Luísa e Poliana acabaram se rendendo ao sono e dormiram o restante da tarde inteira. Otto preferiu não atrapalhar o momento de tia e sobrinha, porém com o cair da noite achou que era hora de chamar as meninas para jantar. O homem se dirigiu ao quarto da filha e não encontrou ninguém, seguiu para o quarto onde Luísa se instalou e bateu na porta, ninguém respondeu, tornou a bater e novamente teve o silêncio como resposta, ele então resolveu abrir a porta e teve a visão que poderia sair dali direto para um quadro, uma verdadeira obra de arte. Poliana encontrava-se deitada abraçada a tia e ambas dormiam um sono tranquilo que ninguém seria capaz de interromper, mas Otto teve que fazê-lo.
--Filha? - Chamou o homem ao tocar o braço da filha. A menina despertou e ainda sonolenta perguntou
--Pai? Que horas são? Já tá na hora da escola? – Otto sorriu vendo o estado de sonolência da filha
-- Não Poliana, levante-se! Já é noite você e sua tia dormiram a tarde inteira, precisam acordar para jantarmos. Acorde sua tia, espero vocês na sala. – Otto beijou a testa da filha e retirou-se do quarto. Poliana acordou a tia, Luísa ficou constrangida de ter dormindo tanto em seu primeiro dia na casa de Otto.
--Poli, dormimos a tarde inteira! – falou a mulher com um sorriso sem graça-
--Sim tia Luísa! Mas foi uma soneca muito gostosa você não acha?
--Sim! Fazia muito tempo que não dormia assim tão tranquilamente – falou a mulher lembrando que desde que seu casamento começou a perder o rumo também havia perdido muitas noites de sono.
--Tia, meu pai veio chamar a gente para jantar.
--Seu pai veio aqui? Aqui no quarto? – falou Luísa um tanto espantada e envergonhada por Otto tê-la visto dormindo, será que estava babando? Pensou Luísa.
--Sim! Eu tô indo lá no meu quarto tomar banho e daqui a pouco vejo vocês na sala. – Poliana deu um beijo no rosto da tia e seguiu para seu quarto.
--Que bonito em Luísa? Se achando a madame, dormindo a tarde inteira na casa dos outros! Que vergonha! – Luísa falou para si mesmo.
Na sala, Otto dava as últimas recomendações a Sara, que já havia posto na mesa as comidas que o homem pediu por delivery.
--Mais alguma coisa senhor? – Perguntou a bola voadora
--Sim Sara, deixe pronto aquele chá que a Luísa gosta!
--Mas já passou tanto tempo senhor, será se ela ainda tem os mesmos gostos?
--Que pergunta Sara. Eu não sei, mas deixe o chá pronto.
--Como quiser senhor. Com licença! – Sara voou em direção à cozinha
Poliana chegou à sala e se jogou no sofá ao lado do pai.
--Ué, tia Luísa ainda não veio?
--Não!
--Vou lá chamar ela, estou morrendo de fome. Aliás, o que vamos jantar pai? – Perguntou uma Poliana bastante curiosa e faminta-
--Eu pedi pizza!
Poliana que a essa altura já estava de pé para ir em busca da tia, caiu novamente no sofá
--Não? Isso é sério? – Perguntou a menina incrédula ao pai
--Claro que é filha! Faz um tempo que não comemos e como eu sei que você está super feliz com a sua tia Luísa aqui em casa, resolvi comemorar sua felicidade.
--Eu ouvi meu nome? - Luísa chegou à sala e viu a sobrinha um tanto feliz agarrada ao pai e lhe dando pequenos beijinhos na face.
--Tia você não vai acreditar, o meu pai pediu pizza, que eu amooo, pra comemorar a sua vinda para nossa casa.
--Olha, me sinto muito honrada com isso – disse Luísa sorridente e fazendo uma reverência a pai e filha em tom de brincadeira.
--Pedi pizza vegetariana também Luísa, não sei se você ainda tem os mesmos gostos.
--Muito obrigada Otto! E sim, ainda possuo os mesmos gostos. – Luísa sorriu discretamente.
--Bom, então vamos comer. – disse Otto levantando-se e caminhando em direção à mesa que já se encontrava posta com arranjos de flores no centro.
Otto serviu Poliana e em seguida Luísa, ambos comeram e se divertiram com as conversas de Poliana durante o jantar. O clima era de paz e harmonia, os três estavam em uma bolha e até esqueceram do caos que estava o mundo lá fora. Essa noite eles seriam só isso, um pai, uma filha e uma tia comemorando o que talvez poderia ser o início de um novo ciclo.
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