História Para Siempre Tú (Zurena) - Capitulo XVIII

Zulema Zahir ficou parada como um poste após ouvir Macarena sair pela porta, coçou as temporãs sentindo que aquele plano lhe daria mais trabalho do que ela poderia imaginar, respirou fundo...

Ela não conseguia imaginar que tudo aquilo estava acontecendo, ela e Macarena estavam mais uma vez do lado oposto da historia, só que agora as coisas eram bem mais sérias, não era sobre dinheiro, era sobre uma vida que nem tinha começado a viver direito

era sobre Rebecca, uma criança que não tinha culpa de nada, uma simples e indefesa criança que Tedoro Caleruega havia ameaçado

Zahir sentiu seu corpo ficar tenso só de imaginar que algo realmente acontecesse com a filha de Macarena Ferreiro, ela caminhou até a cozinha abriu sua geladeira pegou uma long neque de cerveja enquanto balbuciava alguns palavrões em Árabe

 caminhou até a porta do porão e abriu, desceu as escadas calmamente e viu Carla sentada no colchão de forma inquieta, percebeu que a mulher estava em péssimo estado, desde os cabelos bagunçados até sua maquiagem borrada que provavelmente havia ficado daquele jeito de tanto ela chorar

-Carla Rosón Caleruega -Zulema disse abrindo sua cerveja e dando um longo gole -Sabe oque é engraçado nisso tudo? é que eu realmente não sabia se deveria te ferir, eu planejava sim matar você, depois decidi que não ia te torturar, ai depois decidi que ia, depois resolvi não fazer, mas agora...eu mudei de idéia, DE NOVO!

Carla olhava para a mulher em sua frente de forma desdenhosa, ela só podia estar em algum pesadelo ou algo do tipo, Zulema bebia sua cerveja e andava de um lado para o outro resmungando em uma lingua diferente do castelhiano, Carla deduziu que deveria ser sua linguagem de origem

-Você...é... doida! -Carla exclamou vendo a forma como Zulema falava e gesticulava, ela ficou um bom tempo tentando absorver qualquer coisa que a fizesse entender como Macarena havia se apaixonado pela aquela mulher, mas ela não conseguiu encontrar

Era visível que Zahir tinhas sérios problemas mentais, ou pelo menos algo perto disso, a mulher ria e bebia sua cerveja enquanto resmungava em Arábe, e tudo que a mais nova dos Caleruega conseguia pensar sobre a mulher em sua frente foi  que; Zulema era completamente psicopata e porque diabos Macarena amava uma pessoa daquele jeito?

-Eu posso ser doida, mas sabe quem é mais doido que eu?- Zulema perguntou colocando sua bebida no chão e caminhando até o outro lado do porão, um lado mais afastado de Carla, parecia um cômodo menor que um quarto e maior que um bçanheiro

-Quem? -Carla perguntou ouvindo um barulho que parecia ferros batendo, sentiu seu estomago dar uma leve revirada ao ver Zulema se aproximando com uma caixa de ferramentas

-Seu Papai -Zulema disse deixando a caixa do lado de sua cerveja

 Começou a caminhar em direção a cadeira que tinha no local e arrastou pelo piso fazendo um barulho irritante, a deixou de costas para as correntes que tinham na parede e olhou para Carla

-vem aqui vem -Zulema disse sorrindo amarelo batendo no assento de madeira chamando a mais nova, ela parecia amável, se a situação não fosse aquela dava até pra acreditar na simpatia de Zulema

-Oque vai fazer comigo Zulema? -Carla perguntou se encolhendo no colchão - E porque meu Pai é doido?

-Oras Carlita...não me faça ir ai e te trazer a força -Zulema disse chamando a mulher mais uma vez e fazendo um biquinho de desapontamento

Carla se levantou sentindo suas costas doerem, caminhou temerosa até a cadeira e se sentou, viu Zulema se por em sua frente e acariciar seu rosto, a atitude até parecia carinhosa a olho nú mas Carla sentia calafrios, sentia medo, Zulema lhe olhava de forma diabólica e o sorriso no rosto só a tornava mais amedrontadora do que o normal

-Seu Papi foi doido em não cumprir um acordo comigo -Zulema começou a caminhar até sua cerveja e se agaichou -Ele não poderia ter feito aquilo, mas esse não é só o problema da nossa atual situação Carlita

-E qual é? -Carla falava engolindo seco e rezando mentalmente para que Zulema apenas pegasse logo sua cerveja e terminasse aquela conversa, mas não foi isso que aconteceu.

Zulema se levantou e ficou alguns segundos de costas para Carla, a mulher pode ver a Árabes respirar fundo diversas vezes de forma rápida, ouviu uma leve risada sair dos lábios da morena e quando pensou em perguntar mais uma vez qual era a merda do problema viu Zulema se virar para ela

 seus olhos caíram para a mão direita de Zulema e ela carregava um alicate de tamanho médio, o objeto estava em perfeito estado como se nunca tivesse sido usado antes

-Oque você vai fazer? -Carla tentou se levantar da cadeira mas ela simplesmente não conseguia, seu corpo estava em choque e imóvel

Zulema fechou os olhos e os abriu rapidamente, sua feição estava tão séria que Carla achou que outra coisa habitava dentro da mulher, ela não tinha expressão facial, apenas um olhar vazio, sem vida

 Zahir caminhou em direção a Carla e se posicionou atrás dela, puxou as correntes e colocou uma de cada lado nos pulsos da mais nova, que não se moveu, nem sequer tentou lutar contra aquilo, afinal oque ela poderia fazer? 

Zulema era uma assassina completamente experiente e Carla era apenas um menina doce de família tradicional que nunca tinha matado uma barata na vida, quais as chances que ela teria caso enfrentasse Zulema?sem duvidas zero.

-Ele ameaçou uma criança e isso complicou muito a nossa relação Carlita -Zulema sussurrou ao pé do ouvido de Rosón que engoliu em seco mais uma vez, sentiu um tremor involuntário lhe atingir

-Ele não faria isso... ele não é assim -Carla tentou dizer, mas as palavras se embaralhavam em seus lábios e foi impossível não notar o nervoso em seu tom de voz já que a mesma não tinha idéia do que iria acontecer dali em diante

-Carlita Carlita...-Zulema disse se posicionando na frente da mulher-Você realmente conhece a família em que nasceu? pelo visto não, mas isso não importa agora, seu Papi ameaçou a filha de Macarena 

-Oque? porque ele faria isso? Oque Rebecca tem a ver com tudo isso? -Carla disse alterando um pouco seu tom de voz chamando a atenção de Zulema que arqueou as sobrancelhas e deu de ombros como quem não se importasse com a duvida da mulher a frente

-Entende agora que...Eu e Você estamos em uma situação bem complicada? e eu preciso muito mas muito mandar um recado ao seu pai através de você

-Que recado? como assim? eu vou sair daqui? -Carla disse vendo Zulema sorrir largo mas de forma amarga

-Oh por favor...-os olhos da Árabe se reviraram tediosamente e Zulema puxou os fios da cabeça de Carla fazendo a mulher ficar com a boca levantada em sua direção -Abra a boca

Carla negou com a cabeça sentindo lagrimas começarem a rolar sobre sua face, o medo veio como um raio atingindo sua cabeça e o resto de todo o seu sistema respiratório, Zulema suspirou impaciente e deu uma cabeçada na testa de Carla fazendo a mulher grunhir de dor e abrir minimamente a boca, oque foi suficiente para que seu alicate entrasse e fosse direto ao penúltimo dente de Carla

-Esse vai ser o recado Carlita -Zulema disse sorrindo e puxando sem aviso algum o dente da boca da mulher

 Se afastou ouvindo Carla gritar provavelmente de dor e olhou para o seu alicate que na ponta tinha o dente mais branco que Zulema viu na vida, depois olhou para Carla que sangrava muito pela boca sujando suas roupas e em seguida o chão

Zulema bufou ao perceber que a garota não parava de treme e chorar, ela não tinha paciência para aquele tipo de drama, afinal, era só um dente, nada demais, nem deveria ter doido tanto assim, pelo menos era oque ela pensava, já que a mesma ja passou por situações bem piores

-Isso vai servir como recado -Zulema disse vendo Carla de cabeça abaixada chorando e tremendo -Pare com todo esse drama ou juro que arranco outro!

-Então arranca! e manda pra Macarena! como acha que ela vai ficar com tudo isso? -Carla disse levantando a cabeça e cuspindo as palavras de forma brusca enquanto sua saliva se misturava com o sangue

-Macarena não tem nada a ver com isso... -Zulema disse ainda olhando para o dente e achando bizarro a forma como ele era branco -Vocês ricos são muito estranhos.