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História Paper Souls - Calum Hood - Capitulo 12


Escrita por: theycallmeju

Capítulo 13 - Capitulo 12


Sydney, Outubro de 2015

O dia parecia perfeito de todas as maneiras. O teste de matemática correu-me perfeitamente bem, embora que de cada vez que olhe para Ariel e Calum os veja aflitos com a calculadora e as folhas de teste. 
O que também contribui para a minha extrema felicidade do dia de hoje é que - já há alguns dias que o sei e estou particularmente excitada e ansiosa hoje - Clarke, Daisy e Mary veem cá, numa visita de estudo à capital. Por isso depois das aulas vou apanhar um autocarro e vou ter com elas ao centro da cidade, onde elas estarão. 

Infelizmente, e como aquilo é por via da escola, eu não irei estar com elas muito tempo, mas pelo menos dá para lhes dar um abraço e matar saudades daquilo que eu tanto quero.

Conto os minutos para sair daqui, desta sala. Falta pouco. Termo a perna ao olhar para o relógio e ao confirmar os cinco minutos restantes para o toque.

Volto a olhar para Ariel e Calum. Ela apoiava o queixo na mão e suspirava agoniada. Ele passava o lápis na cabeça, atrapalhado. Sei que com os concertos, a nova namorada e acontecimentos paralelos, ele não tem estudado o devido. E eu sei também que ele é inteligente demais para ter negativas.
 Quando olhei para o enunciado dele reparei que estava na segunda folha. Depois virava para a terceira e quarta. Eram raras as coisas que estavam feitas. Oh, onde te foste deixar, Calum.  

Contudo e ainda que isto não tivesse que ser uma prioridade, ele coloca a sua mais recente aquisição em frente de tudo. Da escola, dos amigos, da banda. 
Ashton, Michael e Luke não estão agradados com a situação nem com o rumo que isto está a tomar. Já eu e Ariel abanávamos a cabeça em género de negação sempre que eles passavam por nós nos intervalos e nos ignoravam. 
Vi-me, com o tempo, a implorar à minha própria consciência para não ter de lidar com algo semelhante ao Tyler, mas o que poderia o meu próprio eu impedir se quem tem controle nesta situação toda é Calum e só ele. Bem, ele já está presente no meu livro de desilusões pois é uma. Bem grande.

Como é que é possível uma aparência enganar tanto? Olhava para ele e nada disto transparecia. Ele não parecia ser um autentico submisso, nem parecia ser uma pessoa que se iria render a outra e ignorar o mundo à sua volta. De facto Calum não parecia possuir as ações que está a ter. 

- Foda-se. Que merda. - Ouvia-o sussurrar. - Não quero saber mais disto. Urgh.

A campainha tocou dando-nos liberdade para sairmos daquelas quatro paredes que nos sufocam. Ariel veio logo ter comigo, suspirando de agonia pois o teste não se sucedeu da maneira que ela queria.

- Dá para a positiva, eu acho. Mas nada alto... - Lamentou-se. 

- Porque não pedes ajuda ao Luke? - Calum interveio. - Ele é um crânio a matemática.

Ambas caminhávamos para a saída quando ele, após tanto tempo sem nos dirigir uma simples palavra, decidiu meter-se nesta conversa. Vinha a limpar a testa que estava coberta por uma ligeira camada de partículas de suor. Pousou a sua mão sobre as minhas costas e deixou-a lá ficar por uns segundos, retirando-a apenas quando eu o encarei com uma expressão nada satisfeita. Penso que ele entendeu bem o meu olhar. 

- Obrigado, mas eu consigo resolver os meus próprios problemas sozinha. - Ariel respondeu arrogante, quando nos encontrávamos já na saída do pavilhão. Ela estava desiludida, mais que eu, muito mais, e viera-me a confessar várias vezes nos intervalos. 

Quando, há um mês atrás, aquele acontecimento no bar se deu e logo depois, no dia a seguir, o meu ataque derivou daquelas visões que pairaram à nossa frente - dos beijos entre Calum e Tracy - nunca esperavamos que algo assim acontecesse. Eu não esperava ficar tão próxima de alguém e ela não esperava ficar tão distante do seu melhor amigo. Bem, acho que isto nos tornou  refugio uma da outra, porque eu já havia passado por isto, e porque ela estava desolada. Eu não tinha ninguém e ela perdeu um alguém importante. Isto tornou-nos próximas. Tornou-me próxima de todos naquela banda, excepto Calum, aquele que tinha sido o primeiro. O que demonstrou amizade e efeto por mim. Proteção, preocupação. Meu Deus, ele foi o primeiro a partir. 

- E tu Faith, como te correu o teste? - Perguntou o moreno. 

- Bem. - Respondi secamente, acelerando o passo para que me fosse possivel sair depressa daquela escola, e talvez da beira dele porque isto está a ser constrangedor. Quem diria. 

- Já não falamos há algum tempo. - Sorriu. - Irónico, porque somos da mesma turma. - Gargalhou sabendo eu que ele pensava que isto iria gerar uma piada ou uma conversa animada.

- Não é culpa minha. Aliás, não fui eu quem começou a namorar e se esqueceu dos amigos. Ou fui? - Questionei retoricamente. Controlei-me pois isto não me ia levar ao limite. Muito pelo contrário. Se eu continuasse com isto por dizer, e ver o que vejo todos os dias acontecer é que em iria levar ao limite.

Paramos no meio da escola, encarando-nos mutuamente. Pela periferia conseguia ver Ariel chocada e no impasse de dizer algo. Não ousou fazê-lo. 

- Vou almoçar com o Luke. Vemo-nos logo, Faith? - Perguntou ela. 

- Não acho que possa hoje, sabes? Vou ter com o meu namorado. - Pisquei-lhe o olho. Ela riu. Calum não pois sei que ele não associou ao que devia e sim, ficou a pensar que eu namorava de verdade. 

- Superaste o tal Tyler? - Indagou. Oh, ok. Premonição certa. Ele pensou que eu namoro. Oh, merda. Tocou na ferida. Mais ainda. 

 - Vou embora. - Revirei os olhos. - Não passaste de um engano aos meus olhos, Calum. Estás a ser aquilo que eu nunca achei que fosses. 

- O quê, feliz? Achavas que eu não era feliz, é? 

- Burro! Eu achava que não eras burro, foda-se! - Gritei. Tentei conformar-me e não chorar. Pelo menos ali. Pelo menos em frente a ele. - E... tu estás mesmo feliz, ou estás iludido? 

Houve um momento de tensão entre os dois quando tudo o que pairava entre nós eram sussurros mortos e coisas por dizer. Ninguém ousava tocar em palavras pois elas podiam ser as erradas ou proibidas. Podiam transmitir aquilo que não queriamos, ou aquilo que queriamos e não ousamos dizer a ninguém. 

A escola estava cheia. Imensa gente passava por nós. Imensa gente ia contra nós. Mas agora parecemos só nos os dois no meio disto tudo. No meio da multidão. 

- Bem me parecia. Adeus, Calum. - Baixei o rosto. Engoli o choro. Eu realmente pensava que ele ia valer a pena conhecer. Enganei-me.

- Não! Faith... vamos falar. Nós precisamos de falar, não?

Há medida que o ouço dizer isto ele puxa-me pelo braço e eu cerro a mão em punho demonstrando a minha revolta e desespero.

- Não. Julgo que não temos nada para falar, Calum. E eu tenho de ir.

- Ter com o teu namorado? - Questionou novamente.

- Ter com as minhas amigas. - Respondi. - Não tenho namorado. Não quero errar nas minhas escolhas. Adeus.

Nesse momento desapareci no meio da multidão que nos cercava sem ele dar conta ou poder voltar a puxar-me para si. 
Desejava desaparecer do mundo em concreto porque não estou bem em lado nenhum. Não estou bem aqui porque me Envolvi sentimentalmente demais com Calum e agora ele desiludiu-me. Não estou bem em Melbourne porque... Bem, por várias coisas. Coisas tais que eu não estava pronta para contar a Calum, mas agora tudo volta... Tudo volta al ponto de eu querer soltar tudo e deitar tudo cá para fora. Mas ele continua assim. Ele não é o tal para eu lhe dizer o meu passado, para desabafar sobre isso.

[...]

Remexo na carteira procurando pelo telemóvel que toca sem parar. Presumo que seja alguma das minhas amigas a avisar que já se encontram no shopping e que só tem duas horas para lá estar, por isso eu tinha de me despachar. Se bem sei a nossa professora deve estar por trás da chamada a dizer para eu ser rápida porque eles tem uma visita de estudo e não um encontro comigo, mas sei também que ela está entusiasmada por me ver, porque ela adora-me.

- Estamos aqui! - Gritou Mary do outro lado da linha quando eu atendi a chamada. 

- O autocarro atrasou-se! - Informei. - Vinte minutos e chego aí! 

Ando de um lado para o outro, tensa e nervosa, ansiosa para estar com elas e para que o Autocarro chegue. Se havia de haver dia em que eu tivesse azar, ele dia é hoje.

- Despacha-te! - Ouço Daisy gritar.

- Por favor, diz-lhe que eu não sou o motorista. - Revirei os olhos. Odeio quando me dizem para me despachar, em qualquer altura, mas principalmente nestas alturas em que estou dependente de factores paralelos. Óbvio que não me vou conseguir despachar se não sou eu quem conduz. 

- Okay, eu digo. - Riu Mary. - Nós apenas estamos em pulgas para te ver!

Olho para a rua e estava lá um carro parado. Oh, era o carro do Calum. Reparo nisso quando a janela se abre e desvenda a cara dele.

- Vais para perto de minha casa, não é? - Ele Questionou. - Posso dar-te boleia se quiseres.

- Não, obrigada. Eu fico bem. - Respondi.

- Quem é? - Perguntou Mary paralelamente. Deve ter ouvido a voz de Calum.

- Ninguém. Ligo quando chegar.

- Anda lá, Faith! Entra no carro! - Suplicou, fazendo beicinho. - Eu... eu não queria que isto tivesse acontecido entre nós, ok? Eu não queria ter-me afastado de ti porque tu pareces tão... - Baixou a cabeça em direção ao volante. - Por favor, entra. 

Engulo em seco, revolvida pelo pensamento do que ele estaria pronto para dizer. Os seus olhos traziam palavras nunca antes dias na camada de água que ele não pretendia soltar. 

Entrei no carro. A curiosidade era demasiada. Eu queria saber o que ele queria dizer antes de ser interrompido por uma barreira interior qualquer. 

- O que tens, Faith?- Perguntou fechando o vidro, enquanto eu punha o cinto. - Eu reparo em ti todos os dias, sabes. É difícil não o fazer quando tu sorris, porque isso é raro, e eu adoro o teu sorriso. É tão genuíno. 

- Pois... - Brinquei com o cabelo, suspirando. Podia ter sido demasiado bonito aquilo que ele me havia dito, mas será verdadeiro? Hum... Será possível, ou uma desculpa para recompor o anterior? - Mas parece que encontraste algo mais genuíno que isto... e está bem no meio das pernas da Tracy. 

Ao ouvir isto Calum fez uma travagem brusca. A minha mala caiu e quase tudo o que estava lá dentro ficou no chão. Ele encarou-me chateado. Desviou o olhar entre mim e as minhas coisas, questionando-me em seguida sobre o que era aquilo. Aquelas cartas no chão. Oh, merda.

- Apenas coisas sem importância. - Respondi-lhe, apanhando-as rapidamente. 

Estas cartas... estas cartas são as cartas que eu escrevi para Tyler quando não tinha coragem de lhe dizer nada. Nunca as entreguei, é certo, mas a finalidade delas não era para isso, e sim apenas para expor os meus sentimentos para um papel. Ao menos assim eu sabia que eles estavam bem entregues e não corriam o risco de ser alvo de criticas. 

- Por quanto mais tempo vais negar o teu passado? - Tocou numa madeixa do meu cabelo e afagou-mo. - Olha, eu sei que eu errei e eu vejo isso todos os dias. Eu não queria errar contigo, mas...

- Mas agora tens alguém. Ok. E eu tenho compromissos por isso se tu me realmente quiseres levar, despacha-te. Ou então, eu posso sempre apanhar um autocarro.

- Quero estar contigo, Faith. Eu quero estar contigo hoje! Como da ultima vez que estivemos juntos. Tu estavas feliz. Comigo. Por favor, eu quero que estejas feliz comigo outra vez.



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