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História Para sempre? (Grandice e Melwood) - Soluções temporárias


Escrita por: AnaWest

Notas do Autor


Oii amores ❤

Esse na foto é o Tommy ❤

Capítulo 44 - Soluções temporárias


Fanfic / Fanfiction Para sempre? (Grandice e Melwood) - Soluções temporárias

-Trinta e oito e meio - Grant disse ao checar o termômetro que tirou da filha, deitada em seu colo quase adormecida.

- Trinta e nove aqui - Candice mostrou ao fazer o mesmo com Tommy.

Aquela madrugada estava sendo especialmente intensa para o casal. Maggie havia pegado uma gripe que conseguentemente alcançou Tommy, e agora ambos estavam em seus piores momentos. Tudo obviamente pelo começo de outono que naquele ano os pegou de surpresa com um frio terrível. Parecia castigo, ou uma obra cruel do destino, mas Candice tinha a sensação que bastava as coisas irem mal para ela e Grant que um dos filhos misteriosamente resolviam adoecer, e dessa vez ambos lhe pregaram essa peça, então lá estavam eles passando por cima de todos os problemas temporariamente para cuidar das crianças.

- Eu não sei se levamos eles para a emergência agora ou esperamos que amanheça para tentar um horário com o pediatra deles - Candice ponderou ao levar o filho mais novo para o trocador onde começou a despí-lo para um banho.

- Damos um banho neles, uma dose de antitérmico e esperamos um pouco, se ficarem estáveis levamos amanhã - Grant sugeriu.

- Banho não pai... - Maggie súplicou se encolhendo ainda mais em seu colo.

- Sei que é ruim meu bem, mas você precisa disso okay? - Tentou convênce-la enquanto se levantavam da cama.

- Eu quero dormir, está frio... - argumentava chorosa.

Grant claramente não sabia bem como agir, então Candice gesticulou para que invertessem os papéis. Por mais que Tommy estivesse completamente irritado não resistiria ao banho como Maggie, vantagens de se ter um bebê que ainda não entende quase nada.

- Vem aqui - Candice a pegou no colo e Grant fez o mesmo com Tommy se adiantando em ir para o banheiro - sei que está cansada, e se sentindo mal, mas prometo que isso vai ajudar okay? Vou te preparar um chocolate quente, e te levar pra cama assim que acabar, combinado?

- Tudo bem - sussurrou sem ânimo.

- Como convencê-la tão fácil? - Grant questionou incrédulo quando elas se juntaram a eles.

- Sou mãe dela - deu de ombros convencida ao colocar a filha na banheira com o irmão. Maggie despertou um pouco, mas seguiu quieta na água apenas observando - deixa ele comigo. Pode descer e preparar chocolate quente e uma mamadeira? 

- Claro - ele assentiu e saiu em seguida.

Encerrou o banho alguns minutos mais tarde tirando Tommy primeiro e o entregando ao pai que já havia retornado ao quarto com o que ela havia pedido, e preparado roupas limpas para os filhos, além dos remédios, e voltou para tirar Maggie também.

- Está ficando bom nisso - Candice elogiou vendo que ele já medicava o filho mais novo.

- Com ele é fácil, mas ela... - nem precisou terminar, Maggie entendeu que era dela que falavam.

- O combinado foi um banho! - Ela relembrou escondendo o rosto contra o ombro da mãe.

- Não. Me lembro bem que era um banho e o remédio - tentou argumentar.

- Sim, e chocolate quente no fim - Candice completou.

- Vamos lá, seja forte como o Tommy - Grant incentivou. 

- Ele está chorando, quer dizer que é ruim - ela sussurrou ainda escondida.

- Eu tomo um pouco para provar que não é, olha só... - Candice interrompeu a argumentação do marido quando Maggie se virou para ver e em um segundo virou o remédio na boca da garotinha que fez uma careta horrível, mas engoliu.

- A mamãe te ama, e isso foi para seu bem - afirmou tranquila ao levá-la para cama. 

- Você sempre deixa ela me enganar - acusou o pai decepcionada. 

(...)

- A dela baixou também - Candice afirmou aliviada quase pegando no sono com a filha nos braços agora na cama do casal - sei que posso acabar gripada também, mas não serei eu a tirá-los daqui - murmurou sonolenta deixando o termômetro de lado.

- Tudo bem, é melhor mesmo que estejamos por perto - Grant cobriu ambas, e acomodou Tommy de forma mais confortável, se deitando também em seguida - amanhã cedo eu trato de marcar as consultas, não se preocupe em acordar antes pra isso.

- Obrigada - forçou um sorriso - droga! Acabei de me lembrar que tenho a tarde inteira de trabalho. Por que eu sempre tenho cenas atrasadas e preciso trabalhar na folga da maioria de vocês?

- Por que é uma mãe excelente e incrivelmente presente - explicou rindo.

- Isso não ajudou em nada agora - suspirou - não falamos sobre isso, mas chega de bebês okay? Não vamos saber admistrar mais do que dois filhos, e nossas carreiras.

- Tudo bem - riu baixinho - eu não queria mesmo - sussurrou em negação a vendo adormecer de vez.

(...)

- Eu vou me mudar de casa - Melissa fazia drama a respeito da sogra para Caity. Havia ido logo cedo tomar café da manhã com a amiga na intenção de fugir de Madeline - é sério, não ri disso, faz semanas e ela não vai embora, está me enlouquecendo! - Bateu a cabeça contra a mesa repetidamente - e se eu incendiasse a casa? - Lhe encarou com um olhar perverso.

- Ele vai precisar de um lar quando chegar - a loira apontou a própria barriga servindo café na xícara da amiga e foi em seguida fazer o mesmo na sua, mas recuou hesitante. "Suco pela manhã não é tão ruim assim", tentou se convencer. A alguns dias aquele papo sobre os prós e contras do café se tornou importante de repente para ela. Não sabia se escutava os pais do bebê que eram absurdamente contra, ou a si mesma que precisava da bebida para sobreviver, mas vinha tentando se controlar. "Aproveite o esforço pestinha, pode não durar," pensou deixando a cafeteira de lado e finalmente voltando sua atenção a amiga - não entendo sua implicância com Maddy, ela é tão divertida e inteligente.

- Ela quem implica comigo! - Protestou nervosa dando um gole no café sem notar a inveja que causou na amiga - para o filho são só elogios, carinhos e cuidados, mas para a nora são críticas, críticas e mais críticas. Ela odeia tudo que eu faço e falo, e trata o Chris literalmente como um bebê.

- Faz tanto tempo que você e Chris estão juntos, vocês duas precisam superar isso - deu uma mordida na torrada pura e um gole no suco de limão, ultimamente essas eram as únicas coisas que conseguia manter no estômago tão cedo. Os enjoos estavam a cada dia piores, mas felizmente estava menos desesperada a respeito deles - ela já sabe sobre o neto?

- Não, Chris e eu haviamos decidido manter isso pra nós, e os amigos mais próximos no começo, porquê nossa família tende a ser um pouco invasiva, e agora, apesar de saber que ele está louco para contar, ainda não falamos sobre isso já que ele está se divertindo em manter certa distância por causa daquela noite idiota ainda - revirou os olhos - de qualquer forma isso é bom, se contássemos ela ficaria aqui até que o bebê fizesse um ano - brincou - eu só quero minha paz de volta, e principalmente meu marido longe da influência da mãe que me odeia - resmungou.

- Ela não te odeia, sabe disso - Caity riu e levou um olhar reprovador em seguida - tudo bem, se quer vê-la como uma megera depois dessas semanas quem sou eu para impedir?

- Tem sorte de se dar tão bem com seus sogros.

- É, eles são uns amores - sorriu. 

Caity pegou o celular da mesa e desbloqueou a tela entrando nas redes sociais já que o silêncio se instalou enquanto comiam. A primeira postagem em seu feed era de Grant, de algumas horas atrás, ainda na madrugada. A foto mostrava Candice com Maggie em seu colo e Tommy por perto, todos dormindo.

- Ah olha só... - virou o aparelho para Melissa - "ela é linda mesmo exausta de uma noite inteira cuidando dos filhos doentes!" - Leu a legenda com voz fofa a fazendo rir - como não me derreter pelos bons momentos desses dois? Alguém aqui está tentando se redimir - piscou sem parar se fingindo encatada, mas foi tomada pela preocupação em seguida - espera, o que os mascotes têm? 

- Estão gripados pelo que sei. Candice disse que agora de manhã vão ser levados ao médico, mas de tarde posso passar para vê-los.

- Vou com você, não trabalho hoje - Melissa limpou a garganta evitando encará-la - o que foi?

- Não pode ir - falou se preparando para o surto eminente.

- Como é?!

- Crianças gripadas, mais grávida... - apontou para ela - é igual a distância.

- Não está com medo deles transmitirem gripe para o bebê não é? - Riu nervosamente.

- Claro que não Caity, eu só não posso deixar que você acabe gripada, sabe como é, grávidas sofrem o triplo nesse caso, é perigoso - explicou lhe acariciando a barriga.

- Mas são meus bebês, doentes, essa é a hora que a tia Caity chega cheia de mimos, e Candice enlouquece - murmurou incrédula.

- Eu sinto muito - disse sincera, entendia bem como Maggie e Tommy eram importantes para Caity, por mais louca que pudesse parecer junto a eles, os afilhados eram a única coisa que ela levava totalmente a sério, e estar presente para eles era o que ela fazia de melhor - posso mandar mil recados se quiser.

- É, vai ter que mandar mil presentinhos também - resmungou - doces, brinquedos, um monte de beijos, mais doces.

- Tudo bem, eles vão receber - garantiu.

- Mas tem certeza? Nem uma espiadinha neles de longe? - Tentou negociar.

- Só se for por vídeo-chamada - sugeriu rindo.

(...)

P.O.V Candice

- Estão sentindo esse cheirinho? - Danielle disse de repente na sala de descanso tirando minha atenção e a de Carlos do celular. Haviamos terminado uma cena a alguns minutos, e esperávamos por mais uma, o resto da tarde eram cenas só minhas - é cheiro de romance meus amores! - Falou toda eufórica nos mostrando em seu celular a foto que Grant havia postado e que vinha repercutindo bastante. Impressionante como as pessoas acreditam em tudo que viam - esse é o homem mais apaixonado do mundo!

Me achava horrível na tal foto já que estava uma bagunça e, fala sério, ninguém se acha atraente dormindo. E apesar de achar fofo da parte dele, e surprendente claro, não sabia bem o que pensar. Obviamente não estávamos em nosso melhor momento desde a reconcilição, e tinha certeza que aquilo era ele estendendo a bandeira de paz, esse só era seu jeito de dizer que não estávamos cem porcento mal, e pedir que eu esquecesse os últimos dias de vez, mas nem tudo era tão simples, e eu já me encontrava cansada de fingir tanto, e por mais que quisesse muito nossa paz de volta não queria isso partindo do péssimo hábito de ignorar problemas.

Queria que ambos abrissemos o jogo, queria falar sobre Hartley, explicar tudo o que vinha acontecendo; escutar sobre Jessica, compreender finalmente se ele era sincero comigo em negar um caso, ou se não teve coragem de assumir em todo aquele tempo. Talvez nos perdoássemos de vez no fim, talvez tudo finalmente tomasse o caminho ideal. Mas era um abismo do qual eu escolhi me jogar, por mais que ele me contasse sobre eles eu não poderia contar minha parte, ele nunca aceitaria, e isso me colocava em um terrível dilema. Como resolver tudo sem gerar mais problemas, ou ignorá-los, ou mentir ainda mais? Era impossível.

- Ah meu Deus, você parece uma adolescente! - Reclamei não contendo a risada - é só uma foto. De um péssimo momento aliás.

- Não é bem uma foto, é um atestado de sorte, ele quis dizer com isso "veja como eu escolhi bem" - Carlos entrou na conversa.

- Exatamente, Grant é esperto o suficiente para saber que não é pra qualquer uma ser linda de madrugada depois de uma noite exaustiva - disse Danielle.

- Vocês são grandes bajuladores - afirmei rindo.

- Mas é claro, vocês são o nosso casal! - Fizeram um coração brega unindo suas mãos.

- Eu vou sair de perto de vocês antes que, seja lá o que for isso, me contamine - fui em direção ao estúdio.

- Lindos! Casal do século! - Carlos gritava enquanto eu me afastava.

- Família maravilhosa! Deêm um bebê pra mim! - Continuava Dani.

Entrei à gargalhadas, e notei que faltava pouco para podermos começar. Abri o roteiro em minhas mãos, me sentei numa cadeira que era parte do cenário e comecei a reler a cena que gravaríamos logo. Uma mensagem chegou em meu celular e abri apressada, estava extremamente preocupada com meus filhos, mesmo sabendo que estavam melhores agora.

Grant: Eu sou um péssimo pai?

Questinou e mandou em seguida uma foto do que ele e Maggie comiam, hamburguer, fritas, e refrigerante.

Grant: prometo que a bebida não está gelada.

Eu: Diz que está brincando...

Ri nervosamente pedindo aos céus que protegesse meus bebês do próprio pai.

Grant: Não estou não! Ela disse que era a única coisa que a faria feliz agora, então...

Eu: Ai meu Deus, Thomas! Ela tem três anos, não sabe o que faz. Deveria ter preparado algo saudável!

Grant: Mas olha a carinha dela...

Uma foto chegou de Maggie toda suja de ketchup com um sorriso enorme. Me derreti completamente e desisti de brigar.

Eu: Ao menos me diz que Tommy está bem longe disso.

Grant: O quê?! Bebês não podem comer fast food?!

Eu: Eu mato você...

Grant: Sabe que eu estou brincando, o almoço dele está quase pronto.

Eu: Tudo bem. Não se esqueça dos remédios.

Grant: Ah não... Preciso ir!

(...)

P.O.V Melissa

- Ah olha só você! Se lembrou que tem casa? - Maddy disse ao me ver passar pela porta da cozinha onde ela e Chris preparavam o jantar. Aparentemente era só o que eles sabiam fazer juntos: cozinhar. Eu deveria ter engordado dez kilos nos últimos dias - estamos fazendo nossa especialidade - contou batendo alguma massa pesada sobre a bancada.

- Outra? Quantas vocês tem? - Não resisti em perguntar. Nenhum dos dois respondeu. Notei Drift, Farley e Kara num cantinho perto de Chris completamente desanimados e me aproximei descobrindo o problema - o que vocês fizeram com meus cachorros? - Todos vestiam roupinhas tricotadas à mão, e estavam ridículamente agasalhados. Aquilo só podia ser coisa dela.

- Minha mãe fez roupinhas combinando pra eles - Chris contou animado - ficaram fofos não?

- Ai meu Deus! - Foi tudo que consegui dizer diante as carinhas de desespero dos meus filhotes. Maddy me olhou confusa pela minha reação, e Chris arregalou os olhos exigindo que eu me retratasse - são lindas! - Completei falsamente.

- Que bom que gostou, vou fazer mais alguns - ela sorriu largo - tenho estado uma especialista nisso desde que o bebê de sua prima nasceu filho, precisa ver como ele fica lindo - voltou a falar com Chris ignorando minha presença.

- Eu preciso conhecê-lo - ele disse culpado.

- É por isso que eu insisto que venha passar as férias de inverno comigo.

- É lamentável, estaremos em Nova Iorque, nosso amigo vai estreiar uma série - contei frustrando seus planos.

- São tantos dias, não vai morrer se ele passar alguns comigo, vão ter tempo para a tal viagem - ela disse indiferente e só então notei que o convite não se estendia a mim.

- É, tem razão - forcei um sorriso - vou subir e tomar um banho - sai chamando meus cachorros comigo e fomos para meu quarto - eu sei que ela é uma chata, e também detesto essas roupas está bem? - Disse para os três livrando Jett primeiro da tal roupinha, e ele pareceu aliviado - logo ela vai embora e isso passa, mas por enquanto quando estiverem perto dela vão vestir essas coisas patéticas - Kara se jogou na frente de Farley ansiosa para estar livre.

- Coisas patéticas? - Chris entrou pelo quarto me assustando.

- Eu estava aqui dando a eles um pouquinho de liberdade até descermos - desconversei.

- Minha mãe levou horas nisso Melissa - me repreendeu.

- E só por isso meus cachorros precisam morrer sufocados? - Questionei impaciente - já não basta minhas toalhas de rosto bordadas com mensagens motivacionais? Ou meus móveis da sala mudados de lugar? Ou minha cozinha invadida a dias?

- Eu não sei qual é o seu problema, mas espero que resolva logo, minha mãe é uma convidada de honra nessa casa, e eu exijo que a trate melhor que tem tratado - afirmou autoritário de uma forma que nunca costumava ser, entendi finalmente o que era aquilo.

- Oh-meu-Deus! Ela foi reclamar de mim pra você não é? - Disse perplexa - te convenceu a ser um marido babaca? - Não conseguir esconder a risada.

- Ela só disse que não estava confortável, o resto sou eu quem está dizendo - garantiu.

- Não acredito que falou desse jeito comigo por causa dela - ri nervosamente. Só não surtei naquele momento porquê sabia bem que aquele não era o Chris que eu conhecia, aquela era a voz de sua mãe falando através dele - por causa de alguém que me detesta!

- Ela não detesta você. Você quem não dá abertura para ela se aproximar, e odeia tudo que ela faz - reclamou.

- Ela quem faz tudo para me irritar! Chris você é cego por acaso?

- Isso é tão infantil da sua parte, tão infantil...

- Olha ai, você não tem nem argumentos, só está aqui porquê a mamãe mandou. Ela é inacreditável! Como ousa vir na minha casa exigir que você fale assim comigo?

- Isso... isso nem faz sentido! Estou aqui porquê não posso admitir que haja desse jeito! - Usou o mesmo tom e dessa vez gargalhei do fundo da minha alma, ele ficava muito engraçado tentando ser como sua mãe achava que deveria.

- E agora exige que eu desça e peça desculpas? - Supus ironica.

- Isso mesmo! - Deu as costas completamente irritado, mas se virou quando chegou na porta - sério, ao menos desça para o jantar, por favor - pediu por um segundo sendo outra vez meu Chris, assenti convencida. Sabia que aquilo era importante pra ele - obrigada - disse se retirando.

(...)

P.O.V Rick

Cheguei em casa no fim de tarde sentindo um peso enorme sobre minhas costas, e ao mesmo tempo um alivio sem comparações. Felizmente havia encerrado as gravações da minha série na cidade, rompido o contrato, e estava liberado para alçar novos voos em Nova Iorque, mas me encontrava no pior momento, o de contar a Caity.

Vinhamos estando tão bem à dois e tão ocupados com tantas novidades que ela pareceu esquecer minha mudança, ou melhor esteve fingindo bem não se lembrar. E agora em meio ao começo delicado da gravidez, me sentia péssimo por deixá-la, mesmo que ela estivesse ciente desde o começo que não me teria por perto em todo o percurso até o nascimento. Sabia que tinha o direito de querer partir, mas não ia ser fácil, principalmente se isso gerasse problemas pra nós. Eu estaria na maior parte da semana a horas de distância, e teria algumas em que nem poderia voltar, óbvio que não seria saudável para nosso casamento, mas era pedir muito conseguir investir no emprego dos sonhos e continuar em paz com ela?

- Oi amor... - ela murmurou do sofá ao lado de Beezlee. Parecia cansada, e sem ânimo algum. Comia um balde de pipoca com chocolate enquanto assistia ao episódio novo de Legends Of Tomorrow que havia gravado - estou péssima.

- O que houve? - Trocamos um beijo e me sentei ao seu lado.

- Chris e Melissa colocaram um embrião no meu útero, isso que houve - suspirou pausando a série - eu dormi tanto hoje que estou cansada de dormir, minha coluna doi, meus seios estão sensíveis como nunca, e eu chorei assistindo um documentário sobre leões - não evitei rir e ela revirou os olhos irritada.

- Pega leve com minha esposa pestinha, você só tem algumas semanas - falei diretamente para sua barriga.

- Eu vi que essas coisas são sintomas normais do primeiro mês, mas tive um pouco de cólica e fiquei preocupada. Ai Melissa veio e me tranquilizou, disse que é comum também - explicou.

- Mas já passou?

- Felizmente sim - assentiu.

- Ótimo, por que não saimos então? Jantamos, pegamos um cineminha - sugeri animado. Queria deixá-la mais feliz antes de contar que na semana seguinte partiria.

- Sério? Mas e esse sofá maravilhoso? Nosso Beezlee de companhia, delivery de comida, um banho de banheira? - Negociou resistente.

- Okay, entendi, ficaremos em casa preguiçosa - cedi desistindo até mesmo de contar por enquanto - mas nada de delivery, comeremos comida saudável, pelo bebê.

- Ah céus! O que mais você quer de mim sua miniaturinha de gente?! - Perguntou para a barriga fingindo indignação.

(...)

P.O.V Candice

Deixei minha bolsa e as chaves do carro sobre a mesinha da sala ao chegar em casa e corri para o andar de cima. Meus planos eram chegar bem mais cedo, mas infelizmente a últimas cenas não sairam como o esperado e tivemos que regravar, o que com certeza havia me custado a chance de ver Maggie e Tommy acordados quando chegasse.

- Shih! - Grant levou o dedo indicador a boca pedindo silêncio quando os encontrei no escuro do quarto de Maggie. Ele ninava ambos numa poltrona de balanço. Me aproximei deixando um beijo em cada um deles e sussurrando que os amava. Me odiava por todas as vezes que estava ausente, mas ficava mais aliviada quando ao menos tinham o pai por perto para cuidar deles quase tão bem quanto eu - me ajuda com eles - pediu em um sussurro. Tirei Maggie de seu colo e coloquei na cama, saimos em seguida e deixamos Tommy em seu quarto também.

- Queria ter chegado antes, como eles estão? - Perguntei quando saimos e fomos para nosso quarto.

- Bem, eu expliquei que você estava trabalhando, eles pareceram entender - disse com uma voz anasalada que me fez reparar melhor nele - sim, também estou gripado - contou rindo e foi pego por uma tosse em seguida.

- Sinto muito - me livrei dos sapatos - a boa notícia é que eu assumo os cuidados com eles daqui - falei o encarando pelo espelho.

- Só com eles? - Fez um biquinho triste. Não respondi nada, não sabia bem como ele queria que eu reagisse diante a mudança repentina de atitude - vem cá! - Bateu na cama vazia ao seu lado. Me juntei a ele temendo que aquilo desse inicio a uma discusão - quero te mostrar uma coisa... - se levantou apressado e me trouxe seu notebook.

- O que é isso? - Questionei começando a ler o arquivo na tela.

- Meu próximo filme com Tom, e Jessica - explicou, notei que a primeira parte não era dele. Grant escrevia roteiros a algum tempo e aquele não se parecia com um deles - ela escreveu esse comigo, e muitos outros também.

- Não sabia que ela escrevia - e era verdade, tudo que eu sabia era que ela recentemente esteve em cada curta-metragem de Tom e Grant, mas atuando.

- Eu fui o incentivador a muito tempo atrás, e isso meio que virou um hábito pra nós depois, virávamos madrugadas escrevendo - meu coração mudou o ritmo, como se estivesse na expectativa de finalmente bater em paz - Tom as vezes ia com a gente. Virou um trabalho de verdade.

- Está me dizendo que era isso que fazia quando sumia à noite? Estava realmente com ela, só que escrevendo? - Perguntei sem saber bem o que pensar.

- Básicamente, quer dizer, nas noites que mais demorei sim - explicou - era a condição dela depois que nós dois voltamos, só ficaria lá tanto tempo se fosse á trabalho. Mas nos reconciliamos de vez, e isso te incomodou muito, então parei de ir até mesmo pra isso, ela incentivou. Havia muitas noites antigamente quando estávamos separados que eu ia por diversão também, mas não esse tipo de diversão... - me corrijiu antes que eu pensasse besteira - só conversávamos muito, riamos, cozinhávamos, assistiamos filmes, me fazia bem - confessou.

- Por que está me dizendo isso? - Perguntei confusa.

- Você merece, e quer saber. Acho que por muito tempo não quis te explicar os termos dessa amizade porquê, de alguma forma, me fazia me sentir vingado ter você pensando que eu poderia traí-la, e também porquê não sabia se acreditaria em mim. E eu sinto muito por isso, foi completamente idiota da minha parte - se desculpou parecendo mesmo arrependido - Jessica é uma amiga especial, foi essencial pra mim quando não estávamos juntos, e se quer saber, eu estou aqui de volta em grande parte porquê ela colocou em minha cabeça que eu precisava de você. Não precisa gostar dela, nem apoiar nossa amizade, só queria que soubesse.

- Grant... - nem mesmo formulei a frase.

- Eu sei que é complicado acreditar, porquê eu não colaborei com isso, mas não existe nenhum sentimento da minha parte por Jessica, além de amor de amigos. Talvez eu tenha me apegado tanto a ela porquê ela é a única que vê tudo do meu angulo entende? Nossos amigos são como irmãos para nós dois e isso de certa forma constroí uma barreira, faz com que certas coisas não possam ser ditas, ou entendidas, e ela torna isso mais fácil já que só conhece meu lado da história.

- Eu entendo - afirmei sincera - mas nunca houve nada? Nada mesmo? Nem uma vez em uma dessas noites? - Ele suspirou e pensou por um segundo em como continuar. Me perguntei se havia o ofendido.

- Uma vez, um único beijo, que foi por minha culpa. Eu estava arrasado por sua causa, ela estava perto e de repente me vi confundindo tudo, usando ela para esquecer você. Não foi justo, comigo, com você e muito menos com ela, me arrependo por isso - evitei olhá-lo absorvendo tudo. Eu conseguia acreditar no que ele dizia, mas a parte dela ainda me parecia desconexa - acredita em mim não é? Pode me perdoar por não dizer tudo isso antes? Eu sinto muito mesmo, por nos colocar nesse inferno por motivo nenhum. Mas como já concordamos antes, eu sou um idiota - sorriu sem jeito, me senti completamente envolvida novamente por tudo que ele representava, ele conseguia ser sincero comigo, mesmo que tarde, mas eu falhava nisso - diz alguma coisa - pediu chamando minha atenção com uma carícia no rosto.

- Eu acredito em você - confirmei lhe causando alivio - mas Grant, eu... - respirei fundo me perguntando se teria coragem de ir em frente. Precisava ser sincera com ele como ele foi comigo - tenho falhado muito com você - ele se aproximou mais, pegando minhas mãos e me encarando fixamente. Parecia tão esperançoso, e feliz. Me imaginei nunca mais recebendo dele um olhar tão reconfortante, e desisti - porquê não tenho sido uma boa amiga entende? - Ele pensou por um segundo parecendo surpreso pelo rumo diferente do que esperava que a conversa tomou. Me odiava por não conseguir dizer - as vezes me esqueço que nossa relação partiu de uma amizade linda, e foco muito em ser sua esposa, acontece que quero que a gente mude isso ao máximo.

- Tem razão - ele assentiu não parecendo muito convencido, aquilo não era um problema real pra nós - vamos cuidar disso, eu prometo - se inclinou para me beijar, mas eu impedi - o que foi?

- Você está gripado! - Relembrei.

- Você enxe Tommy e Maggie de amor sem se importar com os virús e vai me negar um beijo?! - Perguntou incrédulo.

- Vou!

- Mas não vai mesmo... - me prendeu contra a cama ficando em cima de mim - vamos lá, se junte a sua família linda nessa gripe trágica - aproximou seu rosto do meu, fiz de tudo para manter a boca longe da dele, mas ele não estava disposto a ceder - você sabe que quer!

- Grant, pense que alguém precisa estar bem pra cuidar de vocês... - tentava negociar enquanto me esquivava - pense que eu sou a pessoa mais chata do mundo quando estou doente, pense em... - ouvimos o choro de Tommy pela babá eletrônica, e comemorei a interrupção mesmo sabendo que se ele havia acordado tão rápido não deveria estar bem.

- Se acha que vai se livrar de mim está enganada - avisou me vendo deixar a cama.

- Quanto a isso não tenho contestações - afirmei mandando um beijo e saindo.

(...)

P.O.V Melissa

Diferente das noites anteriores em que Chris vinha assistindo filmes até tarde com a mãe, nessa ele veio bem mais cedo para o quarto, o que significava que eu finalmente teria sua companhia para dormir, mesmo que sua cara emburrada se fizesse presente. Tinha vontade de colocar Madeline e Blake num foguete pra lua para finalmente voltar a ter paz no meu casamento.

- O que houve? Maddy não te sequestrou essa noite? - Perguntei observando ele se juntar a mim - nada de filmes repetidos e madrugadas perdidas?

- Sabe que ela tem insônia - revirou os olhos.

- Mas você não tem - enfatizei - não precisa ficar só com ela, podia me dar um pouquinho de atenção também - sussurrei me deitando em seu peito o fitando de perto.

- Desde quando é tão carente? - Devolveu o sussurro rindo.

- Desde que meu marido está bravo comigo a dias, e só quer saber da mãe - respondi passando minha mão por sua barriga nua sútilmente - está sendo péssimo comigo, eu não mereço isso... - fazia charme o provocando.

- Não seja dramática... - levou uma das mãos a meu rosto - não é pra tanto. Estou aqui não é? - Me beijou antes que eu o respondesse.

Endireitei meu corpo sobre o dele, sorrindo entre o beijo pelo tempo que havia se passado sem que eu o sentisse daquele jeito quente e despreocupado, e pela facilidade em conseguir o que queria. Suas mãos chegaram a minha cintura e desceram mais apertando minha bunda sob a camisola e puxando a peça para cima. Terminei de tirá-la sozinha e ataquei sua boca outra vez em um beijo quase selvagem que interrompi com uma mordida em seu lábio inferior, e desci para seu queixo, pescoço, ombros, e abdomen deixando a marca dos meus dentes em sua pele. 

Cheguei em sua calça e a puxei devagar junto a cueca, olhando fixamente pra ele, deixando que sua mente fantasiasse o que quisesse, enquanto a tensão se estabelecia, e ele ficava cada vez mais excitado. Voltei a sua barriga destribuindo beijos sem pressa enquanto descia numa tentativa de tortura que obviamente estava funcionando. Estava pronta para comerçar, o encarei uma última vez antes disso, sendo trágicamente interrompida em seguida por um música que surgiu do nada. Aquilo era Madonna? À aquela hora? Ou melhor, bem naquela hora?

- Chris? - Chamei absolutamente frustranda notando que a música vinha do quarto onde Madeline estava.

- Sim? - Fingiu que nada acontecia.

- Por que está tocando Madonna no neu quarto, enquanto a gente transa? Ou melhor, enquanto tentamos fazer isso? - Questionei perplexa.

- Para ajudar no clima? - Tentou me convencer de que estava tudo certo me puxando para mais perto - vamos amor, ignore isso, não é nada demais - por um segundo achei que fosse melhor mesmo não deixar minha sogra vencer, mas então sua voz soou junto com a música, aos gritos, cantando a versão mais triste do mundo de Take a Bow.

- Diz que ela está brincando comigo Chris! - Exigi indignada - vá até lá e pare isso agora!

- Melissa... - disse como se fosse ridículo da minha parte.

- Vá ou eu vou! - Avisei sem paciência me vestindo.

- Essa era a música dela e do meu pai, pega leve, ela está tendo um momento de lembranças - tentou argumentar.

- Chris eu não estou brincando! Faça ela abaixar essa droga de rádio e parar de gritar! - Gritei perdendo cabeça - viu o que ela faz comigo?!

- Está bem, já vou! - Se levantou apressado e se vestiu saindo em seguida.

- Madeline, você está comprando briga com a pessoa errada! - Avisei como se ela pudesse mesmo me ouvir.


Notas Finais


Prometo cuidar do capítulo de LOML o mais rápido possível, não desistam de mim, beijos ❤😘


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