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História Paradise - Capítulo 91


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que favoritam e comentam!!! (๑•̀ㅂ•́)و✧ ο(=•ω<=)ρ⌒☆

Capítulo 91 - Capítulo 91


Hyunwoo seguiu direto até a sala do trono. Ele não estava nada feliz com o que estava acontecendo no reino que ainda chamava de seu. Não conseguia compreender o motivo da sua irmã ter se juntado com humanos desprezíveis como aqueles; Hoseok também tivera humanos, porém muito dignos e morais, bem diferentes dos que estava observando aos poucos tomar conta de todo o lugar.

— Eu quero uma audiência com a Tritão, minha irmã — a sereia foi enfática, falando com a mulher que era a secretária de Yongsun.

— Senhor, não é o melhor hor-

— Ele pode entrar… Meu irmão sempre pode entrar.

A voz de Yongsun veio outro cômodo alta e clara. Hyunwoo então passou pela secretária e entrou na sala do trono interna do castelo, sentindo-se um pouco estranho de estar falando com a irmã quando ela estava sentada de maneira tão imponente, cheia de joias e apetrechos; ela parecia prestes a casar, o que não estava acontecendo, o que significava que estava quebrando as tradições, Yongsun estava usando joias somente para se mostrar; o mais velho definitivamente não gostou daquilo.

— Irmão, o que posso fazer por você?!

Ele viu as escamas amarelas da mulher chamando atenção, tão diferentes das dele que eram vermelhas, mas igualmente diferentes das de Hoseok, que era de um dourado tão bonito e chamativo. Yongsun estava muito diferente como ele se recordava;

— Eu quero saber quando você vai parar com essa loucura, Solar.

Ela o fitou, levantando uma sobrancelha quase divertida.

— Que loucura, irmão?!

— Essa aí! Isso tudo aqui! Meu filho é o Tritão e como ele não passou a coroa dele para frente quando m-morreu… — A sereia parou de falar um momento, engolindo a seco Era recente a morte do filho, não sabia como se expressar sobre tal tristeza. — Ele casou com Seokjin, então pela ordem, a pequena Jinju seria a Tritão. Como ela não tem idade para assumir, teríamos que ter um guardião que tomaria conta das coisas por ela. Mas… você passou por cima de tudo isso e se declarou Tritão! É errado, Solar!

A sereia pareceu quase divertida com a fala do irmão.

— Ah, é errado? E quem seria o guardião da menina? Você?

Hyunwoo sentiu que tinha algo na fala dela, quase como cinismo, mas resolveu não crer que era o que estava acontecendo no momento.

— Poderia ser eu, mas poderia ser outro! Você não deixou que houvesse votação e nem nada!

Yongsun pareceu não se importar com nada.

— Eu me declarei Tritão e é isso. Se não gostou, pode pegar suas coisas e sair do castelo ou então permaneça calado no seu lugar.

Naquele momento, as palavras de Hoseok voltaram na mente do antigo Tritão. Ele se lembrou de como o filho desconfiava da tia, de que era a verdadeira inimiga todo aquele tempo, agora Hyunwoo se arrependia por não ter dado ouvidos a ele.

— Você não me deixou fazer homenagem à morte do meu filho e nem do meu genro.

A Tritão sacudiu os ombros, fazendo pouco caso.

— As coisas estavam agitadas, eu não tive tempo para autorizar nada. Os humanos levaram todos os corpos e acabou.

— Solar, o que você está fazendo? Por que os humanos levaram os corpos?

Ela suspirou pesado.

— Estão fazendo estudos com eles.

Hyunwoo negou com a cabeça.

— Você os deixou entrar aqui, na nossa terra…

— Não! Eu fui inteligente e fiz um acordo com eles logo depois de Hoseok e Seokjin serem mortos. Eu pensei que era o melhor e foi.

— Acho que não acredito nessa sua versão — ponderou a sereia mais velha, suspirando pesado. — Hoseok tinha razão… Você estava de complô com o inimigo e isso tudo por poder.

Yongsun fitou o irmão com um olhar intenso, ficando em pé em seguida. Os sons das joias balançando não foi mais alto que do Tridente sendo arrastado pelo chão. Ela tomou o seu tempo, desceu os três degraus com lentidão e parou em frente a Hyunwoo, a alguns passos dele.

— E se eu estivesse com o inimigo desde o início? O que você tem com isso?

— Lá fora também está o meu povo… Eu não posso deixar que isso se perpetue — disse Hyunwoo, o olhar deveras ferido. — Eu juro que me foi difícil fazer isso, mas… Eu te desafio a um duelo. Nós dois, amanhã ao meio dia, na praça principal.

Ela o fitou, milhares de sentimentos passando pelo o seu rosto.

— Você acha que vai ganhar de mim mesmo sendo um manco agora?

O mais velho não pareceu se afetar pelas palavras da outra.

— Posso não ganhar, mas eu não poderei falar que não tentei.

Yongsun riu secamente.

— E aí se você ganhar, irá se tornar Tritão de novo, hn?

— Não, farei tudo certo. Prepararei para coroar a pequena Jinju e abrirei a votação para o Guardião dela, provavelmente a mãe dela ganhará o posto, o que é justo.

A sereia de escamas amareladas concordou, jogando o cabelo para trás.

— Então, uma simples secretária da polícia se tornará Tritão por mais de dez anos?

— Se assim for o desejo do povo… Sim. Talvez seja bom alguém simples no poder; tenhamos o exemplo do meu filho: ele somente fez coisas boas para o reino.

Ela sorriu sarcástica.

— Você já foi na oráculo? Saber se esse seu plano dará certo, querido irmão?

Ele sentiu que tinha algo naquelas palavras, mas não soube identificar ao certo o que era, então somente respondeu a questão da mulher, sabendo de alguma maneira que não gostaria da próxima fala dela.

— Na verdade, eu não a encontrei em nenhum lugar…

Yongsun concordou com a cabeça, movendo-se pela sala. O antigo Tritão sentiu a ameaça naquele momento, um predador rondando a sua presa, mas se manteve no lugar, fingindo nada reparar.

— Sabe por que você não a encontrou? Porque eu a matei. — Yongsun riu, piscando um dos olhos enquanto ainda cercava o irmão. — Ela me veio falar que meu reinado seria uma ditadura, que os futuros livros me tratariam como uma inimiga, que eu somente teria vergonha como adjetivo de tudo o que eu fiz… Eu a matei ali mesmo, deixei minhas unhas cortarem aquele pescoço velho e vi o sangue dela sujar todo o chão. Depois, eu a mandei para o continente, pelo menos sendo estudada, Haneul poderia servir para algo.

— Quem é você?  — Hyunwoo questionou pausadamente, incrédulo que ali, diante dele estava sua irmã.

Yongsun riu alto, novamente jogando o cabelo para trás, dessa vez somente para deixar as joias poderem fazer barulho.

— Eu sou a mesma irmãzinha de sempre, a diferença é que antes você caía no meu olhar pidão… Mas quem realmente governava esse reino, Hyunwoo? Vamos, seja verdadeiro com você mesmo. Quem planejava tudo? Quem preparava as leis? Quem falava ou não falava o que você deveria fazer? Você sempre foi uma casca bonita, irmão. — Yongsun suspirou pesado. — Infelizmente, aquele merda do Seokjin percebeu o ataque e impediu que te matassem, mas eu pensei que talvez você passasse para mim esse reino. Mas, não… teve que ir no idiota do seu filho. No fim, você trouxe isso mesmo para você, Hyunwoo.

— Eu fiz a escolha certa. Você não é uma Tritão. Você é um monstro! Alguém desprezível e será a ruína do nosso povo. Dona Haneul estava errada. Se depender de você nós não sobreviveremos para escrever livros sobre sua tirania, Yongsun.

A sereia suspirou alto, pouco se importando com a fala do outro.

— E você vai evitar isso com um duelo, né? Vai fazer o povo todo se apaixonar por você outra vez, hn? A sereia alta e forte, com um coração bom que todos amam?

— Eu não quero que ninguém se apaixone por mim. Só quero o reino da maneira que era antes, quando ainda podíamos chamar isso aqui de lar e não o que você fez: trouxe humanos perigosos para nos aterrorizar.

— Acho que foi seu filho que deixou os humanos caírem na graça do povo, não eu.

— Você não ouve as coisas que diz?! Você deixou estranhos fazerem experimentos com o nosso povo! — Hyunwoo quis gritar, mas não conseguiu. Sentia-se enjoado agora. — Meu filho se apaixonou por humanos, é diferente. Foi… bonito. Meu menino nunca será nojento como você.

Ela simplesmente revirou os olhos, a conversa estava a entediando.

— Talvez agora onde ele está possa viver bem com os humanos que gosta.

Hyunwoo franziu a testa, dando um passo para frente, na direção da irmã que agora estava parada em frente a porta da sala do trono.

— Como assim? O que você quer dizer com isso?

— Ai, infelizmente não consegui matá-lo. Nem a ele, nem ao maridinho ou aqueles chatos do Jungkook e Taehyung, todos fugiram.

O olhar do mais velho se iluminou.

— Meu filho está vivo!

— Sim… — ela disse. — Mas agora você sabe, né?

E então tudo ficou claro para Hyunwoo. A porta estava fechada e mesmo que não estivesse, a irmã estava de frente para ela. Ele estava trancado no castelo há dias, se não saísse nos próximos, ninguém estranharia, era o cenário perfeito, assim como foi a morte da senhora Haneul.

Hyunwoo então ficou em posição de combate. Desde o atentado, sua perna não estava mais com os movimentos perfeitos, porém ainda conseguia lutar muito bem, pelo o que se lembrava, bem melhor que a irmã.

— Isso não será fácil para você — ele avisou.

— Irmão… eu não sou páreo para você. Mesmo manco, você é mais forte — Solar proferiu sorrindo divertida, e então puxou o punhal das escamas. Apontando-a para Hyunwoo.

Mas o antigo Tritão não demonstrou medo.

— Eu ainda te ganho com uma arma.

— Eu sei.

Ela então jogou o punhal na direção de Hyunwoo. Ele desviou com facilidade, porém assim que olhou para frente, viu o Tridente vindo na sua direção, reto e veloz, a arma forjada perfeitamente para ataque e proteção. Talvez mais novo ou sem o problema na sua perna, ele conseguisse desviar, provavelmente até arrancaria a arma das mãos da irmã e usaria contra ela, porém naquele momento, mesmo jogando-se para o lado, a arma de três dentes fincou no seu estômago e perna, fazendo com que caísse no chão com um baque alto.

Yongsun riu alto, caminhando lentamente na direção do irmão, que ainda estava no mesmo lugar, o sangue já fazendo uma poça em volta dele.

— Eu mesma deveria ter te matado e não contratado ninguém. Estaríamos bem melhor hoje, o nosso reino seria uma potência desenfreada.

— P-potência? Está mais para a-abatedouro…

Ele estava perdendo sangue demais e duvidava que fosse sair vivo dali; o Tridente era uma arma feita para ser mortal.

— Você não entendeu, irmãozinho? Eu só mato aqueles que vão contra mim…

— E-então terminará só, m-minha i-irmã… — Hyunwoo puxou o ar audivelmente, já vendo tudo a sua volta turvo. — V-você v-vai acabar logo com i-isso ou gosta d-da tortura?

Yongsun riu, piscando um dos olhos.

— Ainda estou decidindo.

O mais velho riu.

— M-meu f-filho v-vai voltar e a-acabar c-com v-você.

— Ele fugiu como o covarde que é e sabe que se retornar terá o mesmo destino que o seu, querido irmão — a sereia proferiu, seus olhos brilhando de malícia.

Hyunwoo se arrependia de não te escutado o filho agora, mas sabia que ele iria deter aquela sereia louca e retomar a paz. Hoseok era o verdadeiro Tritão; morreria sabendo que fizera a melhor escolha para o seu povo ao nomeá-lo. Assim como teria feito se fosse Dawon. Seus filhos eram bons, tinha paz naquele pensamento.

— V-você n-nunca s-será a v-verdadeira Tritão.

Ele viu o momento que a paciência da irmã acabou. Yongsun somente pegou o cabo do Tridente e com força retirou do corpo de Hyunwoo; apenas aquilo já seria capaz de matá-lo, pois o sangue jorrava ainda mais rapidamente. Porém, quase que como um ato de misericórdia, ela pegou a arma mortal e em um só movimento, fincou no pescoço do mais velho.

E, foi assim que Hyunwoo morreu, sabendo que seu filho ainda seria a salvação do reino pelo qual deu a vida.

 

***

 

Namjoon tinha um olhar triste enquanto via Jackson sendo solto da sua gaiola para em seguida ser empurrado para o seu lado. O amigo ficou claramente confuso, mas aceitou a mão estendida pelo o único humano que confiava ali.

— O que está acontecendo?

— O sádico falou que eu poderia ter um ajudante, que isso evitaria de você ser machucado.

Jackson franziu a testa.

— Okay… Eu acho. Mas, o que tenho que fazer?

— Me ajudar a torturar Jimin.

 — O quê?!

— Você sabe como Minnie é… Na primeira oportunidade, ele machucou Minho e o enfureceu… Agora Minho quer que eu faça estudos nele… — Namjoon explicou, se esforçando para terminar a frase sem se debulhar em lágrimas.

O soldado parecia assustado.

— Joon, você não pode fazer isso!

— Você acha que eu não sei?! — Namjoon levou a mão ao rosto, secando rapidamente as lágrimas; odiava dar aquele prazer a Minho, caso o homem aparecesse por ali. — E-eu não sei o que fazer… Jimin está sendo preparado agora, a-acho que o sedaram para dar banho. E-ele não iria de boa vontade.

Jackson passou a mão pelo rosto, tentando pensar em alternativas, mas a única coisa que lhe via na mente era: matar todo mundo e sumir dali.

— E-eu faço, Joon — Jackson murmurou, segurando a mão do outro. — Você já sofreu demais aqui dentro, não merece ter essa l-lembrança…

— N-não! A gente vai dar um jeito!

Namjoon respirou fundo, puxando Jackson pela mão até uma parte do laboratório. A sereia estranhava tudo, principalmente luzes tão claras como aquelas, que doíam seus olhos, mas o amigo parecia acostumado, então não reclamava.

Mancando, Namjoon chegou ao que pareciam tanques para Jackson, e abriu a torneira.

— Lave a mão, se quiser, pode lavar o rosto também…

Jackson concordou com a cabeça, fazendo o que o amigo pediu, vendo que Namjoon fazia o mesmo no outro tanque. Eles ficaram em silêncio por um momento, mas a sereia percebeu que o outro estava olhando bastante para trás, por cima dos ombros.

— O que foi? — sussurrou a pergunta.

— Jaehwan. Eu ainda não o vi hoje — explicou.

— Isso é ruim?

— Tem uma semana que ele não sai do meu lado… Estou preocupado.

— Ele provavelmente está com Jimin no tal banho… Eu espero… Seria ruim alguém que não conhecemos o tocar, não é?

Namjoon concordou.

— Verdade… Tomara que seja isso… Jaehwan irá respeitá-lo.

Eles ficaram em silêncio de novo e quando terminaram de lavar as mãos, foram para a outra sala que Namjoon tinha sido informado que seria o tal experimento. Duas semanas antes já teria um plano de fuga, agora estava tão cansado e machucado, queria poder deitar e talvez não mais acordar.

Os dois esperaram por alguns minutos até que um segurança apareceu, com a face irritada mandando-os não tentarem nada. Namjoon segurou na mão de Jackson sem perceber.

Jimin chegou em seguida, amarrado a uma mesa de hospital, mas era óbvio que ele estava dopado, olhando em volta sem realmente saber onde estava. O coração de Namjoon ficou em frangalhos com a cena, mas o biólogo pode se acalmar um momento quando viu Jaehwan acompanhando a maca, fingindo ser o segurança mau de sempre.

— O objeto ‘tá aí! — disse um outro segurança. — O chefe mandou retirar as escamas das pernas e dos braços.

Namjoon se sentiu enjoado. Ele não podia fazer aquilo, não com alguém que tanto amava. Ainda se lembrava da primeira vez que tinha visto Jimin e como ficara impressionado com a forma como ele era pomposo e agora, mesmo ali dopado e com o cabelo todo bagunçado, ainda parecia da mesma forma: uma obra de arte da natureza. Como poderia fazer aquela barbaridade com uma sereia que ainda o chamava de “Humano-Joon”? Um apelido carinhoso de um ser tão carinhoso, fazia sentido, claro que sim.

— Joon?

A voz de Jackson era temerosa e Namjoon o olhou sem saber como agir. Seus dedos estavam tremendo e sua mente lhe inundava de imagens de Jimin, boas lembranças que passaram juntos naqueles meses. Não podia machucar aquela sereia.

— E-eu não p-posso…

A voz de Namjoon era quase um murmúrio de dor. Ele tentou se afastar da mesa, mas algo o segurou no lugar. De início pensou que era o segurança mal-encarado, mas depois viu que era Jimin, segurando-o em seu braço com o máximo de força que conseguiu.

— J-Joon…

— Minnie…

— F-faça — disse a sereia, ainda com o olhar aéreo por causa da dopagem. — E-está tudo b-bem. Eu t-também a-amo você… Eu sei que v-você também m-me a-ama…

Se as lágrimas estavam poucas nos olhos de Namjoon, elas aumentaram consideravelmente. O biólogo sentiu como se fosse cair ali mesmo, não tinha possibilidade de machucar Jimin, de machucar a ninguém. Não seria culpado pelo sofrimento de um amigo.

— Ei, você para de chorar e faça o seu trabalho, senão eu vou denunciá-lo ao chefe!

Namjoon fitou o segurança e sacudiu os ombros.

— Denuncie.

O homem pareceu prestes a começar a gritar quando um alto alarme começou a soar e todas as luzes o local ficaram vermelhas.

Jimin grunhiu com o som, encolhendo-se enquanto Namjoon e Jackson estavam assustados. O homem ficou parado uns segundos antes de correr para fora da sala.

Namjoon ficou confuso por alguns segundos até ver o olhar de Jaehwan. Ele então sorriu, sabendo o que o amigo tinha feito aquilo.

— O que você fez?

— Só causei um incêndio pequeno, nada demais. Vai dar uma trabalheira sem fim para todo mundo — Jaehwan explicou, indo até Jimin e soltando suas amarras. — Não é uma fuga, okay? Vamos todos para o térreo como ensinam no treinamento…

Eles concordaram com a cabeça e forma seguindo Jaehwan.

Jimin logo se apoiou em Jackson e Namjoon, com dificuldade esticando o corpo e beijando a bochecha do humano. Kim sorriu fracamente, sabendo que era a forma de Jimin agradecer por tudo.

Eles seguiram Jaehwan, mas não tiveram tanta sorte. Antes de chegarem no primeiro andar, viram Minho no elevador que iam pegar. Os olhos de Lee se acenderam e ele pareceu pronto para ter o melhor momento da sua vida; Namjoon odiou a sensação que aquilo transmitiu em seu corpo.

— Estão indo para o subterrâneo?

— Sim, senhor — Jaehwan responde de imediato, querendo evitar que o homem falasse com Namjoon.

Minho o fitou, como se pela primeira vez o visse ali.

— Isso não é uma tentativa de fuga, certo?

— A gente nunca faria isso — Namjoon respondeu, sarcástico.

O homem o fitou, riu de lado e em um movimento só, puxou Namjoon para perto de si. Ele cambaleou e Jimin quase caiu, mas Jackson conseguiu manter a estabilidade dos dois corpos.

Minho, por sua vez, levou a mão de Namjoon e grudou na sua, fazendo com que o biólogo entrelaçasse os dedos com os dele. Kim já tinha notado que o homem fazia aquilo somente por saber que ele se sentia desconfortável, no fundo acreditava que Minho era hétero ou um monstro sem sentimentos, as duas opções eram válidas.

— Você fica do meu lado porque é meu.

Namjoon viu o momento que Jimin parecia prestes a falar algo e fez um gesto pesado com a cabeça. A sereia suspirou alto e desistiu de proferir o que provavelmente eram xingamentos, concluiu o biólogo.

A viagem de elevador foi silenciosa e quando chegaram no subterrâneo, Minho seguiu com Namjoon direto para o que parecia um bunker particular, fechando-se lá dentro com o ex-aluno. O biólogo ficou um pouco nervoso, mas nada comentou.

— Tem água e comida, sirva-se à vontade. O incêndio logo estará sob controle.

Kim ficou parado no mesmo lugar, sem nada fazer. Ele notou o olhar do outro o analisando.

— Você não vai comer?

— Não confio em você — Namjoon falou de uma vez. — Aqui tem até cama, eu não vou arriscar ficar dopado.

Minho riu, foi até uma das prateleiras, pegou uma garrafinha de água e a abriu. Ele virou praticamente metade do conteúdo na sua boca, engoliu e depois ofereceu para Namjoon.

— E agora? Aceita?

Ele não queria aceitar, mas também não queria irritar o homem, então pegou a garrafa e bebericou a água.

— Eu não uso desse tipo de artifícios, se eu quiser te machucar, faço de uma vez e acabou.

— Bem psicopata. Parabéns.

Minho pareceu achar muita graça da piada sarcástica de Namjoon.

— Você é fofo — afirmou Minho, sentando-se na beirada da cama e apontando para o seu lado. Namjoon não queria, mas acabou indo a passos bem vagarosos se sentar com o outro. — Você não quer mesmo machucar o seu amigo, não é?

Namjoon olhou para o outro desconfiado; parecia uma armadilha aquela conversa toda.

— Claro que não, eu não sou um monstro.

O mais velho riu.

— Vou te fazer uma proposta: você não vai precisar machucar nenhuma sereia, mas… — Minho parou de falar, levando a mão a perna de Namjoon. — Mas será meu, sempre que eu quiser.

O biólogo o fitou, sua mente gritando para que ele negasse a proposta. Sabia que era somente uma forma do outro mostrar que o dominaria das maneiras que quisesse, porém, a possibilidade de não machucar seus amigos parecia tentadora. Então, respirou fundo e proferiu:

— Eu sou seu se as sereias ficarem bem.

E então, o rosto de Minho mudou para um sorriso cheio de malícia.

— Ah, como eu gosto de brincar de te enganar!

O coração do humano bateu acelerado quando o outro começou a gargalhar, mas ele nada falou. Largou a garrafa de água na prateleira e foi até o canto oposto do bunker, sentando-se em uma cadeira solitária. Ficaria preso ali por algumas horas com Minho e já era uma das piores experiências da sua vida.

 

**

 

Várias horas depois, na madrugada, tudo foi liberado. As sereias foram colocadas outra vez em suas gaiolas, inclusive Jimin e os seguranças se dispersaram pelo prédio. Namjoon foi levado de volta para cela por Jaehwan e conseguiu dar um sorriso para o amigo antes de se deitar e fitar o teto por uns segundo.

Pelo menos, Jimin está bem, pensou Namjoon, fechando os olhos, cansado. Mais um dia aqui nesse lugar… será que um dia irei sair?

E, com aquela ponderação e lágrimas nos olhos, Namjoon adormeceu.


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!
E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Para mais informações, acessem o site das autoras:
» https://sites.google.com/view/ficsgika


Até amanhã ;*


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