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História Paradiso - A Caminho do Inferno


Escrita por: chogiwei

Notas do Autor


Ooi meus dengos, finalmente estou aqui trazendo uma fanfic nova, dessa vez de um plot que foi doado pela Hal, que basicamente me intimou quando me chamou na dm e me pediu para escrever e eu não tive como recusar um pedido desses kkk espero que goste amor!

Eu mesma betei e fiz a capa, to toda enferrujada, peço desculpas com antecedência!

Uma dica para a leitura é: o lemon é bem intenso mas tem um ritmo lento, então leiam com calma, para vocês irem sentindo tudo na mesma medida em que os personagens sentem rs

Espero do fundo do coração que gostem disso aqui, tanto quanto eu gostei de escrever. Boa leitura!

Capítulo 1 - A Caminho do Inferno



Paradiso ― A caminho do Inferno
escrita por chogiwei

Houve o tempo na Terra, onde o bem era o único habitante, passeando pelos grandes jardins e imensos oceanos, onde tudo o que se via era luz, nada além da luz.

No entanto, ainda nos primórdios, o Criador já sabia que o equilíbrio era tão necessário quanto o livre arbítrio de escolher qual caminho seguir e foi assim que surgiu a escuridão, o lado sombrio, trazendo em seu milhares e milhares de anos depois, aquele maldito anjo caído encarregado de semear seus frutos podres e corromper o coração até do melhor dos homens.

Apesar disso, até mesmo o rei das trevas merecia o seu devido descanso, após uma vida inteira de esforços para fazer com que o equilíbrio reinasse, ainda que sua vontade fosse que o mal se sobressaísse.

Por isso, deixava o seu legado em forma de um jovem rapaz de cabelos tão negros quanto a própria escuridão de seus pecados e os olhos gélidos e acinzentados, totalmente contraditório ao fogo que o cercava, carregando o nome de Byun Baekhyun, também conhecido como o príncipe das trevas, o sucessor do trono do inferno, filho legítimo de Lucífer e Lilith.


Estou na rodovia para o inferno
Sem sinais de pare ou limites de velocidade
Ninguém vai me fazer ir mais devagar


 

            Contudo, da mesma forma em que o mal caminhava sobre a Terra, armado com todos os pecados na bagagem, o bem também tinha o seu próprio passageiro, um soldado celestial, pronto para enfrentar qualquer um que fosse o desafio encontrado pela frente. Ou ao menos deveria ser assim.

― Sabemos que o seu trabalho até aqui fora muito valioso para salvar diversas vidas, mas não podemos fechar os olhos para todas as vezes que você se deixou sucumbir pelos desejos humanos, senhor Park ― Gabriel lhe dizia, com um olhar doce como o de um próprio arcanjo.

― Eu sinto muito por isso ― foi o que Chanyeol conseguiu murmurar.

― Você sempre foi um arcanjo muito respeitado e acreditamos que continuará fazendo um bom trabalho enquanto estiver na Terra, guardando mais vidas, no entanto, você está impossibilitado de subir aos céus até que recupere toda a sua pureza e deixe alguns pecados mundanos para trás.

― Tudo bem, irei dar meu melhor ― murmurou de cabeça baixa, não recebendo nenhuma resposta antes de ver o irmão desaparecendo de sua frente.

Costumava levar muito a sério todos os seus ensinamentos divinos e poderia dizer que se sentia muito decepcionado por ter se deixado levar por alguns hábitos humanos, mas não conseguia se culpar muito por isso.

Era um arcanjo vagando pela Terra, possuindo um corpo humano e em contato direto com os homens, sabia que deveria permanecer inteiramente focado em sua missão enquanto guardião, mas não conseguiu evitar depois de centenas de anos, que sucumbisse ao desejo de saciar as vontade humanas que lhe cercavam. Mas nunca passou de uma bebida ou alguns bons beijos na boca, jurava.

Ainda assim, havia deixado seu lado humano ganhar uma certa vantagem e acabara servindo mais aos homens do que ao Criador e esse era o motivo de seu pequeno castigo. Agora estava ali, preso na Terra em uma saga infinita onde deveria recuperar sua graça angelical por completo, para assim poder voltar aos céus e também voltar a exercer o seu papel enquanto Arcanjo.

Enquanto isso, só conseguiu praguejar baixinho e desejar que não demorasse tanto tempo para que isso acontecesse, ou não saberia o que fazer na Terra com tanto tempo disponível e nenhuma missão a ser cumprida.

Eram o que chamavam de provação, deveria provar ser capaz de resistir a toda e qualquer tentação por um tempo indeterminado, até que sua graça fosse recuperada e isso poderia levar semanas, meses ou anos, muitos anos.

Por isso, sendo impulsivo do jeito que era, não encontrou solução melhor para retirar o estresse de sua cabeça, a não ser ir a algum bar, apenas na intenção de se distrair e jurando a si mesmo que iria se controlar ao máximo para não se deixar levar muito pelos pecados carnais.

Tinha um apartamento apertado no centro de Seoul, o qual conseguiu ao longo dos seus muitos anos na Terra e sempre tentava manter tudo muito atualizado à época em que vivia. Não que estivesse na Terra há muito tempo, eram apenas algumas décadas, mas o corpo escolhido permanecia intacto em sua aparência angelical e um tanto jovem.

Diferente de alguns outros anjos e arcanjos ao redor do globo, seu corte de cabelo era um pouco mais moderno, os fios um pouco longos pela nuca e completamente descoloridos, quase brancos, combinando com seus olhos naturalmente azulados e a pele um tanto alva.

Tomou o banho mais quente que conseguiu, em seguida vestindo uma camisa branca social e uma calça preta, tinha o costume de usar acessórios, então colocou um cordão de ouro e um relógio pesado no pulso. Não podia negar, havia muito do homem em si, mas sabia que era inevitável e seus costumes cotidianos não eram problemáticos para si, tanto quanto os vícios e outros pecados capitais.

Mesmo assim, a vontade que sentia de provar um bom whisky queimando sua garganta, era grande o suficiente para que saísse de casa naquela noite, mesmo que não houvesse a real necessidade de comer e beber, as sensações eram o que movia seu corpo e sempre seriam.

Por mais que pudesse simplesmente surgir no lugar em que quisesse, gostava de aproveitar as luzes da cidade e caminhar pelas ruas pouco movimentadas naquela noite quente, até que alcançasse um bar muito bem frequentado e com uma ótima música ao vivo no centro da cidade.

O caminho que fez até uma mesa alta no canto do ambiente mal iluminado, já era um tanto conhecido por si e não demorou para que o garçom aparecesse com o copo largo em mãos, conhecendo Chanyeol como um de seus clientes mais fiéis do fim de semana, sempre tão calado e misterioso, mas ao mesmo tempo com um olhar tão reconfortante, parecia que ele poderia tocar sua alma e curar todas as feridas, o que não deixava de ser verdade, por isso sentia que poderia confiar cegamente no mais alto.

Chanyeol deixou que o líquido âmbar alcançasse seu paladar e não demorou a fechar os olhos, apreciando a queimação que atingiu sua garganta. Sabia que deveria resistir, mas às vezes sentia que era impossível, não conseguia abdicar do velho hábito quando ele era o único capaz de fazer com que seu corpo relaxasse e todas as preocupações deixassem sua cabeça.

Foi o que manteve em mente enquanto ouvia a música de fundo, os dedos brincando com um guardanapo em cima da mesa e vez ou outra provando da bebida gelada em seu copo. Sua mente parecia estar entrando em um transe de completo relaxamento, quando passeou os olhos pelo estabelecimento, tentando enxergar em cada pessoa, o mal que os levava até ali. Sabia que estava proibido de exercer qualquer papel celestial enquanto estava suspenso, mas gostava de saber o que intrigava as pessoas no fundo de suas mentes.

No entanto, se havia qualquer mínimo pensamento em sua cabeça naquele momento, ele se esvaiu junto com a brisa fria que passou pelo seu corpo, quando seus olhos pararam sobre a presença sombria próximo à entrada do bar. Seus olhos se prenderam como dois imãs e não se desconectaram por todo o percurso que o outro fez até estar parado de frente ao arcanjo.

Os cabelos negros tinham um brilho diferente e balançavam levemente conforme seus passos, atraindo o olhar de, literalmente, todas as pessoas presente no bar naquele momento. Era sempre assim. Só voltaram a desviar seus olhares quando se sentou na mesa alta, roubando o copo preso firmemente entre os dedos grossos do Park.

― Senhor Park ― cumprimentou, o nome deslizando pelos lábios em uma clara provocação, enquanto lhe olhava por cima da borda do copo, depois de beber quase todo o líquido contido ali.

― Byun ― respondeu sem muita vontade, recuperando sua bebida. ― O que você quer?

― Não seja grosseiro comigo, amor ― disse, formando um biquinho falso com os lábios, sabendo que conseguia bagunçar o arcanjo por completo com uma simples palavra. ― Você sabe que eu sempre quero você.

― Eu não estou com paciência para as suas gracinhas hoje ― Chanyeol disse firme, desviando seu olhar do rapaz a sua frente, enquanto travava o maxilar em puro ódio.

Odiava Byun Baekhyun, odiava com todas as suas forças. Odiava como ele sempre falava doce em seu ouvido, como sempre o provocava e tentava o levar ao limite, mesmo sabendo que o Park jamais cederia a qualquer investida daquele filho do diabo.

Baekhyun, no entanto, não poderia ser julgado por tentar, pois era o que ele mais fazia, não só na esperança de realmente conseguir saciar o desejo que lhe consumia, como também na intenção de tirar o loiro do sério, afinal, era o seu passatempo favorito.

― Sei que está estressado hoje, bebê ― começou, deslizando seus dedos pela mesa até alcançar os do Park. ― As notícias correm rápido e confesso que fiquei chateado por saber que está sendo punido por estar perdendo sua graça, você sabe, tenho meus motivos para não gostar nada disso.

― E quais seriam esses? ― quis saber, mesmo antecipando que se arrependeria amargamente por dar corda às provocações do moreno.

― O primeiro, claro, é por não ser eu quem está te punindo, tenho certeza que encontraria formas muito mais interessantes de fazer isso. ― Chanyeol revirou os olhos em puro desdém. ― Não faça essa cara, amor, eu sei que você adoraria ser punido por mim. Enfim, o outro motivo, pra mim é o mais grave, você quer saber qual é?

― Não ― disse simples, sem rodeios. ― Mas como você já começou…

― Sua graça está se esvaindo, Park, isso significa que você está sendo corrompido e eu não consigo ficar nada além de muito, muito puto em saber que você deixou essa boca tocar qualquer outra pessoa que não fosse eu.

― Sinto te informar, mas eu jamais arriscaria perder meu poder angelical me entregando para um imundo como você, além do mais, eu não sou e nunca serei sua propriedade ― seu olhar era firme, intimidador e não foi surpresa quando um sorriso malicioso brotou no cantinho dos lábios do sucessor do inferno, ao que ele bebia o último gole de whisky para molhar seus lábios subitamente secos.

― Você mente demais para quem está tentando parar de pecar, Park. Acha que eu não consigo te ler? Acha que eu não sei o que passa em seus olhos toda vez que você olha para mim? ― Chanyeol socou a mesa com força, talvez mais força do que o necessário, pois notou que algumas pessoas olhavam para si.

― Eu, definitivamente, não vou me estressar com você ― respondeu com raiva, se levantando da mesa e deixando um nota embolada abaixo de seu copo, quando simplesmente começou a andar em direção a saída daquele bar. Só queria ter um momento despreocupado, mas isso não era possível enquanto o outro existisse.

Odiava a forma como o Byun sempre parecia estar certo e o sorrisinho convencido que ostentava quando via a perdição nos olhos do arcanjo, mas jamais iria aceitar ou assumir isso, Deus era o único que podia ler o que se passava em sua cabeça e Ele estava ocupado demais para isso, portanto, deixaria seus pensamentos guardados apenas para si.

Chanyeol tentou fugir, tentou mesmo, deixou que seu corpo desaparecesse assim que cruzou a esquina próxima ao bar e surgiu em um beco do outro lado da cidade, bem distante de seu apartamento, onde achou que pudesse ser procurado, mesmo que Baekhyun jamais conseguisse colocar os pés no local, devido às armadilhas para demônios colocadas ali.

Ainda assim, achando que conseguiria pelo menos algumas horas de sossego antes de voltar para casa, se surpreendeu quando teve seu corpo jogado contra a parede do beco escuro, onde o único som ouvido era de uma goteira.

― Você é tão previsível, amor ― o Byun sussurrou rente aos seus lábios, lhe fazendo fechar os olhos com força.

― Só me deixa em paz, Baekhyun ― quase implorou, usando suas mãos para empurrar o menor para longe. ― Eu não preciso de mais motivos para me tirar do sério hoje.

― Você sabe que não estou aqui apenas para te irritar, Park, embora seja um dos meus divertimentos diários. Mas, você também sabe, que se você largar esse orgulho besta, eu posso te mostrar um caminho muito mais delicioso para seguirmos. ― Seus dedos deslizavam por entre o vão dos primeiros botões abertos da camisa do Park, enquanto voltava a colar seus corpos. ― Sabe que pode encontrar em mim o que tanto deseja, o que tanto tenta esconder nessa brincadeirinha de pagar de anjinho bom, mas eu sei te ler, Park, sei que o que passa em seus olhos não é nada além de tesão ― quando terminou de falar, seus lábios já roçavam aos do mais alto, vendo-o retesando todo o corpo e prendendo a respiração. Até Deus sabia o quanto tinha vontade de corromper aquele homem.

Chanyeol levou apenas alguns segundos para reagir, os dedos grossos se prendendo com força nas laterais do pescoço alvo, limitando a passagem de ar e fazendo um sorriso safado aparecer nos lábios finos que secretamente já desejou beijar. Trocou as posições, batendo as costas do menor com força na parede em que estava antes, tendo que ignorar o gemido baixinho que deixou os lábios alheios quando colocou seus corpos.

― Você sabe que, se eu pudesse, eu te foderia por uma noite inteira só para ter o prazer de te deixar sem palavras, Byun ― ditou, deixando a raiva transparecer em seu tom de voz.

― Você está perdendo tempo, Park, sabe que pode me usar o quanto quiser antes de voltar para a vidinha de bom moço. Eu não pensaria duas vezes para ser escolhido como o último a levar o arcanjo Chanyeol ao pecado e você deveria aproveitar como uma grande despedida dos prazeres da vida humana.

― Eu posso cometer os pecados mais horrendos que essa Terra já viu, mas esse aqui... ― usou os dedos para apontar entre os dois. ― Eu nunca vou cometer.

― Você deveria parar de mentir para si mesmo. ― Trocou novamente de posição, ficando na ponta dos pés para deixar ambos os rostos na mesma altura. ― Vamos ver por quanto tempo você consegue resistir, Park. ― Deixou um sorriso pequeno escapar antes de segurar as bochechas do arcanjo com uma das mãos, grudando seus lábios em um selinho apertado, para em seguida, simplesmente desaparecer, deixando para trás um Chanyeol com os olhos arregalados e uma ardência gostosa na boca.


Sim, eu estou descendo o caminho todo
Estou na rodovia para o inferno


 

Quando Park deixou que suas costas descansassem no colchão confortável de seu quarto naquela noite, tudo que sua cabeça conseguia pensar, era em como odiava o Byun. Odiava mesmo, desde sempre.

Baekhyun era o significado de problema na vida do arcanjo desde quando pisou na Terra pela primeira vez e soube do nascimento do filho de Lúcifer, que muito em breve poderia assumir o trono do pai. Desde então, Chanyeol havia ficado encarregado de acompanhar de perto os passos do Byun, enquanto ele aprendia a usar seus poderes, vigiando para que ele não causasse nenhuma grande destruição ou passasse do limite considerável saudável entre aquele equilíbrio estabelecido entre o bem e o mal.

Contudo, o tempo passou, Baekhyun cresceu e não demorou muito para notar que era seguido de perto, também não demorou para que iniciasse uma aproximação do arcanjo, deixando claro que sabia o que ele fazia, até que Chanyeol fosse designado a outro papel. Mesmo assim, o filho do diabo não pareceu desistir das investidas, havia se interessado pelo Park no primeiro momento em que seus olhos se cruzaram e conseguiu notar a curiosidade presente no semblante do arcanjo.

A partir daí, parecia quase que destino que se encontrassem toda semana nos bares pela cidade, a falsa inocência de Park servindo de combustível para alimentar o interesse de Baekhyun, ao mesmo tempo em que uma raiva surgia na mesma medida. O Byun sempre fora sinônimo de luxúria, era a própria personificação do pecado e Chanyeol odiava o fato de não conseguir se impedir de sentir algo pelo rapaz, o mínimo que fosse. Enquanto Baekhyun, o odiava justamente por ele ser o único que resistia tão bem aos seus encantos.

As brigas começaram tão logo quanto os encontros repentinos e às vezes acreditavam piamente que poderiam se matar. Para um arcanjo, Chanyeol sentia raiva demais e não conseguia deixar de mentir quando estava junto ao Byun, em contrapartida, o filho do diabo não conseguia mentir ou esconder o desejo que sentia pelo maior e todas as suas brigas sempre terminavam em provocações e insinuações que afloravam ainda mais o lado raivoso do Park.

E era por isso odiava Baekhyun com todas as suas forças, porque ele era o príncipe do inferno, ele poderia fazer o que bem entendesse, quando bem quisesse e Chanyeol tinha inveja disso, tinha inveja de não poder nem ao menos sentir metade das coisas que sentia, tinha inveja de não poder fazer o que tinha vontade e tinha uma raiva infinitamente maior por desejar tocar aquele que era nada além da representação de tudo o que deveria lutar contra.

Fechou os olhos com força quando se lembrou da forma como o corpo de Baekhyun tremeu e um gemido baixinho deixou seus lábios enquanto apertava o pescoço alvo e pressionava seu corpo contra o dele na parede. Se praguejou por ainda sentir o macio dos lábios junto aos seus e, principalmente, por sentir falta de um contato que experimentou por apenas meio segundo.

Dormir não era realmente uma necessidade que sentia, mas, naquela noite, quando afundou o rosto no travesseiro macio, desejou que pudesse apagar profundamente nem que fosse por algumas horas.


[...]

Enquanto Park Chanyeol parecia empenhado em brincar de pique-esconde, Baekhyun usava sua mente maléfica para calcular a rota que deveria seguir. Não era segredo para ninguém que sabia da existência dos dois, que o Byun tinha um interesse no arcanjo que estava longe de ser saudável.

Quer dizer, até o maior dos tolos conseguia perceber que alimentar qualquer tipo de atração por um ser celestial não era lá muito inteligente, principalmente quando você é o herdeiro do trono do inferno e, consequentemente, inimigo mortal de qualquer servo do Criador.

Mas Baekhyun não parecia se importar, não mesmo. Era inevitável que pensasse em todas as coisas profanas que poderia fazer com o anjinho, ainda mais quando conseguia olhar de perto o desejo brilhando em seus olhos, enquanto travava aquela luta interna entre o certo e o errado. O Byun estava acostumado a ter todos os olhares para si e simplesmente conseguir o que quisesse de qualquer pessoa, era como um encanto natural, como se estivesse sempre trajado em luxúria e as pessoas não conseguissem olhar para ele sem sentir uma vontade inexplicável de abrir as pernas. Ele adorava isso, por isso usava suas armas e fazia de propósito para levar todos à tentação.

Talvez isso explicasse porque sentia tanta necessidade de provar do arcanjo. Ninguém nunca havia resistido tanto, mesmo com o nítido interesse ― que ele, inclusive, já havia confessado algumas vezes ―, sempre conseguia ver o quanto ele brigava consigo mesmo para não ceder a nenhuma provocação vinda do menor.

Baekhyun nunca havia se interessado por ninguém do lado de lá, é claro, sabia que era burrice. Mas, ao mesmo tempo, sentia que com o Park era diferente, por isso sempre se via pensando em qual o próximo passo dar, qual seria o novo golpe a ser usado contra o maior, até que desmoronasse por completo aquela barreira moral que os impedia de consumir de seus corpos, até não restar mais nada.

Por isso, quando viu uma nova oportunidade surgindo, não pensou duas vezes antes de agarrá-la com força, sabendo que, se tudo desse certo, aquela seria sua cartada final para ter o que desejava. E poderia dizer que estava pouco se fodendo para a graça angelical de Chanyeol, sabia que era egoísta da sua parte, mas fazia parte do seu papel como o bom demônio que era, pensar em nada além de si mesmo, embora fosse controverso de sua parte dizer isso, depois de passar tantos e tantos anos apenas pensando nele.

― Senhor Byun, seu pai solicita sua presença na sala do trono. ― Estava sentado na sala de casa quando ouviu o chamado, não demorando muito para que atravessasse a passagem até estar dentro do próprio inferno, caminhando em direção ao trono de seu pai.

― Papai ― murmurou em um tom desdenhoso, parando de frente para o progenitor.

Lúcifer tinha lindos olhos azuis penetrantes e uma postura imponente, enquanto distribuía olhares sabendo que era o ser mais poderoso do mundo, quer dizer, pelo menos era o que ele acreditava piamente.

― Seu aniversário se aproxima, filho. Já decidiu o que quer de presente? ― Perguntou, enquanto passava os dedos pela barba mal feita. Lúcifer usava a casca de um homem ocidental naquele momento e continuava impecavelmente lindo, não importava o que acontecesse.

― Eu quero Park Chanyeol, pai ― murmurou, mordendo o cantinho dos lábios enquanto um brilho diferente passava pelo seu olhar.

― O arcanjo? ― Baekhyun concordou rapidamente com a cabeça. ― Pensei que encontrava ele bastante por aí, já poderia tê-lo matado se quisesse, mas já que deseja, providenciarei a cabeça do Park em uma bandeja para você ― comentou, como se oferecesse sapatos novos para o filho e logo um pequeno desespero se apossou do rosto pálido à sua frente.

― Não é isso ― começou, girando o pescoço de um lado para o outro para ouvir os ossos estalarem. ― Quero o Park bem vivo, pai. Quero ele como meu escravo sexual por uma noite.

O pedido pareceu pegar até mesmo Lúcifer de surpresa, mas logo um sorriso maligno surgiu em seus lábios, ao passo em que soltava uma risada alta, jogando a cabeça para trás.

― Você sabe que ele é um arcanjo e não será uma tarefa fácil, não é? ― Baekhyun concordou com a cabeça mais uma vez, as sobrancelhas levantadas como se jamais fosse desistir daquilo.

― Eu só preciso que traga ele até mim, o resto eu me viro, sei que não precisa de muito para que ele finalmente ceda.

― Tudo bem, providenciarei sua coroa de espinhos e Park Chanyeol como seu presente de aniversário. ― Sorriu em direção ao filho, reconhecendo todas as suas intenções quando fitou os olhos frios do mais novo. ― Mandarei alguns homens irem atrás dele, quanto mais rápido pegarem, melhor. Falta pouco mais de uma semana para o seu aniversário, tenho certeza que não se importará se o mantivermos preso nesses dias restantes.

― Eu quero ele inteiro, por favor, nem mesmo um arranhão em seu corpo ― disse uma última vez, jogando uma piscadela para o pai em sinal de agradecimento e sumiu.


[...]

Demorou uma semana inteira para que tivessem alguma atualização sobre aquele pedido inusitado de Baekhyun. Ele estava sentado nos degraus ao pé do trono do pai, conversando sobre os planos do Byun para quando ele assumisse o reinado, quando os capangas de Lúcifer apareceram.

― Sim? ― O diabo perguntou, uma sobrancelha arqueada como se questionasse por qual motivo estavam interrompendo a conversa com o filho sem pedir permissão.

― Estávamos atrás do Park ― um deles informou, ao que limpava o suor de sua testa, a roupa amassada indicando que gastara muita energia antes de chegar ali.

― Já trouxeram ele? Nunca antes demoraram tanto para prender alguém. ― Lúcifer parecia descontente com a situação, odiava quando não cumpriam as ordens dele, pois jamais desejaria gastar seu tempo para fazer com as próprias mãos.

― O cara é muito esperto, ele sabe que está sendo seguido e ele não parece dar a mínima para isso. É uma missão impossível, chefe, não conseguimos nem ao menos chegar perto dele.

Foi preciso apenas um estalar de dedos até que um dos demônios estivesse de frente para Lúcifer, tendo seus pescoço sendo facilmente esmagado pelos dedos fortes do diabo.

Nunca diga para Lúcifer que algo é impossível ― murmurou entredentes, os olhos vermelhos como se pegassem fogo. ― Faltam três dias para o aniversário do meu filho e você não tiveram a competência de pegar um arcanjozinho de merda ― cuspiu as palavras de forma ácida, vendo os olhos arregalados do rapaz, enquanto o ar começava a lhe faltar. ― Se eu tiver que sair daqui e buscá-lo com as minhas próprias mãos, podem considerar a tortura como recompensa pelos seus fracassos, passarão alguns bons anos sofrendo no purgatório.

― Pai, não é pra tanto. ― Baekhyun se levantou, bufando de raiva. Sabia que não seria fácil, mas não iria desistir por qualquer coisa. Queria o Park e o teria, sim. ― Poupe os esforços desses dois incompetentes, irei atrás dele por conta própria.

Não esperou por uma resposta quando sentiu os próprios olhos vermelhos e uma vontade inexplicável de quebrar coisas, porém, não o faria. Sabia onde encontrar o Park e iria pessoalmente até ele para descobrir que porra ele estava fazendo que não havia cedido ainda.

E foi quando pisou naquele maldito bar de sempre e encontrou os olhos calmos do arcanjo no canto escuro do estabelecimento, que soube que tê-lo não era mais apenas um desejo, era uma necessidade. E odiava admitir isso, pois assumir que precisava de algo, era o mesmo que admitir qual era a sua maior fraqueza. E Chanyeol era o seu ponto fraco.

Ignorou todos os olhares admirados e desejosos quando caminhou em passos decididos até estar de frente para o homem alto, que permanecia calmo como as águas de um lago inóspito, completamente contraditório ao Park que estava acostumado em encontrar.

― Park Chanyeol ― disse firme, vendo um sorriso mínimo despontar nos lábios gordinhos.

― Não tem nenhum amor ou bebê hoje? ― perguntou em puro deboche, ao ver o maxilar travado do outro.

― Por que você complica tanto a minha vida? ― Apoiou os dois braços sobre a mesa, se inclinando até estar com o rosto próximo ao de Chanyeol. Seu coração parecia levemente acelerado, enquanto tentava decifrar o olhar do outro, pela primeira vez não conseguindo nenhuma transparência ao encará-lo de perto.

― Você achou que eu não iria perceber que colocou uns demônios atrás de mim? Achou que eu fosse ser amador o suficiente para cair nessas armadilhas toscas? ― Deu um gole no whisky que passara a esquentar entre o aperto firme de seus dedos.

― Eu fico admirado com sua força de vontade, porque você sabe que uma hora não vai aguentar mais resistir, mas você não cansa de andar em círculos, mesmo sabendo que toda essa palhaçada é em vão e você só está perdendo seu tempo ― argumentou, as palavras saindo ácidas de sua boca, dando a volta na mesa até estar de frente para o maior, que também se virou, recebendo-o entre suas pernas de bom grado.

― Fico feliz em saber que aceitou a derrota e agora colocou seus capangas atrás de mim, porque jamais conseguiria isso sozinho, não é mesmo? ― perguntou em desdém, sentindo a atmosfera tensa ao seu redor, com certeza quem passasse ali por perto tomaria algum choque com as faíscas que estavam soltando.

― Eu não coloquei ninguém atrás de você, eu apenas pedi para o meu pai que me desse uma noite com você ― assumiu, olhando nos olhos do rapaz na tentativa de encontrar algo, qualquer sinal que lhe fizesse desistir de vez, mas não encontrava, o azul profundo das íris de Chanyeol apenas o convidava a se afundar cada vez mais.

― Teve que pedir o meu irmãozinho? Isso tudo é desespero, Baek? ― O Byun sentiu a impaciência subindo quando enroscou os dedos na gola da blusa do Park, grudando ainda mais os seus corpo quando o trouxe para perto de si.

― Não é desespero, amor, eu consigo sentir o quanto você quer ser desonrado. ― Lambeu os próprios lábios com a pontinha da língua e viu quando o olhar do maior fraquejou. ―  Meu aniversário é daqui a três dias e, não importa o que aconteça, você será o meu presente. Acho que bom que pare com essa porra de pique-esconde porque não tem nenhuma criança aqui.

― Será um prazer quebrar suas expectativas, Byun, acho bom que comece a aceitar sua derrota desde agora, vai doer menos quando a hora chegar. ― Baekhyun estava pronto para virar as costas, quando o Park fez tudo o que não imaginou que um dia pudesse fazer e simplesmente segurou seu rosto com umas das mãos, os dedos grandes quase lhe cobrindo todo o rosto, antes de simplesmente grudar seus lábios em um selinho calmo e molhado, como se não estivesse contradizendo tudo o que falou até segundos atrás.

― Apenas facilite meu trabalho, Park, você está tendo a opção de escolher o jeito mais fácil de fazermos isso e eu tenho certeza que vai ser tão delicioso quanto você imagina todas as noites. ― Se afastou, fingindo não ter ficado afetado com aquela merda de beijo, que durou mais do que meio segundo dessa vez, pelo menos. ― Três dias, Park, não esqueça.

E Chanyeol não teve tempo de sequer pensar em uma resposta, tudo o que rondava em sua mente, era que seus irmãos deveriam estar o olhando lá de cima em puro desgosto, assistindo enquanto se queimava cada vez mais naquele inferno particular que era Byun Baekhyun.

E, a bem da verdade, estava pouco se fodendo para qualquer merda naquele momento. 


[...]

Baekhyun estava exausto quando pisou em sua casa no fim do dia. Era seu aniversário e embora as comemorações tivessem sido ótimas, nem ao menos conseguia ficar feliz com a droga da coroa de espinhos que havia recebido naquela noite. Estava oficialmente apto para assumir o trono enquanto seu pai curtia as férias pelo mundo afora, mas não conseguia comemorar, não conseguia se alegrar após ter conseguido o que tanto esperou a vida inteira, de tão frustrado que estava por não ter conseguido o que verdadeiramente queria.

Morava em uma mansão e uma área isolada de Seoul, a qual também havia sido um presente de seu pai em um dos últimos aniversários e, naquele momento, odiou que a casa fosse tão grande e vivesse tão sozinho em meio a tanto luxo.

Deixou seus sapatos jogados de qualquer jeito na entrada da casa e começou a desabotoar os botões da camisa que usava em seu traje todo preto. Se soubesse como a noite terminaria, teria pelo menos se planejado para conseguir alguém como companhia no fim de tudo.

Ainda assim, enquanto caminhava com o peito desnudo em direção ao seu quarto, a cabeça baixa e vez ou outra soltando alguns suspiros pouco pacientes, sentiu uma presença diferente em sua casa. Arregalou os olhos apenas a tempo de ver que suas armadilhas angelicais estavam todas destruídas e, por um mísero segundo, teve medo do que poderiam fazer com ele naquela noite.

No entanto, assim que pisou dentro da enorme suíte, o que encontrou fez o seu coração errar uma batida, para logo em seguida um sorriso mais do que satisfeito surgir no canto de seus lábios.

Park Chanyeol estava ali, as roupas bagunçadas e a camisa branca botões aberta, a cabeça baixa, enquanto estava ajoelhado bem no centro de seu quarto. E o melhor, ele estava algemado.

Ficou quase um minuto inteiro em puro choque, apenas observando o seu presentinho bem ali, com as mãos atadas atrás de seu corpo e a respiração que se acelerava aos poucos, ao que sentia a presença do Byun. Não teve coragem de falar uma palavra sequer ou dar algum passo na direção do rapaz. A única coisa que fez foi sorrir, até que o arcanjo levantasse o rosto calmamente, e a troca de olhares que aconteceu em seguida quase fez Baekhyun perder o fôlego.

― Está sem palavras, senhor Byun? ― deixou a voz grave caminhar pelo quarto até que atingisse o menor.

― Estou verdadeiramente surpreso, senhor Park ― confessou, dando alguns passos calmos na direção do outro, os olhares ainda presos e uma euforia crescente dentro de si. Não sabia nem ao menos o que dizer, havia sido realmente pego de surpresa daquela vez. ― Me pergunto o que te traz até aqui… Acho difícil acreditar que meus demônios realmente conseguiram te prender. Gostaria de saber o que você está tramando ― embora seu tom parecesse despreocupado, por um segundo teve medo do que Chanyeol pudesse estar fazendo ali. A Guerra Celestial ainda existia, anjos e demônios viviam se matando o tempo inteiro, não queria mesmo ser o próximo.

― Você sabe que eu jamais deixaria que chegassem até mim, me prendessem e me trouxessem até aqui, se eu não quisesse ― murmurou assim que o mais novo parou em sua frente, o próprio estômago se afundando em ansiedade.

Não podia julgar o Byun pelo rosto ainda em estado de choque, pois estaria na mesma situação, se algumas semanas atrás ficasse sabendo que estaria ali, ajoelhado na frente daquele que jamais um dia pensou se entregar. Estava surpreso com sua própria audácia, sua própria coragem em finalmente ceder a um desejo antigo.

― Está me dizendo que está aqui por que quer, amor? ― Baekhyun se inclinou até estar com o rosto da mesma altura que o de Chanyeol, analisando de perto todas as expressões que surgiam no rosto pálido à sua frente.

― Estou dizendo que estou aqui por você, Baekhyun. 

Aquilo acertou o Byun como um grande soco na cara, teve que respirar muito fundo para não perder o controle e deixar que suas pernas bambeassem. Seu baixo ventre se remexia e um frio na barriga tomava cada vez mais conta de si.

Embrenhou os dedos nos cabelos loiros do arcanjo e terminou de juntar seus rostos, finalmente grudando os lábios de forma calma nos do outro rapaz. Ambos tinham os olhos fechados, tentando ao máximo guardar cada mínimo detalhe do que se desenrolaria a partir daquele momento.

Baekhyun moveu os lábios com calma, deixando alguns selarem na boca seca, antes de sugar o inferior de forma leve, sentindo o Park suspirando rente ao seu rosto, antes de deslizar a pontinha da língua pelos lábios gordinhos, finalmente recebendo passagem para que as línguas se tocassem. Teve que segurar um gemido quando sentiu o beijo se aprofundando, o contato entre as línguas sendo gostoso o suficiente para que sentisse seu pau endurecendo dentro das calças apertadas. Esperaram tanto por aquele momento, que tinha certeza que se não fossem devagar, iria gozar no primeiro minuto.

Chanyeol era bom em beijar, bom demais para a sanidade do Byun, que segurava seus cabelos com força, ditando o ritmo cada vez mais lentos em que as línguas deslizavam uma pela outra, sentindo o outro se remexendo em sua frente, certamente louco para que as mãos escapassem das algemas para que pudesse tocar aquele corpo cheio de pecado que tanto ansiava experimentar.

Teve que se afastar no próximo minuto, sorrindo contido ao que via os lábios vermelhos e inchados do Park, os cabelos bagunçados e a respiração um tanto desregulada. Mas o que lhe arrebatou naquele momento, foi o olhar escurecido em completo desejo e tesão que o arcanjo carregava naquele momento, sabia que estava exatamente da mesma forma, sem tirar nem pôr.

― Eu vou tomar um banho ― avisou, terminando de arrancar a própria blusa, deixando-a jogada no chão, enquanto dava alguns passos em direção à porta que ficava na esquerda de seu quarto. ― Espero que esteja descansado, Park, nós não iremos parar até que eu prove cada mísero centímetro do seu corpo.

― Estou à sua disposição, Byun, você terá uma noite inteira para fazer o que quiser comigo ― respondeu entre um suspiro e outro, tendo tempo apenas de trocar um sorriso contido com o outro rapaz, antes que ele finalmente sumisse porta afora.

Já estava há mais de uma hora ajoelhado naquela mesma posição, desde que havia chegado no quarto de Baekhyun, ansioso demais com o que poderia acontecer para que se importasse com a dor absurda em seus joelhos.

Havia atraído os demônios até um campo escuro e deixou que eles lhe prendessem e o levassem até ali, tendo que esperar um tempo até que desfizessem as armadilhas do local para permitir sua entrada. Desde então, parecia que uma eternidade havia se passado até que sentisse a presença marcante do outro se aproximando.

Agora estava ali, olhando fixamente para um ponto aleatório na parede cinza do quarto de Baekhyun, tentando limpar qualquer pensamento de sua mente para que pudesse relaxar por completo. Já estava ali mesmo, não queria que nada pudesse lhe impedir de, finalmente, dar fim àquela merda de desejo infernal que sentia pelo outro, não queria nenhum empecilho no caminho, lidaria com seus demônios internos apenas depois que saciasse aquela vontade inexplicável.

Quase quinze minutos depois, Baekhyun voltou ao quarto com o corpo coberto por um roupão preto e felpudo, o rosto limpo e tão sereno como Chanyeol jamais imaginou um dia encontrar. Os cabelos pretos estavam molhados e os olhos azuis escurecidos em pura luxúria. Viu quando ele foi até o interruptor de luz próximo à porta do quarto e abaixou a intensidade, deixando o quarto muito mais escuro do que iluminado, embora ainda conseguissem se enxergar com clareza em meio ao ambiente.

Em seguida, caminhou até o guarda-roupa, abrindo a última porta próxima à parede e vasculhou ali por algum tempo, até voltar de lá com um algema em mãos, sorrindo na direção do Park, quando viu seus olhos brilhando em expectativa.

Parou novamente de frente para o rapaz e o apoiou pelo cotovelo para que ele pudesse ficar de pé, a diferença de altura se tornando evidente quando teve que levantar o rosto para que pudesse continuar lhe olhando nos olhos.

― Você tem as chaves? ― perguntou ao arcanjo, vendo-o concordando algumas vezes.

― Deixaram no meu bolso ― informou, observando o sorriso de Baekhyun se tornando maior com a realização de que Chanyeol estava ali porque queria mesmo, pois tinha até mesmo a chave das algemas e preferiu não usá-las.

O Park usava calça social preta naquele dia e a imagem dele todo engomadinho, mas ao mesmo tempo com as peças amarrotadas e a camisa aberta, fez com que sentisse ainda mais vontade de tocá-lo em todos os cantos. Por isso, enfiou os dedos no bolso dianteiro da calça, deixando os dígitos tocarem a coxa torneada antes de puxar o pequeno chaveiro dali, logo em seguida dando a volta no corpo alto.

Parou bem atrás dele e segurou as mãos fortes e bem maiores do que a sua, usando uma delicadeza que surpreendia até a si mesmo, quando destravou a tranca e libertou suas mãos, mantendo a algema consigo daquela vez.

Quando voltou a estar de frente com o Park, teve que ficar na ponta dos pés para conseguir deslizar o nariz pelo pescoço imaculado, sentindo o cheiro natural que ele exalava, misturado com o aroma de sabonete e um perfume fraco, compondo uma essência que poderia facilmente lhe deixar viciado.

A mão que estava livre subiu pelo peito exposto de Chanyeol até alcançar seu pescoço e o puxou levemente para baixo, para que pudessem se beijar mais uma vez. No entanto, daquela vez o Park também tinha as mãos livres e usou uma delas para contornar a cintura fina, mantendo-o praticamente colado em seu corpo, sentindo quando Baekhyun ofegou com a boca colada na sua.

O mais baixo então mordeu seu lábio inferior com um pouco mais de força, sugando-o para si, antes que suas línguas voltassem a se encostar, dessa vez por fora das bocas. Suspiraram juntos e Baekhyun teve que conter um gemido surpreso quando a outra mão grande deslizou por sua bunda até alcançar uma das coxas, a puxando para cima, quase ao redor de seu quadril, em seguida usando a fenda do roupão para que os dedos frios tivessem contato direto com a pele branquinha, apertando com tanta força, que poderia deixar marcas no local.

Baekhyun sentiu seu corpo estremecer por completo e poderia cair se não tivesse seu corpo sendo segurado com tanto afinco, afinal, estava na ponta de apenas um dos pés e sentia como se sua perna tivesse sido substituída por uma gelatina. 

Poderia beijá-lo a noite inteira e sabia que faria muito disso pelas próximas horas, mesmo assim, se afastou a contragosto enquanto a mão do Park subia de sua coxa novamente para sua bunda, aproveitando que o Byun não usava nada além do roupão, para sentir a pele se arrepiando com o seu toque firme.

― Tire sua roupa, Park, quero te olhar ― pediu, enquanto testava a firmeza das pernas para caminhar até estar deitado no centro da cama gigante.

Chanyeol sorriu ladino, se virando de frente para o Byun, deixando que a blusa deslizasse pelos braços fortes, que não demoraram a estar completamente à mostra junto com o peitoral malhado e as costas largas. Baekhyun apenas mordeu o cantinho dos lábios e controlou um suspiro quando viu os dedos grossos desafivelarem o cinto em um barulho quase que indecente, antes de puxá-lo com força por um dos lados, até que ele deixasse todos os passadores da calça e caísse no chão.

O próximo passo foi retirar os sapatos e as meias, antes de abrir o botão e o zíper da calça, a forçando para baixo, até que ela fizesse companhia às outras peças abandonadas no porcelanato da suíte. Chanyeol então serpenteou com os dedos pela borda do elástico da cueca que usava, os olhos presos ao de Baekhyun, ameaçando a qualquer momento abaixar a peça.

― Não ― Baekhyun disse firme e rápido demais. Seus olhos passearam pelo corpo quase desnudo à sua frente, acabando por esbarrar na ereção potente que estava presa na boxer branca, a glande marcada por uma mancha de pré-gozo que começava a surgir. Nem percebeu que tinha prendido a respiração naquele momento, admirando cada detalhe do corpo grande e forte, eventualmente soltando alguns suspiros na falha tentativa de esconder o desejo que sentia.

Puta que pariu, foi a única coisa que conseguiu pensar ao se dar conta de que o teria por uma noite inteira. Mal podia acreditar.

― Vem aqui ― chamou e não demorou nem um segundo para que Chanyeol apoiasse os joelhos na cama e começasse a engatinhar até ter o corpo esguio sendo totalmente coberto pelo seu.

Foi ele quem buscou pelos lábios de Baekhyun daquela vez, sentindo os dedos finos e gelados subindo por seu tronco até que estivessem em sua nuca, garantindo que Chanyeol não se afastasse tão cedo. Acabou não resistindo à vontade de levar sua própria mão até o pescoço alheio, apertando com um pouco de força as laterais, sentindo quando o Byun gemeu entre o beijo.

O jeito que suas línguas se tocavam eram quase que imoral, Chanyeol por um segundo se arrependeu por ter demorado tanto a aceitar aquilo tudo, mas ao mesmo tempo sabia que a espera criava a expectativa e, no fim, tudo parecia muito mais gostoso do que um dia pudesse imaginar.

Aproveitou que Baekhyun estava completamente entregue, para descer os beijos pela linha do maxilar, até alcançar a pele de seu pescoço. Não precisou de muito para saber o quão sensível ele era ali, ainda mais quando deixou uma mordida fraca antes de sugar uma porção de pele com força e o corpo menor se arqueou abaixo do seu, enquanto ele jogava a cabeça para trás, os olhos fechados com tanta força quanto a mordida que deixava em seus próprios lábios para impedir que qualquer som saísse.

― Me beija ― Baekhyun quase implorou para que largasse os selares que dava próximo à barra do roupão, afundando as unhas com força pelas costas largas, ao passo em que Chanyeol subia novamente com os lábios até tomar os seus em um beijo sedento.

As mãos aos poucos começavam a passear pelo corpo um do outro, traçando caminhos imaginários e desbravando cada mínima porção de pele, enquanto seus lábios permaneciam juntos, as línguas dançando em uma sintonia fora do normal, como se fossem velhas amantes se reencontrando.

Baekhyun então criou coragem para afastar o rapaz, que tinha ambas as mãos por dentro de seu roupão, tocando com vontade toda a extensão das coxas e a bunda redondinha. Chanyeol caiu deitado ao seu lado na cama e então o mais novo se ajoelhou entre as pernas dele, enquanto o Park se ajeitava no centro do colchão, olhando com expectativa para os olhos vermelhos como brasa, que lhe encaravam de volta.

― Eu quero beijar todo o seu corpo, Park, quero te mostrar como posso te dar prazer apenas com a minha boca, mas preciso que você fique quietinho para isso. ― Suas mãos procuraram pelas algemas perdidas na cama e o mais alto não hesitou em lhe estender os braços, apenas aguardando o momento em que o Byun prenderia cada uma de suas mãos nas extremidades da grade da cabeceira da cama.

Havia alguma coisa muito excitante em ter um homem daquele tamanho, completamente entregue para si, preso em sua cama apenas esperando para que fosse devassado. Se fosse seguir suas vontades, metade daquela enrolação já teria acabado e o abrigaria dentro de si como tanto desejava fazer, no entanto, era uma oportunidade única ter um arcanjo deitado em seus lençóis, como ninguém nunca antes esteve, iria aproveitar da melhor forma que conseguisse.

Por isso, quando terminou de prender suas mãos, voltou a estar de frente para o maior, colocando uma perna de cada lado de seu corpo, se sentando sobre o seu quadril. Gemeram juntos com as ereções se encontrando em um aperto gostoso, onde o tecido da cueca de Chanyeol era a única barreira entre os membros túrgidos.

Baekhyun não conseguiu segurar a vontade que tinha de rebolar no colo do arcanjo, por isso moveu lentamente o quadril para frente e depois para trás, vendo o outro jogando a cabeça para trás e fechando os olhos com força. Então aproximou seus rostos, colando a boca em sua orelha, onde deixou uma leve mordida no lóbulo, antes de repetir o mesmo movimento mais duas vezes, deixando um gemido longo escapar com a sensação gostosa de sua glande sendo pressionada contra a barriga do Park.

Continuou sentado em seu colo quando distribuiu beijos pelo maxilar alheio, descendo pelo pescoço até então imaculado, mas que fez questão de deixar suas pequenas marcas por todo o caminho que passou, chegando nas clavículas, onde mordeu quando ondulou o quadril uma outra vez.

Beijou os ombros largos antes de refazer o caminho pelo pescoço, dessa vez deslizando a pontinha da língua da base até que alcançasse a orelha onde gemeu baixinho mais uma vez, sentindo a respiração desregulada do outro batendo direto contra a sua pele. Quando voltou a descer os beijos, se demorou algum tempo sobre um dos mamilos de Chanyeol e assistiu pela primeira vez o corpo grande estremecendo abaixo do seu, acabou sorrindo contido, continuando a beijar a área por mais algum tempo.

No entanto, tinha outras prioridades naquele momento e foi por isso que direcionou o seu olhar ao do Park e o fixou ali, enquanto sua boca fazia o caminho pecaminoso pelo abdômen até alcançar o quadril. Os olhos do arcanjo continham muita expectativa, ansiando para que seu pau finalmente fosse tocado, mas Baekhyun o negligenciou por completo, usando a ponta dos dedos para puxar a cueca, até retirá-la pelos seus pés.

Ficou sentado alguns segundos admirando o homem em sua cama. Chanyeol tinha os olhos em fendas e a boca entreaberta por onde o ar saía com força, seu pau estava apoiado em sua própria barriga, grande e duro de uma forma que fez Baekhyun salivar. Ele era grosso e estava lisinho, a glande vermelhinha melada com o pré-gozo que agora manchava sua pele e convidava o Byun a provar com a ponta de sua língua, porém, ele não o fez.

Começou a beijar o interior de uma das coxas, enquanto apertava a outra com uma das mãos, os dedos dedilhando até chegarem próximo da ereção, mas sem nunca tocá-la, apenas fazendo com que ele abrisse as pernas cada vez mais. Os beijos também foram se aproximando até que a língua tocasse o períneo, em seguida abrigando uma das bolas em sua boca. Chanyeol gemeu alto, o corpo inteiro tremendo com aquela nova sensação.

Baekhyun sabia que ele já havia beijado muitas bocas ao longo de seus anos na Terra, mas sabia também que era o primeiro a lhe dar esse tipo de prazer, uma vez que os únicos prazeres sexuais que Chanyeol havia sentido, fora consigo mesmo, sozinho em seu quarto com os seus pecados.

Por isso o Byun estava tão empenhado em cuidar do arcanjo, queria que aquela noite fosse tão boa e única, que o Park não conseguiria mais pregar os olhos sem pensar em como era gostosa a sensação daquela boca percorrendo por todo o seu corpo.

Quando finalmente deixou que os dígitos circulassem o membro do rapaz, sentiu-o pulsando entre seus dedos, ao que Chanyeol soltava algum som incompreendido, mordendo a própria boca com força demais para que nada escapasse dali, o que era em vão. Então Baekhyun deslizou a pontinha da língua pela fenda uma única vez, antes de abrigá-lo por completo dentro de sua boca.

Ele era grande, mas Baekhyun era experiente o suficiente para que relaxasse sua garganta, sentindo o pau indo fundo dentro de si. Chanyeol tinha as mãos fechadas com força e as algemas marcando os pulsos que tentavam se soltar a todo custo, enquanto Baekhyun subia e descia calmamente com sua língua pela extensão, fazendo questão de pressionar as bochechas contra o membro, enquanto sugava-o com cada vez mais vontade, tudo sem nenhuma pressa, contrariando completamente o desespero visível no semblante de Chanyeol.

― Por favor ― o maior conseguiu sussurrar quando Baekhyun afastou sua boca, usando os dedos em uma punheta apertada por toda a extensão, parando algumas vezes para massagear as bolas, ou esfregar o polegar contra a glande inchada.

― O que você quer? ― Baekhyun perguntou, levantando os olhos para admirar o semblante completamente bagunçado do Park.

― Eu quero tocar em você, quero beijar o seu corpo. ― Se remexeu contra o colchão, tentando puxar os pulsos mais uma vez, sem o mínimo de sucesso. Sentia o coração quase explodindo dentro de seu peito, a ereção chegando a doer entre suas pernas. Nunca havia sentido aquilo em todas as suas dezenas de anos vivendo na Terra e, naquele momento, se praguejava por ter demorado tanto a provar e também porque sabia que não conseguiria mais viver sem.

― Quero você bem quietinho aí, Park ― ditou, voltando a se sentar sobre o quadril do outro, enquanto seus dedos alcançavam o laço do roupão, brincando por ali mas sem nunca desfazê-lo. ― Eu ainda não acabei com você.

― Baekhyun, senta na minha cara ― não pediu, implorou daquela vez, deixando até mesmo o próprio demônio surpreso. ― Eu preciso beijar você. ― E o Byun não conseguiu resistir àqueles olhos azuis que agora brilhavam completamente tomados pelo desejo.

Firmou os joelhos sobre o colchão e puxou uma das pontas do laço do roupão, deixando que a peça escorregassem pelos ombros até que pudesse atirá-lo para fora da cama, tudo de forma tão calma, que Chanyeol jurou estar assistindo um filme em câmera lenta. Deixou que seus dedos bonitos deslizassem pelo próprio pescoço em uma carícia calma, passando pelos mamilos, onde apertou apenas uma única vez, vendo o fascínio nos olhos de Chanyeol, que acompanhava cada movimento como se sua vida dependesse daquilo.

Continuou descendo com a palma aberta pela barriga reta, até alcançar o próprio pau, que a essa altura estava tão vergonhosamente duro quanto o de Chanyeol. Passou apenas a ponta do indicador sobre a glande, conhecendo seu corpo e sabendo que aquilo era o suficiente para fazer o membro se mexer sozinho em puro prazer.

Park lambeu os lábios e engoliu em seco, sentindo mais uma vez aquela vontade inexplicável de conhecer o corpo alheio com a sua própria língua. O Byun então se arrastou pela cama até estar sentado sobre o peito do mais alto, o pau em riste a poucos centímetros de tocar os lábios ressecados.

― Coloca a língua pra fora ― Baekhyun pediu, segurando a ereção pela base, sorrindo ao ver que o outro nem ao menos pensou em algo, antes de abrir a boca e deixar o músculo molhado para fora.

Gemeu um pouco alto demais quando esfregou a cabecinha contra a língua de Chanyeol e sentiu quando ele deslizou a pontinha da mesma pela fenda molhada, para, no segundo seguinte, tentar fechar os lábios ao redor da ereção, porém tendo sua tentativa frustrada quando Baekhyun se afastou.

― Não sei porque tanta pressa, amor ― sussurrou, olhando-o nos olhos enquanto voltava a deslizar o membro para próximo do rapaz, fazendo o contorno de sua boca com a glande. ― Abre a boca pra mim. ― Chanyeol então o fez e Baekhyun não perdeu tempo em deslizar a cabecinha para dentro da boca quente, onde o outro sugou com vontade, fazendo o menor revirar os olhos em puro deleite.

Repetiu esse movimento por mais algumas vezes, antes de se virar de costas, aproximando as nádegas do rosto do rapaz. O primeiro impulso de Chanyeol foi morder um dos lados com força, logo em seguida beijando o local, ao que Baekhyun se ajeitava até que pudesse alcançar sua entrada. 

Embora estivesse dilatada, ela se contraía de acordo com os estímulos que o corpo dele recebia. Chanyeol experimentou tocar com a língua pela primeira vez, deslizando-a tão delicadamente sobre a área, que o corpo de Baekhyun se arrepiou por completo, antes que ele soltasse um gemido manhoso como resposta. Não resistiu, repetindo o ato ao que o Byun remexia-se em seu rosto, tentando aumentar o contato entre a língua e a entradinha sensível.

Ficou menos tempo ali do que desejava, pois Baekhyun, pela primeira vez, abandonou qualquer calma que tinha em seu corpo, quando voltou a se sentar no colo do maior, ficando de frente para o Park. Suas ereções agora estavam juntas, pressionadas contra o abdômen de Chanyeol e o mais novo não resistiu em tocá-las, estimulando as duas ao mesmo tempo em que gemiam deleitosos.

Se inclinou para grudar seus lábios novamente, trocando um beijo muito mais intenso daquela vez, do que qualquer outro durante aquela noite. Às cegas, Baekhyun buscou pelo membro de Chanyeol, tendo que empinar o quadril apenas o suficiente para que direcionasse a glande para a entrada, que se encontrava mais necessitada do que nunca. Seus olhos estavam presos um no outro, quando Park sentiu o aperto gostoso ao redor da cabecinha sensível e não conseguiu manter o contato visual, fechando os olhos com força.

Baekhyun tinha um sorriso safado nos lábios, quando apoiou as duas mãos sobre o peitoral de Chanyeol, buscando apoio para que pudesse finalmente sentir-se sendo invadido por completo. Sua primeira reação foi jogar a cabeça para trás, gemendo da forma mais despudorada que conseguiu. Ficaram ambos com os olhos fechados quase que em um transe enquanto sentiam o contato gostoso entre seus corpos, até que Chanyeol tentasse puxar os pulsos mais uma vez.

― Fica quietinho ― Baekhyun avisou, ondulando o quadril levemente, até que a glande quase escapasse de seu aperto. Seu coração batia forte contra seu peito e se viu obrigado a inclinar até tocar os lábios alheios outra vez.

Ficaram ali com as bocas entreabertas conectadas uma na outra, enquanto Baekhyun repetia o movimento anterior, dessa vez sentindo sua próstata sendo estimulada com o movimento, contraindo involuntariamente sua entrada com aquela nova sensação. Gemeram juntos, ainda grudados um no outro, até que Baekhyun começasse a, gradativamente, se movimentar, o pau de Chanyeol entrando e saindo de dentro de si em uma calma que estava tirando o outro do sério.

Grudou a boca na orelha do arcanjo, enquanto a outra mão basicamente o abraçava pela cabeça, o corpo completamente caído sobre o alheio e apenas o quadril se movendo, empinando o suficiente para que a ereção saísse e depois se abaixando para voltar a ser penetrado. Sabia que o ritmo lento estava quase matando o rapaz abaixo de si, mas gostava de provocar e sabia que se fosse rápido, não demoraria dois segundos para que gozassem depois de tanto tempo sendo estimulados.

― Hm, amor… ― começou baixinho, não parando um segundo sequer com o movimento dos quadris. ― O seu pau é tão gostoso. ― Foi a vez de Chanyeol gemer, tentando inútilmente arremeter o quadril para cima, para aumentar o ritmo das estocadas.

―  Por favor… ― Seus olhos buscaram os de Baekhyun, enquanto sentia uma gota de suor descendo em sua nuca, tentando firmemente não deixar nenhum gemido escapar. ― Me solta, Baekhyun, eu quero muito foder você.

O Byun sorriu satisfeito demais com a insinuação, finalmente se inclinando até o móvel ao lado de sua cama para que pudesse pegar as duas chaves ali, não sem antes olhar para o rapaz uma última vez, voltando a rebolar devagarinho com ele ainda dentro de si.

― Nunca pensei em ver um anjinho com uma boca tão suja ― provocou, vendo-o revirando os olhos, impaciente. Então deixou que seus corpos se desconectassem e se inclinou para conseguir abrir as duas algemas.

Chanyeol nem ao menos se importou com os braços dormentes, quando segurou o quadril de Baekhyun e o jogou contra o colchão, assumindo rapidamente o espaço entre suas pernas, o abraçando pela cintura para que seus corpos ficassem unidos.

― Eu vou te foder tão gostoso, que você vai me sentir em você mesmo depois de um mês que isso aqui acabar ― ditou com os olhos firmes grudados aos de Baekhyun, que acabou por ofegar com a insinuação indecente, lambendo os próprios lábios subitamente secos.

― Estou esperando você começar ― devolveu a provocação em um sorriso contido.

Chanyeol então agarrou uma de suas coxas, a puxando para cima, quase como se fosse apoiá-la em seu ombro, mantendo as pernas de Baekhyun abertas para lhe receber, ao mesmo tempo em que usava a outra mão para fazer aquele caminho tão conhecido até o seu pescoço, dessa vez usando o aperto para manter o corpo do Byun completamente imóvel sobre a cama, mesmo sabendo que aquele ato fosse apenas o excitar ainda mais.

Encaixou novamente a cabecinha de seu pau na entrada alheia e voltou a segurar sua coxa, usando-a como apoio para que metesse pela primeira vez. Baekhyun gemeu e Chanyeol usou disso como combustível para que começasse a arremeter com mais força, aumentando o ritmo a cada nova estocada.

Seu corpo implorava para que finalmente pudesse gozar e sentia uma necessidade gritante para que fosse com cada vez mais força, puxando o quadril do outro em sua direção, enquanto o penetrava fundo, estocando diretamente contra o ponto sensível e fazendo com que ambos gemesse cada vez mais alto.

O som do impacto entre seus corpos começara a ficar gradativamente mais alto, sendo somado aos resmungos de puro prazer, ao ponto em que Baekhyun sentia seus olhos lacrimejando, jurando que a qualquer momento poderia simplesmente gritar, tamanha a sua satisfação.

Já tinha transado com centenas de pessoas antes, mas nada se comparava à forma em que seus olhos brilhavam quando estava junto ao Park, ou sobre como parecia que os toques do outro eram programados para lhe dar prazer das mais simples formas.

Chanyeol se sentia da mesma forma, era como se tivesse esperado a vida inteira para encontrar Baekhyun, que seria o único responsável por tocar seu corpo e lhe fazer descobrir as melhores sensações que um dia pensou em sentir.

Por isso, largou o pescoço avermelhado e que já continha as marcas de seu aperto, para segurar o quadril com vontade, usando o resto de força que tinha em seu corpo para meter rápido e fundo, buscando o orgasmo arrebatador que os esperavam.

Chanyeol foi o primeiro a gozar, sentindo sua porra se derramando dentro do Byun, estocando mais algumas vezes até que o corpo menor estremecesse por completo e, com um gemido lânguido, arranhando o fundo de sua garganta, deixasse que o prazer se derramasse entre os dois corpos. 

Se jogou exausto ao lado do rapaz, virando o rosto para que pudesse encontrar seu olhar em meio à toda aquela bagunça que fizeram. Sentiu um calafrio estranho passando por seu corpo, a medida em que se deparava com o fato de que, o que fizera ali naquele momento, era um passo direto para o vício, não precisava que o tempo passasse para que percebesse que jamais conseguiria viver sem aquele tipo prazer, principalmente quando o causador de tudo era Baekhyun. E o outro parecia compartilhar do mesmo pensamento que o seu, pois ele suspirou profundamente, antes de se inclinar e grudar seus lábios em um beijo preguiçoso, mas muito, muito gostoso.

― Quem bom que terei algumas boas horas com você até amanhã, Park ― murmurou com o rosto rente ao seu quando separaram o beijo. ― Pra quem transou pela primeira vez, você fode bem demais, tenho certeza que só irá melhorar.

Chanyeol não respondeu, apenas sorriu metade pelo elogio, metade pela provocação. Não teria forças para rebater, então deixou que o corpo menor se moldasse sobre o seu, deitado sobre o seu peito, ao passo em que sentiam os músculos começando a relaxar, até que quase pegassem no sono.

― Feliz aniversário ― murmurou alguns minutos mais tarde, ouvindo a risada cansada do Byun, enquanto ele afundava o rosto em seu peito deixando seus lábios tocarem a pele macia, como uma mínima forma de agradecimento. Sorriram juntos.

Seria uma longa noite.


[...]

O que era para ser apenas uma noite, se estendeu por todo um fim de semana e, pela primeira vez em meses, Chanyeol sentiu seu corpo pedindo por arrego, pedindo para que apenas ficasse deitado por uma semana inteira, para que pudesse se recuperar.

E era o que tinha a intenção de fazer, quando pisou no apartamento isolado, indo direto tomar um banho quente e relaxante, antes de vestir apenas uma calça preta de flanela e se jogar na cama confortável de seu quarto pequeno, ligando a televisão no segundo seguinte.

No entanto, se sua vontade era permanecer ali relaxado e despreocupado por horas a fio, tudo mudou no exato momento em que ouviu o barulho de asas batendo, ao que um pombo branco entrava em seu quarto e deixava um pedaço de papel enrolado para trás, antes de sair novamente pelo mesmo lugar que entrou.

Seu coração estava acelerado e as mãos trêmulas quando se levantou e caminhou até o objeto, temendo o que encontraria ali, mas não podia adiar, sentia que era algo muito sério, e era mesmo. Seus dedos desenrolaram o papel apenas para se deparar com as palavras escritas em uma caligrafia bonita, que seriam as responsáveis por mudar sua vida por completo:

“Caro, Park Chanyeol.

Devido ao descumprimento das normas celestiais e também à suspensão de suas atividades como um soldado do Criador, viemos através desta carta informar que você, oficialmente, acaba de perder qualquer responsabilidade que tenha com relação ao seu cargo como Arcanjo. Você quebrou uma, senão a principal regra que regia o relacionamento entre o céu e o inferno, quando se deixou corromper pelos prazeres carnais e entregou o seu corpo para o filho do nosso inimigo número um. Há pecados que podem e são perdoados, mas também há um limite que foi completamente extrapolado quando você deixou que sua alma fosse acessada pelo príncipe do inferno.

Por isso, encerramos aqui o seu papel como um de nós, cabe a você agora, saber qual caminho deve seguir. A partir de hoje, você, Park Chanyeol, está oficialmente banido e se torna um anjo caído.

Com pesar,
de seu irmão,
Gabriel.”

― Não pode ser ― sentiu os olhos ficando vermelhos imediatamente, não se preocupando em segurar as lágrimas que queriam descer por seu rosto. ― Não, não, não! ― Murmurava para si mesmo, as mãos alcançando os fios loiros, puxando-os com força e em puro desespero.

Aquilo não podia ser real, simplesmente não podia. Queria gritar, queria chorar, mas não conseguia. Estava completamente sem reação, havia perdido tudo o que havia de mais precioso em si, não sabia nem o que pensar de seu futuro de agora em diante.

― NÃO! ― Gritou em desespero, olhando para o teto de seu quarto enquanto as lágrimas caíam grossas de seus olhos. ― Gabriel, por favor, vocês não podem fazer isso comigo ― continuou em um tom alto, olhando para cima como se buscasse o rosto de seu irmão em meio ao concreto que cobria o cômodo. ― Eu sei que você está me ouvindo, irmão, por favor, não faça isso comigo!

― Você fez sua escolha, Chanyeol. ― Ouviu a voz vindo do além e seu choro apenas se intensificou. ― Você foi avisado e simplesmente escolheu seguir o caminho contrário, não tínhamos outra alternativa.

― Eu vou mudar, eu juro que vou, me dê apenas uma chance. ― Seu corpo foi de encontro ao chão, caindo de joelhos enquanto continuava a suplicar.

― Nós sentimos muito, você foi terrivelmente maculado, não temos mais o que fazer. Você não é mais um de nós, Chanyeol, isso é um adeus.

O Park nem ao menos ousou responder, seu corpo doía por inteiro, era como se estivesse pegando fogo por dentro. Não conseguia ficar ali, sentia-se completamente sufocado.

Usou o que restou de suas asas para voar para o topo da montanha mais alta que havia em Seoul, que aos poucos era coberta pela escuridão do início da noite, quando voltou a chorar. A cada segundo que passava, sentia aquela dor intensa aumentando ainda mais, pensando que iria morrer naquele exato momento.

Teve que se jogar no chão outra vez, se curvando sobre seus joelhos quando sentiu uma ardência subindo por sua coluna, até que sentiu quando apenas uma de suas asas, que costumava ser tão linda e cheia de penas brancas, era substituída por uma de penas negras, lhe fazendo sentir uma dor profunda, como se os ossos de suas costas estivessem sendo quebrados. Seus olhos estavam inteiros coloridos de vermelho, enquanto lágrimas continuavam a brotar dali, o desespero sendo agravado ao que se deparava com a sua nova aparência. 

Por Deus, queria morrer ali mesmo.

Perder a sua graça angelical era possivelmente a pior das dores que poderia ser sentida por um anjo ou arcanjo. Saber que estava perdendo toda a sua essência simplesmente por se entregar de corpo e alma para aquele que queria lhe usar apenas por seu bel prazer, intensificava tudo ainda mais. Não podia acreditar que havia caído de uma forma tão amadora.

 Sentiu quando uma brisa fria passou por seu corpo e não precisou se virar para saber quem era, mas mesmo assim o fez. Baekhyun estava parado ali, alguns metros atrás de si e tinha uma expressão vazia que nunca havia visto antes.

Mesmo com a raiva latente dentro do, agora anjo caído, ele não conseguiu gritar, ou simplesmente avançar na direção do mais novo. Doía demais estar naquela situação, estava completamente quebrado por dentro, se sentindo usado de formas inacreditáveis, completamente vulnerável a qualquer ação vinda do Byun.

No entanto, contrariando qualquer pensamento que rondasse sua cabeça naquele momento, o que encontrou no olhar de Baekhyun, apenas fez com que chorasse ainda mais, pois encontrou compreensão. Pôde sentir com apenas um olhar, que o Byun não iria a lugar algum, era fiel demais ao sentimento que criou pelo Park durante todos aqueles anos, para que simplesmente sumisse agora que conseguiu o que queria.

Não era apenas diversão para Baekhyun, antes fosse apenas isso. Ele estaria ali por Chanyeol, independente de qual decisão ele fosse tomar a seguir, seja se mantendo como um anjo caído vagando sobre a Terra com os poderes que lhe restaram, ou se entregando completamente para o lado sombrio, indo para o lado de Baekhyun, oficialmente.

Só então o Park conseguiu respirar mais tranquilo, pois mesmo em meio a tanto desespero e lágrimas, sentiu que teria o Byun ali consigo, independente de qual caminho escolhesse seguir. 

E ele sabia muito bem, qual era a sua decisão.


Estou na rodovia para o inferno
Sem sinais de pare ou limites de velocidade
Ninguém vai me fazer ir mais devagar

 


Notas Finais


Essa é a primeira fanfic que escrevo desde agosto do ano passado, então é oficialmente minha primeira fanfic de 2021, mesmo que eu tenha postado uma recentemente, mas que já tinha sido escrita há um tempo.

Então eu me sinto 100% insegura com isso aqui e espero muito que vocês tenham gostado, de verdade. Se puderem deixar um comentariozinho, com certeza irá mudar muito o meu dia.

Estarei esperando voces no ccat e no twitter, onde meu @ também e chogiwei, pois estou carentezinha e queria muito bater alguns papos legais com vocês.

Estarei de volta em breve como novidades.
Abraços.
~Caci.

Música do capítulo: Highway to Hell
Escrevi ouvindo: KAI - The 1st mini album


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