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História Para Você (Osasuna) - Posso querer te conhecer melhor?


Escrita por: Toastie-San

Notas do Autor


Não sei de onde veio inspiração pra esse título, mas cavalo dado não se olha os dentes né
Tomem mais um capítulo hehe
Uma pequena explicação sobre a formatação que eu julguei necessária:
''Entre aspas'' = libras
''entre aspas e em itálico'' = pensamento
apenas itálico = escrito no caderno

Capítulo 2 - Posso querer te conhecer melhor?


Um pequeno adiantamento na história: a data é março de 2011. Suna havia conseguido se entrosar bem nas dinâmicas do time, e tirava notas boas na maioria das matérias, especialmente em literatura. Em maio viriam as intercolegiais de primavera, e todos se esforçavam com antecedência. Osamu não tivera a chance de ouvir a voz de Suna de novo.

Mas, às vezes, quando ele estava prestes a dormir, ele ouvia o singelo ‘’obrigado’’ do moreno ecoando de novo e de novo em sua cabeça.

Atsumu, sendo o ‘bom amigo’ (suas palavras, não as de Suna) que era, estava tentando se focar no seu curso digital de libras. Osamu pegava suas anotações de vez em quando para olhar, apenas olhar, e pela organização das notas e desenhos dos gestos, qualquer um perceberia o quanto ele estava se esforçando.

As datas das provas bimestrais foram anunciadas pouco antes da rodada seguinte, em março, e os professores esperavam os eventos dos clubes acabarem para ferrá-los com mais uma semana de provas no fim de maio. Que maravilha.

Suna não tinha tanto tempo para se focar no seu caderno agora, então dependia das madrugadas em casa (isso quando sua mãe não chamava suas amigas para beberem e fofocarem até de manhã) e o horário do almoço, com o suave som das cerejeiras se recuperando da temporada fria perto da janela da sala.

‘’É perfeito’’, ele pensou, ‘’e ninguém vai sequer sonhar de vir me incomodar aqui.’’

Ele estava errado. Esse ‘ninguém’ veio a se revelar como Miya Atsumu.

- Sunarin! – Ele chamou. Suna nunca conseguiria entender de onde exatamente ele havia tirado tal apelido, mas era melhor do que ‘mudinho’. – Hoje você almoça com a gente! E não, não é um pedido!

Se fosse qualquer outra pessoa, provavelmente já teria mandado Atsumu ir se foder ou pior. Mas Suna, sendo a pessoa paciente que era, suspirou, guardou o caderno pautado na mochila e se levantou, indo atrás de Atsumu enquanto ele tagarelava sobre qualquer coisa.

Suna nem sabia que havia um refeitório e que os calouros tinham acesso a ele; dúzias de mesas redondas estavam espalhadas pelo cômodo fechado, uma mesa cheia de aperitivos no canto. Suna reconheceu Osamu sentado sozinho em uma das mesas, mastigando um hamburguer suculento.

- Seu almoço? – Atsumu perguntou, e Suna mostrou o pacote em suas mãos. – Ótimo! ‘Samu, abre espaço aí, besta...

- Ei! – Osamu grunhiu ao ser empurrado pelo irmão, puxando uma cadeira para si e uma para Suna, que timidamente tomou-a. Era um espaço estranhamente conveniente para os três. – Cadê o Aran?

- Com aquele namorado dele – ‘’Namorado?’’, Suna se perguntou, as orelhas se antenando à conversa. – O Kita, aquele carinha de cabelo branco do clube.

- Ah, então é ele...

Suna chamou a atenção deles, fez o sinal do E, e sacudiu.

‘’Ele é gay?’’

Atsumu, porém, foi mais direto:

- Se você quer perguntar se alguém é gay com um gesto, faz assim, olha – Ele estendeu a mão e abaixou-a com um gesto dramático, como se estivesse mostrando suas unhas. – É mais fácil de entender.

Suna repetiu o gesto, rindo um pouquinho com o quão exagerado parecia. Atsumu, então, respondeu.

- É, ele é gay.

Suna estendeu a mão e estendeu para a frente, diagonalmente.

‘’E vocês apoiam?’’

- Uhh... Você ‘tá perguntando se a gente apoia? – Osamu questionou, limpando o canto da boca, e Suna confirmou. – Porque a gente não apoiaria? Tipo, é amor de todo jeito, não é? E o Aran só soube falar dele ano passado. Shinsuke isso, Shinsuke aquilo...

- ‘Tá com ciúme, ‘Samu? – Atsumu provocou, e seu irmão o deu um soquinho amigável.

- Eu não. Você quem ‘tá – Ele respondeu, e os dois entraram nessa pequena discussão. Suna só conseguia suspirar de alívio; era um problema a menos para lidar...

 

___

 

Tendo em mente o pensamento que Aran e Kita estavam realmente namorando despertou uma certa curiosidade em Suna. Como todos reagiam? Os mais velhos já deveriam saber, e os gêmeos conheciam Aran desde o fundamental, mas como os outros calouros reagiriam? Ginjima Hitoshi e Kosaku Yuto, eram esses seus nomes, se Suna se lembrava bem...

O central acabou por observar os dois por um tempinho durante os treinos, e em raros momentos, eles realmente agiam como um casal meloso, aquele tipo de casal que te deixa triste por estar solteiro. E ele não viu reação nenhuma. Estavam todos... Acostumados. Ou imperturbados.

‘’Tudo bem, Rintaro. Viu? Eles não se importam. ‘Tá tudo bem.’’

Respirando fundo, ele voltou ao treino costumeiro. Osamu ainda tinha seus olhos nele.

 

___

 

Enquanto saía da escola ao fim do dia, antes mesmo de ter alcançado os portões, Suna foi forçado a parar por uma sensação esquisitíssima de que estava sendo observado (ou pior, seguido). Olhou por cima do ombro e não viu nada além de um vulto indo para trás das árvores. Se aproximou devagarinho e, no último segundo, conseguiu impedir o perseguidor de fugir.

‘’Osamu?’’

- Oi, Suna – Ele cumprimentou, claramente envergonhado. – Desculpa te seguir...

Suna soltou seu pulso, por onde tinha o segurado para impedi-lo de fugir, e coçando a nuca, sinalizou que estava tudo bem. Os dois ficaram naquele silêncio ligeiramente esquisito por um tempo.

- Eu... – Osamu quebrou o silêncio, e Suna direcionou sua atenção a ele. – Queria perguntar se eu poderia... Te acompanhar até em casa. É perigoso sair sozinho, sabe...

‘’Eu adoraria.’’

- Posso tomar isso como um sim? – Osamu perguntou, não reconhecendo as libras de Suna. Ele, então, acenou com a cabeça positivamente. – Ótimo! O ‘Tsumu vai com o Aran e o Kita-san, antes que você pergunte...

‘’Eu não ia perguntar.’’

- Não? Ah... Normalmente perguntam. – Suna apenas deu de ombros, como a mostrar que realmente não se importava, e os dois começaram a andar. – Você é interessante, Suna.

‘’Só porque eu sou mudo?’’

- Eu aposto que você falou algo muitíssimo interessante agora e eu ainda não entendi nada – Osamu brincou, e Suna revirou os olhos. – Mas sério... Pergunte ao ‘Tsumu, eu nunca fui alguém de muitos amigos, mas você parece me entender.

Suna o observou cautelosamente, Osamu apenas então virando o rosto para ele.

‘’Como eu poderia entendê-lo como ele diz? Eu mal o conheço. E ele mal me conhece, também. Estranho...’’

‘’Você é estranho.’’

- Eu ainda não entendo nada do que você quer dizer. Mas o ‘Tsumu tem feito algumas aulas – Osamu falou, olhando para cima, para nada em específico. – Uns cursinhos on-line aqui e ali. Ele tem um caderno separado só pra isso.

‘’Sério?’’

- Ah... Sim... Isso deve ser muito inconveniente pra você, desculpa. Talvez eu precise de algumas aulas de libras também.

Suna ficou quieto por um momento, analisando a figura de Osamu e fixando a imagem em sua mente, antes de olhar para a rua à frente e reconhecer sua casa. Puxou a manga de Osamu e apontou para lá.

- É aqui? – Suna acenou em positivo. – Eu consigo achar o meu caminho de volta. Quer que eu te traga amanhã também?

‘’Eu adoraria.’’

- Eu preciso lembrar que esse sinal é um sim, okay... Ah! Mais uma coisa...

Osamu deu uma pequena corridinha até o portão da cerca que Suna havia acabado de fechar. Estendeu seu celular a ele, aberto na aba de ‘’novo contato’’.

- O seu número. Uhm... Pra gente poder conversar.

Suna tomou o celular e rapidamente adicionou seu número. Deixou que Osamu escolhesse o nome do contato, como deveria. O Miya pareceu encarar a tela por um momento, processando sua realização, antes de agradecer Suna e se afastar do portão.

- Te vejo amanhã!

- ... – Seria ousado demais usar a voz agora, no meio da rua?

‘’Te vejo amanhã.’’

Osamu, então, sumiu no horizonte e Suna entrou em casa, tirando seu blazer escolar. Subiu as escadas, cumprimentando sua mãe no caminho, tomou um banho quente e, antes do jantar, tirou seu caderno pautado, a caderna nanquim, e abriu uma nova página. Um novo título.

‘Uma Concha’

Um par de pérolas que me encara, sem uma palavra.

Eu não sei como entendo – ou quando comecei a entender.

E eu sinto, lá no fundo, um nome que se reverbera pelo meu peito,

Um repentino dono.

Miya Osamu.

Ele, o primeiro a querer me conhecer por quem sou...


Notas Finais


BUM suna escreve poemas, finalmente veio a semelhança com a lara jean
eles são tão boiolas-- vo pular tchau
Se cuidem, tio Luka ama oceis <3


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