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História Para Equilátero Falta Um Terço - A falta de um amuleto da sorte


Escrita por: yoongato

Notas do Autor


parece que atrasei um dia

Capítulo 2 - A falta de um amuleto da sorte


Eu também sempre fui um cara muito azarado, isso é fato comprovado e inquestionável.

Eu costumava acompanhar Jimin quando ele queria ir naquelas “casas de jogos”, e antes mesmo de sair de casa eu já me preparava psicologicamente para perder muito dinheiro; gastava a grana do mês em fichas e acabava voltando pra casa com os bolsos vazios, a autoestima afetada, e um Park Jimin reclamando por eu não conseguir pegar a pelúcia da Eevee nas maquininhas malditas. O mais novo tinha uma obsessão assustadora por essas máquinas, e uma fixação ainda maior por Pokémons.

Mas ele não gostava muito de compartilhar suas coisas; sempre foi um pouco individualista, era do tipo malandro que faz você comprar as fichas, bancar saídas e até pagar o almoço. Eu costumava dizer que ele tinha um dom especial para atrair as pessoas para sua teia e extorqui-las até não sobrar um centavo, por isso me surpreendi quando o loiro me apareceu todo sorridente com uma pelúcia do Kumamon.

 Ele havia conseguido pegar o bichinho depois de umas oito tentativas, eu até tinha ido andar um pouquinho, tomar um ar, já que nem grana pra comprar um suco eu tinha. – o safado usou todo meu dinheiro pra comprar fichas.

— Peguei pra você hyung. — Disse enquanto estendia a pelúcia em minha direção; era até engraçado, Jimin estava corado de vergonha, apesar de ainda sorrir feito um idiota.

— Eu sabia que no fundo você era uma pessoa boa.

— É claro, sou o seu favorito, é por isso que mereço um beijinho hyung. — Mas é claro que eu devia ter suspeitado, tudo que vinha do mais novo era estranho e muito esquisito. Ignorei, como sempre fazia; as provocações do mais novo eram constantes, principalmente depois de eu ter terminado um relacionamento.

Na época eu fiquei muito chateado, de verdade; não saia de casa pra nada, e isso acabou afastando meu melhor amigo. No fundo ele só queria me ver bem, queria seu hyung azedo de volta, não aguentava mais me ver chorar escondido, e foi aí que ele começou com essas provocações bobas.

Ele gostava de contato físico, gostava de abraçar, de me encher de beijo na bochecha, acariciar meu cabelo até eu acabar dormindo. Já eu, sendo Min Yoongi, não era lá muito fã desse tipo de coisa, mas com o meu término acabei me acostumando com essa mania de Jimin; ele era só um cara tentando consolar o amigo carente, e isso de certa forma me deixava mais feliz.

Não sei ao certo quando tudo passou de consolo para “Maneiras de deixar Min Yoongi puto pra caralho”, mas quando Jimin aparecia com aquelas brincadeirinhas idiotas eu já revirava os olhos e saia de perto.

Mas o pior era que o desgraçado sabia que mexia comigo, por isso insistia em continuar me atormentando; seja me abraçando por trás e apalpando minha bunda sem autorização, ou com uns beijinhos inesperados na testa, o que era bem esquisito.

Park Jimin era uma mistura de pureza e tentação. E era lindo, o desgraçado era lindo pra caralho.

Eu até já cogitei dar uns beijos no meu amigo, aproveitar daquelas brincadeiras bobas só pra roubar um beijinho inocente. – apesar de achar que o Park não seria nada inocente, mesmo que fosse apenas um simples selar. – Mas pra comprovar essa minha tese de que eu sou um cara sem sorte Jimin vivia comentando sobre um carinha gostoso da aula de dança, e quando descobriu que o mesmo estudava junto conosco as coisas pioraram mesmo.

O garoto era do segundo ano, um tal de Jeon Jeongguk, ele era mesmo bonito e tudo mais, mas eu não conseguia entender toda essa fixação de Jimin; foi de repente na verdade, eles começaram a conversar e a ficar cada vez mais próximos, e essa minha ilusão de estar afim do meu amigo foi ficando de lado cada vez mais rápido. Afinal eu era um azarado, não teria a chance de ter algo com Jimin e com ninguém além da minha pelúcia do Kumamon.

Mas mais uma vez eu estava enganado.

Acabou que Jeon e Park viraram amigos, daqueles inseparáveis mesmo, trocavam mangás e tudo mais; pelo menos Jimin não me abandonou como qualquer outro faria, afinal eu continuava sendo o cara azedo e ignorante, então estava tudo certo.

O que ninguém esperava era que Hoseok e Jeongguk fossem parentes; mas não aqueles parentes distantes que você vê no natal com a família toda reunida, aqueles que você só cumprimenta com um "Oi, tudo bem?" ,e fica por aí a conversa. Eles eram primos, e para o azar do Park, viviam grudados.

Mas Jimin não gostava de dividir.

 

 

 

 

 。。。

 

 

 

 Era primavera e chovia, e pra variar eu estava sem guarda-chuva. Havia ido a lojinha de conveniência comprar algumas coisas que minha mãe havia pedido, mas é claro que eu não contava com o fato de que o mundo iria cair, - talvez não no sentido literal – chovia tanto que eu tive que esperar um pouco mais para poder ir embora para casa, deitar na minha cama quentinha e dormir pelo resto do fim de semana.

Enquanto eu esperava decidi dar uma olhada na banca que ficava em frente a lojinha de conveniência; Jimin ficaria louco se soubesse que eu encontrei o volume que faltava para sua coleção de Boku no Hero.

O barulho incessante de chuva já havia diminuído consideravelmente, e eu decidi sair da banca sem nada mesmo. Nunca liguei muito para essa política de “Se entrar em uma loja você tem que levar um produto”; na verdade, levando em consideração minha habilidade em demorar séculos para escolher algo, eu acabaria não escolhendo nada mesmo.

Eu estava um pouco apressado para ir embora logo, afinal estava chovendo, estava frio, e eu não estava nem um pouco disposto; acabei esbarrando em algumas pessoas no caminho de volta pra casa, ainda chovia – mesmo que pouco –  e eu não podia molhar as compras da minha mãe, mas a chuva decidiu aumentar e eu só tinha a opção de acelerar o passo. Sim eu estava correndo e o chão estava molhado.

Pois é, caí feio no meio da rua. Por sorte consegui salvar as compras, - diferentemente da minha calça que saiu rasgada do pequeno acidente; meus joelhos sangravam. Levantei meio sem graça, devia estar vermelho pra caramba; eu só queria chegar em casa logo, mas eu estava mancando, pra variar um pouco a minha sorte.

Foi quando alguém me cobriu com um guarda-chuva amarelo.

De primeira eu não percebi, pensei que a pessoa só queria passar por mim ou algo do tipo; mas ele estava mesmo me acompanhando, enquanto me protegia da chuva.

Olhei de relance e meu coração falhou uma batida.

Sim, era o maldito dono do sorriso bonito; o novato, o primo do Jeon.

— Nem pense em recusar, eu vi você caindo e você está mancando; só fale o caminho que eu te levo. — Ele fazia questão de me encarar nos olhos enquanto falava, e eu só concordei enquanto ele pegava algumas sacolas da minha mão. Eu até negaria, inventaria uma desculpa qualquer ou algo do tipo; mas estava chovendo, meus joelhos estavam ardendo pra caralho e as compras estavam mesmo pesadas.

Mas isso não mudava o fato de ser estranho estar perto do mais novo; o guarda-chuva era pequeno e por isso andávamos quase fundidos um ao outro.

Mas ao contrário do que eu esperava Hoseok se manteve quieto durante todo o percurso.

Aquele cara não era o mesmo que eu costumava ver na escola, ele não exibia aquele sorriso bonito e não dava risada; era quieto e discreto, o que me deixou bastante confuso.

Faltava pouco menos de duas casas quando a chuva diminuiu, e eu peguei as sacolas das mãos dele com pressa.

— Obrigado pela "carona". — Disse meio sem graça, evitando olhar nos olhos do mais novo.

— Tudo bem hyung, cuide do seu joelho. — Ele estava sorrindo, e cara, aquele sorriso era mais bonito ainda visto de perto.

Acenei com a cabeça e fiz menção de me virar para ir embora de uma vez, mas Hoseok continuava ali, parado, com aqueles olhos que eram verdadeiros imãs fixados em mim. A gente se encarou e eu percebi que gostava dos olhos dele mais do que devia; e quando eu finalmente me virei ouvi sua voz chamando meu nome pela primeira vez no dia.

— Yoongi, a gente devia se falar mais vezes.

E foi isso. Ele foi embora e eu fiquei. Estava garoando.

Não vou mentir, eu continuava inteiro, só meio abobado e desacreditado. Afinal não foi nada de outro mundo, o cara só tinha me acompanhado até a porta de casa, era uma alma caridosa que decidiu ajudar o próximo – que continuava com o joelho fodido aliás.

Vai ver eu nem era um cara tão azarado assim. Eu só devia me lembrar de olhar pro céu antes de sair de casa, talvez prever um diluvio não fosse lá uma coisa tão difícil assim.

Mas enquanto eu passava aquele remédio no meu joelho, eu pensava no primo do Jeon pela centésima vez, e pensar muito naquele maldito talvez seja um karma que eu goste de carregar ultimamente.

Parece que Hoseok vai ficar na minha cabeça por mais alguns dias, me desculpe Jimin.

 

 

 


Notas Finais


escrever mais de mil palavras é estranho pra caramba mas ó, eu consegui, quem diria??


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