No domingo, papai prepara Lasanha. Ele faz aquele negócio de colocar molho de feijão preto para incrementar, e sei que parece nojento, mas na verdade fica tão gostoso que nem dá para reparar no feijão. Bailey aparece lá em casa e repete duas vezes, o que papai adora. Quando o nome Joalin é mencionado no jantar, olho para o Bailey, reparando como ele fica tenso, e sinto pena dele. Sofya também parece reparar, porque muda o assunto para a sobremesa, que é uma travessa de brownies de chocolate que eu fiz à tarde.
Como foi o papai que cozinhou, nós temos que lavar a louça e limpar a cozinha. Ele usa todas as panelas quando faz lasanha, é horrível de limpar, mas vale a pena.
Depois, nós três fomos relaxar na sala. É domingo à noite, mas não há aquela sensação de domingo à noite no ar, porque amanhã é o dia do trabalho e temos pelo menos mais um dia antes do começo das aulas. Sofya está trabalhando naquela colagem de cachorros, quelle surprise.
- Qual raça você quer mais do que todas as outras ? -pergunta Bailey para ela-
Sofya responde na velocidade de um relâmpago.
- Um akita.
- Macho ou fêmea ?
Mais uma vez, a resposta é imediata.
- Macho.
- E qual vai ser o nome dele?
Sofya hesita, e eu sei por quê. Rolo para o lado e faço cócegas no pé descalço dela.
- Eu sei qual vai ser o nome dele. -digo, cantarolando-
- Fica quieta Sina! -grita ela-
- Conta para mim -implora Bailey-
Eu olho para Sofya, e ela está com uma expressão cruel, os olhos vermelhos e brilhantes.
- Deixa para lá -digo, de repente nervosa-
Sofya pode serão bebê da família, mas não é alguém com quem a gente deva se meter.
Bailey puxa meu rabo de cavalo e diz:
-Ah, qual é Sina! Para que todo esse suspense?
Eu me apoio nos cotovelos, e Sofya tenta tapar minha boca.
- É em homenagem ao garotos quem ela gosta -digo, dando risadinhas-
- Cala a boca Sina, cala a boca!
Sofya me chuta e ao fazer isso, rasga uma de suas figurinhas de cachorro. Ela solta um grito e se joga no chão para examiná-la. Seu rosto está vermelho por tentar segurar o choro, eu me sinto tão babaca. Levanto e tento dar um abraço nela para me desculpar, mas Sofya foge e chuta minha perna com tanta força que eu dou um grito. Pego a figura e tento consertar, mas, antes que eu possa fazer qualquer coisa, Sofya a arranca das minhas mãos e entrega para o Bailey.
- Bailey, você concerta -diz ela- A Sina estragou.
- Sofya, eu só estava brincando -comento, sem jeito-
Eu não ia dizer o nome do garoto, nunca diria.
Ela me ignora, e Bailey estica o papel com um porta-copos e, com a concentração de um cirurgião, gruda as duas partes uma na outra. Ele seca e testa.
- Ufa, acho que vai sobreviver -fala ele-
Eu bato palmas para chamar a atenção de Sofya, mas ela não olha para mim. Sei que mereço gelo, o garoto que a Sofya gosta é o Bailey.
Sofya pega a colagem da mão do Bailey.
- Vou para o meu quarto trabalhar nisso. Boa noite, Bailey.
- Boa noite Sofya -responde ele-
- Boa noite Sofya -digo baixinho-
Mas ela já está subindo as escadas e não responde. Quando ouvimos o som da porta do quarto dela fechando, Bailey se vira para mim.
- Você está ferrada.
- Eu sei.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.