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História Paper Souls - Calum Hood - Capitulo 18


Escrita por: theycallmeju

Capítulo 19 - Capitulo 18


- Desculpa, mas eles são meus amigos! - Acordo com um grito ensurdecedor de Calum. Ele estava a discutir. Presumo, pela conversa, que seja com Tracy. Oh, aquela cabra outra vez. - Minha amiga! Porque é que insistes em pensar que te andei a trair com ela? ELA É MINHA AMIGA, TRACY! Vê lá se Entendes isso. Se eu estou contigo é porque eu gosto de ti! - Ele acaba por dizer.

Sem dar muito nas vistas, viro-me de lado, ainda com os olhos fechados a fingir que estava a dormir, e fico a ouvir o resto. "Se eu estou contigo é porque eu gosto de ti." A sério?

Mexo-me, bastante inquieta, na cama. Tenho vagas memórias da noite passada e daquilo que me lembro só me dá vontade de me meter dentro de um buraco.

"Deixa-me dormir contigo." Eu dizia repetidamente como se de uma ladainha se tratasse enquanto substituía a cara de Calum - vai-se lá saber porque - pela cara de Tyler. Era como se eu estivesse a falar com ele, mas ao mesmo tempo não. Era como se, inconscientemente eu estivesse a pedir pelo Tyler. Oh, eu ainda pedia por ele.

- Desculpa. - Ele disse mais sereno, indicando o fim da discussão. - Amo-te.

Quando paro de ouvir qualquer tipo de murmúrios vindos da chamada telefónica, e passei apenas a ouvir a respiração ofegante de Calum, volto-me para ele que logo me encara. Creio que ele já pensa que eu ouvi tudo.

- Que amor tão bonito. Veremos até quando. - Digo irónica, levantando-me da cama, com poucas forças.

- Faith...

- Quando é que vais entender que essa Gaja não gosta de ti? Porra!

Estou completamente vestida. Pelos vistos ele não ousou tirar a minha roupa e acho muito bem que assim o tenha feito. Então, isso veio facilitar o meu ato seguinte que consistiu em pegar nas minhas restantes coisas e ir embora daquela casa. 
Claro que não seria um acontecimento normal se seguidamente Calum não viesse atrás de mim e isto não se tornasse um momento caricato, visto que ele estava apenas de boxers a correr por aquela gigante casa.

- Faith. - Ele grita.

- Isto provavelmente deve ser o resto do efeito do álcool, mas eu não quero saber. - Disparatei. Oh, estou de volta. Esta sou eu. Esta é a Faith. - Faz o que quiseres, mas depois não te venhas desculpar nem muito menos pedir para eu passar uma noite contigo. - Abanei as mãos em direção ao céu, criando o efeito de exagero.

- Pelo menos foste tu que quiseste dormir comigo. - Murmurou a medo, virando-se para o outro lado enquanto pronunciava estas palavras calmamente.

Na minha cabeça passava uma imagem de uma Faith a cair redonda no chão, acabada de levar com um monte de pedras por todo o corpo. Na minha cabeça aquilo que Calum murmurou com o propósito de me atacar suavemente, eram as pedras. Era uma vingança. Era a forma que ele tinha para se proteger. 
Contudo, ainda que eu quisesse desculpa-lo por achar que aquilo foi dito de uma forma que ele não quisesse dizer, o meu nervosismo e temperamento responderam por mim. Ergui o dedo do meio gritando mentalmente um: "vai-te foder." Virei costas sem ter mais alguma coisa a acrescentar. 
Logo Calum agarrou-me, por trás, em ambas as mãos, prendendo-me.

- Desculpa! - Ele disse, quase como se estivesse a suplicar. Choramingar.

- Aprendeste essa palavra hoje? O dia mal começou e tu já a Usaste mais vezes do que eu em toda a minha vida. - Ataco também. Está é a minha possível vingança.

Ainda presa por ele, adquiro uma força causada pelo meu excesso de nervosismo, e puxo os meus braços empurrando de seguida Calum, para longe de mim. Merda, como é que eu consegui isto?

- Adeus. - Digo, com mágoa na voz e um desprezo no olhar, abandonando definitivamente a casa dele.

[...]

Não ter nenhuma chamada da minha mãe no telemóvel foi algo muito bom, e para mim um sinonimo de que ela não havia descoberto que eu escapei de casa a noite passada. Mas entrar em casa iria ser um tormento. É de manhã e, se alguém me vir a entrar pela janela que nem uma maluca, o que irão achar?

Seria fácil também se eu entrasse, como se nada se tivesse passado, e dissesse à minha mãe que sai cedo de casa para "ir ao shopping" ou qualquer coisa do género. Mais uma mentira não faria mal a ninguém. Ainda para mais quando a minha inteligência sobressaiu a noite passada e eu me lembrei de colocar a chave do quarto na mala, para que se eventos como estes acontecessem. O que foi completamente o caso.

Olho em volta procurando o carro da minha mãe. Não o via em lado nenhum. Era esquisito a um domingo. Ela não iria trabalhar hoje, e aos domingos que ela não costuma trabalhar, ela fica em casa. Melhor para mim. Por agora. Apenas para entrar em casa, pelo menos.

De qualquer das formas entrei em casa de manso, podendo ela ter colocado o carro em algum lugar fora do meu plano de visão. Após uma ronda breve em casa deparo-me com a solidão. Novamente.

Dirijo-me até à porta do quarto onde, finalmente, tiro a chave para a abrir. Da bolsa caem-me cartas. As cartas que eu ando a ganhar coragem para ele. Oh, eu não tenho coragem para nada. 
No outro dia limitei-me a ler uma de um passado mais distante. Limitei-me a ler uma carta que nem por mim foi escrita.
O passado próximo, a verdade próxima podem ser dolorosas de se sentir, de se ler, de se ouvir. E eu tenho medo que com isso fique mais estragada do que o que já estou. Com isso tenho medo de me ir abaixo. 
Contudo acho que está na hora de deixar o meu passado possiur-me. Reviver momentos. Nem tudo foi mau. No momento eu gostei. No momento eu estava apaixonada por ele. Apaixonada pelo sentimento que ele me fazia sentir. As sensações que ele me provocava.

Tyler não é qualquer um, de qualquer forma, depois de tudo. Mas eu era obcecada. Eu estava apaixonada por ele.

Tranco-me no quarto com medo de alguma interrupção mínima. Com uma mãe vinda do além, lembrando-se da minha existência. Com uma mãe que só lá estava para me apontar defeitos e erros. Quando tudo o que pensava ter era o Tyler, quando tudo o que me fazia sentir bem era ele, quando ficava todos os dias à espera do momento de encontra-lo, a minha mãe atirava-me à cara que eu era louca. Que ele não servia para mim. Que ele era tudo menos um homem para mim, ele era velho para mim, ele fazia-me ser quem eu não era e desconcentrar-me da minha vida e objetivos. 

Sento-me na ponta da cama e pouso as cartas ao meu lado. Contemplo uma, demasiado séria como se ela fosse uma ameaça. 
"01-05-15" Dizia no envelope. Principio do ano. Como tudo era diferente, e como agora a diferença do passado me afeta no presente.

Com as mãos a tremer abro o envelope que havia fechado com a intenção de nunca mais abrir. Leio as primeiras palavras e um arrepio percorre o meu corpo. Isto sou eu. Isto era eu. Estou a voltar. É como se estivesse a voltar. 

"Os meus sentimentos estão constantemente misturados com o bom e o mau; com o certo e com o errado. É como se eu agisse de forma inconsciente, de todas as maneiras possiveis. Sei que não posso continuar com isto, mas continuo constantemente a cometer os mesmos erros, porque, sinceramente, acho que sou feliz com isso.

É como se precisasse dele para respirar. Mas, precisará ele de mim? Da minha companhia? Será tudo ilusão e isto não passa de um mero divertimento ao qual ele pensa que eu estou a gostar de me juntar, mas não vê que eu o quero a todos os segundos do meu dia?

Ainda não entendi o que há por trás dele que não me deixa abandoná-lo depois destas tentativas sem sucesso. Seja o que for, fascina-me. Ele não é normal e eu posso jurar que ele é muito mais do que o que aparenta ser. 

É como se eu fosse o fogo e ele a água, para me apagar, mas subitamente vira álcool para me descontrolar. 

Eu amo-o e não consigo assumir a posição que devia. Ou como poderei competir com algo melhor? Como poderia eu ganhar esta competição? 
Uma coisa é certa, eu estou determinada a isto: Não vou abandonar esta batalha.

Tudo o que começa acaba, é certo, mas nós ainda agora vamos a meio."

Lembro-me deste dia. O que senti por todo o corpo é o que sinto agora.
Lembro-me de estar sentada com uma folha branca e uma caneta, a escrever aleatoriamente os meus sentimentos. Estaria eu a escrever no passado o futuro?  

Alcanço outra carta. O medo diminui e a curiosidade aumenta. A curiosidade de saborear as palavras que escrevera à uns meses atrás.

"02-05-15"

"Eu avisei que iria fazer de tudo para conseguir aquilo que quero e sei que mereço ter. Com isto refiro-me a 'ele'. Ele é o que eu mereço ter. Ele é tudo aquilo que eu desejo, e vê-lo novamente com outra pessoa, com alguém que o vai magoar, partiu-me interiormente. Mas não sei até que ponto isto foi mau, porque teve um lado bom. Fez-me entender o meu limite e os limites dele. Até onde ele consegue ir quando eu sei o que ele anda a fazer, e mesmo assim ele tenta-me mandar areia para os olhos. Será demasiado estúpido o facto dele andar a pensar que tenho os olhos tapados? Claro, porque tenho dito, 'tenho dezasseis anos, mas não tenho os olhos tapados'. Apenas me preservo e não ando por ai com um autocolante na testa a dizer: ' Por favor, fode-me'.

Independentemente de o meu desejo ser grande e maioritariamente incontrolável, eu sei por um travão em mim pois eu quero fazer a diferença , mesmo que seja o contrário daquilo que ele procura numa mulher.
Mas tudo a seu tempo. Eu ainda vou a tempo. Aliás, ele uma vez disse-me para eu nunca desistir daquilo que eu quero. Seria um código? Bem, não tenho a certeza agora. Apenas sei que não vou desistir. Nunca fui de o fazer. Nem nunca fui de perder, pois não sou uma perdedora. Talvez porque eu faço de tudo para ganhar."

Um suspiro ocupa o silêncio do quarto. Ainda há mais cartas e eu desejo ser capaz de as ler todas agora que esta vontade me possui. 

"09-05-15". Um pulo de uma semana.

"Estou a sentir-me tão bem comigo mesma. Só me pergunto se devia. Estou bem pela ironia e pela suposta conquista. Oh, isto cada vez se torna mais proibido e eu tenho a confirmação de que não o devia ter feito, mas eu avisei que iria fazer tudo para o ter. Custasse o que custasse. 

Novamente ele trouxe-me a casa, e acho que agora ele vai querer trazer-me todos os dias. 

Oh, como é tão fácil de contornar um jogo juntando-me a ele. Respondendo-lhe como ele quer. Jogando como ele quer. Provocando-o como ele quer. Foi exatamente o que eu fiz. E estou a gostar.

Vou continuar a perturbá-lo e a saciar todos os desejos que ele me conta ao ouvido. Vou fazê-lo com a minha ironia e sensualidade misturadas, e ai ele vai entender que eu sou a melhor, para além das barbaridades que eu possa estar a dizer.
Barbaridades estas que são saudáveis, pois eu não vou estragar a vida de ninguém. Apenas vou assisti-lo a enterrar-se voluntariamente."

Oh, merda. Isto foi quando... Oh, não! Levanto-me da cama num salto, levando as mãos à cabeça. Parte de mim quer apagar isto, outra parte quer ficar com isto. Devo queimar a carta e esquecer-me de vez dos meus atos passados. 
Sou tão burra por estar a ler isto. Sabia exatamente as consequências que me traria. Voltar a relembrar-me dele, daquele toque e dos momentos. Ao fechar os olhos volto a ver-me com ele, no carro. 

[...]

"Mas eu posso satisfazer-te esta noite, Tyler Carter." Digo-lhe com um olhar malicioso, arranjando um posso no carro que me permitisse encara-lo.

"Ai podes?" Pergunta-me de igual forma.

Como resposta, apenas dou um jeito e arqueio-me sobre as suas pernas, desapertando as suas calças. Ele conduzia e para si era como se sentisse um Deus da condução enquanto eu fazia o que tinha a fazer ao mesmo tempo. 

Ouvia os gemidos dele perto de mim. No meu ouvido. Olhando para trás não podia imaginar que me iria encontrar aqui, num carro, a fazer sexo oral à pessoa que eu amo e joga com os meus sentimentos, mas contraditoriamente, olhando para trás sei que disse que iria fazer tudo o que fosse preciso para o ter, e aqui estou eu. Só me pergunto ao meu futuro eu se me irei arrepender disto logo, ou amanhã, ou daqui a uns dias e meses. 

[...]

Sou interrompida pelo telemóvel que tocou invadindo, potencialmente, toda a casa. Não estou disposta a ler mais cartas. Não estou disposta a relembrar mais nada. Limpo as lágrimas e alcanço o telemóvel, em cima da cama. É Clarke. Atendo a chamada, e ao mesmo tempo que a ouvia, voltei a colocar as cartas nos envelopes e a deixá-las numa gaveta da escrivaninha.

- Então, Faith? - Ela aborda-me, extremamente animada. - Está tudo bem? 

- Sim. - Respondo com a força que me é permitida. - E que tal se viesses ter a minha casa? Posso dar-te a morada e o teu pai vem cá trazer-te. Depois de tarde podemos dar uma volta. - Dou a ideia, não tendo uma grande vontade de sair. 

- A menos que sejas tu a cozinhar, pois já tenho saudades da tua comida, Faith Miller. - Oh, merda. Só o Calum me costuma chamar assim. - Ainda não desisti do sonho de morarmos juntar. - Clarke diz, parecendo melancólica. - Nem vou desistir. És a minha melhor amiga. 



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