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História Paper Souls - Calum Hood - Capitulo 37


Escrita por: theycallmeju

Capítulo 38 - Capitulo 37


Quando chego à sala sou abordada por muitos deles que me perguntam o que se passou com Ashton. A minha resposta foi unicamente de que ele se encontrava bem, embora se sentisse um pouco mal, mas que já estava melhor. Estável. 

Minutos depois, já todos estranhavam a demora e eu havia voluntariado para ir ver se ele estava bem quando este decidiu aparecer na sala, com uma expressão de riso.

- O teu sutian é muito bonito, Tracy. - Ele disse. Olhei-o de lado. O quê? A loira olhou para os seios, tentado ver se tinha o sutian à mostra. - Mas não precisavas de deixá-lo em cima da cama. - Oh, ele sabe o que está a fazer. Ashton pisca-me o olho, certificando-me de que tudo estava controlado.

- O quê? - Ela dá uma gargalhada nervosa.                                              

Num ápice, Calum levantasse do chão e dirige-se até ao quarto. Seguido dele vai Tracy e eu posso jurar que foi assim que aconteceu nos meus pensamentos. Logo depois, Luke e Michael foram assistir à treta que se sucedia. Ariel ficou para trás, tal como Abigail que não dava a minima para o que estava a acontecer. 

- QUE MERDA É ESTA? ISTO NÃO É MEU! - Ouço Tracy gritar do outro compartimento da casa. Foi impossível não deixar escapar um sorriso de maldade, porque agora eu fui realmente maldosa. 

- Foste tu que fizeste isto. - Ariel afirma. - Tu estás sem sutian. - Repara. - És um génio. - A rapariga salta de felicidade, beijando-me depois a testa. 

- De quem é esta merda, Calum? - Tracy continua a gritar estridentemente. Acho que até na rua a ouvem. - As minhas mamas não são tão pequenas quanto as desta merda! 

- És demais. - Ariel volta a sussurrar. 

- ACABOU! - Tracy reclama, andando num passo apressado desde o quarto para a sala. - Eu sabia que me estavas a trair! És uma merda! Eu odeio-te! 

Seguidamente Tracy pegou nas suas coisas e saiu disparada de casa, proferindo apenas as palavras "acabou" e "odeio-te". Calum bem que tentava acalma-la e falar com ela, mas isso era impossível. Tracy não o queria ver pintado nem a ouro. Quer dizer, talvez se fosse a ouro ela quisesse.

Abigail saiu juntamente atrás dela e quando dei por mim, ainda sentada no chão da sala, reparo que sou alvo de olhares e sorrisos de todos.

- O que foi? - Indago.

- Nada, nada. - Responde Michael por todos.

Calum fecha a porta de casa com força, parecendo-me devastado com a situação, e isso partiu-me um pouco o coração. Afinal, fui eu que fiz isto.

- Acho melhor irmos embora. - Sugere Ariel, com um trincar no lábio.

- Vamos. - Luke concorda, pousando a sua mão sobre as costas da namorada e acariciando-as levemente com o polegar.

- Sim. Anda, Ash. Eu levo-te a casa. - Diz Michael sucessivamente.

Sem pronunciar qualquer palavra, o moreno, que toda a sua cara era desilusão, sentou-se no sofá. Ele estava apático e ficou apenas a olhar para a televisão. Para o nada.

- Quem for para o lado mais próximo de minha casa, pode levar-me? - Decido levantar-me. Foi uma má ideia, pois uma tontura foi tudo o que eu senti neste momento. Merda.

Sei que cambaliei e eles riram pois pensavam que foi um pequeno desiquilíbrio.

- Fica. - Sussurra Calum num tom de voz grosso e seco.

- Eu tenho de ir. Precisas de ficar sozinho. - Digo.

- Fica! - Desta vez ele dá um grito prolongado, fazendo saltar de susto qualquer um que estivesse nesta sala.

Depois deste grito assustador, Calum debruçou a cabeça sobre as pernas e colocou as mãos em frente da cara. Ele estava a chorar.

- Vamos rapazes. Eles precisam de estar sozinhos. - Murmura Ashton.

Rapidamente a casa foi esvaziada e agora só estávamos lá eu e ele, numa imensa solidão. Tanto parecíamos acompanhados como sozinhos.

- Faith. - Suspira. - Porquê? Porque é que fizeste isto? Eu sei que foste tu. - Volta a gritar.

Encolho-me numa pequena concha, com medo do que ele possa fazer. Nunca, até à data, o vi num estado compatível a este. Então agora reflete-se nos meus pensamentos anteriores que se baseiam em sabermos ou não mexer um com o outro. Saber lidar com os sentimentos e emoções. 
Calum, por favor, não me faças nada.

Recuso-me a mexer. Quase que nem consigo respirar. Apenas me limito a proteger, fechada na concha em que sempre me protegera.

Estou sentada no chão, agarrada a mim, entre as minhas pernas. Com as mãos seguro a cabeça. Choramingo, com medo. Calum podia até não fazer nada, mas eu senti medo, porque não consigo tolerar gritos deste calibre. Agressividade desta calibre, porque em anos já passei por a dor de sentir uma mão que exercia força sobre mim. Mas eu garanto, que não era isso que doía mais. O meu coração, esse doía de verdade.

- Faith... - A voz de Calum, acalmou-se. - Faith. - aproximou-se de mim, e pegou nos meus pulsos calmamente. - Eu não te vou fazer nada, Faith. Por favor, não te protejas de mim.

- Não grites comigo. - As lágrimas ardiam pela minha cara a baixo.

- Desculpa.

Num ato repentino, Calum caiu de joelhos ao chão e abraçou-se a mim. Desfez-me da minha posição de defesa. 
Abracei-o com força. Possivelmente os nós dos meus dedos ficaram roxos ou vermelhos vivos. Cravei os dedos na sua camisola. Os nossos pescoços estavam encostados e recostados um no outro, aconchegado-nos entre nós.

- Desculpa. Eu não te quero deixar com medo. Desculpa. - Choramingou junto a mim.

Tenho a consciência de que cheiro a álcool, tanto que ele é capaz de reparar mas incapaz de me dizer. 
Subo as mãos, levando-as ao cabelo dele. Acariciei-os. Afaguei o seu cabelo como o desejo que sempre tivera de fazer a Tyler. 
Posso dizer que, se fosse a Tyler o sentimento seria diferente do que o que é a Calum. 
Neste momento sei que ele apareceu na altura certa da minha vida. O porquê? Isso é indecifrável.

- Ela fazia com que eu não me apaixonasse por ti, Faith. Eu não me quero apaixonar por ninguém, mas, foda-se, eu estou tão apaixonado por ti que era capaz de capturar todas as estrelas do céu para tas dar, se isso te fizesse feliz. 

Quando ditas estas palavras, o abraço tornou-se mais forte, como um fator de união. Ligação. Mas eu tinha certeza de uma coisa que era incapaz de sair da minha cabeça desde sempre. Por muito que esta possa ser a minha vontade, ou a nossa, juntos iriamos magoar-nos. Juntos por amor iriamos ferir o coração  um do outro, mesmo que não seja essa a nossa vontade, porque é sempre isso que acontece. 

- Como sabes... que fui eu? - Pergunto com o habitual nó na garganta de quem quer chorar e não pode, mas é exatamente isso que vai fazer daqui a segundos.

- Olha para ti, Faith. Tu estás completamente bêbeda. Sente-se o cheiro e eu já estivesse nessa posição tantas vezes. 

Os nossos corpos pararam de se tocar. O nosso abraço foi desfeito por ele que em contrapartida me tomou a face nas mãos e acariciou cada bochecha com os polegares. Trocamos olhares infinitos. Ele tinha um mar nos olhos, ele tinha o paraíso e tudo aquilo que eu queria, enquanto eu apenas me ficava pela escuridão. 

Sentados frente a frente, com as almas despidas como nunca estivemos, posso dizer que ele é a metade do meu mundo que eu nunca tinha encontrado, mesmo quando pensei que o tinha feito. 
Calum, com a sua alegria e amor conseguia preencher todos os vazios em mim. Todas as particulas e impurezas, ele conseguia invadir-me. 

- Eu só te queria para mim. - Soluço. - Depois de ontem, depois de tudo. Depois de tudo eu só queria que fosses meu, não importa o quão mau isso vá ser a seguir. E talvez isto não seja o certo, porque tu tens uma vida e eu sou só uma anomalia. 

- Oh, meu amor... - Ele sussurra no meu ouvido, recostando-se novamente no meu pescoço. Ele chamou-me de "meu amor". O meu coração não para de palpitar a mil à hora. - Tu até podias ser a maior anomalia de todo o universo que eu iria ficar contigo até ao fim. Só Deus sabe o sacrifício que eu fiz para não te amar. Mas não fui eu que escolhi. O meu coração levou-me a ti. 

- E agora? - Choramingo. - O teu coração leva-te para os lugares errados, Calum. 

- Tenho consciência disso. Não é a primeira vez, Faith. - Ele diz. Levantasse do chão e estica a mão para me ajudar a levantar. - Anda comigo. 

Sem mais bem porque segui caminho atrás dele. De mãos dadas ele levou-me até ao telhado plano de casa dele. Lá em cima havia um pequeno vaso com flores, e uma mesa com algumas cadeiras. Eram as únicas coisas que existiam aqui, neste imenso terraço vazio. 
Sentamo-nos de novo no chão. O céu estava tão bonito e viasse tudo tão bem daqui. A lua estava a pouco de ficar cheia e as estrelas brilhavam. Até elas pareciam felizes. 

- Sabes que mais tarde ou mais cedo vou sair daqui e voltar para Melbourne. - Confesso-lhe como se até fosse uma confirmação para mim própria. Até agora eu estava indecisa, mas sei que por muito bem que esteja agora, a minha vida não é aqui.

- Eu sei. - Murmura com a voz melancólica.

- Vamos acabar por magoar-nos desta forma.

- Eu sei. - Volta a retorquir.

- Nós devíamos ser... Só amigos, não? - Digo, retoricamente. A resposta era não de ambas as partes, mas ainda assim devia de ser um sim porque eu nunca na vida vou estar pronta para despedidas, e ter de me despedir dele para além da nossa amizade irá partir-me o coração. 

- Não. Há momentos atrás dizias que me querias. Olha o que fizeste comigo e com a Tracy. Achas que isso valia a pena se fôssemos só amigos? - Questiona. - Olha para o céu. Para as estrelas. Elas estão tão bonitas, não? - Eu assinto. - O teu problema é a distância, pois tu dizes que vais partir. Nós estamos bem de baixo do mesmo céu todas as noites, pensas que isso e aquilo que sentimos um pelo outro não é o bastante para nos manter juntos?



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