1. Spirit Fanfics >
  2. Para adormecer - Semi!Sterek >
  3. Generosidade. A Qual Preço?

História Para adormecer - Semi!Sterek - Generosidade. A Qual Preço?


Escrita por: deryoarashi

Notas do Autor


Este capítulo é dedicado ao meu autor galã de boina, que sempre me dá bons conselhos em relação aos meus contos e me inspira com seus textos lindos. @LucasHonor, aqui está como prometi ontem. ^3^

Capítulo 5 - Generosidade. A Qual Preço?


Generosidade. A Qual Preço?

Estava ferrado. Mais do que isso, seria condenado pelo resto de sua vida por ter deixado aquilo acontecer. Isso estava tão certo quanto o sol reaparecer todos os dias. Stiles não faria algo tão imprudente quanto sair da escola acompanhado de quem não conhecesse, disso Derek não tinha sombra de dúvidas. Depois do tempo que passaram juntos e de tudo que aprenderam um com o outro, ele estava certo ao menos de uma coisa. O menino aprendera a respeitá-lo e como recompensa tinha ganhado sua confiança.

Mas quem, em nome de todos os santos tinha o mesmo nível de confiança para sair com uma criança de dentro de uma escola sem levantar qualquer tipo de suspeita?

O garoto  não tinha parentes na cidade, fora seu pai. John não estava saindo com quem quer que fosse. Até onde o Hale tinha conhecimento. E nenhuma outra pessoa, fora ele próprio, passava tempo com Stiles em qualquer dia. – “Merda!” – o moreno gritou no meio da rua com os miolos fervendo de tanto pensar.

Tirou seu celular do bolso e ia fazer a melhor coisa que poderia naquele momento. Ligar para o xerife e explicar o que estava acontecendo. Não tinha alternativas melhores e, mesmo que as tivesse, não haveria tempo para demorar em resoluções de enigmas. Quanto mais tempo perdesse imaginando o que acontecera naquele intervalo de minutos em que tinha deixado o garoto no corredor da escola e entrado na sala da direção, menos chances teria de encontrá-lo do que quer que o tivesse ocorrido.

E pensamentos nada religiosos passaram por sua mente. Sentia enjôo só de imaginar Stiles sendo vítima de alguma maldita criminosa.

Sua mão tremia assustadoramente, como se o jovem estivesse em algum tipo de crise. O que no fundo não deixava de ser verdade. Tentou desbloquear o aparelho, mas falhou desastrosamente em três tentativas seguidas. – “Vamos, Derek...” – gritou a si mesmo. – “...Não há tempo prum chilique!” – completou, mas ainda assim tremia feito vara verde.

E no momento em que ia para uma quarta tentativa o aparelho começa a tocar. O coração de Derek acelerou pelo susto e se enraiveceu ao ver que quem o chamava era Karen. Não tinha cabeça para as discussões de um relacionamento que só ela achava existir entre os dois e deixou a ligação cair. Não teve tempo nem de ver o visor se apagar e novamente a garota o ligava. Fez como na primeira vez e deixou a ligação finalizar sozinha. Quando a terceira chamada da adolescente começou, Derek não pensou duas vezes em atender. Já ia começar a rudeza, mas a menina se antecipou.

“Adivinha quem está comigo se divertindo feito um porquinho na lama?” – a loira inquiriu, debochada.

“Karen, não tenho tempo pra brincadeiras. Estou com um problema enorme e não posso perder tempo com suas bobagens.” – o moreno respondeu, alterado.

“Acho que pra isso você pode perder alguns segundos... Aliás, acho que você anda perdendo mais coisas além de tempo, não é?” – Karen disse dando uma risadinha irritante.

“O que você quer dizer com isso? Karen, o que você está aprontando?”

“Nada demais, meu querido. Apenas dando umas voltinhas pelo centro e tomando sorvete com um amiguinho... Conhecido seu, aliás.”

Derek gelou no mesmo instante. Sabia que a garota era dada a instabilidades, mas nunca a imaginou uma psicótica vingativa. – “Você... Você está com Stiles?” – o moreno perguntou, engolindo em seco.

“Sti!” – a outra disse, zombeteira. – “Depois de duas taças de sorvete ficamos mais íntimos e combinamos que Sti ficava melhor... Sabe, é mais cool.”

“O que você pretende?” – Hale questionou, sentindo-se suar frio.

“Apenas demonstrar que tenho as coisas sob controle, Der... Que sou bastante persuasiva e que ninguém passa por cima de mim sem pensar nas consequências.”   

“Karen, por favor. Ele é só uma criança...” – o adolescente começou a implorar.

“Sim e bastante comportado, devo admitir. Eu sinto tanto dó de acontecer algo de ruim com esse menino. Se a gente se casasse e tivesse um filho, eu queria que fosse como ele.”

“Karen... Karen, pelo amor de Deus! Não faça nada que você possa se arrepender depois.”

“Minha mãe sempre diz que devemos nos arrepender das coisas que fizemos, não das que deixamos de fazer...”

Após essa frase, Derek sentiu sua pressão cair e pôde jurar que sua visão escureceu por alguns segundos. Momentos os quais ficou em total silêncio e despertou a curiosidade da loira.

“Derek, ainda está aí?” – perguntou com um tom estranhamente normal.

“O que você quer de mim, Karen?”

“Pra começar, que tal vir até a sorveteria e passar um agradável resto de tarde com sua namorada e com o novo amiguinho dela, hamn?”

Derek se segurou para não despejar todos os palavrões que conhecia em cima da menina. – “Estou... Estou a caminho.” – disse entre dentes.

“Ah, e veja se faz uma cara boa quando chegar aqui. Afinal, você não quer deixar o menino assustado, né?” – a loira soltou seu ultimo deboche antes de desligar o aparelho.

Hale não teve tempo nem de raciocinar direito, correu em disparada ao centro de Beacon direto à sorveteria que iria levar o castanho quando conseguisse terminar suas obrigações na escola. Foi o caminho todo imaginando o quão doente Karen era para fazer algo tão criminoso quanto aquele. Tudo isso de caso pensado, já que não tinha maneira de a garota ter descoberto que ele estaria no colégio aquele dia. – “Vou arranjar um jeito de te fazer pagar por isso, vagabunda. Ah, se vou.”

Ao chegar ao local, antes de tudo, avistou na vitrine do estabelecimento Stiles e Karen sentados um de frente para o outro. Gesticulavam e se agitavam parecendo estar numa conversa animada.

Mas assim que botou os pés para dentro do prédio e Stiles o viu, o garoto largou tudo como estava e correu em sua direção. – “Der... Der!” – o menino se exaltava, agarrando-se à cintura do maior. – “Você demorou...” – disse, com um sorriso na voz. – “Vem!” – o menor dizia, agora o puxando pelo pulso. – “O sorvete tá muito bom.”

“Calma, baixinho. Tá tudo bem com você?” – o mais velho perguntou, forçando seu melhor sorriso. – “Pelo jeito seu nível de glicose tá lá nas nuvens, né?” – conseguiu brincar para não levantar qualquer tipo de suspeitas  ao menino.

“Não, a Karen me pagou dois sorvetes só.” – Stiles indicava, apontando os dedos em riste a frente do nariz do adolescente. – “Agora falta o que você me prometeu.” – cobrou descaradamente.

“Promessa é dívida, Der.” – a garota retrucou, sarcástica.

Se Derek não fosse tão bom em disfarçar seus gestos faciais, teria matado a menina de horror se visse a cara que ele queria verdadeiramente fazer.

Stilinski enfim se sentou e o Hale sentou-se ao seu lado, arrancando de Karen uma cara feia.

“Não prefere se sentar comigo pra gente matar as saudades, Der?” – a loira dizia, até ser interrompida pelo menino.

“Não, eca! Aqui é lugar pra gente comer e não ficar fazendo essas porquices de ficar se beijando e se agarrando.” – o castanho disse, fazendo gestos de nojo.

Derek riu e concordou. – “Quem manda aqui é ele.” – retrucou, satisfeito e fazendo cafuné na nuca de Stiles.

A adolescente sorriu amarelo em resposta.

.:PA:.

Apesar de todo o sufoco inicial e do constrangimento de estar se obrigando a passar aquele tempo na companhia da garota má, Derek estava contente; primeiramente por tudo ter terminado bem e por Stiles estar feliz. Para o moreno aquilo era o que mais importava. E enfrentaria uma manada de Karens selvagens em debandada se a vida do menino dependesse disso.

“Já está ficando tarde, precisamos voltar pra casa, Stiles.” – o adolescente disse, pegando sua carteira e se levantando para pagar o atendimento.

“Ainda está tão cedo, Hale. Garanto que nosso menino aqui ainda aguenta mais uma rodada, não é Sti?”

Stiles, antes de dizer qualquer coisa, se voltou ao mais velho e viu a cara séria que este lhe retornou. – “Tá na hora de ir pra casa.” – respondeu de pronto.

E assim frustrou os planos da adolescente, que ainda tentou uma última cartada. – “Então, que tal a gente ir pra sua casa e fazer uma sessão de cinema com pipoca?”

Derek arregalou os olhos só de imaginar aquela víbora na casa do mais novo... E novamente foi salvo pelo castanho.

“Meu pai não está de plantão hoje. Se ele te pegar em casa sem te conhecer antes, você vai meter Derek em encrenca.” – Stilinski falou de forma séria.

“Nossa, que dureza seu pai, hein?” – Karen quis brincar e mais uma vez acabou sendo cortada.

“Ele tem que ser duro, é o xerife... Xerifes são duros.” – o menino retrucou e se levantou, segurando em seguida a mão de Derek.

A loira virou os olhos pelas órbitas e se deu por vencida. – “Ao menos me acompanham até minha casa?” – insistiu.

“Olha, não vai dar. Você mora em direção ao East Side e a gente vai pro lado oposto. Stiles tem que descansar e ainda tenho de dar banho nele...”

“Der?” – o garoto cutucou o mais alto, ficando corado.

“É sério, você sabe que seu pai não gosta quando você não toma banho e fica cheirando feito um lobinho que rolou na carniça.” – disse rindo.

“Você que rola na carniça, seu lobo velho e cheio de pulgas.” – o menino brigou, dando socos leves nas costas do maior, mas rindo em seguida.

“Okay, então eu já me vou.” – Karen foi em direção a Derek para beijá-lo, mas ele se desvia velozmente, fazendo-a beijar seu rosto.

Indignada, a loira disfarça e se agacha para beijar Stiles e o faz dando-lhe um selinho. – “Você é um baratinho, Sti. Continue assim, viu?” – e vai embora, rindo baixo.

A vontade de Derek era socar a cara daquela menina cínica e inescrupulosa. – “Vamos, você ainda tem que tomar seus remédios e comer algo saudável pra tirar todo esse lixo industrializado que devorou, monstrinho.”

“Mas eu não to com fome...” – o menor dizia num meio bico. – “...E monstrinho é a vovozinha.” – dando língua ao maior.

“Você fica cinco minutos com aquela ali e já volta a me desobedecer?”

“Não, Der... Desculpa, foi sem querer.” – o menor diz, manhoso.

“Tá... Ao menos um copo de leite desnatado você vai tomar.” – o maior pega o menino no colo e o abraça. – “E, Stiles...” – Derek aperta ainda mais o garoto em seu abraço. – “...Você se divertiu hoje?”

“Foi legal, mas a Karen é meio cricri com esse negócio de namoro. Ela ficou falando o tempo todo sobre você e que ela te amava... E só ficou mais legal depois que você chegou.”

Derek se deu por satisfeito e, depois de acertar a conta, levou Stiles o caminho todo até sua casa carregando-o no colo. O menino não questionou e tampouco reclamou daquilo. Até tirou um cochilo no ombro do maior em certa parte do percurso.

Hale respirava aliviado, mas ficou com aquilo entalado na garganta. Decidiu não contar o ocorrido ao xerife, pois felizmente nada de ruim tinha acontecido e não havia qualquer prova ou indício de que a loira havia atentado contra a vida do menor. Levantar qualquer tipo de acusação contra ela seria o mesmo que culpar o fogo por causar fumaça.

Fora que o aniversário de Stiles já estava próximo e seu foco principal era esse. Não iria estragar os ânimos e os preparativos para as festividades por causa de algo que acabou se resolvendo de forma satisfatória. O menino estava ansioso pelo acontecimento e não seria Derek a estragar tanta empolgação. O tema seria mesmo super-heróis e o menor seria Batman, isso já estava totalmente concordado. Derek torceu o nariz, mas o menor insistiu que ele seria Superman... Sem choro nem reclamação. O moreno negava, mas estava empolgado também. Stiles ficaria extremamente feliz, disso ele tinha certeza.

Outra coisa que o moreno tinha certeza é de que Karen não sairia ilesa daquilo tudo.

Não iria mesmo.

.:PA:.

Assim que chegou a casa do menor, Derek decidiu não acordá-lo. Estava num sono tão gostoso que seria judiação e até maldade fazê-lo. Sentia a umidade da baba do menino em seu ombro e ria baixinho disso. Sentia-se aliviado por aquele dia ter terminado bem e por Stiles estar são e salvo em seus braços. Espantou todos os pensamentos ruins que permeavam suas idéias e resolveu que, a partir daquele momento, o mais novo não sairia mais de suas vistas. Nem por um segundo que fosse.

Chegou ao quarto de Stiles e, empurrando a porta com o pé, entrou vagarosamente. Abaixou-se até a altura da cama e deitou-o calmamente para não correr o risco de acordá-lo. Tirou seus tênis e cobriu-o com um cobertor fino, afagando seus cabelos em seguida. – “Descansa, baixinho. Hoje foi um dia daqueles...” – o maior sussurrou e sorriu, deixando o cômodo em seguida.

Assim que fechou a porta, sentiu um vulto atrás de si. Gelou dos pés à cabeça e só teve tempo de girar seu corpo em direção ao dito vulto, colocando-se em posição de defesa. Mas suspirou aliviado ao dar de cara com John, que sorria com os braços levantados em rendição.

“Calma, sou eu...” – o xerife disse, rindo baixo. – “...Só vim buscar uns relatórios que esqueci em casa e já estou voltando pra delegacia.” – se explicou.

“Puxa, você me pegou de jeito. Não te ouvi entrar.” – o moreno retrucou, levando uma mão ao coração em sinal de sua exaltação.

“Mas vi que você tem um ótimo golpe armado aí.” – o mais velho elogiou, batendo de leve no braço que Derek havia armado para atacar, se fosse o caso.

“Meu pai me fez aprender alguns golpes de defesa, pra qualquer ocasião...” – respondeu, encabulado.

“Faz bem. Nunca se sabe, não é?” – John devolveu, coçando a nuca. A situação estava ficando um tanto quanto embaraçosa. – “Bem... Vejo que hoje não teve trabalho em colocar o monstrinho pra dormir...” – falou e olhou o relógio em seu pulso. – “...Cedo, não?”

“Ele se comportou super bem hoje. Fomos à sorveteria como recompensa e ele se divertiu bastante...”

“Derek, jamais vou conseguir pagar toda essa dedicação que tem por Stiles. Ele é a coisa mais importante que existe em minha vida. É tudo que me restou de Claudia...” – disse, deixando algumas lágrimas escaparem.

“Meu maior pagamento é saber que meus esforços ajudam ao senhor e ao Stiles. Isso é o que importa. Esse baixinho conquistou meu coração e já tenho um carinho tão grande por ele quanto o que tenho pela minha irmãzinha, Cora.”

“Eu te considero um filho, Derek!” – o Stilinski mais velho retrucou e abraçou o Hale carinhosamente.

Derek ficou meio sem jeito, mas devolveu o abraço e se sentiu bem com aquilo.

“Bem...” – John se desvencilhou do adolescente e limpou as lágrimas que ainda teimavam em descer de seus olhos. – “Eu só vou deixar essa pasta na delegacia e já volto... Não vou te prender além do necessário, você merece uma folguinha.” – disse e riu.

“Tome o tempo que precisar, pela maneira que aquele ali dorme... Não parece que acorda hoje.”

Ambos riram e o xerife bagunçou o cabelo do adolescente. Desceu as escadas e saiu em seguida.

...continua.


Notas Finais


Apesar da demora, espero que tenha ficado bom e que tenham gostado. ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...