História Paparazzi - Agora todos sabem a verdade

“Eu sei que é difícil recordar as pessoas que éramos, e ainda mais difícil imaginar que você não está aqui do meu lado. Você disse que é tarde demais para conseguir, mas será tarde demais para tentar?

P.O.V Lucy Scott.

Algumas horas atrás...

A comemoração do Alfredo tinha sido sem sombra de dúvidas incrível, mas tudo naquele evento estava deixando claro que a noite daria errado para alguns de nós. Na verdade, a mensagem havia sido bem clara a partir do momento que eu soube que Justin e Emily estariam lá, em um lugar onde nós três estivéssemos a noite claramente não acabaria bem. Não sei o que deu em mim quando resolvi acreditar que Alfredo conseguiria nos manter distantes a ponto de nem nos encontrarmos no local, obviamente que isso não aconteceu.

Tirando o fato de que eu tive um pequeno surto e resolvi ir pra cima da Emily e do Justin ter praticamente me arrastado pra fora do local e me humilhado, a noite foi até tolerável. Principalmente quando vi os dois pombinhos irem embora afastados. Emily com uma cara de merda tentando alcançar o Justin que mantinha uma feição fechada, esse momento realmente me fez ganhar a noite, porque deixou muito claro que Justin já estava começando a entender com quem ele estava lidando. Só a ideia deles terem tido uma discussão já deixava tudo mais simples, no fundo Justin sabe que a minha briga com ela não foi em vão.

Bom, alguns dias se passaram depois de todo esse transtorno, a minha rotina voltou ao normal. Voltei a minha correria de sempre no serviço, que graças a Deus estava cheio de sessões. Eu realmente mal estava tendo tempo de respirar e isso era incrivelmente bom. Mas uma ideia um pouco maluca estava rondando a minha mente há dias, eu vinha tentando ignorá-la com todas as forças mas não estava surgindo muito efeito.

Estive pensando em desmascarar a Emily online, eu sei, é uma ideia idiota e completamente equivocada, mas eu estava levando mesmo isso a sério. Não eu necessariamente, e sim o meu cérebro que não me deixava esquecer disso nem por um segundo sequer.

Sai do estúdio mais cedo e fui para casa, não aguentava mais ficar naquele local e todo o meu serviço já havia sido feito, Leonard não precisaria mais de mim por lá. Ao entrar no meu apartamento encontrei apenas o silêncio, nada da Jeniffer em lugar algum. Guardei as minhas chaves e fechei a porta, olhando por todo o local na esperança de encontrá-la ali, em algum lugar. Eu precisava conversar sobre essa minha ideia maluca com alguém. Fui até o quarto onde ela estava hospedada e abri a porta, vendo que ela estava sentada em sua cama, com as pernas cruzadas apoiando os dois cotovelos nas pernas, um em cada coxa, enquanto usava suas mãos de apoio para a sua cabeça. Os olhos dela estavam fixos em seu guarda roupa aberto, e podia ouvir alguns suspiros baixos saindo de sua boca. Não precisava ser um gênio para entender o que estava acontecendo ali, ela claramente estava com dúvidas sobre qual roupa deveria usar, mas a pergunta é, pra onde ela pretende ir?

Pigarreio tentando chamar a sua atenção para mim, o que não acontece. Ela permanece na mesma posição sem mexer um músculo sequer, ela nem esboça uma emoção por conta da minha presença. Jen realmente está trancada dentro de seu próprio mundo agora.

Caminho em passos lentos até ela e paro bem em sua frente, balançando as minhas mãos em frente ao seu rosto. O que funciona, já que agora seus olhos me fitam.

- Em que mundo você estava?

- Não sei o que vestir. – sua resposta não tem absolutamente nada a ver com a minha pergunta, mas resolvo ignorar isso. Ela realmente está perdida aqui.

- Que compromisso é esse que está te afligindo tanto? – me sento na beirada da cama, bem ao seu lado. Mantendo meus olhos atentos em cada um de seus movimentos.

- Chaz me ligou.

Ok, talvez eu tenha sido pega um pouco de surpresa. Abro a minha boca em um perfeito “o” e tento raciocinar o acabara de ouvir.

- Espera, eu ouvi o que eu acho que ouvi? – minha pergunta soa confusa, mas sei que ela entende.

- Se você ouviu que o Chaz me ligou, então sim. Você ouviu o que acha que ouviu. – ela responde usando o mesmo raciocínio que o meu.

Se mais alguém estivesse presente nessa conversa provavelmente estaria nos achando malucas a essa altura do campeonato, e olha, não estaria enganado.

- Mas como? O que ele queria? – tento fazer sentido na medida que formulo as perguntas, mas nada faz sentido aqui.

- Eu não sei. Ele apenas disse que queria me encontrar hoje, perguntou se eu podia e disse que passaria aqui às seis. – A ficha dela ainda não tinha caído, parecia que ela estava presa em uma espécie de transe.

- Isso é incrível, não é?

- Vai ser quando eu souber o que vestir. – ela diz isso sério, o que me faz rir.

Me levanto e começo a mostrar algumas opções para ela, não demora para que ela opte por uma. Jen nunca foi complicada para se arrumar.

Vejo ela ajeitar a roupa em cima da cama, posso ver um brilho diferente em seus olhos enquanto um sorriso singelo ameaça a sair em seus lábios. Ela está feliz, está com esperança. Espero de coração que essa noite seja exatamente aquilo que ela espera, ia ser extremamente decepcionante ter que ver ela lidando mais uma vez com uma frustração envolvendo o Chaz.

- Eu precisava falar algo com você. – coço a minha cabeça e desvio o olhar.

Posso sentir ela me encarar, não demora muito para que ela esteja sentada em minha frente, esperando que eu diga.

- Uma ideia um pouco louca está rondando a minha mente, e gostaria muito de saber o que você pensa sobre ela.

- Estou ouvindo.

- Estive pensando em escrever todas as coisas que Emily me fez passar e colocar tudo em um site. – digo tudo de uma vez, me sentindo uma idiota por ter realmente dito isso em voz alta. Essa ideia é patética, onde estou com a minha cabeça?

- Esquece, isso é realmente ridículo. – falo sem nem dar a chance dela pensar em uma resposta.

Estava pronta para me levantar e sair dali, mas a Jen segurou firmemente em minha mão, me fazendo ficar parada onde eu estava.

- Eu achei a ideia boa! Está na hora daquela mulher ser exposta. Todo mundo pensa que ela é um anjo, isso tem que acabar. – ela diz me olhando nos olhos.

- Acha mesmo que vai ser uma boa?

- Sim, eu acho. – sorrio.

Depois disso eu ajudei ela escolher os acessórios e o resto das coisas, era engraçado ver a Jen nervosa com isso. Ainda faltam mais de duas horas e ela já tinha tudo pronto, só precisava se vestir e fazer uma maquiagem. Deixei ela sozinha em seu quarto e fui até a sala, a procura do meu notebook. Ele estava em cima da mesa de centro, me joguei em meu sofá e o peguei, o colocando em meu colo. Peguei meu óculos de leitura que também estava na mesa de centro, e o coloquei. Abrindo o computador, abri um editor de texto e comecei a escrever. Não sabia muito bem por onde começar, por onde acabar. Mas sabia que queria deixar muito claro todas as coisas que ela havia me causado, passei um longo tempo escrevendo tudo aquilo. Me preocupei em ser bem detalhista, tentei não deixar nada de fora, só a minha identidade. Depois de escrever tudo, reler e revisar. Decidi que enviaria para algum site de fofoca, qualquer um que fosse concorrente direto da People. Logo me veio em mente o site perfeito, entrei nele e peguei o e-mail de contato. Usei um e-mail anônimo e anexei o meu texto ali, junto com algumas fotos de alguns contatos que eu fiz com a Emily. Tudo deixando a minha identidade preservada. Depois de checar tudo cliquei em enviar, se eu tivesse sorte eles veriam isso logo e não demoraria para ser postado, sabia que eles iam postar. Tem bastante gente que quer ver a imagem da Emily ser queimada.

Larguei o notebook ali e fui até a cozinha, estava com fome. Abri minha geladeira e peguei um pouco do macarrão da noite passada, coloquei um pouco em um prato e deixei esquentar alguns segundos no microondas.

Assim que ele apontou, retirei o prato dali e comecei a comer. Estava muito bom!

Voltei para a sala e me joguei novamente no sofá, liguei a tv e coloquei em um filme qualquer pra assistir, Jen logo foi até a sala me fazer companhia, assistimos o filme todo.

- Está na hora, melhor eu começar a me arrumar. – ela diz e se levanta. Jen estava bem nervosa, isso era nítido.

- Vai lá. – sorri, vendo ela se levantar e logo sumir da minha visão.

Peguei o meu prato e fui até a cozinha, lavando ele o guardando logo depois. Ouço um barulho e seco a minha mão, desviando os meus olhos para o meu notebook, que agora está com a tela ligada. Largo o pano ali no balcão e caminho até o meu sofá, me sento e pego notebook, vendo que eu tinha recebido um e-mail, era uma resposta do site para qual eu havia mandado toda a minha história com a Emily.

Assunto: Agradecemos imensamente o seu contato.

Olá, anônima.

Ficamos gratos por todas as informações que você nos forneceu, já sabíamos alguns podres sobre ela mas nada que pudesse ser comprovado.

Sua matéria já foi postada em nosso site, deixarei o link logo abaixo para que você possa ver.

Se achar que algo precisa ser mudado, por favor. Nos retorne!

Atenciosamente, Val.

Cliquei no link que ela havia deixado ali, ele me levou diretamente a matéria sobre a Emily. O título era bem chamativo e destacado.

Emily editora chefe da People. Armou toda uma polêmica para se aproximar do atual affair, Justin Bieber.

Apesar da história não ser exatamente essa, sei que teve esse interesse por trás. Mal contenho a minha risada ao ler toda a matéria, eles haviam mantido tudo o que eu tinha escrito no e-mail, e isso foi bem interessante. Justamente por eu saber que a história foi mesmo contada por mim, nada foi modificado ou editado. E no fim, eles deixavam claro que toda a matéria tinha sido escrita por alguém anônimo. Sabia que na hora que isso chegasse na Emily ela saberia que fui eu, mas sinceramente, eu não me importo. Quero mais é que ela caía, depois de todo o transtorno que me causou, não é nada do que ela não mereça.

Jen logo surge ali toda arrumada, olho no relógio vendo que faltavam apenas 10 minutos para às seis.

- Do que está rindo tanto? – ela me pergunta enquanto procura algo em sua bolsa.

- Veja você mesma. – digo com um sorriso de satisfação em meu rosto. Aponto para o notebook.

Ela me olha com o cenho franzido e se senta ao meu lado, pegando o notebook. Seus olhos passam pela tela do computador rapidamente e não demora para que um sorriso apareça em seu rosto.

- Não acredito! Isso ficou esplêndido. – ela sorriu e colocou uma de suas mãos na boca, com seus olhos ainda fixos na tela.

- Eu amei!

- Eu também! Agora as pessoas irão saber quem essa cobra é. – ela me olhou.

- Sim. – bato algumas palmas.

Jen olha em seu relógio de pulso e me entrega o notebook, se levantando. Ela rapidamente ajeita a roupa em seu corpo.

- Queria mesmo comemorar isso com você, mas já deu a minha hora.

- Não que isso, você tem um encontro com o Chaz. Podemos comemorar isso depois, é bom que teremos mais coisas para comemorar. – dou uma piscadela pra ela, vendo ela sorrir.

- Não me faça criar esperanças, Lucy. É só uma conversa, isso não significa que iremos voltar. – Desculpa, mas pra mim é exatamente o que significa. Mas podemos fingir que não é.

- Tudo bem. – me levanto e acompanho ela até a porta.

Jen abre a porta e passa por ela, se virando pra mim. Ela dá uma respirada funda e tenta sorrir, nunca tinha visto a minha melhor amiga tão nervosa com algo, como ela está agora. Ela realmente ama o Chaz!

- Me deseje sorte! – ela diz.

- Não preciso. Essa noite vai ser incrível, vai dar tudo certo. – seguro em sua mão, sentindo ela apertar a mesma.

Ela assente e logo está caminhando em direção ao elevador, observo ela ir e só fecho a porta quando ela some da minha visão. Encosto as minhas costas na madeira e bufo.

Não seja um babaca com ela, Chaz. Por favor!

(...)

Depois de reler aquela matéria incrível várias vezes, fui tomar meu banho. Vesti um pijama confortável e fiz um chocolate quente, assim que me sentei para degustar aquela maravilha a campainha tocou, não contive a minha bufada ao ouvir a campainha. Qual é, esse era o meu momento. Não queria ser interrompida.

Penso em quem poderia estar do outro lado, nada me vem em mente. Coloco a xícara com o chocolate em cima da mesa de centro e me levanto com a maior preguiça do mundo, vou até a porta e vejo a pessoa pelo olho mágico, é a Emily. Claro. Quem mais poderia ser? Devia ter pensado nela. Sabia que ela não iria deixar barato.

Abro a porta com tédio e encaro a morena bem em minha frente, ela está bem nervosa, também quem pudera! Foi exposta para todos, eu também estaria nervosa se estivesse no lugar dela.

- Você perdeu a noção do perigo? – é o que ela pergunta.

Pensar que talvez ela tenha tentado criar o que me diria assim que me visse e que isso possivelmente é o melhor que ela inventou, me dá náuseas. Você podia fazer melhor, Emily. Confio no seu potencial.

- Olha, eu nunca tive. – dou um sorriso falso. – O que está fazendo aqui, Emily?

- Ah, você não sabe? – ela dá um passo em minha direção, o que me faz dar um passo para trás por puro instinto. – Que tal aquela matéria que saiu sobre mim? Huh?

- Você gostou? Eu achei ela bem legal! - falei sorridente. - Alguém teve a coragem de falar tudo o que você faz.

- Você não sabe com quem está mexendo, Lucy. O que pensou quando postou aquilo? Que iria me derrubar?

- Na verdade, eu só pensei em te expor mesmo. Mas se isso te derrubar eu ficarei bem feliz, confesso. - pisquei para ela. - Só quero que todos saibam quem a verdadeira Emily é.

Ela fecha a cara.

- Eu sei que você fez o que fez para tentar ter o Justin de volta, mas deixa eu te contar uma coisa, ele não confia em você!

- Olha, eu sei que pra algumas pessoas o mundo realmente deve girar em torno de homem, mas esse não é o meu caso. Tenho problemas bem maiores com você, que não incluem o Justin. Isso não é sobre ele, isso é sobre eu e você.

Ela ri de uma forma desesperada. Emily começa a jogar um monte de coisas na minha cara, ela está aos berros e já posso imaginar o transtorno que isso vai me gerar com os meus vizinhos. De onde estou posso ver quem sai do elevador, e tenho a impressão de que ouvi as portas dele se abrindo, isso me desespera, a ideia de um vizinho meu ter chego agora. Eu realmente não estou disposta a brigar com um deles agora, eu só quero paz. Já posso prever o síndico vindo falar comigo amanhã e me dando vários sermões. Meu deus! Essa Emily vai me ferrar. Por que ela não cala a merda dessa boca? Eu nem sequer estou ouvindo o que ela diz, eu não me importo com o que ela diz!

Volto os meus olhos para a Emily que ainda diz coisas sem sentido, vejo que alguém sai do elevador mas não foco a minha visão na pessoa, para saber quem é. Quando vejo ela se aproximar do meu apartamento me arrisco a olhar, e me surpreendo ao ver o Justin ali. Emily está tão entretida gritando coisas absurdas que não nota que ele está bem atrás dela. Percebo que o Justin me olha como se me pedisse para disfarçar para que ela não percebesse que ele está ali. Mantenho a minha visão nela, enquanto ela entrega todo o seu plano para o Justin. Ela mostra sua verdadeira face. 

Mas isso não me deixa feliz, sei que devia estar contente por ver ela se entregando sozinha, mas toda vez que olho para o louro ele está com seu olhar distante, parece informação demais pra ele. Sei que ele precisava saber a verdade, mas não queria que fosse dessa forma. Não queria que fosse dessa maneira, ele merecia saber de outro modo. Do modo como eu tentei dizer para ele, mas ele não quis ouvir. Agora está descobrindo da pior maneira.

Meu coração se aperta só por imaginar o que ele possa estar sentindo nesse momento. Seu coração deve estar se quebrando.

- Você por acaso ouviu o que eu disse? – ouço a Emily dizer e volto os meus olhos para ela. – O que você tanto olha?

Seu corpo se vira para trás em câmera lenta, tudo parece lento pra mim agora. Não sei qual é a sua feição, mas posso ver o olhar de ódio que o Justin dá a ela. Emily tenta se aproximar dele, mas é parada pelo o próprio.

- Não ouse tentar justificar isso! – é o que ele diz.

- Nada disso do que você ouviu é verdade, eu só estava...só estava...- ela tenta justificar mas não consegue criar nada válido. Posso sentir o desespero no tom de sua voz.

- Sabe o que é mais ridículo nisso tudo? É que eu vim até aqui para te defender. – percebo o esforço que ele coloca para não gritar aqui. – Tinha vindo perguntar para a Lucy o porquê ela tinha feito essa maldade com você. – ele ri pelo nariz e bagunça seu cabelo. – Eu sou um otário, isso sim!

- Justin, por favor. Eu...- ele a interrompe.

- Cala a boca, Emily! Só cala essa boca! Você acha mesmo que dá para justificar alguma coisa aqui? Só confessa logo, confessa que fez tudo para me prejudicar, que armou tudo. A sua máscara caiu, não tente colocá-la de volta porque não é assim que funciona.

- Eu gosto de você, Justin. Gosto de você de verdade. – reviro os meus olhos ao ouvir isso.

Ele passa a mão pelo o rosto e nega com a cabeça, soltando uma risada.

- Todo mundo que gosta de mim anda mentindo, não sei que gostar é esse de vocês. – ele diz pra ela, mas sei que me envolve também.

Justin se vira e começa a ir embora dali, Emily é rápida ao segui-lo. Ele entra no elevador, e ela ia fazer o mesmo mas é impedida. Quando as portas se fecham, vejo ela entrar na porta que indica as escadas. Emily está desesperada, ela não imaginava que seu castelo iria cair assim. E eu, não esperava presenciar tudo isso.

Eu devia estar feliz, certo? Emily foi desmascarada, Justin agora sabe de toda a verdade. Tudo o que eu sempre quis aconteceu.

Então por que tudo o que eu sinto agora é um vazio gigantesco?