História Para sempre? (Grandice e Melwood) - Rotina

I'd take another chance, take a fall (Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa)

Take a shot for you (Levaria um tiro por você)

And I need you like a heart needs a beat (E preciso de você como um coração precisa de uma batida)

But it's nothing new... (Mas isso não é novidade...) - Apologize - Timbaland

P.O.V Grant

Após a noite mal dormida depois da briga acabei acordando atrasado para o trabalho. Em outra época Candice me chamaria e empediria que me atrasasse, mas isso também é passado.

Resolvi não incomodá-la na noite passada. Não precisavamos de outra briga ou de mais uma sessão de choro enquanto conversávamos. Só precisavamos esfriar a cabeça longe um do outro pra que hoje se tornasse mais fácil trabalharmos juntos durante longas horas.

Tomei um banho rápido, me arrumei e me encaminhei para o andar de baixo. Maggie brincava com algumas bonecas enquanto Marie, a babá a observava cuidando de Tommy.

- Bom dia Sr. Gustin. - Ela disse sorridente e se levantou trazendo Tommy até mim, possivelmente sabendo que eu gostaria de me despedir antes de ir trabalhar.

- Bom dia Marie, obrigada. - Ela se afastou nos deixando a sós. - Ei filho, bom dia. - Disse dando um beijo em Tommy que retribuiu com um sorriso largo. Me encaminhei para perto de Maggie que parecia distraida. - Ei mocinha, o papai não ganha um beijo? - Perguntei e ela veio até mim me dando um abraço apertado.

- Bom dia papai. - Disse um pouco desanimada.

- Bom dia. - Me sentei ao seu lado. Por mais que estivesse atrasado, Maggie e Tommy sempre seriam as prioridades. - O que houve? Está triste?

- Eu vi a mamãe chorando hoje antes de sair, não gosto que ela chore. - Maggie disse me deixando ainda mais culpado. Odiava pensar que nossos problemas afetassem tanto a vida de nossos filhos, mas o que eu poderia fazer? Ainda não estava pronto para superar tudo aquilo.

- A mamãe está bem okay? Se lembra da Iris? A personagem da mamãe? - Maggie acentiu - Então, era apenas um ensaio, assim como aqueles que as vezes fazemos aqui. - Tento explicar de forma clara para Maggie, torcendo pra que ela entendesse e acreditasse. Maggie por mais nova que fosse era muito inteligente, e tinha a capacidade impressionante de perceber tudo de estranho que acontecia ao redor.

- Está bem. - Respondeu com um sorriso.

- Preciso ir agora, mas no fim de tarde voltarei e ai vamos assistir um filme bem legal, está bem?

- Sim, eu vou escolher. - Ela avisou me dando outro abraço apertado.

- Okay. - Disse me levantando e dando mais um beijo em Tommy antes de deixá-lo no carrinho. - Marie! Estou de saida. - Avisei e logo ela voltou a seu posto.

Cheguei por volta das dez horas no estúdio e fui direto me trocar. Sabia que aquele dia seria longo, tinhamos várias cenas para gravar e no fim do dia ainda nos seria apresentado um novo colega de elenco. Um dia cansativo era o que eu precisava para manter a mente vazia dos problemas, então logo me encaminhei para a caracterização e por fim me juntei a todos para gravar.

- Bom dia! - Disse a Tom, Danielle, Carlos e Candice que estavam em uma sala de espera perto do cenário do S.T.A.R. Labs, conversando antes de começar a gravar.

- Bom dia! - Responderam eles e me sentei no único lugar vazio que ficava ao lado de Candice.

- Um pouco atrasado velocista. - Brincou Tom.

- Eu sei, não dormi muito bem. - Expliquei folheando meu roteiro.

- Sabe Candice, as vezes dar um descanso para o marido faz bem. - Comentou Carlos rindo maliciosamente pra nós dois que forçamos a risada nos olhando sem jeito. Fazia tempo que não perdia uma noite de sono daquela forma que ele supôs, mas ninguém precisava saber.

- Primeira cena em dois minutos. - Avisa o diretor e todos nos encaminhamos para a gravação.

P.O.V Candice

Ainda me sentia um pouco enferrujada, já que tinha voltado a pouco tempo ao trabalho, devido a licença maternidade. Deixar Tommy e Maggie em casa e as vezes passar o dia inteiro longe, não era fácil, mas amava meu trabalho e nunca abriria mão daquilo.

Gravamos algumas cenas pela manhã, o que me ajudou bastante a afastar um pouco a noite anterior da minha cabeça. Pela tarde viria a parte mais difícil: duas cenas com Grant, sendo uma delas uma cena de sexo entre Barry e Iris. Tudo o que não precisava naquele momento.

Resolvo não sofrer por antecipação e almoçar com o resto do elenco como sempre costumava fazer.

Me encaminhei ao meu trailer antes para pegar o celular que esqueci. Queria telefonar para casa e verificar se estava tudo bem. Fui surpreendida por Grant me esperando. Me fazendo entender que provavelmente meu horario de almoço seria gasto com mais brigas.

- Podemos conversar? - Pergunta ele quando me aproximo. - Comprei nosso almoço. - Ele diz mostrando as sacolas em mãos do seu restaurante chinês favorito, que não ficava muito longe do estúdio.

- Okay. - Digo dando de ombros e entramos, nos sentando no mesmo sofá, porem longe um do outro. Trailers diferentes foi uma escolha nossa a muito tempo atrás, já que ambos gostavamos de um pouco de privacidade para ensaiar. - O que tem a dizer? - Pergunto impaciente, estava curiosa com Grant vindo atrás de uma briga. Ele geralmente fugia delas a qualquer custo.

- Eu não sei, só esperava que tivesse algo pra dizer. - Ele deu de ombros. - Maggie reparou que esteve chorando essa manhã, quero esclarecer as coisas aqui pra que não esteja um clima ruim em casa hoje.

- Fala sério! - Suspirei frustrada. - Tem um clima ruim na nossa casa a muito tempo Grant.

- Sei disso, mas você chorando deixa Maggie preocupada. - Me encara e repara por um segundo na roupa que usaria para gravar a próxima cena. Eu vestia uma camisola de seda por baixo de um roupão, que acabou por ficar aberto em algum ponto depois que entrei no trailer.

- Não foi de propósito okay? Não se preocupe, ela não vai mais me ver chorando, da próxima vez disfarço melhor. - Digo friamente puxando as laterais do roupão e o fechando novamente. - Era só isso?

- Não. - Ele responde e suspira. - Sei que foi errado a forma que agi com nossos amigos ontem, sei que não deveria misturar as coisas. Sinto muito.

- É claro que sente. - Digo rindo. Sentir muito era o que Grant mais fazia. Cometia seus erros, vez ou outra parecia sentir que pegou pesado demais e vinha me dizer que sentia muito, mas adivinha? No dia seguinte tudo se repetia. Já nem sabia se culpa-lo servia de algo. A cada erro dele eu direcionava a culpa ainda mais para mim, como se fosse a grande responsável por todas suas falhas. No fim de certa forma eu era, mas não era justo lembrar disso a cada momento. - Mas tanto faz, não precisa se sentir mal com isso, tenho certeza que todos entenderam.

- Você não. - Ele disse buscando me olhar nos olhos, enquanto eu evitava os dele.

- Acho que essas discussões são em vão, de que adianta? Em algumas horas tudo voltará a ser a grande droga que tem sido. - Rio novamente. - A forma que tem agido comigo já virou um costume, entendo bem, talvez no seu lugar eu acabasse fazendo igual. - O encaro finalmente, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas assim que encontram os dele. - Não ligo se passa a noite fora, se está sempre atrasado, se chega exausto de sabe-se lá o quê todas as noites e em algumas delas até bêbado. Já parei de me importar com isso e de tentar imaginar o que estava fazendo. - Respirei fundo tentando me conter ao pensar em Maggie e Tommy. - Mas como tem se comportado como pai é inadmissível Grant. Eles não têm culpa se não temos coragem de assinar logo o divorcio, se insistimos em viver de aparências. - Perco o controle e começo a chorar. - E quer saber Grant? Eu não aguento mais. Estou exausta. Do que tem adiantado tudo isso? Do que adiantou você ficar? - Pergunto aos plantos.

- Eu não sei. - Ele disse com a expressão mais confusa do mundo enquanto chorava também. Levou as mãos aos cabelos parecendo pensar um pouco. - Não é minha intensão machucar você, ou falhar tanto com nossa familia. - Me olhou nos olhos novamente, secando algumas lágrimas. - Eu só...só não consigo parar. - Vê-lo daquele jeito era meu ponto fraco, queria abraça-lo até que nossa dor passasse, mas apenas permaneci chorando também.

- Quer saber? É melhor você almoçar no seu trailer. - Peguei as sacolas e o entreguei. Não queria continuar aquela conversa.

- Tudo bem. - Ele pegou uma das sacolas apenas. - E o seu preferido, não deixe de comer. - Ele pediu forçando um sorriso e saiu.

Depois de me acalmar e almoçar passei algum tempo no telefone com Maggie e tentei descansar um pouco antes de voltar a Gravar. Chegando ao cenário Grant já parecia melhor também. Concentrado em seu script enquanto recebia alguns retoques da maquiagem. Esse era um dos motivos para ninguém desconfiar que nosso casamento estava em ruínas. Disfarçavamos como ninguém.

Gravamos primeiramente uma conversa do casal na sala da casa. Nada de muito importante. Seguimos para outra parte do cenário onde ficava o quarto de Barry e Iris. Levando em conta que aquele era meu trabalho a anos, que já tinha algumas cenas do tipo gravadas, e que meu parceiro de cena era meu marido, eu deveria estar calma, mas minhas mãos suavam. Fazia tempo que não interagiamos daquele jeito em cena, na verdade na vida real não era diferente, e ai estava o motivo do nervosismo. A tensão instalada enquanto nos preparávamos para a cena, logo após uma briga só nos fazia lembrar a falta de costume que tinhamos um com o outro recentemente.

Nos aproximamos na contagem do diretor e Grant demorou mais que o planejado para finalmente se aproximar e selar nossos lábios. Me fazendo esquecer por um segundo as pessoas ao redor e dando mais intensidade ao beijo no momento em que as mãos dele encontraram minha cintura me puxando ainda mais para perto. Tentava manter meus pensamentos na cena, mas tudo que meu corpo fazia era estremecer ao sentir seus toques tão fortes. Era impressionante a falta que sentia daquilo e como ainda parecia o mesmo Grant de sempre.

Resistindo a parar aquele beijo segui com a cena tirando sua camisa como planejado e ele me pegou no colo se dirigindo a cama enquanto minhas mãos caminhavam por seu abdomen, que parecia mais forte do que na última vez que o toquei. Sabia que estava atuando, mas a essa altura era inevitável não me excitar com aquilo. Lembrando de todas as vezes que aquela cena foi real pra nós.

Nos deitamos na cama e esse era o momento em que Grant tiraria minha camisola e a cena apenas acabaria, porém ele fez diferente, contrariando toda minha ideia de que pra ele era só atuação. Parou o beijo e ainda sobre mim me fitou. Seus olhos brilhavam e sua respiração pesada me empedia de respirar pela proximidade. Queria fazer algum sinal pra que ele continuasse a cena, mas apenas encarei aqueles olhos que poderiam estar me enganando, mas pareciam carregar muito amor e desejo. Me beijou novamente e dessa vez retribui dando tudo de mim, queria aproveitar por não saber exatamente quando sentiria aquela sensação incrível de novo. Em algum momento parecendo voltar a realidade Grant apenas se afastou e encerrou a cena, tirando a camisola e a deixando cair ao lado da cama.

- Corta! - Gritou o diretor e aplaudiu em seguida. - Vocês foram incríveis! Grant adorei o improviso. - Elogiou enquanto nos levantavámos colocando de volta as roupas.

- Obrigado. - Grant disse sério e saiu em seguida me deixando ainda mais confusa.

Grant P.O.V

Voltei para meu trailer ainda atordoado com tudo aquilo. Como beijar minha esposa poderia ser algo que eu quisesse tanto e ao mesmo tempo sentia que era tão errado? E por quê fugi de lá daquela forma?

Tomei um longo banho tentando esfriar meu corpo. Era impressionante o efeito que Candice ainda tinha sobre mim, e mais impressionante ainda nossa química evidente. Toda aquela confusão de sentimentos era uma tortura. Queria ir logo para casa e talvez ter a chance de terminar nossa cena, esquecendo por um tempo todos os problemas e apenas matando toda a saudade e desejo acumulados. Mas ainda tinhamos que conhecer o novo membro do elenco, que agora estaria entre nós pelo resto da temporada.

Me juntei aos outros que conversavam animadamente, ansiosos para tudo aquilo. Candice ainda não tinha aparecido, provavelmente estava acabando de se arrumar para ir rápido pra casa. Era o que ela sempre fazia, não gostava de prolongar o tempo longe dos nossos filhos.

Candice chegou, tomando um copo de água distraidamente e se juntando a nós. Por coincidência quem esperávamos entrou pela sala em seguida ganhando toda nossa atenção e por último a dela, que acabou deixando o copo cair e se quebrar em mil pedaços em sua frente, desviando a atenção de todos para ela.

- Droga! - Ela disse se abaixando nervosa e recolhendo os cacos.

- Calma Candice, é só um copo. - Me juntei a ela para ajudar. - Cuidado vai se cortar. - Avisei e já era tarde, dois de seus dedos já sangravam.

- Vou cuidar disso, com licença. - Ela disse saindo apressada dali sem trocar nenhuma palavra com nosso novo colega de cena.