mim. – Ela respondeu o pai numa expressão fria enquanto era abraçada pela irmã. Sentia tanto nojo, ódio e raiva misturados dentro de si que não sabia como podia estar com uma voz tão calma. – Ele me salvou do destino que o senhor me impôs. O que é? Agora vou virar a puta do clã Hyuuga, é? Me entregar para um estuprador sem se importar comigo? Eu sou sua filha!
— Sua chantagenzinha não muda nada, Hanabi. Sim, você é minha filha. E é por isso mesmo que se casará, quer queira, quer não. – O homem disse friamente. Hanabi saiu dos braços de Hinata sem conseguir se conter.
— Minha chantagenzinha? Eu ia ser estuprada, o senhor ouviu? Sequer liga se eu tivesse… – Não conseguia proferir as palavras, sua voz havia se tornado instável demais.
— Chega. Ele é seu noivo, isso não é estupro. É… um contato intimo.
— Chega você. – Ela mandou arfando pesado. Sentia o machucado arder, mas não se importava com isso no momento. – Eu ‘tô fora. Não quero e não vou aceitar isso.
— Não vou tirá-la do clã.
— Eu exijo.
— Não.
— Sim. – Hinata respondeu cortando as palavras do pai. – Eu sou a líder e eu decido que sim.
— Você é a líder interina até que complete 25 anos. É não.
— Não pode fazer isso, pai! – Hinata pediu, mas Hiashi não se dignou a olhar a filha mais velha.
— É uma decisão tomada.
— Eu o odeio! – Ela gritou, correndo para fora do quarto, pela abertura.
A porta se abriu com três Hyuugas da souke carregando o corpo desacordado de Kazuhiko. Hiashi virou-se para os jovens e proferiu sem hesitar:
— Sigam-na. – Hiashi mandou aos três Hyuugas que, ao soar da ordem, sumiram em uma nuvem de fumaça.
— Pai… – Hinata chamou, mas o homem não lhe dignou piedade.
— Não se meta nos meus assuntos, sequer tente Hinata. Eu juro que esqueço que é minha primogênita e possível sucessora do clã e a deserdo, entendeu?
— Vai perder a nós duas se o fizer. – A jovem avisou-o suavemente. – Isso, se já não a perdeu.
— Marido…
— Não. Ela irá se casar e aprenderá a respeitar a vontade dos homens. Se não for por mim, será pelo Kazuhiko. Nem que para isso tenhamos que destruir o espírito dela.
Hiashi não viu quando, mas em um momento ínfimo, Naruto desferiu-lhe um forte golpe no rosto.
— Você é indigno da família que tem. Vamos Hinata. – O hokage disse com nojo. – Vamos antes que eu acabe matando alguém.
A garota correu e acompanhou o marido, desejando ardentemente que as coisas pudessem ser diferentes.
— Hanabi…
— É da ANBU. Sabe se cuidar muito bem, não precisa ficar com medo.
— Eu só quero ter certeza.
[…]
Chovia quando Konohamaru começou a se aprontar para dormir. Ouviu batidas em sua porta e sem saber quem poderia ser àquela hora, dirigiu-se para a mesma, abrindo-a. Foi com espanto que convidou a jovem Hyuuga a entrar.
— Hanabi, o que faz aqui a essa hora?
— Eu… – Ela fora interrompida por batidas na porta. O jovem abriu novamente a porta, recebendo Naruto e Hinata.
— Eu sabia! – Comemorou o louro.
— Como adivinhou? – Perguntou Hanabi desconcertada, abraçando o corpo molhado e com frio.
— Aonde mais você iria? – Hinata disse sorrindo aliviada.
— Então… alguém vai me explicar o que tá acontecendo? – Konohamaru perguntou sem entender nada. – O que estão fazendo aqui?
Continua!
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