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História Para todos os garotos que já amei - Noart (concluída) - Ten


Escrita por: urreaxnert

Notas do Autor


Hoje eu não tive aula, por isso que consegui postar dois capítulos, mas não se acostumem rsrs

Capítulo 10 - Ten


 

Noah Urrea e eu éramos amigos bem antes de ele ser conhecido como Urrea, quando ainda era só o Noah. Éramos do mesmo grupo no fundamental, os garotos eram Noah Urrea, Josh Beauchamp e Lamar Morris. As garotas eram Any Gabrielly, eu e Hina Yoshihara, que morava no mesmo quarteirão que eu, e, às vezes , Sabina. Quando éramos crianças, Any morava a duas quadras da minha casa, é engraçado como boa parte da infância depende da proximidade. Como a escolha da melhor amiga está diretamente relacionada a proximidade das casas, como a pessoa que se senta aos seu lado na aula de música depende do quanto seus nomes estão próximos na chamada. 

Era uma questão mais relacionada à sorte do que qualquer outra coisa. No oitavo ano, Any se mudou para outro bairro, e continuamos amigas. Ela sempre nos visitava, mas alguma coisa estava diferente. Quando chegou o ensino médio, Any mudou. Ela ainda era amiga dos garotos, mas o grupo acabou. Hina e eu continuamos amigas até ela se mudar, ano passado, mas sempre que havia alguma coisa um pouco humilhante nisso, como se fôssemos as duas fatias que sobraram do pão e juntas formássemos um sanduíche seco. 

Não somos mais amigos, Any e eu, Noah e eu. E é por isso que é tão estranho ficar sentada ao lado dele no meio-fio, como antigamente.

O celular dele toca, e Noah o pega no bolso.

- Tenho que ir.

Eu fungo.

- Para onde você estava indo? -pergunto-

- Para a casa da Any.

- Então é melhor ir logo -digo- Ela vai ficar muito furiosa se você se atrasar.

Noah ri com deboche, mas se levanta bem rápido. Eu me pergunto como é ter tanto poder sobre alguém. Acho que não quero isso, é muita responsabilidade ter o coração de uma pessoa nas mãos. Ele está entrando no carro quando, como se tivesse acabado de lembrar, se vira e pergunta:

- Quer que eu ligue para o reboque?

- Não, tudo bem. -repondo- Mas obrigada mesmo por ter parado. Foi muito legal da sua parte.

Noah sorri. Eu me lembro disso em Noah, do quanto ele gosta de ser elogiado.

- Está se sentindo melhor?

Eu assinto. E estou mesmo.

- Que bom. -diz ele-

Ele tem a expressão de um garoto bonito de outra época. Poderia ter sido um belo soldado da Primeira Guerra Mundial, bonito o bastante para uma garota esperar por ele durante anos, tão lindo que ela seria capaz de esperar para sempre. Ele podia estar usando a jaqueta vermelha do time da escola e dirigindo um Corvette com a capota abaixada, uma das mãos no volante, indo buscar a namorada para irem à discoteca. A beleza natural de Noah parece saída de um filme antigo. Tem uma coisa nele que as garotas adoram.

Meu primeiro beijo foi com ele. É tão estranho pensar nisso agora. Parece que foi há uma eternidade, mas só tem quatro anos.

Bailey chega um minuto depois, quando estou mandando uma mensagem de texto para Sabina avisando que não vou conseguir chegar ao shopping. Eu fico de pé.

- Você demorou!

- Você disse 8.109. Aqui é o 8.901!

Com confiança, eu insisto:

- Não, eu com certeza falei 8.901.

- Não, você disse 8.109. E por que você não atendeu o telefone? -Bailey sai do carro e quando vê a lateral do meu carro, seu queixo cai.- Puta merda. Você já chamou o reboque?

- Não, você pode fazer isso?

Bailey liga, e nos sentamos no carro dele, enquanto esperamos. Quase vou para o banco de trás, mas então eu lembro. Já andei no carro dele tantas vezes, mas acho que nunca sentei no banco da frente.

- Hã... você sabe que a Joalin vai matar você né?

Eu viro a cabeça tão rápido que meu cabelo bate no rosto.

- A Joalin não precisa saber, não diga a ela!

- Quando eu falaria com ela? Nós terminamos, lembra?

Eu franzo a testa.

- Odeio quando as pessoas fazem isso, quando você pede para elas guardarem segredo e, em vez de responderem sim ou não, elas dizem: "Para quem eu contaria?".

- Eu não disse ''Para quem eu contaria?".

- Só responda sim ou não, de verdade. Não fique impondo condições a torto e a direito.

- Não vou contar nada para a Joalin -diz ele- Vai ficar só entre nós, eu prometo. Tudo bem?

- Tudo bem.

E ficamos em silêncio, nenhum dos dois diz uma palavra. Só ouço o som do ar frio nas saídas de ventilação.

Sinto o estômago embrulhar quando penso em como vou contar para o papai. Talvez eu devesse dar a notícia com lágrimas nos olhos, para ele ficar com pena de mim. Ou eu poderia dizer alguma coisa como: tenho uma notícia boa e uma ruim. A boa é que estou bem, não sofri nem um arranhão. A ruim é que arrebentei o carro. Talvez "arrebentei" não seja a palavra certa.

Estou refletindo sobre que palavra usar quando Bailey diz: 

- Então só porque a Joalin e eu terminamos você também não vai mais falar comigo?

Bailey parece estar brincando com amargura ou estar amargo de brincadeira, se é que existe uma combinação assim. Olho para ele, surpresa.

- Não seja idiota. É claro que ainda vou falar com você, só não em público.

Esse é o papel que represento com ele, o de irmãzinha irritante. Como se eu fosse igual a Sofya, como se ele não fosse só um ano mais velho. Bailey não abre um sorriso, só fica com cara de triste, então eu bato na testa dele.

- Estou brincando bobão!

- Ela contou para você que ia terminar? Sempre foi o plano dela? -como eu hesito, ele acrescenta- Pode falar, eu sei que ela conta tudo para você.

- Nem tudo, pelo menos não dessa vez. Sério Bailey, eu não sabia nada sobre isso, juro.

Faço uma cruz sobre o coração. Bailey fica em silêncio por um tempo, então morde o lábio.

- Talvez ela mude de ideia. É possível, não é?

Não sei se é mais cruel responder sim ou não, porque ele vai sofrer de qualquer jeito. Porque embora tenha 99,9999 por cento de certeza de que ela vai voltar com ele, tem uma pequenina chance de que não, e não quero deixá-lo cheio de esperanças. Então não digo nada. 

Ele engole em seco, e o pomo de adão sobe e desce.

- Não, você está certa. Quando Joalin toma uma decisão, nunca volta atrás.

Por favor, por favor, por favor, não chore.

Apoio a cabeça no ombro dele e digo: 

- Nunca se sabe, Bailey.

Ele apenas olha para a frente. Um esquilo sobe correndo o grande olmo do jardim. Sobe, desce e torna a subir. Nós dois ficamos observando. 

- A que horas o avião dela pousa?

- Ainda vai demorar.

- Ela...  ela vem para o Dia de Ação de Graças? 

- Não, a faculdade não para nessa época, é a Escócia Bailey. Eles não comemoram feriados americanos sabe?

Estou provocando ele de novo, mas só de brincadeira, para tirar aquele clima.

- É verdade -responde ele-

- Mas ela vem para o Natal.

Nós dois suspiramos.

- Eu ainda posso visitar vocês?

- Sofya e eu?

- Seu pai também.

- Nós não vamos a lugar nenhum -digo com tranquilidade, e Bailey parece aliviado-

- Que bom, eu odiaria perder vocês também.

Quando ele diz isso, meu coração acelera e eu me esqueço de respirar, e fico tonta por um segundo. E então, tão rápido quando chegou, a vertigem e a estranha palpitação no meu peito desaparecem, e o reboque chega.

Quando paramos na minha porta ele diz:

- Você quer que eu vá com você quando for contar para seu pai? 

Eu me animo, mas lembro que Joalin disse que estou no comando agora. Tenho quase certeza de que assumir a responsabilidade pelos próprios erros faz parte de estar no comando. Então fui sozinha falar com o papai.

 


Notas Finais


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