História Paradise - You are not doing it right

- Wow. - Jack Gilinsky disse enquanto eu descia as escadas.

Eu comecei a gargalhar.

- Cuidado, Jack. Tem uma baba escorrendo bem aqui. - encostei a mão em seu queixo, simulando limpar o local.

- Hahaha. O que eu quis dizer foi que você está horrível. - ele sorriu e colocou os óculos ray-ban de novo.

Não acredito que a pessoa vai para uma festa de óculos escuros. Por quê eu tenho amigos assim mesmo?

Examinei meu vestido de novo. Era um pouco mais decotado e justo do que eu costumava usar, mas não era nenhum pouco indecente. Decidi checar a maquiagem e o cabelo: rímel e batom vermelho. Como sempre.

- Você tem razão. - disse levantando um pouco mais a barra do meu vestido. - Assim está bem melhor.

- Se eu não concordasse, estaria mentindo e você sabe que eu não minto.

Comecei a rir.

- Acho que já sei quem eu vou escolher para você hoje. - falou.

- Eu não quero um daqueles seus amiguinhos da Magcon, Gilinsky. Sem chances.

- E por quê você acha que eu escolheria algum deles?

- Se você me fizer andar com qualquer um deles, a pequena Megan vai ter uma linda surpresa hoje. É o sonho dela desde aquela noite no primeiro ano, né?

- A Megan? - seu rosto se contorceu em uma expressão estranha de nojo. - Por favor, não.

- Qual é, Gilinsky. Não é como se fosse para vida inteira, é só uma noite. E ela é bonitinha.

- Jade, você sabe como foi difícil me livrar dela da última vez? Ela me ligou durante seis meses.

- Uau, então o pau do Gilinsky realmente tem poder. - comecei a rir, enquanto entrava em seu carro.

- Também não posso discordar. - ele sorriu.

Passamos na casa do Johnson e ele entrou com uma garota loira no carro, o que eu já sabia que era a prima dele de Ohio. Ela veio passar as férias em San Diego pelo simples fato de viver num internato e a mãe dela mandar ela para cá todo ano, nem sei se ela vai mesmo para casa dela durante o ano, o que é meio deprimente já que eu não conseguiria viver longe da minha mãe da minha casa por muito tempo. Ela é um ano mais nova que a gente, então o Jack J é a sua babá oficial.

Não que eu tenha algo contra ela. Na verdade, ela é totalmente diferente do que a gente espera de uma menina que saiu de um internato, mas eu nunca tive tempo para conhecê-la de verdade, já que ela nunca saiu em festas o suficiente com a gente.

Nós éramos um trio, os Jacks e eu. Desde o pré, nós sempre saímos, dormimos um na casa do outro e esse tipo de coisa. Desde pequenos minha mãe achava que os Jacks eram gays. Pobre da minha mãe, tão ingênua. A questão é que as raras vezes que deixamos alguém invadir o nosso trio foram as vezes que a Lauren passou férias aqui. Mas aí o Gilinsky quis pegar ela e o Johnson virou uma bichinha enciumada porque não queria ninguém dando em cima da prima dele, o que acabou totalmente com o clima e ela parou de sair com a gente.

- Oi Jade. Jack. - Lauren nos cumprimentou com um sorriso no rosto.

- Oi, viadinhos. - Johnson disse, se jogando no banco de trás. - Você tá gata, Jad.

- Você também não está nada mal. - pisquei para ele.

- É a nossa última festa da escola, eu preciso aproveitar.

- Por quê só eu não recebo elogios mesmo? - Jack G protestou.

- Não mandei você ser a parte feia da nossa amizade.

Ele levantou os dois dedos indicadores e fez o típico gesto do "corta aqui" e Johnson e eu gargalhamos.

- Jack, eu preciso da sua opinião em um assunto importante. - Gilinsky começou. - Quem é mais insuportavelmente certinho para Jade: Cameron, Aaron ou Matthew?

- Cara, você se esqueceu completamente do Nash. O Nash nunca faz nada de errado na vida.

- Nash é o menino do olho azul? - Lauren perguntou, entrando no meio da conversa. - Ele é o mais gato.

- É, ele é bonitinho. - nisso, eu tinha que concordar.

- Então, qual vai ser Johnson? - Gilinsky perguntou.

- Não. Por favor, não. Qualquer pessoa, menos a Magcon.

- Qual é, Jade. Você sabe que não tem escolha. - Jack G piscou para mim e riu.

A música do lado de fora começou a invadir o carro assim que Jack virou o quarteirão e logo sentimos o barulho aumentar mais e mais. Buckwilde tocava com força e enquanto entrávamos na casa da Mallory.

Johnson apresentava Lauren pros seus amigos do time de basquete, a primeira coisa que Jack e eu fizemos foi ir ao barman.

O que foi uma ideia terrível.

Jack começou a gargalhar.

- Essa é a sua hora. - disse antes de me puxar e me fazer cumprimentar cada um dos 8 meninos ali presentes.

Cameron Dallas foi o primeiro a me abraçar, depois, Nash, Carter, Hayes (pausa importante: ele tem mesmo idade para beber?), Matthew, Taylor, Aaron e o último (e mais cheiroso) Shawn Mendes.

Tudo bem, eu não ia ficar nenhum pouco irritada em pegar qualquer um daqueles meninos, porque qualquer menina (em sã consciência) no meu lugar ficaria interessada. Mas o problema definitivamente não era esse.

- Então, vocês vão mesmo ficar aqui o verão inteiro? - Jack quis saber.

- Claro, bro. Acho que a gente não perderia isso aqui por nada. - Nash disse olhando diretamente para mim.

Droga, até que ele tinha mesmo um sorriso bonitinho.

- Sem falar que as garotas daqui são as melhores. - Shawn disse encarando uma menina ruiva que acabara de passar ao seu lado.

Eu juro que tenho quase a certeza de que ele inclinou a cabeça para olhar a bunda dela, mas esse não seria o Shawn Mendes que eu conheço. O Shawn Mendes que eu conheci no ano passado era totalmente diferente. E por diferente eu quero dizer que já ouvi ele falando que a inteligência era mais importante do que o corpo, já vi ele chorando por causa de uma menina. Esse tipo de coisa.

- Disso eu não tenho dúvidas, bro. - Jack sorriu e em seguida se inclinou para sussurrar em meu ouvido: - Mendes ou Grier, amorzinho. Depois me conta como foi.

Droga.

Não que eu tivesse muito tempo para me lamuriar ou qualquer coisa. Megan acabara de passar por nós com um vestido vermelho super decotado, cercada por uns três rapazes e ela encarava o Jack. Vingança é um prato que se come frio, amorzinho.

Apontei para onde ela estava. Ele apenas sorriu e saiu, me deixando sozinha com os meninos.

Nash me chamou para dançar e apenas o segui, deixando os outros de boca aberta. Mas só Shawn havia mesmo conseguido alguma coisa para fazer e com alguma coisa eu digo que ele já estava cantando aquela menina ruiva.

- Então, qual é o lance que você tem com o Jack? - Nash me perguntou enquanto eu pedia uma vodca ao barman.

- Não precisa colocar só isso, amor. - disse me referindo ao barman. - Pode colocar mais daquela tequila ali junto. - sorri e voltei a encarar Nash. - Que lance?

- Não sei. Desde que me entendo por gente vocês só andam juntos.

- Eu ando com o Johnson também.

- Isso quer dizer  que você pega os dois? - ele fez careta, engolindo uma dose de tequila. - Onde se pegam dois, se pegam três, certo?

Argh.

Se isso era o certinho que os meninos falaram antes, eu acho que nem quero conhecer quem é o badboy do grupo.

- Eu não sou uma vadia, Grier. Se foi por isso que você veio, desculpe te desapontar. - dei o melhor sorriso que eu pude conseguir e tentei sair.

Nash me puxou pelo braço e colou nossos corpos. Lolly do Justin Bieber tocava, o que deu a ele uma certa vontade de nos unir ainda mais, já que suas mãos agarravam com força minha cintura.

- Não é isso. Eu só queria saber se você estava mesmo disponível. - uma de suas mãos agora estava em minha nuca.

- Para você? - eu arqueei as sobrancelhas. - Não mais. 

Eu posso ser qualquer coisa, mas vadia eu nunca fui, Grier. E juro que não estou disposta a começar a ser agora.

Enquanto eu caminhava para a pista de dança observei Gilinsky agarrar a Megan nos fundos da boate, ele me olhou, sorriu e depois voltou a fazer o que estava fazendo. Agarrar seria a palavra mais delicada perto do que realmente estava acontecendo. Ótimo, ele estava cumprindo a sua parte do acordo. Era hora de me divertir também.

Wiggle começou a tocar e eu literalmente me joguei na música.

Eu não ligava ou sequer me importava se alguém estava olhando, ou o que quer que estivesse acontecendo, até que um par de mãos grossas segurou a minha cintura e me virou fazendo com que eu ficasse de frente para ele.

Cameron Dallas.

Ele colou nossos corpos e começou a dançar comigo, não que houvesse  um jeito certo de dançar Wiggle com alguém, mas nossos corpos pareciam não se importar. Era meio que uma lei da atração, quando dois corpos não conseguem se desgrudar.

Eu pude perceber que ele estava completamente bêbado quando começou a distribuir beijos pelo meu pescoço. Pude sentir os pelos daquele lugar ficarem eriçados e ele riu ao perceber o efeito que causava. Enquanto ele descia as mãos da minha cintura um pouco mais para baixo (e eu quero dizer a minha bunda), eu finalmente me dei conta do que estava fazendo.

- Porra. - gritei, enquanto tirava as mãos dele de mim. - O que é que deu em vocês hoje? 

- Achei que você quisesse.

- Desculpa te desapontar, amor.

Além disso, beijar você não está nos meus planos hoje, não posso perder pro Jack. Talvez outro dia....

O que eu tenho para todos esses meninos acharem que podem ter o que quiserem de mim a hora que quiserem?

Tudo bem subconsciente, não responda.

Sai esbarrando em todo mundo enquanto tentava sair da boate e ao parar de novo para pedir outra vodca, esbarrei em alguém, que quase me fez cair no chão.

- Droga. - suspirei ao ver que meu copo de vodca foi parar no chão. - Você não olha por onde anda não, idiota? Você me deve uma vodca.

- Olha por onde anda você, retardada.

Shawn Mendes.

Ótimo. Só tinha gente da Magcon nessa boate ou o quê?

- A culpa não é minha se você é completamente cego.

- E eu não tenho culpa se você não consegue andar por meio segundo sem esbarrar nos outros.

- Ah, vai se foder.

- Se você for comigo...

Antes que eu conseguisse formular alguma outra má resposta contra ele, nossos corpos já estavam colados e era impossível desviar quando a boca dele se encontrou com a minha. Era algo... intenso.

Uma de suas mãos agarrava minha cintura com força enquanto a outra segurava minha nuca. Ele foi me guiando para parte mais afastada da boate, ainda sem parar de me beijar.

Eu tenho que confessar que a altura nos atrapalhava um pouco, já que ele era bem mais alto que eu. Uma de suas mãos estava sobre a minha perna e eu sabia que era uma questão de tempo até que ele me levantasse e aquilo se tornaria uma cena extremamente pornográfica para uma boate, então apenas nos jogamos em um dos sofás ali expostos.

Ele beijava meu pescoço enquanto minhas mãos voavam para sua barriga, onde pela primeira vez eu pude perceber que sua camisa social branca estava completamente encharcada de um líquido azul que eu não sabia o nome. Os traços muito bem contornados de seu abdômen estavam completamente à mostra.  

- Tem uma baba escorrendo aqui. - ele encostou a mão no meu queixo e começou a rir.

- Até parece que eu nunca vi um corpo assim. 

- Te garanto que não. - ele sorriu de volta. - Você não quer sair daqui? - Shawn disse mordendo os lábios. - Depois disso, eu acho que vou precisar trocar de blusa no carro. E a culpa é toda sua. 

- Não se esqueça da minha vodca, Mendes.

- Já tomou vodca on fire?

- Não.

- Eu vou te mostrar.

Ele me guiou para fora da casa e depois de andar um pouco, finalmente chegamos ao seu carro. 

Eu entrei no banco do passageiro enquanto ele tirava a sua blusa e tentava inutilmente procurar alguma coisa no banco de trás do carro.

Se eu já pensava que a visão daquilo com camiseta era boa, aquilo ali era ainda melhor.

Ele se virou para mim de novo com uma garrafa de vidro na mão.

- Isso é vodca on fire. 

- E qual é a diferença? 

- Me diga você. - ele sorriu, me entregando a garrafa. 

Eu dei um gole longo e juro que no começo não senti nada de diferente. Até que minha garganta começou a queimar. Era como fogo, mas não da parte ruim, era como milhões de fogos de artifício explodindo no meio da minha faringe. E apesar de sentir minha cabeça já pesar, eu estava tão feliz que precisava de mais daquilo.

- Eu acho que isso é... - não consegui achar a palavra certa para expressar o que eu queria dizer. - Eu preciso de mais.

Ele começou a rir.

- Não por hoje, Jad. - ele encostou seu corpo contra o meu e começou a me beijar de novo, tirando a garrafa da minha mão e colocando em um lugar que eu não enxerguei. - Acho que nós dois podemos jogar Sete Minutos no Paraíso. Você quer saber o que tem no meu paraíso? - sorriu mordendo os lábios.

Seu corpo estava completamente por cima do meu e ele apertava minha coxa esquerda com força, enquanto eu distribuía beijou por toda a sua clavícula. Sua outra mão puxava meu cabelo de leve e ele me beijava com força, com intensidade.

Ficamos por mais um tempo naquilo, até que eu me lembrei que ele passaria o verão aqui e eu não quero ninguém pegando no meu pé o verão inteiro.

Mesmo que esse alguém fosse Shawn Mendes.

Eu parei de lhe beijar e coloquei a mão na maçaneta do carro.

- Tchau, Shawn.

- Ninguém vai embora e deixa Shawn Mendes desse jeito. - ele encostou os lábios no meu pescoço de novo. - Não te ensinaram a não começar o que não se pode terminar, Jad?

Eu comecei a rir.

- Talvez eu só não queira você. - o que não era mentira, apesar de tudo.

- Você não conseguiria resistir à mim, aposto. - ele sorriu mordendo os lábios.

- Acho que isso é o que nós vamos ver.

Sai do carro e comecei a rir da cara de brisa que ele fez quando eu sai.

Jack Gilinsky já me esperava na entrada da casa e ele começou a rir.

- O que foi?

- Seu cabelo. Seu vestido. - ele gargalhou ainda mais alto. - Você.

Olhei para o meu corpo e tentei ao máximo abaixar meu vestido e o desamarrotar, o que não deu muito certo.

- Magcon, Jack, Magcon. Sem Magcon para mim até o resto do verão.

- O que é realmente uma pena, já que todos os meninos fizeram uma aposta para ver que pegaria você primeiro.

- Odeio esses seus amigos.

Ele começou a rir ainda mais forte e estava cambaleando.

Ótima carona eu arranjei.

- Eu odeio a Megan.

- Você parecia estar se divertindo. 

- Você também. - ele arqueou as sobrancelhas. - Sabe, as vezes eu penso que o Johnson tem razão.

- Sobre você ter problemas? 

Ele chegou mais perto de mim.

- Sobre você.

O que aconteceu depois foi muito rápido. Nós estávamos no carro, ele me beijou e apesar de tudo ser efeito da vodca on fire, eu não conseguia mais parar.

Droga, Jack.