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História Paradise - Capítulo 5


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que favoritam e comentam!!! (づ ̄ 3 ̄)づヾ(^▽^*)))
Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
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Capítulo 5 - Capítulo 5


As sereias voltaram a gruta horas depois. Dessa vez, eles não resistiram, estavam fracos demais para qualquer coisa e o máximo que Yoongi conseguira era passar água nos ferimentos, mas não resolveu de nada naquela situação. Assim, quando as sereias, que mais pareciam soldados, apareceram, os três esperaram o pior.

Mas, em seguida, o homem de escamas arroxeadas surgiu a água, tomando a frente dos outros três que já estavam por ali.

— Nós vamos levar vocês para a presença do Tritão, o nosso rei — esclareceu e Namjoon notou que o ser estava fazendo um esforço para ser didático naquele momento. — Os guardas irão acompanhar um por vez e eu irei supervisionar, não se preocupem com oxigênio. Se vocês fizerem qualquer coisa ou tentarem fugir, não haverá clemência, serão mortos de uma vez.

Namjoon quis perguntar o que significava que eles não precisavam se preocupar com oxigênio. Era a primeira coisa que via a mente de Kim, sabendo que não era um bom nadador e não aguentava muito tempo debaixo da água. Porém, sentia que não estava no lugar para questionar as coisas, então somente concordou de uma vez.

— Você primeiro — a sereia de escamas roxas disse, apontando para Jungkook. — Depois o baixinho e por último o alto. Lembrem-se: sem gracinhas.

Kim quis abraçar Jungkook e dizer que estava tudo bem, mas não pode fazer tal coisa, então somente o olhou tentando lhe transmitir o que sentia. O rapaz estava assustado e isso partia o coração do biólogo.

— Jungkook, rápido — a sereia proferiu e o mais novo ainda não entendia como todos eles pareciam conhecer seu nome quando nada se recordava.

— Nós estaremos logo atrás de você, garoto — Yoongi proferiu, tentando transmitir confiança ao outro e aquilo pareceu ser o suficiente para que Jeon finalmente se movesse. — Seja corajoso.

Jungkook concordou e então chegou na borda como a sereia o indicava, mas ficou sem saber o que deveria fazer em seguida, até ter ser corpo empurrado por alguém atrás dele. Ele segurou um grito, sem saber que Namjoon deu passos à frente, preocupado com a brutalidade, porém sendo parado pela sereia no comando, que somente colocou a mão no peitoral do biólogo o empurrando para trás.

— Você não escutou o que eu disse? Sem gracinhas.

— Você o empurrou, ele poderia ter se machucado!

— Sereia não se machuca na água, humano idiota.

Namjoon fitou o outro, sacudindo com a cabeça.

— Ele é humano!

Mas, a sereia não pareceu se importar com o seu desespero e somente o empurrou de volta para o lugar. Seu coração doído por pensar que Jungkook poderia ter se machucado em alguma rocha.

— Chegaram no outro lado — uma das sereias que na visão de Namjoon parecia estar em um nível de comando mais baixo.

— Você aí… é o próximo.

Yoongi novamente tentou exibir confiança, mas Namjoon pode ver um leve tremor nele.

— Não o empurre — pediu Namjoon, em tom baixo. — Por… favor.

Ninguém virou na direção do mais alto e ele temeu pelo barqueiro, mas antes que o empurrassem, Yoongi mergulhou na água e Kim se acalmou um pouco.

Namjoon sabia que era o próximo e tentou focar no fato de que veria Jungkook para não ficar com medo. Não era bom nadador, então não sabia se chegaria do outro lado vivo, dependendo da profundidade e da distância, não.

— Você.

Kim fitou a sereia que parecia no comando e concordou, dando uns passos para frente e morrendo de medo do que poderia acontecer, mas antes de ser empurrado, fez igual a Yoongi e mergulhou. O choque da água gelada o fez travar no lugar e ele acabou ficando com medo, seu cérebro lhe dizendo para sair o mais rápido possível dali. Contudo algo ainda mais gelado segurou o seu braço e quando percebeu, estava sendo levado pela sereia de escamas roxas. Namjoon tentou segurar o ar no seu corpo para então perceber que estava respirando normalmente, com um pouco de esforço, como se estivesse correndo na rua, mas estava respirando.

— Estou… respirando.

Não houve resposta.

— Divindade, eu estou falando!

— Cala a boca, idiota.

E Namjoon se calou, mas porque estava encantado com as sereias a sua volta. Todas eram lindas na terra, óbvio, mas na água elas se tornavam esplendorosas. As escamas das caudas pareciam brilhar como joias preciosas na água e todas se moviam com graça e leveza.

O chefe parecia acompanhá-lo e Kim não conseguia se mover, pois estava com dificuldade em assimilar a beleza a sua frente. Todas as lendas descrevendo a beleza daqueles seres não pareciam se comparar ao que ele via.

O ser de cabelos lilases nadava a sua volta e Namjoon observava a pele clara se mesclar as escamas violetas da cauda antes de retornar o rosto que era tão belo quanto uma escultura grega, com olhos analíticos que o fitavam como se tentasse decifrar toda a sua alma.

— Se mova!

Namjoon percebeu que tinha parado no lugar, encantado demais para se mover. Ele então tentou voltar ao ritmo, mas estava cansado agora. A sereia, já irritada, somente o puxou com força e nadou com rapidez, não deixando Kim ver mais nada. Era como se estivesse em um carro em velocidade tão alta que nada se via pela janela.

E então, tudo acabou. Ele chegou na superfície puxando o ar, mas por algum motivo, sentiu falta da água, queria voltar lá e assistir aquele show de luzes e beleza.

— Hyung!

A voz de Jungkook fez Namjoon voltar a realidade. Ele não estava a passeio naquele lugar, era prisioneiro e os próximos minutos poderiam ditar o rumo da sua vida. Ainda não entendia como, mas aqueles seres diziam que Jeon era um deles, mas que ao mesmo tempo não deveria estar naquele local. Temia pela segurança do caçula, mais do que temia pela sua própria e a de Yoongi, pois de alguma maneira a presença do mais novo ali era um crime.

Antes de conseguir realmente sair da água, a sereia que o acompanhou, o puxou com força para fora e Namjoon sentiu seus joelhos ralarem no chão. Estava de calça, mas não pareceu muito eficaz naquele momento. Contudo a dor passou assim que Jungkook o abraçou com força, murmurando que estava feliz por ele estar bem. Kim o abraçou com força de volta, ainda com medo do que poderia acontecer com o seu amigo.

— Aguardem aqui — a sereia no comando disse, virando para uma outra que Namjoon nem percebeu a cor das escamas até aquele momento: eram marrons. — Tome conta deles e pode deixá-los beberem água. Só isso.

Depois da ordem, a sereia nem olhou para trás, somente seguindo para algum lugar com o seu andar majestoso, que assustava Namjoon de alguma maneira. Yoongi tinha razão no final das costas: elas eram lindas para caralho.

— Eu quero água — Yoongi falou.

A sereia de escamas marrons o fitou com ódio no olhar e indicou a água onde tinham acabado de sair. Min concordou com a cabeça e se ajoelhou, bebendo na melhor maneira que pode.

— Também podemos? — Namjoon perguntou.

Novamente, somente a indicação com a cabeça.

Namjoon e Jungkook também fizeram o mesmo que o mais velho. Não falaram nada um com o outro, poderia ser perigoso de alguma maneira.

Depois disso, somente ficaram esperando novas ordens, Jungkook apertando a mão de Namjoon na sua, tentando ser forte naquele momento apavorante.

— Ei… seu rosto… — Yoongi falou baixo, chamando atenção de Namjoon. — Acho… que está cicatrizando?

Kim levou a mão no rosto, mas não tinha como saber com certeza. Ele tentou abrir o olho que antes não conseguia e percebeu que já estava com ele aberto há um tempo.

— É a água.

A voz já conhecida por eles naquele tempo não assustou Namjoon dessa vez. Estavam em uma situação horrível, mas aquela sereia de escamas roxas parecia ter moral ou o mais perto daquilo, então tinha respeito por ele e esperava que não estivesse enganado no final das contas.

— O que t-tem a água? — Jungkook questionou.

Mas, a sereia somente o olhou e desviou o olhar. Namjoon percebeu que não tinha ódio no gesto, diferente das outras tantas que os olharam naqueles poucos minutos.

— Ela é repleta de Centelha Asiática. — disse a sereia.

Cicatrizante natural de feridas, pensou Namjoon.

— O Tritão está pronto para recebê-los. — A sereia os encarou seriamente. — Novamente, qualquer gracinha, vocês morrem.

Jungkook seguiu atrás de Namjoon, sentindo suas mãos seguras nas de Namjoon e Yoongi. Ele estava tão confuso, pois não entendia o que estava acontecendo, nem por que todos eram tão mais hostis com ele do que os outros. Não era uma sereia e mesmo que fosse, não seria capaz de se recordar.

A sala do trono era majestosa, para se dizer o mínimo. Tudo parecia ser feito de ouro e pérolas que brilhavam com os raios do sol. Um grande tapete de conchas ligava ao caminho até o trono que parecia imensa concha como na Vênus de Milo e dentro dela o Tritão se sentava majestoso com seu tridente. A arma deveria medir mais de dois metros e era dourada por completo e brilhava como se emitisse luz própria.

O Tritão era tão chamativo quanto o restante do ambiente. O homem tinha o tronco musculoso, adornado com algumas escamas avermelhadas e alaranjadas e pareciam brilhar como labaredas que desciam pela lateral do tórax. O rosto sério bem marcado no maxilar, o nariz afilado e os lábios finos em conjunto com um par de olhos severos eram assustadores na mesma medida que tão belo.

— Tritão. São estes os invasores — a sereia de escamas lilases proferiu, fazendo uma reverência.

— Eles estão machucados.

A voz do Tritão parecia reverberar por todo o ambiente e Jungkook se encolheu, sentindo um medo que não sabia explicar. Algo na sua mente parecia lhe falar que não era a primeira vez que escutava aquele som, contudo não se recordava de nada.

— O soldado Changkyun foi sem o meu comando a prisão e os feriu. Ele será devidamente punido, senhor.

Pelo menos existe justiça por aqui, Namjoon não pode deixar de pensar.

— Obrigado pela explicação, comandante Seokjin — disse o Tritão, voltando a encarar os prisioneiros, especificamente o mais novo. — Jungkook, quais eram as suas intenções ao trazer humanos no nosso reino?

— E-E… Eu — Jungkook não sabia o que dizer, ele não havia levado ninguém lá de propósito!

— Nós não viemos com intenção de invadir. Uma tempestade pegou o meu barco e nós viemos parar aqui — Yoongi explicou. Aquele lá poderia ser rei do que fosse, mas não iria tratar Jungkook daquela forma grosseira atoa. — Nós nem fazíamos ideia de tinha uma ilha aqui ou que ela era habitada.

Era quase uma mentira, mas Yoongi não se importava. Queria somente sair daquele local infernal, provavelmente daquele país se suas finanças dessem.

— Fale com respeito com o Tritão! — a sereia com escama lilás disparou.

— Eu não vou falar com respeito coisa alguma! Fomos torturados e provavelmente não importa o que vamos falar, seremos mortos de qualquer maneira. Eu estou cansado e quero que todos vocês se explodam!

— Yoongi! — Namjoon falou, em desespero. — De verdade! Nós só queremos ir embora. Nossa vinda aqui foi um puro acidente, nunca imaginamos que iríamos encontrar alguma coisa! Por favor, nos deixe ir!

— Jungkook — O Tritão proferiu outra vez ignorando por completo os outros dois. Sua fala havia sido direcionada ao jovem e ao jovem somente.

— E-eu não sei do que vocês estão falando! Eu não os conheço! Não sou um de vocês, muito menos trouxe alguém aqui de propósito. Eu não sei de nada! — Jeon gritou em desespero. Eles precisavam acreditar.

— Ele realmente não se lembra. — Uma nova voz chamou atenção parado no fim do corredor estava a sereia de cabelos rosados que Jungkook vira antes. — A magia retirou as memórias dele com o exílio para que Jungkook não fosse capaz de retornar.

Jungkook fitou aquela maestria de rosa que assim que se aproximou do trono, fez uma reverência rápida ao Tritão.

— E suas lágrimas são água salgada.

A sereia de cabelo pink olhou para trás surpreso e não pareceu gostar da presença de uma nova sereia, esse de cabelo azul topázio que ia até a altura dos ombros, pelo menos foi isso o que Namjoon percebeu. Outra vez, o processo de reverência foi feito e as duas sereias ficaram uma do lado da outra na frente da autoridade máxima do reino.

— Ele é humano — concluiu o de cabelo azul, que Jungkook vagamente lembrava se chamar Taehyung. — Ele não sabe de nada.

O Tritão voltou a fitar os humanos e pareceu pensar por um momento. Namjoon rezou baixo para que pudessem sair dali, que por algum milagre aquele povo os liberassem.

— Tudo bem. Os humanos podem ir — o Tritão disse e Kim sentiu o coração cheio de alívio. — Mas Jungkook ficará preso.

A mente do biólogo ficou branca e ele nem pensou e nada, somente gritou.

— NÃO! VOCÊS NÃO ENCOSTAM NELE!

Antes que Namjoon pudessem pensar em outra coisa, um pé atingiu a parte de trás de seu joelho e ele foi ao chão com um baque, com a visão periférica notou o mesmo acontecer com Yoongi e então um grito de Jungkook.

O moreno tentou se desvencilhar, mas uma mão segurava com firmeza seu cabelo, o forçando até ele se ajoelhar no chão.

— Por favor, não os machuque, por favor! E-eu fico! S-Só não os machuque! — Algo era sua culpa, Jungkook entendera até ali e mesmo que não soubesse o que era não era justo Namjoon e Yoongi pagarem por seus pecados. — E-eles não são c-culpados, p-por favor…

Os olhos de Jungkook se encheram de lágrimas e o rapaz fitou o Tritão.

— Por favor, e-eles são meus amigos e s-só querem me defender. M-mas eles não sabem de nada…

O Tritão o fitou e Jungkook não viu muita paciência nos olhos dele. O homem não parecia satisfeito com nada daquilo, na verdade, parecia pronto para rever a decisão e manter todos ali.

— Hyunwoo.

A nova voz se fez presente no recinto, mas os prisioneiros não se moveram dessa vez, ainda ajoelhados no chão, tentando parecerem tão inofensivos quanto eram. Mas, os três puderam perceber o Tritão se levantar do trono, caminhando até a pessoa que havia chegado. Houve alguns segundos de silêncio e pelo canto dos olhos, Namjoon pode ver o rei caminhando de braços dados com uma senhora bastante idosa. Eles pararam quando ela estava de frente para o trono, mas o Tritão não voltou para o lugar de antes, somente segurou na mão da mais velha.

— Senhora Haneul, a que devo a honra da presença?

— Minha visão se concretizou, jovem Tritão. Um peixe volta ao cardume com dois forasteiros. — A senhora fitou cada um dos prisioneiros, sorrindo triste ao notar Jungkook. — É bom vê-lo outra vez, peixinho. Uma pena que em terríveis circunstâncias.

Jungkook quis olhar para a senhora, mas não foi capaz. Seus olhos ardiam em lágrimas e a única coisa que queria era que seus hyungs saíssem bem dali, não importava realmente como fosse ficar.

— Senhora Haneul, o que isso significa? — o tritão questionou.

— Meu jovem… Tempos de guerra estão para chegar, tanto os nossos quanto dos inimigos maiores, mas se mantermos os aliados, eles serão a chave para a vitória. — Ela deu um sorriso fraco. — Eles devem ficar e serem tratados bem, jovem Tritão. Suas feridas curadas, comida e uma cama para se deitarem. Quando o barco deles estiver inteiro outra vez, poderão decidir se partem ou não. O destino está na frente desses três, mas não podemos obrigá-los a nada.

— A senhora está dizendo que é para tratarmos como nossos? O povo nunca aceitará!

— Você é Tritão. Deveria saber como controlar o seu povo, meu jovem.

— Como controlarei meu povo se eu deixar alguém que atentou contra o meu trono ficar aqui?

— Mostre a eles clemência. Nosso povo precisa aprender que nem tudo se resolve com os punhos. Jungkook aprendeu esta lição da pior maneira.

O Tritão voltou a fitar os humanos e suspirou pesado, ainda segurando as mãos da senhora.

— Se eu for destronado, a culpa é da senhora, hein?!

O tom brincalhão foi tão chocante que Namjoon levou a cabeça. Era isso? O homem estava brincando quando eles estavam apavorados com seus futuros? Era injusto, céus!

— Nada é culpa minha, meu jovem. Eu somente sou a mensageira. Culpe o destino.

O Tritão deu outro suspiro alto e chamou a sereia de escamas lilás na sua direção. Sem demora, o comandante se aproximou.

— Leve os humanos para a terra. Coloque-os em algumas das construções e fique vigiando. Ainda tenho que pensar melhor em toda essa situação — disse o rei. — Seokjin, eu confio em você, por isso peço para você fazer esse papel, mesmo que seja abaixo do seu comando. Espero que entenda.

A sereia somente fez uma reverência.

— Eu entendo, senhor. É uma honra servi-lo.

E então, tudo ficou um pouco confuso para os três humanos. Eles foram colocados de pé e a sereia de escamas arroxeadas mandou eles seguirem em direção a porta. Jungkook ainda conseguiu olhar para a senhora que os salvou, que disse algo sobre eles serem parte do destino da ilha. Ela parecia bem, apesar de idosa e tinha as escamas pelo corpo amarelo pastel, eram muito bonitas aos olhos do mais novo.

Novamente, se viram do lado de fora e pela primeira vez Namjoon percebeu que aquela ilha não era a que tinham naufragado. Antes, pensara que era somente uma parte densa de floresta, mas então olhou para o céu e viu que ele não existia, que o azul que cobria suas cabeças era do mar. Ele arfou sem perceber, parando no lugar.

— Humano…

A voz de Seokjin — o biólogo guardara o nome após ouvi-lo pela segunda vez — não tinha mais tanta raiva, mas ainda parecia irritada. Ele fitou a sereia sem reação e então notou que teria que andar.

Dessa maneira, seguiram o caminho indicado, notando olhares nas suas direções e aos poucos Kim conseguia perceber que talvez aquele fosse o exército daquele povo e eles eram o inimigo na região. Em outro momento pensaria em como fazia sentido aquele ódio por humanos, mas agora somente queria se sentir seguro novamente, saber que não morreriam se fizesse uma curva diferente.

Quando pararam, estavam na frente de um lago e Namjoon logo percebeu que não era o mesmo, afinal esse não brilhava como o outro.

— É o mesmo esquema — Seokjin avisou, apontando para o lago. — Dessa vez, vocês não são mais prisioneiros, mas se tentarem qualquer gracinha para cima de mim, eu mato os três em um golpe só.

Sexy.

Namjoon quase sentiu o pescoço reclamar com a força que ele levantou o rosto na direção de Yoongi. Aquele homem era maluco!

— Cala a boca, idiota — Namjoon disparou, sem paciência, logo virando-se para o comandante do exército. — Nos perdoe, senhor Seokjin.

A sereia fitou Namjoon e levantou uma das sobrancelhas, mas por fim sacudiu os ombros e somente indicou outra vez o lago.

— Vamos logo com isso — Seokjin disse por fim.

Jungkook foi o primeiro a entrar na água, Yoongi foi em seguida e Namjoon ficou por último outra vez, um pouco receoso daquilo tudo.

— É para hoje, humano.

— Eu… não sei nadar muito bem. Vai ser longe?

A sereia ameaçou empurrar Namjoon e ele se assustou, dando um passo para trás e caindo na água de qualquer maneira. Kim conseguia respirar, era um alívio, mas ainda assim precisava nadar e o seu cérebro parecia não saber reconhecer o comando. Ele tentou e até viu Jungkook indo na sua direção, contudo antes do mais novo o alcançar, o biólogo sentiu a mão da sereia no seu braço, puxando-o em direção ao outro lado do lago.

Demorou um pouco na percepção de Namjoon. Dois a três minutos e ele agradeceu por poder respirar livremente, se não teria desmaiado naquela água, mas quando chegou na terra firme outra vez, estava exausto.

— Você… poderia...

Namjoon não precisou terminar de pedir ajuda, pois a sereia o pegou pela camisa e o colocou no chão sem dificuldade e Jungkook o ajudou a levantar, abraçando-o em seguida.

Hyung, você está bem?!

— Sim… Só… cansado… — Namjoon puxou o ar com força, deixando que o abraço do rapaz tornasse a sua força. — Eu… não sei… nadar muito… bem.

— Na próxima eu te seguro, okay? — Jungkook sorriu docemente. — Hyung, eu…

— Vocês, andem…

A voz da sereia acabou com a conversa e eles somente seguiram Seokjin, que andava com tanta pompa que se não soubesse, Namjoon desconfiaria que ele era o rei. A verdade é que tinha tanto para pensar e nem sabia ao certo o que fazer; estava vivendo as últimas horas no automático.

Quando pararam ao comando da sereia, Namjoon percebeu que o sol parecia nascer, o que significava que tinham passado praticamente um dia naquele local e pela conversa e ordens do Tritão, talvez ainda demorassem para saírem daquela ilha. Tinha tantas coisas que não entendia que sua cabeça parecia girar.

— Vocês vão dormir aqui — disse Seokjin, indicando uma construção que parecia feita de palha, porém muito bem construída. — É onde guardamos nosso trigo. Se acontecer algo com a nossa safra, haverão consequências.

Eles concordaram com a cabeça.

— Então, é isso… Podem entrar. Eu estarei aqui fora.

Namjoon mordeu o lábio inferior.

— Teria… algo para nos secarmos? E comermos? — perguntou o mais alto, tentando ser educado.

A sereia os fitou como se falassem outra língua e Namjoon percebeu que era melhor se manterem calados. Assim, somente entraram na construção e desistiram de pedir qualquer coisa.

O celeiro era simples, sem janelas e o trigo estava estocado no fundo. Eles não tinham muito espaço para dormir, teriam que ser perto da porta, contudo nenhum dos três reclamou.

— Vamos dormir — Yoongi disse, apontando para um dos cantos. — Vou ficar ali, podemos ficar juntos para nos aquecermos.

Realmente, não tinha muita coisa que poderiam fazer, então seguiram a ideia do barqueiro, que se deitou primeiro, percebendo Jungkook fazer o mesmo em seguida e depois, Namjoon. O rapaz ficou no meio e logo abraçou Kim.

— Posso abraçar vocês também? — Min perguntou, em um tom baixo.

Em outra situação, Namjoon não deixaria, mas estavam todos com frio por ali, então ele somente concordou e Jungkook fez o mesmo, assim os três se grudaram em um abraço.

O cansaço os venceu e minutos depois, estavam dormindo profundamente.

 

***

 

Horas depois, quando Namjoon acordou, havia uma espécie de grossa lona por cima dos corpos dos três e algumas frutas em cima de uma esteira de palha. Kim olhou para a porta e ainda conseguiu ver o corpo cheio de escamas roxas saindo do local.

Obrigado, Seokjin, pensou Namjoon, somente fechando os olhos outra vez, voltando a abraçar Jungkook.

 


Notas Finais


Hyunwoo, Shownu de Monsta X (mas aqui, ele é um cinquentão).

Ps.: Quem pegou a referência? ;)

Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!
E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


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