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História Papai tem autismo (Imagine Taehyung-BTS) - Solidão


Escrita por: Twxnin

Capítulo 10 - Solidão


Fanfic / Fanfiction Papai tem autismo (Imagine Taehyung-BTS) - Solidão

Eu não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar

- Friedrich Nietzsche

 

A solidão, Taehyung poderia citar quantas vezes sentiu esse vazio, quando a esposa morreu, quando o deixaram trancado na sala de arquivos no seu primeiro dia de trabalho, quando Taekwon pegou pneumonia e ele não pode ficar muito tempo no hospital, já que o trabalho era exigente com quantidade de faltas. Poderia dizer que, ficou a maior parte da vida sentindo um vazio inexplicável.  

Seomun estava tão agitada, mesmo que já fosse quatro horas da tarde, a manipulação de alimentos e objetos era intensa, vez o outra alguém esbarrava em Kwon ou Taehyung. De certo modo onde se encontravam não facilitavam a passagem. Entre uma barraca de peixes e outra de frutas. 

– Papai? – Kwon curvou-se depositando a mão sobre os joelhos de Taehyung. – O senhor está bem? – O menino estava tão preocupado com o pai, sabia que quando ele sentava daquela forma: com o rosto escondido nas mãos, de coluna curvada não era um bom sinal. – Papai?  

Sem que houvesse mais questionamentos Taekwon curvou-se apoiando a cabeça nos joelhos de seu pai. 

– Vai ficar tudo bem papai. – Afirmou com tanta certeza. Taehyung esticou a mão passando pela cabeça do filho, para que enchesse de calmaria.  

– Papai vai ficar bem. – Murmurou. – Papai e Kwon tem que encontrar ______. – Kwon assentiu ainda com o rosto sobreposto.  

– Ui! Cuidado meus amores, estão atrapalhando a passagem. – A voz vindo do que parecia ser uma mulher os alertou, Taehyung se virou para trás, no corredor minúsculo uma mulher de meia idade carregava uma bandeja cheia de maçãs. Ela aproximou-se encostando o joelho nas costa de Taehyung. – Pode me dar licença – Taehyung levantou-se rapidamente, segurou a mão da criança empurrando-a para que ficasse no canto como ele. – Muito obrigado.  

A mulher lhe lembrava sua mãe, a voz era parecida e provavelmente tinham quase a mesma idade, sentiu saudade. Ela solto uma lamuria, a bandeja estava pesada, com uma ideia palpitando sua cabeça ela virou-se na direção de Taehyung.  

– Você poderia. – Moveu a bandeja. – Por favor. – Taehyung assentiu com a cabeça.  

– Taehyung pode. – Abaixou-se para pegar o filho, colocou ele sobre seu quadril segurando-o com uma das mãos essa que também segurava a maleta, seria terrível perder o filho nessa muvuca. A outra mão ele estendeu em direção a senhora, esperando que ela depositasse a bandeja.  

– Assim você não vai conseguir. – Alertou. Então a mulher avançou colocando a bandeja sobre a mão de Taehyung, logo puxando a criança dos braços dele. – Assim está melhor. – Ninou Kwon.  

– Taehyung não quer assim. – Ela havia ultrapassado limite e Taehyung se sentia irritado por ela ter tirado Kwon de seus braço. Mesmo estranhando os braço da mulher Kwon não queria que seu pai se irritasse mais, então ele olhou a moça bem nos olhos e sussurrou: 

– A ‘senhola pode me coloca no chão? – A mulher ergueu as sobrancelhas, mas rapidamente depositou ele sobre o chão. – Tem regras... – A mulher achando tudo aquilo uma loucura abriu levemente os lábios surpresa.  

– Regras ? – Kwon assentiu. 

– Vovó disse... – Esticou o dedinho – A ‘senhola não pode invadir o ‘ciculo dele sem permissão. – “circulo, que circulo?”  ela pensava em quanto analisava o rosto infantil de bochechas rubras. Os olhos da mulher vagaram para o Kim que permanecia com a fisionomia chateada “talvez ele seja louco” pensou enquanto descia o olhar para a bandeja. 

– Certo, então acho que posso levar isso. – Esticou os braços para pegar, todavia, sentiu uma seu vestido azul escuro ser puxado.  

– Papai pode levar. – Soltou orgulhoso. – Ele é um ‘camalada... – Gargalhou. – Muito forte, não é papai? 

Taehyung mesmo se sentindo tão afetado desfez a cara de raiva colocando um sorriso no rosto, sua mãe sempre lhe dizia que ser simpático faz as pessoas gostarem de você.  

– Taehyung pode levar. – Mesmo sem entender ela aceito, lembrando de não pegar o menino no colo. Enquanto caminhava em direção a seu estabelecimento, pensou que poderia despacha-lo, assim séria mais fácil, daria uma gorjeta e uma maçã para a criança e tudo estaria resolvido, mas uma pequenina mão agarrou a sua, ela instintivamente olhou para baixo, Kwon segurava firme mente a sua mão.  

– A ‘senhola parece com minha vovó. – Ela sentiu seu peito se encher de alegria. Quando chegaram ao mar de frutas fresca, ela indicou para que Taehyung depositasse sobre algumas caixas empilhadas. 

– Como posso agradecer vocês? – Kwon olhou para o pai que retribui, ambos estavam famintos, fazia mais de quatro horas que haviam se perdido de ______, era lamentável não conseguirem achar o caminho de volta. Taehyung então disse.  

– Taehyung quer uma maçã. – Era um pedido simplório. A mulher então pegou uma lustrosa e suculenta maçã e deu para ele, Kwon soltou a mão da senhora e pegando a de seu pai. Taehyung curvou-se minimamente e puxou o filho para voltarem para o mesmo lugar, enquanto andavam Taehyung estendeu a maçã para o filho. 

– Taekwon precisa comer. – O menino soltou uma risadinha mordendo um pedaço. 

– Esperem! – Gritou a mulher. Ambos se viraram. – Vocês, não querem jantar em minha casa, meu marido faz uma ótima comida. – Taehyung imaginava  ______ talvez já tivesse ido embora, a maioria fazia isso, se sentia péssimo por não ter lhe deixado um presente, no entanto tinha escutado do cozinheiro que ela tinha um “sonho”, mas ele sabia mais ainda que precisava chegar ao seu destino  com Kwon, para que eles conseguissem ser feliz.  

Despediu-se mentalmente de ______ veria ela uma próxima vez, era uma das moças mais bonitas que já tinha visto.  

“Adeus _____”.  

 

°°° 

 

O inspetor Lee lamuriou, havia seguido o fusquinha por um longo tempo até chegaram em Daegu, mas as ruas movimentadas o fizera se distrair e perde-los de vista quando viraram no mercado de Seomun.  

Os batuque dos dedos marcava o estresse, olhou  de uma ponta a outra da via, nem um sinal do Fusquinha azul, séria quase impossível encontrá-los naquela euforia de gente. O telefone tocou. Lee recebia uma ligação do seu chefe outra vez, no entanto ignorou.  

Um pouco mais à frente visualizou ______ com as mãos sobre a cabeça, parecia nervosa e confusa. Estacionou de qualquer jeito e saiu aperreado em direção a mulher. A segurou pelos ombros. 

– Onde ele está? – Ela se sacudiu.  

– Eu não sei! – Gritou. – Eu não sei! – Sussurrou. O detetive correu de volta para o carro rapidamente afastando-se voltando para a Estrada. ______ de onde estava rezava para que eles estivessem bem, “talvez seja essa a parada deles” pensou, “Eles não sumiriam assim do nada!” justificou.  

– Bom sorte Taehyung, boa sorte Kwon! 

  

Destino... 

°°° 

 

Taehyung passou o braço de Kwon pela alça da bolsa, já se passavam das seis quando a Hunter Lee parou na fazenda – de maçãs – deixando sua caminhonete velha estacionada sobre um piso de cimento batido próximo ao galinheiros, de lá de dentro as galinhas entorpecidas com o barulho cacarejavam.  

– Papai olha! – Kwon correu parando na tela de proteção do galinheiro, uma galinha pulou do poleiro, Kwon riu ao ver o animal desorientado correr dentro do quadrado. – Essa galinha ‘tá doida. – Gargalhou um pouco mais alto quando seu pai abaixou-se do seu lado. 

– Doida? – Kwon ficou vermelho. Sua vó tinha dito que chamar uma pessoa de “doida” é feio e errado.  

– Desculpa papai. – Murmurou puxando a golinha da camisa azul. S.r Hunter arrulhou como um corvo fechando a caçamba da caminhonete.  

– Seria muito gentil que alguém pudesse me ajudar. – Disse equilibrando-se com três enormes bandejas, uma sobre posta sobre a outra sendo a última o resquício de sobras da feira.  

Taehyung prostrou-se ao seu lado pegando todas as bandejas de uma vez. Hunter então caminhou em direção a casa.  

Era uma casa simples, tingida de um amarelo limão, era uma casa de estilo ocidental sem dúvida, mais parecida com as do Texas, já que era revestida de madeira e tinha redes na varanda.  

Quando entraram na casa uma enorme fonte de calor transbordou para os corpos, logo nem parecia estar tão frio quanto estava lá fora.  

– Hunter eu fiz um guisado! – O marido gritou da cozinha.  

– Certo! – Disse enquanto tirava as luvas. – Pode colocar ali Taehyung. – Apontou para o mesmo canto em que um cabideiro se encontrava. – Querido? – Ela andou até um vão e desapareceu ao virar para a esquerda.  

Taehyung colocou os objetos ao pé do cabideiro, despachou-se dos sapatos colocando-os na entrada da casa, sentou Kwon no chão e fez o mesmo processo com os dele depositando ao lado do seu.  

– Visitas? – Um homem de cadeira de rodas surgiu de onde Hunter inicialmente havia entrado. Ele chegou próximo dos dois “inquilinos” sugou o catarro que estava descendo do nariz, então estendeu a mão e disse: 

– Sou Elliote. – O homem era com toda certeza um Americano, talvez fosse de Cuba já que a pele era bronzeada de forma elegante, sendo os olhos grandes e castanhos. 

Taehyung não estendeu a mão, mas manuseou a cabeça com um aceno típico de sua cultura.  

– Já lhe disse, nós não nos cumprimentando assim! – Ralhou Hunter indo segurar as barras da cadeira. Taehyung apressou-se e disse: 

– Taehyung. – Admitiu envergonhado. – Esse é Kwon. – Apontou para o filho. Levou a mão ao peito. – Filho de Tarhyung. – Elliote ergueu as sobrancelhas cabeludas, identificou a dificuldade que sua visita tinha.  

– Certo, vocês estão com fome? – Questionou volvendo o olhar para Kwon, a criança moveu a cabeça em confirmação. – Então vamos logo o jantar está ‘daebaek!. – Usando de seu melhor sotaque para fazer graça.  

Depois de terem jantado, entre brincadeiras e maus entendidos Hunter os levou para a parte superior da casa. Ajeitou dois colchões no chão e os deu travesseiros e cobertores, sem antes esquecer de avisar que no quarto também tinha um banheiro e que deviam tomar banho antes que esfriasse mais.  

Taehyung esfregou as costinhas do filho, lembrou-se de como era feliz por ele estar ali com ele. Seu pensamentos se desorientavam quando ouviu a voz infantil do filho. 

– Baby Shark tchururu... – Cantou Kwon enquanto pisava o chão de forma engraçada, mexendo os bracinhos e logo a bundinha redondinha. Taehyung adorava aquela música, achou graça quando Kwon começou o seu ‘Show', então começou a remexer o quadril desengonçadamente acompanhando euforia.  

– Daddy Shark tchururu... 

Mas no andar de baixo algo muito diferente acontecia. 

Hunter havia visto o Taehyung no jornal daquela manhã, sentada de frente para o marido – que também portava da notícia – sentia-se em dúvida. 

– O que fazer? – Elliote batucou os dedos na madeira da mesa e concluiu. 

– Nós podemos ligar.


Notas Finais


O que acham? em relação a como pessoas assim se sentem, imagino eu que muito sozinhas, muito mais pelo preconceito do que do seu próprio sistema mental. Uma reflexão, as vezes agente olha para pessoas que tem condições diferentes da nossa e só enxerga pena, esquece do potencia daquela pessoa e de quem realmente ela é ou pode ser.

Beijos meu povo!


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