História Para Todas As Garotas Que Já Amei (Michaeng) - Nunca Mais

Depois de comermos toda a pipoca que restou e tomarmos todo o refrigerante, ChaeYoung diz que precisa ir embora. Não percebi que as horas passaram tão rápido. Depois daquela guerrinha de comida, nós assistimos a mais um filme. Eu não gosto do fato de ter que me despedir dela...estava gostando da companhia alegre que é a Chae.

— Eu volto outro dia. — Diz ela, abraçando minha irmã.

É impressionante, elas se deram muito bem.

— Volta sim, baixinha. — Yeri diz e ri.

— Eu não sou tão baixa assim. — ChaeYoung fingiu indignação.

Acabei rindo, e isso atraiu a atenção dela, que virou o rosto e me encarou por uma fração de segundos. Ela parecia encantada, seu olhar foi tão meigo e sua expressão tão pacífica.

— Eu te levo até a porta. — Ofereço.

Chae assente e começa a andar em direção a minha porta. Ela abre a mesma e saí para fora, deixando a porta aberta para que eu também saia. E assim eu faço. Já do lado de fora da casa, encosto a porta.

— Obrigada pela noite. — Ela fala simpática.

— Sou eu quem agradece. A Yeri já te adora.

— Mas e você? — Ela cora. — Me adora também?

Sinto meu rosto ferver e meu corpo congelar, não sei como essa combinação aconteceu junto e de repente, mas aconteceu. Não sei o que dizer, não consigo pronunciar uma sequer palavra.

— E-eu nã-ão entendi.

— Mina, não precisa fazer isso, ok? — Ela bate as mãos no bolso da calça, um pouco zangada. — Não precisa se passar por idiota só porque não quer me responder.

— Eu não fiz isso. — Cruzo os braços. — Eu não me passo por idiota, eu devo ser.

Me viro rapidamente, quero entrar logo para dentro.

— Ei, me desculpe. — Ela segura meu braço, me fazendo virar para olha-la.

— Hum.

— Mina, é sério. Olha, eu sinto muito por agir como uma idiota as vezes. — Chae suspira.

— Tudo bem. — Suspiro também.

Ela sorri e morde o lábio inferior enquanto me olha.

— O que? — Questiono.

— Não, nada. — Ela fica vermelha.

— Me fala. No que você está pensando?

— Eu só...você é legal, eu gosto de você, só isso...

— Você também é legal, Chae. — Sorrio meigo.

Como ela desviou o olhar, decido tentar algo. Me aproximo dela devagar. Sei que posso estar fazendo merda...mas eu me diverti tanto com ela hoje, e ela é tão fofa e bonita...

Ao me aproximar demais, deixando quase nenhum espaço entre nós, Chae solta um suspiro de pura tensão, e me fita.

— O que você está tentando, Mina? — Ela pergunta calmamente, porém com uma ligeira provocação na voz.

— Uma coisa diferente. — Dou ênfase na última palavra, e ela sorri timidamente.

Só me resta nos aproximar um pouquinho...e...

Selo nossos lábios de uma forma delicada, levo minha mão esquerda até o rosto da menor, somente para continuar o beijo. Não peço passagem com a lingua e nem ela, apenas permanecemos em um selinho demorado e calmo. Decido encerra-lo com um selinho rápido no final, depois desse beijo. ChaeYoung apenas sorri, e parece confusa.

— Eu não esperava por isso.

— Isso é bom, eu acho. — Coro levemente.

Ela acaba se despedindo de mim, me dando um abraço forte e demorado, e depois vai embora.

É claro que dormir mesmo eu não consegui. Passei a maior parte da minha noite relembrando sobre aquele beijo. Por um lado não é certo, pois eu sei que ela ainda gosta da ex namorada vulgo Dahyun, e também tem a Nayeon que me beijou do nada. Mas por outro lado a Chae me faz bem, e isso eu não consigo decifrar. Acabei me entregando a esse sentimento.

Na manhã seguinte eu cheguei cedo no colégio. Eu havia acordado de ótimo humor, tinha comido duas maças, e me troquei enquanto escutava músicas da Ariana Grande. O dia não poderia ser ruim. Sim, eu fui mais cedo à escola para poder encontrar a Chae, dizer um "oizinho" e quem sabe roubar um abraço dela.

Mas ao chegar lá, eu recebi a noticia de que a Tzuyu iria faltar. Eu em geral, quase nunca faltava. Já a Tzu, faltava pelo menos uma vez na semana.

Procurei pela Chae, com os olhos. Não encontrei, então me escorei na escada, na esperança de que se ela me visse, fosse falar comigo.

Acontece que quem veio ao meu encontro foi o oposto de quem eu queria naquele momento. Dahyun estava lá, ela e duas amigas com cara de nojentas. Como Dahyun apenas disse "vão" para as jovens, elas sairam, rindo. Sem entender nada, permaneci imóvel.

— Vocês estão mesmo namorando? — Ela franze o cenho.

— Sim. — Minto.

— Não acredito em você.

— Não é meu problema. — Dei de ombros. Não sei da onde tirei coragem para falar com ela dessa forma, mas tirei, pois eu não deixaria que ninguém estragasse meu dia.

— Hum... — Ela cruzou os braços, mas logo abriu um sorriso. — Se vocês estivessem juntas, a Chae não iria ter me procurado, não é?

Escutar isso me magoa um pouco, mas não muito, pois eu já estava preparada para ouvir algo do tipo.

— Não sei, talvez ela queira duas namoradas. — Tentei sorrir da forma mais cínica que pude.

— É, talvez. — Ela diz, e coloca uma das mãos em meu ombro, o que me faz olhar diretamente para sua mão, e por fim ver...minha pulseira em seu pulso pálido.

— Quem te de-deu isso? — Gaguejo, tirando o braço dela de mim, e o empurrando para longe.

— A Chae, claro. — Dahyun sorri. — Ela gosta de mim, ela quer me reconquistar. Ela sempre está atrás de mim, Myoui.

— Ela não te deu isso. — Sinto meus olhos encherem de lágrimas. Lágrimas de raiva e de decepção.

— Deu sim. Você precisa entender...ela me adora, Mina. Você é só um brinquedinho, um passa tempo para ela.

É claro que não pude lidar bem com isso. Pensei em depositar um tabefe na cara branca dela, mas desisti. É melhor não usar a violência. Me virei, e comecei a subir as escadas. Foi somente quando eu estava passando pelos corredores, que deixei uma lágrima cair. ChaeYoung estava andando por ali com um amigo e uma amiga, ela me viu e disse : Oi Mina.

O sorriso no rosto dela era radiante, ela parecia feliz. Mas simplesmente evitei fazer contato visual. Como não respondi nada, ela andou um pouco mais rápido para me alcançar, e tentou me segurar pelo braço. Mas eu me desvencilhei de seu toque de forma bruta. Passei rapidamente por ela, dando uma ombrada forte em seu ombro direito.

Eu não quero falar com ela nunca mais!