História Paparazzi - I Do Not Want Your Money

~ Natsu Povs ~

_ Então Luce, que tal passarmos em algum lugar para comer algo e----

_ Me leve embora logo! – O jeito ríspido que ela dissera me causará até arrepios. Ela estava brava por algo que eu não fazia ideia.

_ Realmente não entendo as mulheres.

_ O que disse? – Sorrio sem graça. Achei que tinha sussurrado de um jeito que apenas eu havia escutado, mas Luce também havia escutado.

_ Por que está brava?

_ Eu não estou brava.

_ Ah está sim. Está muito brava.

_ Me conhece há alguns dias, como sabe que estou brava?

_ Porque vocês mulheres são iguaizinhas nisso de ficar brava. Sempre agem da mesma forma. – Ela bufa irritada.

_ Eu só estou cansada. Então me leve embora logo.

_ Se for por causa do beijo, me desculpe. Não queria te trazer problemas. Apenas--- - Mas ela me interrompe pela segunda vez.

_ Esquece isso. Não sou infantil a ponto de ficar bravinha por causa de um selinho insignificante. – I-Insignificante? Ela acabou de falar que meu beijo foi um selinho insignificante?? _ Então esquece isso Natsu. – Maldita! Essa garota me torra a paciência.

Como ousa ganhar um beijo de Natsu Dragneel e dizer isso?

[...]

O resto do caminho fora feito em completo silêncio. Luce apenas suspirava hora ou outra, mas isso não me importava. Não tenha nada a ver com esta garota ranzinza.

_ Pode me deixar aqui Natsu. – Paro o carro onde ela havia pedido.

_ Mas seu apartamento é do outro lado.

_ Eu vou andando. – Ela retira o cinto e me encara. _ Obrigada pela carona. – Sua expressão era de... tristeza?

Seus olhos cor de chocolate estavam brilhando, mas brilhando por causa das lágrimas que se acumulavam neles. Sua voz era baixa e fraca, diferente dos tons que ela sempre usará comigo. Sua boca tremia, como se fosse pedir ajuda caso falasse algo novamente.

_ Luce, realmente está tudo bem? – Ela me encara e esboça um sorriso. Um sorriso que já vi centena de vezes durante minha carreira.

Um sorriso falso.

_ Sim. Novamente, obrigada pela carona. – Ela abre a porta do carro e coloca suas pernas para fora. Mas antes de sair de vez ela novamente me encara, agora sem o sorriso falso de antes. _ E por favor, me deixe em paz. – E dito isso ela se retira e fecha a porta do carro atravessando a avenida rapidamente, indo em direção à praça que tinha ali.

Solto um longo suspiro e sorrio de canto olhando novamente a praça que ficava do outro lado da avenida.

Já não dava para vê-la mais.

_ Garota estranha.

Sinalizo e entro novamente no corredor de carros.

Mas agora tinha certeza de algo.... Lucy Heartfilia já não era problema meu.

**

~ Lucy Povs ~

_ Droga! Droga! – Me xingava baixo enquanto sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. _ Droga!

Como eu podia ser tão fraca assim? Ainda chorar por aquele... aquele cafajeste??

Mesmo depois de 3 anos ele ainda tinha esse controle em mim?

_ Mocinha, você está bem? – Olho para frente e vejo uma senhora com várias sacolas de legumes e verduras em suas mãos. Ela me encarava preocupada.

Enxuguei rapidamente as lágrimas com a manga da minha blusa e a encarei com um sorriso deveras falso, apenas para não ouvir mais perguntas sobre meu estado.

_ Estou sim. É apenas um resfriado que faz meus olhos lacrimejarem. Obrigada pela preocupação senhora. – Ela apenas concorda com a cabeça e sigo meu caminho passando por ela.

[...]

Agora já estava em meu apartamento, e não fui questionada por mais ninguém.

Tranco a porta e jogo a bolsa em minhas mãos no sofá da sala. Tiro também o acessório que mantinha meu braço engessado ereto. Além de me dar dores no pescoço aquilo era muito desconfortante.

Olho para o relógio e o mesmo indicava ser quase 14:00.

~ RONC ~

Levo a mão a barriga alisando-a.

_ Estou faminta. – Corro para a cozinha e devora o resto do jantar de ontem que a Erza havia feito.

**

~ Natsu Povs ~

_ Demorou. – Reviro os olhos com a indagação de Jellal, que estava sentado na poltrona da MINHA sala.

_ Qualquer dia eu juro que vou chamar a policia se você invadir meu apartamento novamente. – Ele sorri. _ É sério Jellal.

_ E como foi a Lucy?

_ Tsc. Aquela garota é insuportável. Ficou brava do nada e depois de tudo que fiz por ela ainda me pediu para ‘deixá-la em paz’.  – Jellal ri.

_ E você vai deixar?

_ Claro! Aquela garota não é mais meu problema.

_ Você atropelou ela. – O encaro bravo.

_ Sabemos muito bem que não foi isso que aconteceu. – Suspiro tentando me acalmar um pouco. _ Vou tomar um banho e dormir.

_ Ás 17:00 temos uma sessão de fotos suas para a revista Story Idols.

_ Tá tá. Eu acordo na hora. – E vou em direção ao meu quarto trancando a porta e me jogando na cama.

Estava exausto.

**

_ Já conheço seu tipinho Natsu, e eu odeio esse tipo.

**

_ Tsc! Ela acha que me conhece? Ela não faz ideia de quem eu sou.

Maldita!

Lucy Heartfilia, acho que já posso te colocar na lista das pessoas que odeio.

[...]

Solto um longo bocejo. Ainda estava sonolento.

_ Espero que essa sessão de fotos seja rápida Jellal.

_ Hm, acho que vai ser. – Olho para ele que olhava fixamente em seu celular, com certeza estava organizando minha agenda.

_ Estou exausto sabia? Preciso de férias. – Ele me olha e ri.

_ Você diz coisas engraçadas às vezes.

_ Estou falando sério. – Ele desliga o aparelho e coloca-o novamente em seu bolso.

_ Agora deixe-me dizer algo sério. É a respeito da Lucy.

_ Luce? Jellal, esquece aquela garota. Por que ficou tão obcecado nela?

_ Acho que me apaixonei por ela, sei lá. – Arregalo os olhos e ele cai na gargalhada. _ Brincadeira. Ela não faz meu tipo.

_ Idiota. – Cruzo os braços.

_ E então, quer saber o que descobri? – Droga! Agora estava curioso.

_ Fale de uma vez. – Ele riu baixo.

_ Eu andei pesquisando sobre ela. E acabei descobrindo que ela e sua mãe devem uma enorme quantia em dinheiro para o estado.

_ Hm. Então ela é pobre?

_ Seu pai deixou várias dividas para ela e sua mãe pagarem.

_ Oras, e por que ela não faz o pai pagar? É fácil. – Jellal me encara sério.

_ Natsu, o pai da Lucy morreu. – Me surpreendo.

_ S-Sério? Foi mal.

_ Você deveria ajuda-la.

_ Hã? Por que eu? Quer que eu dê dinheiro a ela?

_ Sim. Ajude-a Natsu.

_ Eu não vou fazer isso.

_ Além de ajuda-la isso seria ótimo para sua imagem. Imagine o quanto a imprensa iria falar sobre essa sua caridade. Natsu, faça isso por bem a sua própria imagem. – Sorri de canto.

_ Ás vezes não parece que você tem um coração Jellal. – Ele ri.

_ Empresários não podem ter coração. – Ele ajeita o óculos em seu rosto. _ E então, vai fazer o que pedi?

_ Tsc. Tá, eu faço. Afinal dinheiro é algo que não me falta mesmo. – Jellal ri e dá leves tapinhas em meu ombro.

_ Bom garoto. – Afasto sua mão.

O carro para e logo a porta é aberta, quase me cegando com aquela claridão.

_ Natsu-sama, chegamos.

_ Valeu Richards. – Jellal novamente dá um leve tapa em minha costa.

_ Boa sorte, Natsu-‘sama’.

_ Idiota.

**

~ Lucy Povs ~

~ TRIM TRIM ~

Acordo assustada com o telefone que tocava alto.

Me levanto e pego o celular que estava na mesa da cozinha.

_ Alô?

_ Lucy onde você está garota? Cadê as fotos? Preciso delas! – Era Jason, e pelo tom de voz ele estava a um passo de me matar.

_ AHH! E-Eu dormi sem querer. – Olhei no relógio e já eram quase 19:00. _ Puta merda! E-Eu já estou indo Jason.

_ Deixe as fotos editadas em minha mesa.

_ Editadas? Você quer que eu edite também?

_ Sim Lucy. Você tem no máximo 1 hora para fazer isso. – E ele encerra a ligação me deixando pasma.

_ Como vou editar 200 fotos em 1 hora? – Mas eu não tinha tempo para pensar ou chorar.

Pego minha câmera, meu notebook, coloco na minha bolsa e saio as pressas do apartamento, sem nem mesmo me olhar no espelho.

Devo estar toda amarrotada e com o cabelo bagunçado, mas o que importava agora era eu conseguir completar esse trabalho para pagar o triplo.

[...]

Eu já estava exausta.

Além de vir correndo até a empresa estou a mais de duas horas editando essas fotos sem parar.

Minhas costas estavam me matando, e a essa merda de gesso no meu braço só me deixava ser lenta.

Mas para minha sorte Jason já tinha ido embora, ou seja, tenho o tempo livre para terminar as fotos.

Cada foto que eu abria me surpreendia mais e mais.

Natsu estava lindo em todas as fotos, nem precisava de edição.

Olhava fixamente para a tela.

_ Droga garoto, você realmente é lindo. – Lindo não resumia sua beleza. Natsu Dragneel era o tipo de homem que causa histeria por onde passa. Ele era... _ ... perfeito. – Nego várias vezes com a cabeça e dou leves tapinhas em meu rosto. _ Credo Lucy! Se concentra! Esse garoto só tem um rostinho bonito, só isso! Agora se contra e termina isso logo!!

[...]

Eu estava... morrendo em pé.

Chego ao prédio do meu apartamento e quase subo as escadas de quatro.

O prédio era velho e o elevador sempre quebrava, mas para mim não era problema, afinal odiava elevadores.

_ Preciso ganhar dinheiro e sair dai. Ou logo esse prédio vai desmoronar. – Por onde passava via as enormes rachaduras nele.

Depois de quase 10 minutos consigo subir os degraus e chego até meu andar.

Abro a porta das escadas e solto um longo suspiro.

_ F-Finalmente. – Sem nem olhar para frente começo a me direcionar para minha porta, mas quando olho para frente vejo uma figura sentada na frente da minha porta. _ Quem será que é? – Droga! Com certeza era algum cobrador. Estou cheia de dividas, minha mamãe também, então hora ou outra sempre aparece algum cobrador por aqui. _ Merda! – Minha vontade era de sair correndo, mas do jeito que estou morrendo seria pega fácil.

Respiro fundo e crio coragem para me aproximar.

Era um homem, e estava com a cabeça baixa e coberta por um boné.

Me aproximo lentamente e paro em sua frente.

_ Olá? – Ele se mexe um pouco e levanta a cabeça, mas parecia que encarava minhas pernas. _ Oi? – E lentamente o ser a minha frente levanta a cabeça, e ao ver quem era arregalo os olhos e quase tombo para trás.

_ Yoo Luce! – Me afasto rapidamente até chegar na parede do outro lado.

_ N-N-Natsu??! O-O que está fazendo aqui?? – Ele se levanta e limpa sua calça.

_ Vim te ver. – Aquele garoto já estava me irritando.

_ Eu te falei para não me procurar mais.

_ E você achou que eu iria obedecer?

_ Deveria. – Finalmente me acalmo mais. Afinal, querendo ou não eu estava com uma celebridade na porta do meu apartamento. _ A-Agora vá embora. Tenho muito trabalho para fazer.

_ Posso acompanhar? – Me surpreendo.

_ Hã?

_ Quero ver mais de perto o trabalho de um paparazzi. Posso?

_ M-Mas é claro que não! – Ele se distancia um pouco da porta e aproveito essa chance para abri-la e adentrar rapidamente.

Mas antes que eu pudesse fecha-la Natsu coloca o pé impedindo.

_ Por favor Luce.

_ Não! Agora saia daqui Natsu! – A porta da frente é aberta e Natsu se assusta. Ele me empurra com força para dentro e tranca a porta.

Ele me empurrará com tanta força que quase cai de bunda no chão.

_ Essa foi por pouco. – Ele se vira para trás. _ Me desculpe Luce, mas não posso correr o risco de ser visto por alguém.

_ Seu... idiota!! – Fecho os punhos com força. _ Saia logo daqui, ou eu vou chamar a policia!

_ Luce, não chame a policia. Ou eles vão querer tirar foto comigo. – Meu Deus. Aquele ser humano era o cumulo da desumildade.

_ Meu nome é Lucy! – Suspiro tentando me acalmar, ou iria matar o querido astro agora mesmo por estrangulamento. _ Meia hora. Você vai ficar aqui por meia hora, e vai embora e nunca mais aparecer. Estamos conversados? – Ele assenti com a cabeça.

_ Okay Luce. – Suspiro novamente. _ E então, que trabalho irá fazer?

_ Colagem de fotos para minha página na revista.

_ Ow que legal. – Vou até o computador que ficava na sala e Natsu me segue.

Conecto a câmera nele e logo as centenas de fotos aparecem na tela do meu computador.

_ S-Sou eu? – Rio de canto.

_ Sim. Essas são as fotos que tirei hoje de você. – Me viro para ele. _ Quer ver algumas? – Ele assenti com a cabeça.

Pego um puff que estava atrás da mesa e coloco do meu lado.

_ Senta ai. – Ele faz como peço.

Abro a primeira foto.

_ Cara... como sou... lindo!! – Rio.

_ Você é muito humilde sabia? – Ele ri.

_ Luce, você é uma ótima fotografa.

_ Oras, não foi isso que disse da primeira vez.

_ Ah, aquelas tinham ficado horríveis mesmo, mas essas estão perfeitas. Mesmo estando impossibilitada por causa do braço.

_ É. – Começo a abrir foto por foto, e Natsu sempre dizia o quanto estava lindo nas fotos.

[...]

_ Acho que essa é a ultima. – Ele aponta para um canto da foto.

_ É o Jellal. – Ele ri. _ Ele ficou horrível. Jellal não é fotogênico.

_ Hm. Eu não acho. Ele está bonito.

_ Gosta dele? – Nego com a cabeça.

_ Ele parece ser manipulador. Não gosto dele. – Natsu ri.

_ Sua sinceridade é linda sabia? – Não sei por que raios fiquei envergonhada com isso, mas fiquei.

Talvez por ele estar me olhando fixamente. Talvez pelo seus olhos cor  de ônix estarem conectados com os meus. Talvez por sua boca estar entreaberta deixando seus lábios a mostra, e com isso me fazer lembrar que hoje eles tocaram meus lábios.

_ Luce? – Desvio o olhar de seus olhos e noto que ele falava comigo. _ Oe! Está me ouvindo? – Ele balança a mão a minha frente. Saio do transe que me encontrava.

_ E-Estou. – Droga! O que foi que acabou de acontecer?

Meu coração estava tão acelerado que tinha medo de que Natsu o ouvisse. Minhas mãos estavam terrivelmente geladas.

_ A-Acho melhor você ir embora. – Não tinha mais coragem de encara-lo. Estavam envergonhada. Mas por que?

_ Okay. Afinal já se passaram as ‘meia hora’ faz tempo. – Me surpreendo, pois nem havia notado isso.

Ele se levanta.

_ Nee Luce, eu não vim aqui para ver o seu trabalho. – Levanto a cabeça e o encaro confusa.

_ Então pra que veio? – Ele remexe em seu bolso da calça e retira um papel, que após desdobrar me estende para que eu o pegue.

Faço como ele e pego o papel em minhas mãos.

Mas não era apenas um papel...

_ Vim aqui para te entregar isso.

Era um cheque. Um cheque com um valor absurdo escrito nele.

_ O que é isso Natsu? – Abaixo a cabeça e amasso o cheque em minhas mãos. _ Por que está fazendo isso?

_ Eu te atropelei, me sinto responsável por isso. Ainda mais depois que o Jellal me disse sobre sua situação financeira. Sobre as dividas que seu pai deixou e---- - Aquilo fora a gota d’agua.

_ CALA A BOCA!! – Grito a todos os pulmões. Me levanto da cadeira e jogo o cheque em seu rosto. _ Eu não quero a merda do seu dinheiro! – Ele me olha totalmente confuso.

_ Hã? Por que? Eu estou te dando de bom grado. Apenas aceite.

_ Não preciso de caridade. – O encaro. Meus olhos devem estar ardendo em raiva. _ Você não tem o direito de se intrometer nos meus assuntos, principalmente falar da minha família.

_ Pare de ser idiota Luce. Você está precisando. Eu tenho muito, então aceite.

_ EU NÃO QUERO O SEU DINHEIRO LOKE!! – O silêncio paira sobre nós.

Eu acabei de chama-lo de....

_ Loke? – Desvio o olhar para o lado.

_ S-Saia daqui Natsu!

_ Por que me chamou de Loke?

_ S-Saia daqui!! – Eu sabia porque o chamei de Loke, afinal essa cena já aconteceu uma vez, e fora com o Loke.

Finalmente ele me obedece e se encaminha em direção a porta.

Ele abre, mas antes de sair se vira.

_ Adeus Luce. E melhoras para o seu braço. – E fecha a porta com força ecoando o barulho por todo o apartamento.

_ Idiota.... – Caio de joelhos no chão. _ Seu idiota...

Tudo estava indo tão bem.

_ Por que teve que estragar tudo Natsu?

**

~ Natsu Povs ~

_ Merda!! – Dou um murro na porta do elevador ao ver que o mesmo ainda estava quebrado e teria que descer as escadas.

Por que ela ficou tão brava? Eu só queria ajudar!

Por que não aceitou?

_ Garota idiota! – Sim, ela era uma completa idiota.

**

_ EU NÃO QUERO O SEU DINHEIRO LOKE!!

**

_ Loke.... Por que ela me chamou assim?

Quem era esse Loke? E por que ela disse esse nome com tanta raiva?

Mas isso não importava nem um pouco para mim.

Afinal eu não verei mais essa garota estranha.

**