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História Para todos os garotos que já amei - Noart (concluída) - Twelve


Escrita por: urreaxnert

Capítulo 12 - Twelve



Joalin diz que o segundo ano é o mais importante, o mais trabalhoso, um ano tão crucial que tudo na vida depende dele. Portanto, concluo que é melhor eu aproveitar ao máximo o prazer da leitura antes do início das aulas, na semana que vem o segundo ano começa oficialmente. Estou sentada nos degraus da frente, lendo um romance de espionagem britânico dos anos 1980 que comprei por 15 dólares na liquidação do sebo.

Estou chegando na parte boa do livro, quando Bailey sai de casa para pegar a correspondência. Ele também me vê, levanta a mão como se fosse só acenar, mas acaba decidindo vir falar comigo.

- Ei, macacão legal! -diz ele, ao se aproximar pela entrada da garagem-

É azul-claro desbotado, com girassóis e de amarrar no pescoço. Comprei em uma lojinha com quarenta e cinco por cento de desconto. E não é um macacão.

- Isso é um macaquinho -corrigi Bailey, voltando a ler-

Tento esconder a capa com a mão de forma discreta. A última coisa que eu preciso é do Bailey pegando no meu pé por ler um livro ruim quando estou apenas tentando aproveitar uma tarde relaxante. 

Posso senti-lo me observando, de braços cruzados, esperando alguma coisa. Eu levanto o rosto. 

- O que foi? 

- Quer ir no cinema hoje? Tem um filme da Pixar passando, podemos levar a Sofya.

- Tudo bem, me manda uma mensagem de texto quando for passar aqui -respondo, virando a página do livro-

“Nigel está desabotoando a blusa de Elena, que se pergunta quando o sonífero que ela colocou no vinho dele vai fazer efeito, mas ao mesmo tempo deseja que não seja rápido demais, porque Nigel beija muito bem.”

Bailey estica a mão e tenta ver o que estou lendo, dou um tapa na mão dele, mas é tarde de mais.

- “O coração de Elena disparou quando Nigel passou a mão em sua coxa coberta pela meia-calça.” -Bailey dá uma gargalhada- Que diabos você está lendo?

Minhas bochechas ardem.

- Ah, não enche.

Rindo, Bailey se afasta.

- Vou deixar você com Elena e Noel então.

Ele já virou de costas quando eu grito:

- Ei! O nome dele É Nigel!

Bailey ri e continua andando.

...

Sofya fica feliz da vida ao sair com Bailey. Enquanto ele pede a atendente da bombonière para colocar a manteiga  na pipoca em camadas (embaixo, no meio e no topo), nós duas assentimos em aprovação. Sofya se senta entre nós, e ri tanto nas partes engraçadas que balança as pernas. Ela é tão leve que o assento fica fechando. Bailey e eu trocamos sorrisos por cima da cabeça dela.

Sempre que Bailey, Joalin e eu íamos no cinema, Joalin também se sentava no meio. Assim podia cochichar com nos dois. Ela não queria que eu me sentisse excluída porque tinha namorado, e eu não. Minha irmã se preocupava tanto com isso que no começo eu ficava com medo de ela ter percebido alguma coisa. Mas ela não é de guardar nada nem enfeitar a verdade, só é uma irmã mais velha muito boa. A melhor.

Houve ocasiões em que me senti de fora, de qualquer jeito. Não de uma forma romântica, mas como amiga. Bailey e eu sempre fomos amigos. Mas, quando ele abraçava Joalin pela cintura na fila da pipoca, ou quando conversavam baixinho no carro, eu me sentia como a criança no banco de trás que não consegue ouvir o que os adultos estão dizendo, como se eu fosse invisível. Eles me faziam desejar ter alguém com quem sussurrar no banco de trás.

É estranho estar no banco da frente, a vista não é tão diferente do banco de trás. Na verdade, tudo parece bom, normal é igual, o que é um consolo.

...

Sabina me liga mais tarde, quando estou pintando as unhas do pé de tons diferentes de rosa. O som ao fundo está tão alto que ela precisa gritar.

- Adivinha! -fala ela- 

- O quê? Não consigo ouvir!

Estou pintando o dedinho de um tom pêssego chamado “Puro poema”.

- Espera -posso ouvir Sabina indo para outro lugar, porque tudo fica mais tranquilo- Consegue me ouvir agora?

- Consigo, bem melhor.

- Adivinha quem terminou com quem!

Passei um tom meio rosado da moda, que parece corretor branco com uma gota de vermelho misturada.

- Quem? 

- Any e Urrea! Ela deu um pé na bunda dele! 

Arregalo os olhos.

- Nossa! Por quê?

- Parece que ela conheceu um universitário naquele emprego de recepcionista que ela arrumou. Aposto que  estava traindo o Urrea o verão todo. -um garoto chama o nome de Sabina- Tenho que ir, é a minha vez no jogo.

Sabina desliga sem dizer tchau, o que é bem a cara dela.

Conheci Sabina por meio de Any, elas são primas por parte de mãe.  Sabina costumava ir para a casa dela quando éramos pequenas, mas ela e Any já não se davam bem desde aquela época. Brigavam por causa de qual Barbie tinha direito a ficar com o Ken, embora ele, tecnicamente, fosse meu. Bem, de Joalin. Na escola algumas pessoas não sabem que Any e Sabina são primas. Elas não se parecem, nem um pouco. Any é baixa e tem pernas torneadas, cabelo escuro e bem cacheado. Sabina também tem cabelo escuro, mas é liso e bem maior do que o de Any, é mais alta e tem ombros um pouco largos tipo de nadadora. Mesmo assim, há uma similaridade entre elas.

Sabina ficou bem louca durante o primeiro ano do ensino médio. Ia a todas as festas, se embebedava, ficava com garotos mais velhos. Naquele ano, um garoto do segundo ano do time de lacrosse contou para todo mundo que fez sexo com Sabina no vestiário masculino, e nem era verdade. Any obrigou Noah a ameaçar dar uma surra no menino se ela não contasse a verdade para todo mundo. Eu achei uma atitude bem legal da Any, mas Sabina insistiu em dizer que Any só fez isso para as pessoas não acharem que ela era parente de uma vagabunda. Depois desse dia, Sabina parou de andar com a gente e começou a sair com um pessoal de outra escola.

Ela ainda tem aquela reputação do primeiro ano. Ela age como se não se importasse, mas sei que se importa, pelo menos um pouco.



Notas Finais


Como prometido, sobrou um tempinho e postei. 😘


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