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História Paradise - Capítulo 62


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que favoritam e comentam!!! (*^-^*)ˋ( ° ▽、° )
Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Capítulo 62 - Capítulo 62


Jungkook correu da cafeteria com Jackson quando escutou um grito.

Eles estavam no hospital fazendo a segurança de Namjoon enquanto Seokjin tinha saído para buscar o remédio, mesmo que não tivesse muita certeza de como o comandante faria tal coisa. Porém, com Jinyoung afirmando que iria fazer alguns exames, tinham feito uma pausa para comer e conversar por uns minutos, enquanto Changkyun cuidaria da segurança do humano. Porém, enquanto tentavam voltar para proteger o biólogo, várias sereias corriam na direção oposta e ficou claro que tinha algo grave acontecendo naquele instante.

Quando viraram o corredor que dava para o quarto de Namjoon, viram Jinyoung parado na porta do local onde o humano se encontrava, contudo ele parecia tenso e olhava para algo dentro do quarto. Os dois se aproximaram e então entenderam em parte o que ocorria.

Changkyun estava próximo a uma sereia que tinha um punhal apontando para Namjoon — que desde que tinha sido drogado não acordara —, e o soldado parecia conversar com ele para evitar que a sereia machucasse o biólogo como tinha o machucado, afinal Changkyun estava com um profundo corte no braço, provavelmente de uma luta com a outra sereia.

— Eu vou o matar! Não se aproximem, eu não quero machucar nenhuma sereia!

Jungkook nem pensou em mais muita coisa e entrou com cuidado no quarto.

— Ei, eu sou Jungkook — anunciou a sereia, ganhando a atenção da outra, que parecia claramente perturbada com tudo. — Você não quer fazer isso.

— Quero sim! Não cheguem perto, eu vou o matar! É… é o melhor para o reino!

O soldado mais novo franziu a testa e se lembrou de algo que Seokjin o ensinara anos antes, quando ainda estava na dúvida se tornaria soldado ou não: “Quando um ser parece em desespero, é porque existe algo que a faça temer.”

— Matar o humano que nos salvou da fome não trará nada de bom para o reino.

Jungkook deu um passo para frente, mas o homem se assustou e colocou o punhal no pescoço de Namjoon.

— Não se aproxime, eu vou o matar! Eu vou!

— Você não quer o matar.

A sereia parecia na dúvida, seus olhos tão arregalados que Jungkook ficou com um pouco de pena, certamente aquele senhor não estava bem mentalmente naquele instante.

— E-eu tenho m-matá-lo!

E estava ali a brecha que Jungkook precisava.

— Quem ameaçou o senhor? — o soldado perguntou, com cuidado. — Foi isso, certo? Alguém mandou o senhor fazer isso… Quem foi?

O punhal que estava antes apontado para Namjoon passou a ser apontado para Jungkook, mas o soldado não recuou.

— Pode falar comigo… Eu posso ajudar a te proteger…

O senhor piscou nervoso e o punhal na sua mão pareceu prestes a cair no chão; ele tremia dos pés à cabeça.

— M-minha e-esposa… Ameaçaram m-matar minha e-esposa… E-era para e-eu matar o-os amantes d-do Tritão. E-eu só a-achei esse…

— Okay… — disse Jungkook, calmo. — Podemos te ajudar, mas só se você soltar esse punhal e sair de perto do humano…

Ele olhou para todos os pares de olhos e ainda trêmulos, virou o punhal ao contrário e o entregou para Jungkook, que rapidamente pegou a arma e a colocou em suas escamas.

Jackson que estava silencioso para não atrapalhar Jungkook, aproximou-se e segurou os braços da sereia para a tirar de perto de Namjoon.

— Vou levá-lo para delegacia.

— Pegue o testemunho dele e abra um processo de proteção a testemunha — Changkyun murmurou. — E informe ao Tritão o que aconteceu.

Jackson concordou com a cabeça.

— Jinyoung, cuide bem dos meus amigos — pediu Jackson, dando um sorriso para o médico e saindo em seguida.

O médico logo foi até Changkyun, que ficou surpreso com o toque, até se recordar que estava machucado, com o braço tendo um corte profundo.

— Preciso te levar para um outro quarto — afirmou o médico, olhando em seguida para Jungkook. — Você vai ficar bem aqui com ele?

Jungkook concordou com a cabeça.

— Pode deixar, eu vou proteger o hyung

O mais novo então viu os outros dois saindo do ambiente e então suspirou fundo, sentando-se ao lado de Namjoon em seguida e buscando a mão que não tinha soro na veia. Ele suspirou cansado e fez um afago na derme do amigo.

— Acorda logo, hyung… Estamos com saudades — disse o rapaz. — As coisas aqui estão cada vez piores, nós precisamos de você bem… — Jungkook estalou a língua, com um olhar triste. — Eu te amo, hyung. Espero que posso ver o seu sorriso outra vez.

Com aquelas palavras ditas, Jungkook apertou a mão do amigo com mais força e somente fitou a porta, ficando em alerta e pronto para defender o seu hyung de qualquer perigo que ele pudesse vir a sofrer. As coisas estavam tensas pelo reino e somente tinham um ao outro para confiar.

 

***

 

As horas pareceram intermináveis enquanto Seokjin esperava por Jaehwan. Ele já havia andado um pouco pela ilha, comido algumas frutas das árvores, até um coco tinha retirado do pé e se deliciado com sua água, porém agora estava quase anoitecendo e a sereia começou a pensar se talvez não estava sendo enganado pelo agora humano; se fosse esse o caso, não importava quanto tempo levasse, iria se vingar do outro.

— Senhor sereia, você por aqui?!

Seokjin piscou e ao olhar para a areia, viu Concha tentando subir na sua perna. Ele deu um sorriso e esticou a mão para o animal subir.

— É… estou esperando uma pessoa — respondeu Seokjin.

— Legal… — murmurou o caranguejo. — Onde está Namjoon? Eu estou o procurando tem um tempo. Estou com saudades…

— Eu também estou…  — Seokjin murmurou. —  Joon está ferido. E-eu estou aqui buscando o medicamento que o fará melhorar.

— Ferido?! Eu pensei que você fosse capaz de o proteger!

O comandante suspirou pesado. Ele sabia que o caranguejo não estava falando na maldade, mas era a verdade. Deveria ter o protegido melhor, Namjoon merecia mais do que estava dando a ele todo aquele tempo.

— Não fui um bom namorado… — murmurou a sereia. — M-mas se o remédio resolver, ele não vai mais precisar passar por isso…

— Como assim?

— Hoseok e eu conversarmos e n-

— Seokjin!

A terceira voz fez a sereia levantar em um pulo. Ele então percebeu que Jaehwan tinha chegado e estava atracando o barco; conversar com Concha tinha lhe tirado a concentração.

— Quem é o humano bonito?

— Meu ex — sussurrou.

— Você gosta de humano, hein?

— Ele não era um humano antes! — Seokjin se defendeu, estalando a língua no céu da boca em seguida. Sem demora, a sereia foi rapidamente até o outro, com Concha no seu ombro; após tanto tempo, o animal tinha aprendido a ficar em vários locais sem cair. — Conseguiu?! Jaehwan você conseguiu, não foi!?

O humano estava arfando quando Seokjin se aproximou, tentando recuperar o fôlego após fazer todo o caminho o mais rápido que conseguiu.

— Porra, que saudades de ser sereia essas horas — reclamou Jaehwan, remexendo na bolsa que estava na lateral do seu corpo. — Eu tive que usar um grande favor para conseguir isso…

De dentro da bolsa, o humano retirou outra bolsa, essa de pano e entregou para a sereia.

— Arranjei uma bolsa de pano só para isso.

— Jaehwan! — exclamou Seokjin em tom reclamatório.

— Okay, okay… — disse o humano, por sua vez estalando a língua. — O nome desse remédio é Naloxona. Eu trouxe cinco, só para vocês terem uma reserva, mas seu amado só vai precisar de uma dose. Você coloca esse pino dentro do nariz dele e empurra, o remédio vai direto para o cérebro e ele vai acordar. O médico que conversei falou que vai ser imediato, mas que a droga vai demorar para sair toda, então ele deve ficar de dois a três dias no soro…

Seokjin tinha os olhos arregalados sem nem perceber; estava tão agitado naquele momento, somente queria correr para o reino e acordar o namorado de uma vez.

— Muito obrigado! De verdade… — Seokjin deu um meio sorriso e começou a se virar, porém Jaehwan o segurou pelo braço. — E-eu estou com pressa…

Mas o humano não pareceu se importar muito com aquilo, pois continuou a segurar Seokjin pelo braço.

— Eu nunca quis te machucar, você sabe disso, não é?

Definitivamente, o comandante não queria ter aquela conversa, mas ainda assim, suspirou pesadamente e concordou com a cabeça.

— Hoje eu sei… — disse Seokjin. — Nossa relação estava desgastada há muito tempo… Acho que era questão de quem se apaixonaria primeiro por outro.

Jaehwan mordeu o lábio inferior.

— Não foi fácil, Jin… Eu sei que você deve ter pensado que foi fácil para mim, mas você sempre foi o meu melhor amigo acima de tudo e te fazer sofrer daquela maneira quase me matou, quase me fez ficar… — Jaehwan suspirou pesado. — Eu queria que as coisas tivessem sido diferentes.

— Eu também — disse a sereia, com um olhar triste. — Hn… você é feliz?

O humano sorriu e balançou a cabeça positivamente.

— Ainda amo Hakyeon como se estivesse o vendo pela primeira vez — afirmou Jaehwan.

— Isso é bom — disse o comandante, com um sorriso genuíno no rosto. — Eu não amei Namjoon desde a primeira vez que o vi, mas eu amo o fato de que ele acabou com todas as minhas barreiras com simples sorrisos.

Jaehwan concordou com a cabeça, soltando o braço da sereia.

— Vai lá, salve o seu humano.

Seokjin conseguiu dar um sorriso.

— De novo, obrigado. E, em nome de Hoseok, o Tritão, afirmo que nós temos uma dívida com você e qualquer coisa que precisar.

— Obrigado, Jinnie.

A sereia fez um movimento com a cabeça e se virou, indo em direção ao mar, sem olhar para trás.

— Deixe-me no chão, vou conhecer o seu ex…

O comandante revirou os olhos e deixou o caranguejo de qualquer maneira na areia, antes de seguir para as águas e ganhar o alto mar o mais rápido que conseguiu.

Jaehwan permaneceu no mesmo lugar, observando Seokjin nadar com o máximo de rapidez e sem perceber, sorriu.

— Seja feliz, Jinnie.

E aquela, pela primeira vez, pareceu que era a despedida que deveriam ter tido quando partira. Após tanto tempo, realmente tiveram o ponto final que tanto necessitavam.

 

***

 

Outra vez naquele dia, Seokjin sentiu todos os seus músculos doerem, mas nada pareceu importante quando chegou no reino, afinal conseguira força para ainda correr até o hospital e em seguida para o andar em que Namjoon estava internado.

— Ei! Seokjin, espera!

Seokjin não esperou e somente invadiu o quarto, vendo Jungkook ao lado de Namjoon, com a mão na do seu namorado. O comandante arregalou os olhos, seu sexto sentido lhe dizendo que tinha acontecido alguma coisa.

— Você não me esperou! — reclamou o médico, que foi o próximo a entrar no quarto. — Aconteceu uma coisa, Jin…

O comandante fitou o médico, com medo de serem notícias ainda piores, que talvez Namjoon nunca se recuperasse da droga. Sua mente em poucos segundos fez os piores cenários possíveis.

— O quê?! O que aconteceu?

— Namjoon não sofreu nada — Jungkook foi quem falou, vendo o olhar um pouco aliviado do seu comandante. O rapaz então se levantou e segurou a mão do seu amigo. — Houve um atentado contra Namjoon, mas conseguimos evitar o pior, o homem se entregou…

— Changkyun se feriu, mas uma noite na piscina ele ficará bem — completou o médico.

Seokjin quis gritar, mas nem o palavrão alcançou seus lábios. Haviam atentado contra a vida do seu namorado; as coisas não estavam mais seguras naquele reino para os humanos, aos poucos isso o deixava ainda mais preocupado.

— Ele foi mandado por alguém, estava bastante assustado e com medo da esposa dele ser morta — explicou Jungkook. — Jackson já os colocou em proteção…

O comandante concordou, sua linha de pensamento um pouco perdida depois de todas as informações.

— Você conseguiu o remédio?

A voz de Jinyoung trouxe Seokjin para a realidade. Ele então retirou a bolsa de pano e entregou para o médico.

— Jaeh… Hm… Meu contato me disse que é só introduzir no nariz dele e empurrar. Mas que Namjoon ainda tem que ficar no soro por dois a três dias.

Jinyoung fitou o comandante.

— Você realmente confia nesse seu contato?

Seokjin respirou fundo e balançou a cabeça positivamente.

— Confio.

— Então, vamos fazer isso juntos. Namjoon vai gostar de ver seu rosto quando acordar…

Jungkook, por mais que ainda quisesse segurar a mão do amigo, ficou no lugar enquanto os outros dois iam até o humano.

O comandante logo se ajoelhou ao lado de Namjoon enquanto Jinyoung fazia o mesmo, mas esse com remédio na mão. O médico olhou as instruções do objeto rapidamente e logo fez o indicado para abri-lo. Em seguida, ele posicionou em uma das narinas do humano e empurrou com força.

Os três conseguiram escutar o som do jato de remédio entrando no corpo de Namjoon.

— E agora? — Seokjin estava ansioso e foi o primeiro a perguntar.

— Não sei… Deve ter um tempo de espera, não é? — Jinyoung murmurou, olhando o paciente. — Vamos aguardar…

Mas antes que Jinyoung terminasse a fala, os olhos de Namjoon se mexeram nas pálpebras e abriram com cuidado. O humano piscou algumas vezes, como se tentasse entender onde estava, até que moveu a cabeça e viu o seu namorado.

— J-Jin…

A voz de Namjoon estava grossa e ele sentiu falta de água, porém o sorriso no rosto de Seokjin pareceu fazer tudo melhor de alguma maneira.

— Vou buscar água — disse Jinyoung, ficando de pé. — Vocês terão alguns minutos sozinhos antes que eu volte. Vamos Jungkook…

O soldado concordou e antes de sair, acenou para Namjoon. O humano deu um fraco sorriso, mas o amigo já tinha ido embora. então, quando voltou a olhar o namorado, percebeu que ele chorava.

— J-Jin?!

Um soluço alto cortou a garganta de Seokjin e ele somente conseguiu tomar a mão de Namjoon e a beijar, quase em desespero.

— E-eu fiquei tão assustado, a-achei q-que ia te perder…

O som das pérolas rebatendo no chão deixou Namjoon assustado, pois lhe lembrou a vez que o viu tão sensível na varanda da casa onde moravam. Odiava ver o namorado daquela maneira, pois sabia que ele se sentia fraco quando chorava daquela maneira.

— E-eu t-te… amo — murmurou Namjoon, pigarreando por conta da sua garganta seca. — J-Jin… te amo…

O comandante fugou com força, mas o choro não parou. Ele tentou falar algo a mais, porém não conseguiu, então acabou voltando a beijar a mão do namorado, até o escutar rindo baixinho.

— Eu gosto de beijo na boca…

Seokjin riu antes de se mover até conseguir beijar com cuidado os lábios do namorado. Tinham se passado tantos dias, sentia-se exausto agora após tudo, porém extremamente feliz por Namjoon estar bem.

Quando se afastaram, o mais velho deixou seus dedos caírem com cuidado no rosto do namorado, sorrindo mesmo que seus olhos ainda estivessem cheios de lágrimas.

— Você é a visão mais linda que eu poderia ter — murmurou Seokjin, abaixando-se e beijando outra vez os lábios de Namjoon. — Eu te amo tanto, mas tanto… Você tem que acreditar em mim, ‘tá bom? E te amo muito, mais do que pensei ser possível, mais do que cabe no meu coração.

Namjoon piscou confuso outra vez.

— E-eu… Por que você está falando isso? A-aconteceu alguma coisa? — Namjoon perguntou, preocupado, com os olhos ficando arregalados em seguida. — Yoongi? F-foi isso? E-ele ‘tá bem?

O comandante negou rapidamente com a cabeça.

— Ele está bem, de verdade! — Ele sorriu fracamente. — N-não é nada… Agora você tem que focar em ficar bem, tudo bem?

O humano concordou.

— E-eu também te amo — afirmou Namjoon. — Muito… Queria ter um livro bonito para citar para você, mas isso é da área de Yoongi.

— Tudo bem — garantiu Seokjin. — Eu prefiro você do jeito que é. Não quero que você mude, amor.

Namjoon voltou a sorrir.

Hm… Onde será que está aquela água? — perguntou o biólogo. — Minha garganta chega estar doer de tão seca…

— Vou buscar…

Seokjin até se levantou para ir atrás da água, mas Jinyoung entrou em seguida, com um corpo na mão, acompanhado de Jungkook. O médico logo foi ao paciente e com cuidado o ajudou a tomar água, não deixando de notar algumas pérolas espalhadas. A sereia realmente amava o humano e era algo muito bonito de se ver.

Quando Namjoon terminou a água, o médico falou:

— Preciso fazer uns exames nele.

— À vontade, doutor — disse o comandante, dando um último sorriso para o namorado antes de ir para perto de Jungkook. — Eu quero soldados protegendo o Tritão, o hospital e disfarçadamente a caverna, mas os que forem designados para lá, não devem saber a missão, eles têm que pensar que é para Taehyung.

Jungkook concordou, fazendo uma continência.

— Irei avisar dos seus desejos.

Ainda em posição de sentido, Jungkook se virou e seguiu para acatar as ordens do seu comandante.

Seokjin então observou o médico trabalhar. Ele ouviu os batimentos cardíacos de Namjoon, mediu pressão, analisou olhos, nariz, boca e até respiração. Depois de tudo, o doutor sorriu.

— Tirando a desidratação, está tudo bem. Realmente, de dois a três dias serão necessários no soro, mas graças ao remédio que Jin trouxe do continente, você está bem.

— Continente?! — Namjoon olhou assustado para o namorado. — Jinnie?

O médico fitou o paciente e em seguida a outra sereia, fazendo um gesto sentindo com o rosto.

— Jinyoung, eu tenho outras doses do remédio aqui — afirmou o comandante, entregando a bolsa de pano para o doutor. — Para você guardar caso aconteça algo parecido no futuro…

— Irei estudar agora mesmo essa composição — afirmou Jinyoung. — Vou deixar vocês conversarem. Com licença.

 Jinyoung saiu do quarto e Seokjin suspirou antes de se sentar ao lado da cama do namorado, buscando sua mão com carinho.

— Joonie, o médico falou que você não iria acordar com o que tínhamos por aqui… Seu coração ficaria cada vez mais fraco sem o remédio que combatesse a droga…

Namjoon piscou, confuso.

— Eu pensei que só tinha me afogado… — murmurou o humano, passando a língua nos lábios. Não se lembrava de nada mais após a música que a sereia lhe cantara. — Não foi isso?

— Também, mas Somin usou beladona em você…

— E só Naloxona é antagônica do opioide.

Agora foi a vez de Seokjin parecer confuso.

— Como você sabe disso?

— Na faculdade, eu fiz um trabalho sobre beladona… — murmurou Namjoon, movendo-se vagarosamente até conseguir se sentar, usando a parede apoio. O mais velho se adiantou para colocar uma almofada nas costas do namorado para que ele não se sentisse desconfortável. — Como você conseguiu isso, Jinnie? V-você se arriscou para conseguir o remédio?!

O comandante voltou a beijar a mão do namorado com carinho antes de contar toda a história.

— Logo depois que a Festa da Colheita começou, Hobi e eu brigamos… Ele contou que tinha conversado com o pai e descoberto que o antigo Tritão tinha feito um trato com Jaehwan antes dele ir embora. — Seokjin suspirou pesado, vendo o namorado surpreso. — Eu fiz a mesma cara. Enfim, o trato era ele ir sempre em uma ilhota que tem na parte mais distante da ilha e averiguar se haveria algum recado embaixo de uma pedra. Se tivesse, era para fazer o que tinha sido pedido. Tinha uma frequência e o tanto de vezes que Jaehwan deveria ir lá.

— E Hobi não te contou de cara isso?

— Ele pensou que eu iria ficar magoado… Aí nós brigamos, mas com o sequestro de Yoon e o que aconteceu com você, a briga pareceu tão idiota… — A sereia riu outra vez. — Então, quando Jinyoung falou que somente com um remédio humano tudo se resolveria…

— Você foi e deixou um recado para o seu ex…

O comandante negou com a cabeça.

— Na verdade, eu dei sorte de chegar na ilha e Jaehwan estar lá…

Ahhh

Seokjin deu um fraco sorriso.

— Isso é ciúmes, amor?

— Eu… não sei. — Namjoon soltou o ar pelo nariz. — Acho que estou triste por te fazer vê-lo… Quer dizer, se fosse algo que você quisesse fazer, tudo bem… Mas para salvar a minha vida? Sei lá, foi forçado.

O comandante negou com a cabeça.

— Amor, eu faria um milhão de vezes se fosse para salvar a sua vida.

Namjoon sorriu e puxou Seokjin de leve; demorou alguns segundos para o mais velho perceber que ele queria deitar a cabeça em seu ombro. Quando o outro assim conseguiu fazer, voltou a suspirar pesado.

— Vocês brigaram?

— Não… — respondeu o comandante. — Quer dizer, eu posso ter alterado a voz um pouquinho, mas não houve briga — garantiu. — Eu falei de você, como eu te amava…

O humano riu baixo.

— Eu também te amo, Jinnie — disse Namjoon, levantando a cabeça para fitar o namorado. — Você não precisava ter feito isso por mim… Mais uma vez, estou te devendo minha vida.

— Você não me deve nada, porque minha vida é totalmente sua, Joonie.

Namjoon sorriu outra vez.

— Doeu?

Hm?

— Ver o seu ex? Doeu?

Seokjin negou com a cabeça.

— Para ser sincero, eu pensei que iria doer, que eu ia chorar e muito mais, porém… não aconteceu nada disso — garantiu o mais velho. — Eu não o amo mais, ainda tinha um pouco de remorso e raiva dele, mas acho que passou… Jaehwan trouxe o remédio e se desculpou, disse que nunca quis que as coisas fossem daquela maneira e eu acredito, sabe? Eu fico feliz, de verdade, por ele ter alguém para amar, como eu tenho você.

Namjoon sorriu e deixou seus lábios tocarem nos do namorado. O beijo foi fraco, mas o amor estava ali, os dois puderam perceber sem dificuldades. Era bom quando tinham momentos como aqueles; era a boa calmaria após a tempestade.

— Ah, eu encontrei Concha — comentou Seokjin, entrelaçando os dedos no do namorado enquanto o outro voltava a se deitar no seu ombro. — Ele estava te procurando...

— Como ele ‘tá?

— Acho que bem, mas agora pensa que eu tenho tesão por humanos, por causa de Jaehwan.

O biólogo riu um pouco mais alto, mesmo se sentindo fraco.

— Jinnie, Jinnie… cheio de amores por humanos.

— Ei!

— Sempre soube que o que te conquistou foi a falta de escamas.

O comandante entrou na brincadeira.

— Ah, me descobriu! — comentou risonho, deixando seus dedos brincarem com a palma do humano. — Eu te vi lá, todo lisinho e morri de vontade de te beijar por inteiro.

Os dois sorriam juntos para a brincadeira. Mas, o humano conseguia ver por baixo de tudo aquilo, ele percebia um olhar diferente em Seokjin e desde que acordara, tal coisa o preocupava.

— Jinnie… o que você está pensando?

O mais velho negou com a cabeça.

— Não se preocupe com isso.

Namjoon não quis forçar uma conversa que talvez estivesse muito fraco para manter. O reino estava um caos e Seokjin enquanto comandante deveria estar sob muita pressão, talvez fosse aquela a razão da sombra por detrás de cada sorriso da sereia. O humano acreditou que seria mais fácil conversar sobre o que quer que fosse depois de tirar um cochilo. Ainda estava cansado, mas o toque e a presença do namorado ali o deixavam leve e tranquilo para adormecer sem temor.

O humano então dormiu calmo, sem saber que seu namorado sabia exatamente o que teria que acontecer em seguida e não estava nada preparado para tal coisa.


Notas Finais


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Até amanhã ;*


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