História Palavras Rudes, ou Não, Para Serem Lidas. - Sangue- I

Sangue- I

A fumaça e o vento se misturavam caoticamente, a fria geada já se alojava em toda aquela cidade, eu não lembrava que o inverno era tão rigoroso assim comigo.

As minhas mãos tremiam, óbvio de medo, até porquê elas estavam bem quentes dentro dos bolsos do casaco de pele que eu usava.

Era espetacular a sequência de fatos que desencadearam tudo isso, um passo em falso e tudo se transformou em um monte de erros, um atrás do outro. Sem pausa, sem eu poder entender que aquilo estava aconteceu, tanto que até hoje nunca compreendi direito o meu passo falso.

Era um fato que eu poderia sim ter concertado tudo, mas eu preferi me desabar em lágrimas e encher a cara de vinho barato.

Também é um fato que eu estava totalmente sóbria quando coloquei aquela garrafa em mãos, mas, eu sabia que se eu não fizesse isso, eu chamaria alguém para arrumar todos os meus erros, e eu já tinha feito muito isso.

Eu não abandonaria o meu erro e deixaria que um inocente pagasse por isso.

A verdade era, de quê quando eu abandonei aquela cena toda e fui direto para o bar, eu sabia que existiria apenas duas alternativas, eu poderia ser rápida e acabar com tudo isso ou eu esperaria o último segundo de liberdade para finalmente acabar com tudo.

E eu adorei a segunda opção, mas, tinha um problema, o tempo passou muito rápido, até porquê nesse tempo inteiro eu estava bêbada , mas, agora, os meus exatos últimos segundos, eu estava totalmente sóbria e revisando cada detalhe.

Exatamente quando eu fiz meu erro. 

Meu cérebro estava 100% concentrado em tudo aquilo, cada momento era matematicamente planejado. Então a cada segundo que eu diminuía o passo, meu cérebro me alertava dessa falha e logo eu voltava a andar rápido, tentando ao máximo, atravessar essa rua no menor tempo possível. 

Aos poucos minhas mãos paravam de tremer, eu finalmente estava chegando em casa, e finalmente chegando ao fim.

Com isso, minhas mãos apertaram mais fortes aquela arma que estava guardada no bolso.

Eu tive escolhas, eu fiz a minha.

Entre na casa, o primeiro andar estava quieto como sempre, mas foi apenas chegar ao segundo andar que eu finalmente encontrei minha passagem para a paz.

Seria fácil, sempre foi, era um tiro e eu finalmente poderia ir embora, finalmente seria livre.