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História Para sempre? (Grandice e Melwood) - Natal (parte 2)


Escrita por: AnaWest

Notas do Autor


Oii amores ❤

Capítulo com overdose de Melwood pra vocês ❤😘

Capítulo 58 - Natal (parte 2)


P.O.V Caity

- Eu não aguento mais - cai completamente exausta ao lado de Rick na cama. Já havia perdido a noção do tempo que estávamos ali e de todas as coisas que havíamos feito. Estava naquele estado de ressaca de prazer onde a percepção do que acontece ao redor é limitada, e o corpo fraqueja pela mistura perfeita entre o cansaço e o frenesi do que aconteceu anteriormente.

- Eu também não - concordou ofegando - a muito tempo não somos tão...


- É, não mesmo - interrompi concordando sem nem mesmo esperar que completasse, eu sabia que nada definiria o que havíamos acabado de fazer, me sentia como a muito tempo não sentia, como se estivéssemos de volta aos bons tempos.


Senti minha respiração começar a se normalizar e o clima frio voltar a afetar meu corpo gradativamente. Rick me envolveu em seus braços na intenção de trazer de volta parte do calor. Fiquei olhando seu rosto enquanto ele parecia pensar no que dizer, de repente nada pareceu mais ideal, eu só queria que ele continuasse ali a acariciar meu cabelo, deixando o silêncio reinar após todo aquele tempo perfeito juntos, e conseguimos felizmente manter isso, mas para minha infelicidade a realidade literalmente bateu a porta.

- Sr. e Sra. Cosnett? - Era Chris do outro lado.


- Estamos bem, tchau! - Rick gritou nada disposto a atender.

- Melissa me obrigou a vir checar - disse obviamente desconfortável em estar ali - longe de mim ser estraga prazeres, mas todos já estão lá embaixo, e Maggie quer cantar uma música de natal então... 


- Tudo bem, vamos descer em vinte minutos - avisei.


- Trinta! - Rick corrijiu - vou te fazer companhia no banho - sussurrou pretencioso.

- Tudo bem, eu não queria ter ouvido isso... Preciso de portas mais grossas! Eu já vou! - Chris saiu de lá apressado.

(...)

P.O.V Grant

- Então temos o prato preferido da Melissa, o prato preferido da Caity, e o prato preferido e a sobremesa preferida da minha esposa maravilhosa - contava para Candice sobre o jantar enquanto ela me fazia companhia na cozinha, sentada na bancada me observando finalizar tudo, as crianças estavam na sala com Chris e Melissa o que nos garantia uns minutinhos sozinhos, agora que ela repentinamente havia resolvido me desculpar.


- Então eu sou mimada em dobro? - Me puxou para perto. Deixei as luvas térmicas de lado e me encaixei entre suas pernas - vou acabar ficando convencida assim - me beijou por um segundo - ah, eu soube de uma coisa...


- E o que é? - Entrelacei meus dedos aos dela.


- Meu presente de natal parece ser algo grandioso - afirmou animada.


- Não sei quem te contou isso, mas essa pessoa está absolutamente certa - quase não consegui conter a ansiedade de falar sobre.


- Se me der um spoiler eu não conto pra ninguém... - tentou me convencer usando seus truques de sempre. Beijos pelos meus ombros, pescoço, mordidas por toda parte, até que o toque de seu telefone atrapalhou nosso clima - se for a minha mãe eu juro que... - tive a sensação de que ficou tensa de repente, somente deligou e guardou outra vez o aparelho.


- Quem era? - Perguntei.


- Acho que era engano, não conheço o número - claramente forçou uma risada.


- Me deixa ver, talvez eu conheça - sugeri.


- Não, eu não atendi porquê não queria interrupções desnecessárias agora - entrelaçou seus braços outra vez ao meu redor.


- Tudo bem - tentei tirar a pulga que se instalou atrás da minha orelha, detestava as vezes ficar tão paranoico com Candice, ela já havia provado a muito tempo ser confiável outra vez - vamos pra sala?

- Claro, logo vão estar nos gritando - ela concordou então a desci da bancada, mas não dei espaço para que saisse, a pressionei ali.


- Antes só... - sussurrei antes de beijá-la uma última vez. Obviamente me arrependi disso já que as coisas acabaram mais quentes que esperávamos e tivemos que parar de qualquer forma.

- Vamos, o natal nos espera! - Riu ao me levar de lá.

(...)

P.O.V Rick

- Ah, olhe só pra vocês, tão fofinhos juntos outra vez! - Melissa pareceu se derreter pelo fato de me ver abraçado a Caity no sofá. Era estranho que aquilo já não fosse natural para todos nós.


- Diz isso porquê não divide parede com eles - Candice sussurrou, mas acabamos por ouvir e não evitei rir.


- Podem crescer um pouco? Achei que Maggie tinha uma apresentação agora não é? - Caity perguntou.


- Claro, vamos lá querida - Grant incentivou a filha se juntando a ela em frente a lareira onde todos poderiamos vê-la cantar. Maggie não costumava ter vergonha da gente, e era ideia dela cantar pra nós esse ano, como um presente, mas parecia tensa - você consegue, estou aqui também - ele beijou sua testa, e se sentaram por ali. Nos acomodamos no mesmo sofá para assistir.

O que pareceu a versão mais fofa do mundo de Jingle Bell Rock começou a ser cantada por ela, vez ou outra acompanhada pelo pai quando esquecia a letra, ou por Melissa que nunca conseguia manter a boca fechada perante a músicas natalinas, ainda mais cantadas por Maggie. Ela era a coisinha mais adorável do mundo com aquela voz impressionantemente afinada, as bochechas vermelhas de vergonha, e um sorrinho orgulhoso brotando no rosto. Candice e Grant tinham muita sorte afinal por conseguirem unir em uma outra pessoa as melhores partes deles. Maggie tinha todo o charme e atitude da mãe, combinadas ao talento para música de Grant, e seu senso de humor, além do par de olhos verdes que eram o orgulho de Candice, claro. Me ocorreu pela primeira vez na vida que Caity e eu nunca estaríamos numa sala vendo numa criança quais características nossas mais se destacavam nela, e quais se combinavam melhor, e pela primeira vez também pensei que isso de certa forma era ruim se éramos uma combinação tão boa quanto Grant e Candice.


- Você está chorando? - Caity perguntou a Candice a uma certa altura.

- Claro, ela herdou a voz do pai, não a minha! - Aplaudiu - você é demais filha! - Gritou.

- Vai ser atriz de músical, como a madrinha! - Melissa comemorou convencida.

(...)

P.O.V Melissa

- Detalhes vermelhos ou verdes? - Candice perguntou tentando escolher pratos. Ela, Caity e eu decidimos colocar a mesa do jantar já que nossos maridos já estavam cansados e vingados o suficiente pra aquele dia. Finalmente o clima no chalé estava bem mais agradável e estávamos todos nos divertindo.

- Por que não os dois? - Caity sugeriu.

- Eles não combinam - opinei.

- Tanto faz, quem se importa com a cor dos pratos? É natal! - Ela deu de ombros indo espalhar taças do outro lado.


- Alguém está bem animadinha aqui - Candice riu da carinha satisfeita que Caity não conseguia esconder - sexo faz milagres! - Gargalhamos lhe causando um revirar de olhos.

- Só espero que não estejam animados demais, não se esqueça das laranjas no cestinho! - Lhe acariciei a barriga. Os bebês tinham o tamanho da fruta agora, não poderia estar mais orgulhosa.


- Melissa, pelo bem de nossa amizade não continue essa conversa - me repreendeu - nem se quisesse esquecer os Pestinhas conseguiria, eles já não são tão fáceis assim de ignorar - olhou para a própria barriga - crescem tão rápido!


- Isso é cada vez mais fofo - Candice se juntou a mim em mais uma sessão de admiração da barriga de Caity - e mais maluco, você grávida, meu Deus, ainda não acredito!

- E a festa deles começa novamente - ela riu se referindo as movimentos dos gêmeos - parecem saber quando a mãe está por perto! - Sorri por aquilo. Seu celular tocou nos interrompendo - é a Chy! - Falou empolgada ao constatar, e se afastou para atender.


- Sou só eu, ou você também está achando essa amizade avançada demais se tratando da Chy e da Caity? - Candice perguntou.

- Eu já alertei Caity mil vezes, mas ela insiste que sou paranóica e Chy só flerta por esporte - contei.


- Como amiga da Chy a tanto tempo, quanto porcento acha que isso pode ser verdade?

- Um porcento - respondi.

- Foi o que eu pensei - ela deu de ombros retomando o que fazia.

(...)

P.O.V Candice 

- Eu não acredito que fizeram mesmo tudo isso - Melissa falou impressionada por toda comida na mesa.

- Vocês merecem, é o nosso jeito de nos desculparmos por nos meter onde não fomos chamados - Chris se retratou por todos eles.


- Oficialmente perdoados! - Melissa o beijou.


- Não tem nada natalino aqui, eu amo vocês! - Caity comemorou - posso começar a comer?


- Antes, um brinde... - Grant se levantou.

- Isso é clássico! - Debochou Rick.


- Eu estou com fome mamãe - Maggie sussurrou pra mim, aparentemente sabia bem que seu pai sempre se empolgava com as palavras.

- Não vou prolongar, prometo - serviu sua taça de vinho rindo de si mesmo ao nos encarar - eu só queria dizer que fico feliz por nenhum de nós ter pegado um voo de horas para nos juntar as nossas famílias. Eu amo estar entre parentes, discutir assuntos que ninguém gosta de discutir, falar sobre o passado, me envolver em brigas natalinas, mas estar aqui é mais significativo, e mais confortável. Somos uma família que escolheu se formar, independente de laços de sangue. Nós estamos cuidando um dos outros a tanto tempo, e levando tão a sério essa coisa de amor incondicional, que as vezes me esqueço que a sei lá, seis anos atrás não tinha isso, é como se fôssemos assim a vida toda. Nossa amizade vai desde não perder o primeiro dia de aula do nosso mascote do time, até levar um bebê de outras pessoas na barriga - trocou um sorriso com Caity - gosto de pensar que naquela noite no Havaí não nos casamos só com os amores de nossas vidas, algo a mais se uniu ali, nós seis, ou oito, dez no ano que vem, graças a Melissa e o Chris - todos rimos ansiosos por isso - sei que é bobo - não era bobo, acho que todos nos sentiamos assim - feliz natal família!


- Feliz natal! - Respondemos brindando.

Como em todo bom natal, comemos, bebemos e rimos bastante na mesa até que já não fizesse mais sentido ficar ali, e então fomos para a sala, nos sentar perto da lareira e conversar ainda mais sobre tudo que estava por vir. O brilho nos olhos de Chris e Melissa ao falar dos filhos que estariam ali no próximo natal, vinha trazendo um ar de mistério ao diálogo, era tão cômodo pra nós a tanto tempo que Maggie e Tommy seriam as únicas crianças entre nós, que se tornava inevitável sentir um frio na barriga.

Caity e Rick finalmente iam bem, e sinceramente achava que talvez as coisas finalmente estivessem tomando o rumo certo pra eles. Conhecia melhor que ninguém aqueles dois para saber que até quando algo ia mal eram obcecados um pelo outro, e ainda tinha o fato de todos conseguirmos falar finalmente sobre Nova Iorque e a série dele sem gerar um clima péssimo. Em pouco tempo viajaríamos pra lá e o veríamos fazer sua grande estreia. Estava ansiosa por isso, sabia o quanto aquilo estava deixando meu amigo feliz, e pela primeira vez aquilo pareceu atingir Caity também.

- Meus pais querem muito ficar um tempo com as crianças nessas férias, talvez Nova Iorque fique só para adultos afinal - Grant contou para eles. Checando se Maggie seguia bem coberta no sofá, acabou pegando no sono mais cedo que o esperado. Tommy ainda circulava entre nós engatinhando por toda parte.


- Que pena, separei o maior quarto pra vocês todos ficarem confortáveis, pensei até em colocar um berço lá - afirmou Rick.

- Talvez a gente ainda precise, não me decidi sobre ficar tanto tempo longe deles - falei incerta.


- Eu amo viajar com as crianças, sou o maior apoiador de que sempre estejam presentes, mas fala sério, nós seis em Nova Iorque outra vez? Só de pensar fico nostálgico - Chris falou - nossa última vez lá foi na estreia de Melissa na Broadway, e se lembram como nos divertimos?

- Claro, como esquecer a confusão que você armou tentando beijar Caity e fazendo Rick socar a parede? - Grant mais uma vez lembrou da história.


- Chega disso okay?! - Implorou - era o alcoól agindo por mim, já falei - Melissa deu uma risada contida - o que foi?

- Esse é um dos nossos episódios de loucuras mais recentes entre a perda do nosso filho, e a separação de Grant e Candice - contou, todos ficamos um pouco mais sérios por isso - não, não façam essas caras - nos tranquilizou - só estou pensando que os momentos que mais marcaram nossa amizade, aconteceram em intervalos de coisas ruins - entendemos onde ela queria chegar, era verdade - por muito tempo me culpei por todas as vezes que fiquei feliz depois da nossa perda, e me fiz esquecer muitas delas, mas acabei de perceber que mesmo depois disso as brechas que abri eram pra vocês. Nem éramos tão próximos antes de tudo acontecer, de Maggie nascer, vocês estarem lá por Chris e eu foi uma das coisas que mais nos aproximou. Acho que devo um agradecimento!


- Você não nos deve nada! - Fui até lá abraçá-la, e logo nos pegamos em meio a um abraço coletivo, que se estendeu somente até eu ver que Tommy estava de pé próximo a mesa de centro - se afastem... - sussurei - sem movimentos bruscos... - estranharam mas me atenderam - acho que Tommy vai andar! - Se viraram pra ele com cuidado, sabendo que qualquer coisa poderia o fazer desistir - oi filho... - dei passos curtos em sua direção, parando nem muito perto, nem muito longe - sinto que está querendo sair dai não é? - Sua carinha pareceu curiosa por tantos olhares sobre si - quer vir até a mamãe?

- Filma isso Rick! - Grant pediu vindo parar do meu lado - ouça sua mãe filho, vem pra cá! 

Todos começamos a chamar por ele, na expectativa de que parasse de achar graça e finalmente saisse de lá. Quando Tommy finalmente deu um passo a frente, se desequilibrou, e todos nos preparamos para sua queda, mas ela acabou não acontecendo.


- Vamos Tommy! Você consegue! - Melissa incentivou. Ele abriu um sorriso para a madrinha, parecendo pensar em se arriscar num novo passo - Tommy! Tommy! - Começou uma torcida que tomou conta da sala - ele deu mais um passo, imaginei que iria mesmo em sua direção, não consegui ficar enciumada diante da alegria de vê-lo andar, mas para minha surpresa seu olhar voltou pra mim, e seus bracinhos se abriram pedindo o meu colo. Meu coração disparou de emoção. Vivi tudo aquilo com Maggie, mas ela foi bem enfática em me ignorar e ir para o colo do pai, nas três primeiras tentativas, era tão satisfatório que dessa vez eu fosse a escolhida.

- Isso, olha pra você, está conseguindo! - Me abaixei abrindo os braços, ele estava perto, mais dois ou três passinhos e me alcançaria - vem com a mamãe, Tommy! - Continuei incentivando. Num pico de coragem ele apressou o passo, e praticamente se jogou contra o meu colo. Acho que nunca o beijei e apertei tanto como naquele momento, e esse era um costume bem frequente da minha parte. Começamos todos a gritar eufóricos. Tommy não sabia bem o motivo, mas estava feliz também. Maggie acabou acordando, e se unindo a nós na bugunça. O fim perfeito pra nossa noite em família, o primeiro natal de Tommy com todos nós acabou se saindo ainda mais especial que esperávamos.

OFF

(...)

- Vamos ver... - Caity abria mais um presente. Haviam decidido trocá-los quando as crianças dormissem já que se abrissem com elas no dia seguinte não poderiam dar a devida atenção as coisas que ganhariam, tinha sempre uma expectativa muito grande ao redor dos presentes delas - que embrulho enorme! - Rasgou animada o presente que Grant havia a entregado - que legal esse... - pareceu confusa - o que é isso?

- Um travesseiro de grávida! - Ele explicou - Candice tinha um desse e não abandonava por nada - lançou um olhar ressentindo a esposa - nem por mim!


- Ah! - Observou mais um pouco - muito obrigada! - O abraçou e foi se sentar em seguida, esperando de verdade que o último presente a surpreendesse mais - esse é quarto presente que remete minha gravidez, se fizer isso também eu te mato - sussurrou para o marido. Não podia negar que não havia entendido muito bem tudo o que ganhou naquela noite, mas esperava que em algum momento se tornasse útil, ao menos. Deveria ser comum para gestantes ter sua condição lembrada em datas comemorativas dessa forma, como se não fosse nenhuma outra coisa além de grávida. Mas no final nem mesmo poderia julgar, quando era a vez de Melissa ou Candice, sempre que via algo envolvido a gravidez ou bebês corria para comprar pra elas. A diferença era que em seu caso os presentes para bebês não eram necessários, e de alguma forma isso era bizarro.  

- Espero mesmo que goste! - Ele a entregou um envelope pequeno, tirou de lá três ingressos.


- Ah meu Deus! - Seus olhos se arregalaram de euforia - eu amo esse festival! - O abraçou forte - eu adorei! - se virou para Melissa - vou poder ir não é? Grávidas ainda vão em festivais? Não é?

- São só shows Caity, desde que não exagere, e fique em um lugar confortável vai poder aproveitar muito - a tranquilizou.

- Me certifiquei de pegar bons lugares exatamente por isso - afirmou Rick.

- Eu amo você! - O abraçou novamente - continuem, eu vou continuar abraçando ele.


- Minha vez outra vez então, estou ansioso pra que você abra - Grant foi até a esposa entregá-la uma pequena caixinha.

- Eu também mal consigo me conter - desfez o laço apressada, não deixando de notar a expectativa de todos sobre ela, imaginou que aquilo deveria ser mesmo algo importante, mas perdeu todas as expectativas assim que viu - um porta retrato? - Estranhou - vazio?


- Não é um porta retrato qualquer, está escrito bem ai embaixo...

- Amsterdã! - O interrompeu num grito - é o que eu estou pensando?!


- Sim, vamos preenchê-lo com uma foto nossa na primavera de lá! - Quase não manteve os pés no chão com o ataque que veio em seguida da esposa disfarçado de abraço - nossa lua de mel dos sonhos! Você gostou?

- Eu amei! - Beijou seu rosto inteiro de forma quase desesperada - eu não acredito nisso! - Voltou a olhar o que ganhou, se contendo para não chorar, Grant mesmo quem arruinou a viagem da primeira vez, chegou a pensar um dia que jamais pisariam juntos lá, e nem sequer tinha vontade de conhecer sem ele, mas agora estavam finalmente tão perto da viagem, isso só indicava o quanto iam bem de novo - não acredito mesmo... - acabou cedendo ao choro.


- Prometo que nada vai impedir dessa vez - beijou sua testa, e secou seus olhos  - planejei cada detalhe.

- Os melhores padrinhos do mundo aqui já até se ofereceram para cuidar das crianças - contou Chris.


- Mas e os bebês? Não é na época do nascimento? Não quero vocês em apuros com quatro crianças - imaginou que aquilo pudesse ser um problema.

- Temos tudo sobre controle, de jeito nenhum que eu correria o risco de não ter vocês aqui no nascimento dos bebês, não se preocupe - disse Melissa.


- Vocês todos são demais! - Seu sorriso parecia querer rasgar seu rosto - não acredito nisso! - Repetiu empolgada sufocando Grant num novo abraço.

- É Chris, você vai ter problemas pra nos superar hoje - Rick provocou o amigo, sabia bem que ele não havia conseguido comprar nada.

- Tenho certeza que vou gostar do meu presente - Melissa defendeu o marido - eu só não achei ele ainda, nem os da Caity na verdade. 

- Vou te entregar mais tarde, sozinho - foi breve tentando deixar o mistério no ar, mas tudo que conseguiu foi risadas dos amigos - o que foi?


- Sei lá, tem coisas que não são presentes, são suas obrigações como marido - Grant provocou.

- Não seja tão malicioso, dúvido que Chris me daria algo assim - retrucou Melissa. Tudo que ele fez foi trocar um olhar preocupado com Candice, ela piscou o tranquilizando.


- Quanto aos meus presentes pra você e Chris, eu encomendei, mas não chegaram ainda - Caity ironizou.

- Não pode usar isso pra sempre como desculpa! - Chris protestou. 

- Pois eu já estou usando, e espero que seja suficiente - acariciou a barriga - veja como estão crescendo, sugando todos os meus nutrientes, destruindo anos de academia, luta, yoga, fazendo com que eu pareça uma louca enquanto brincam com meus hormônios, e minha bexiga.


- Tudo bem, já entendi, não faço questão do presente - se rendeu.


- Mais alguém, ou só eu tenho medo dos próximos meses? - Melissa perguntou, os outros ergueram suas mãos em concordância - foi o que eu pensei...

(...)

P.O.V Chris

Acendi mais uma vela no quarto tentando não me sentir ainda mais patético pelo presente que daria a minha esposa, e chequei se tudo estava no lugar. Candice havia garantido que seria uma boa ideia, e agora estava segurando Melissa no andar de baixo enquanto me preparava, mas cada minuto que passava achava ainda mais que era uma péssima escolha de presente. Se não desse certo quem iria parar em Amsterdã com passagem só de ida era eu.

Ouvi passos na escada então corri me jogando na cama, apaguei os abajurs deixando as velas e as luzinhas natalinas ao redor da cama ganharem vida, e coloquei aquele gorro de natal que seria tudo que vestiria. Me encostei no antebraço teatralmente esperando que ela abrisse a porta, mas aparentemente Candice não parava de falar com ela no corredor, o que me deu mais tempo para pensar em como esperar, tive até a idéia patética de colocar uma caixa de presentes na frente do meu corpo, e quando desistiria dela Melissa entrou.


- Feliz natal! - Falei afobado aparentemente lhe dando um susto.

- O que é... Ai meu Deus! - Levou a mão a boca segurando o riso quando me viu - esse é meu presente?


- Sim. Estou ridículo não estou? - Olhei pra mim mesmo decepcionado - me desculpa, vou me vestir e te comprar um carro ou sei lá... - estava pronto para me levantar da cama quando ela negou apressada.

- Não, eu estou gostando, só não achei que sabia disso ou... Ah, tem dedo das meninas aqui não é? - Deduziu.


- Um pouco, da Candice, talvez...

- Tinha que ser - riu ainda mais - o que tem nessa caixa? - Perguntou olhando pra lá.


- É meramente ilustrativa - expliquei deixando de lado.

- Não desfaz a fantasia! - Me repreendeu - se prepare outra vez, vamos recomeçar.


- Melissa, isso é sério? - Não segurei a risada - podemos só dormir eu juro que compro um presente descente.

- Nem pensar, eu prefiro o presente indescente - sussurrou rindo ao deixando o quarto - comece de novo, e seja mais enfático no "feliz natal!" - me instruiu.


- E depois? - Perguntei.

- Não sei, seja criativo, a ideia foi sua!

Esperei por um minuto até que ela aparecesse, no "papel" dessa vez, passando pela porta como quem não sabia de nada. Segurei o riso, éramos tão bobos juntos, estava adorando nossa nova fase de fetiches estranhos.

- Feliz natal! - Falei tentando soar sexy - vim entregar seu presente... - atirei a caixa para o alto, a tampa dela voltou e bateu em mim, seguramos a risada tentando não estragar tudo outra vez - continuando... - me levantei indo até ela - você foi uma boa garota esse ano? - Perguntei deixando uma mordida em sua boca.

- A melhor delas... - sussurrou antes de me beijar. 

A empurrei até a cama, deixando que meu corpo caisse sobre o dela. A livrei do casaco que vestia, e comecei segurando seus cabelos enquanto beijava seus ombros e pescoço devagar, arrepiando cada espacinho exposto de sua pele, deixando o calor da minha boca aquecê-la, puxando sua camiseta para baixo junto ao sutiã e chegando aos seus seios que passei a morder e chupar, fazendo com que arfasse sentindo o começo de tudo aquilo.

Melissa me afastou para tirar sua blusa de vez, e eu me encarreguei de tirar o restante das peças. Afastei suas pernas, e a toquei sobre a lingerie, seu corpo se tencionou ainda mais em meus dedos pela excitação. A beijei sobre a peça e um pequeno gemido deixou sua boca em aprovação. Tirei a calcinha voltando a beijá-la dessa vez sem nenhum tecido entre nós, e logo minha língua começou a trabalhar ali, aumentando significativamente seus gemidos. Agarrei forte suas pernas investindo em sua intimidade enquanto a fitava, sua expressão beirando a loucura induzida pelo prazer era um das coisas mais incríveis de se apreciar. Poderia fazer aquilo o dia inteiro. 

Sua mão chegou ao meu cabelo em algum momento, num incentivo de ir mais rápido, e a outra passou a apalpar os próprios seios buscando ainda mais prazer. Ela mordeu forte os lábios, e fechou os olhos sentindo o orgasmo se aproximar. Coloquei dois dedos em sua entrada passando a estocá-la ao mesmo tempo, e não demorou muito para que se contorcesse contra meu rosto alcançando o ápice.

Um sorriso de satisfação tomou seu rosto, deixei que se recuperasse a observando ofegar pelos minutos seguintes, e então ela mesma me trouxe para perto de novo. Comecei um beijo lento, me permitindo sentir sua boca na minha ao máximo. Apoiei o peso do meu corpo em meus braços, deixando um de cada lado em seu corpo e passei a me mover sobre ela, friccionando nossas intimidades, a provocando, e aumentando minha excitação também, antes de estocá-la de uma vez lhe causando um grito contido pelo beijo, indo fundo dentro dela.

Nosso ritmo foi mais calmo a princípio, trocando carícias, mais beijos, e mais provocações, mas não demorou muito para que aquilo se tornasse pouco pra nós. Melissa agarrou meu corpo, suas unhas cravadas em minhas costas, e a boca próxima o suficiente do meu ouvido para me fazer pirar com aqueles gemidos, fui mais rápido dentro dela, me mantendo assim pelo tempo que se estendeu até seu novo orgasmo, e o prolonguei ao máximo dando ainda mais força às estocadas, acabando por chegar lá também.

Não sei em que momento adormeci em seguida, mas acho que foi bem rápido. O dia havia sido exaustivo, e o fim dele não ficava para trás. Quando acordei Melissa já estava acordada, e aparentemente já não era tão cedo assim, já que era nítido que havia mais gente acordada pelo resto da casa.

- Dormimos tão rápido ontem que nem tive tempo de dizer que adorei meu presente - contou passando a mão por meu rosto - poderíamos sempre substituir horas pensando em presentes por isso não acha?

- Mas eu adorei meu telescópio novo! - Não era mentira, me empolguei como uma criança com o presente dela.

- Se você diz - fez menção a deixar a cama, mas a segurei - eu preciso de um banho - protestou.

- Vou com você - me convidei e fui atrás dela para o banheiro.

Quando deixamos o banho e nos vestimos, parei um segundo para checar o celular, uma mensagem se destacava em meio as demais, era de Caity.

- Caity está aqui e me manda mensagens - caçoei antes de abrir.

- Me mandou também - ela checou.

- "Certifiquem-se de abrir a porta, talvez eu tenha sim um presente. Feliz natal!" - Lemos juntos, era a mesma mensagem.

- O que ela está aprontando? - Melissa foi diretamente atender o pedido da nossa amiga. Pegou no corredor, em frente a porta duas caixas, e entregou pra mim a que tinha meu nome. 


- Ela não está fazendo uma dessas pegadinhas com tinta ou confetes não é? - Desconfiei.

- Só deve ser algo inadequado demais para abrirmos na frente de todo mundo - supôs rindo - Caity tem dificuldade com presentes, você sabe - abriu tirando em meio ao papel de ceda um suéter rosa - é fofo, mas não se parece nada com algo que Caity me daria - ficamos ainda mais confusos - abra o seu, a surpresa pode estar ai - deu de ombros. 

- Juro que esqueço a gravidez e revido se ela... - felizmente nada pulou no meu rosto, ou explodiu, era só mais um suéter do mesmo modelo, e igualmente fofo, porém azul - será que quando nos vestirmos vamos nos coçar o resto do natal ou algo do tipo? - Fui para a frente do espelho e experimentei a roupa também - não estou entendendo onde ela quer chegar. Gostei muito do conceito de casal que sai combinando, mas não faz o nosso esti... - meu olhar encontrou o de Melissa no espelho e parecemos pensar ao mesmo tempo, na mesma coisa.

- Chris... - ela arregalou os olhos - rosa e azul.... - falou perplexa - rosa e azul!

- Rosa e azul! - Confirmei num grito.

- Menina e menino! Vamos ter um casal! - Ela correu se jogando em meu colo - um casal! - Nossa empolgação foi tanta no abraço que caímos no chão, mas nem estar ali fez com que nos contêssemos, não podia acreditar que aquilo era mesmo real.

A abracei forte como nunca, sentado naquele chão frio, com nossos rostos se banhando em lágrimas, trêmulo de tanta felicidade, gritando junto a ela, desejando que o mundo compartilhasse nosso momento. Não havíamos ousado dizer o que preferíamos, o privilégio de ter gêmeos pra nós era tanto que nem nos permitíamos contar nossas preferências, mas eu sabia, e ela também, que nosso maior desejo era que a vida fosse ainda mais generosa e nos desse um menino e uma menina. E agora, mesmo sem pedir por isso, ali estávamos, eu não poderia ser mais grato

Segurei seu rosto entre as mãos, encostando nossas testas, seus olhos com aquelas lágrimas de alegria eram ainda mais lindos.

- Sou tão sortudo! - A beijei em meio aquele sorriso compartilhado. Sentia que por mais que quisesse ela não conseguiria me responder, mas não precisava, eu sabia exatamente o que ela me diria - eu amo você!


Notas Finais


O clichê do casal de gêmeos foi o que eu mais me orgulhei de escrever até hoje 😂❤

O presente da Melissa foi totalmente ideia da @melwoodismylife então muito obrigada amore, espero que tenha se divertido ❤😘

Até o próximo ❤


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