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História Paradoxo Atemporal - O melhor romance de todos os tempos da última semana


Escrita por: flaneur

Notas do Autor


Essa fanfic é resultado de um último surto durante minha insônia e exaustão mental açljsdasd
Eu acho que se encaixou perfeitamente com sesoo e porque já era um casal com o qual eu queria trabalhar faz um tempo.
Essas palavras aqui são os meus pensamentos mais loucos resultados de muitos momentos chapada e filmes de fritação e até alguns livros ensaístas que eu gosto muito, enfim. É em primeira pessoa e narrado pelo Sehun, porque sinto que minha personalidade e a dele se assemelham muito em alguns pontos e eu gosto de imaginá-lo como alguém tendo os mesmo pensamentos loucos que eu, afinal ele é meu ult aklsjad
Essa fanfic é pessoal, assim como algumas outras que tenho aqui. Eu tive meus momentos de loucura e pensei que talvez fosse normal termos isso ao menos uma vez na vida, ser louco por um amor ou por uma ideia, entendem? Enfim. As palavras que inspiraram essa fanfic são as escolhidas pelo Sehun para descrever Lucky One: madrugada, relacionamento e estrada <coisas que amo, sério, esse menino sou eu>
Boa leitura!

Capítulo 1 - O melhor romance de todos os tempos da última semana


 

Palavras-chaves:

 – dawm, relationship, side road

 

3h47 A.M.

Quando o tempo se torna apenas um manifesto das suas obrigações, ele se torna palpável e maleável. Nunca acreditei no tempo e eu não quero que ele exista para mim. Apesar disso, eu acredito ainda que ele é destrutivo. Quer dizer – tome isso como uma confusão de pensamentos vindos depois de uma larica –, o tempo só delimita as coisas, controla a gente e eu prefiro não crer nesse controle de algo abstrato, para mim, seria como acreditar que Deus é um garoto com uma fazenda de formigas, e eu não acredito em Deus. Obviamente isso só resultava em atrasos constantes por minha parte, mas tudo bem. A destruição que eu atribuía ao tempo era pelos efeitos causados em longo prazo. Você pode não estar sentindo ele agora, mas ele está te deixando mais velho, socando sua cara e te chutando nas partes baixas, tudo isso a cada segundo em que seus olhos correm por minhas palavras e, quando todo o tempo se acumular, você verá e sentirá os golpes deles no seu rosto, as rugas e as dores, tudo de uma luta incansável – e que você nem nota – contra o maldito.

Uma coisa que eu tinha certeza sobre vida e tempo era que ambos eram passageiros. Poderia ser um modo de ver estranho, mas talvez vida e tempo fossem sinônimos, pois a vida acabava com o tempo e o tempo com a vida. Eu tinha vinte e três anos. Por uma perspectiva otimista, eu tinha tempo de sobra, mas eu sempre me inclinei ao derrotismo.

Eram exatamente três horas e quarente e sete minutos da madrugada e eu estava gastando meu – suposto – pouco tempo de vida conversando com um cara que me fazia querer ser louco.

Eu sinto que gosto mesmo de você” Suas mensagens eram sempre curtas, eu creio que seja da personalidade dele mesmo. Era algo que eu admirava, essa sua objetividade clara, digo.

Então temos algo em comum, Kyungsoo”.

Mas e se você quebrar a droga do meu coração?”

Então eu lhe garanto que você terá quebrado o meu também e estaremos quites

A resposta não veio de imediato e eu suspirei, imaginando ter falado algo muito idiota, o que não era muito difícil dado que eu era Oh Sehun, o cara que só fala coisas idiotas.

Eu estou muito longe agora. Queria poder te abraçar, ao menos uma vez, me sentir seguro contigo”. Sorri, pois apesar de sempre ser ranzinza e sério demais, aquele baixinho era alguém meigo e tímido que me fazia apenas querer irritá-lo para vê-lo tentar esconder a risada divertida.

Você me permite ser louco por você?” Arrisquei, afinal não custava nada.

Até onde você iria por mim, Sehun?

Até o fim do mundo. Você me espera?

Eu sempre vou te esperar

E isso me levava ao tempo que eu gastava agora.

Durante os fins de madrugada (ou início de dias, dependendo a perspectiva), gostava bastante de apenas olhar. Nunca pensava em nada que merecesse grandes considerações, era apreciação genuína do olho humano diante da magnificência natural do nascer do dia. Geralmente o fazia do conforto de uma varanda miúda de um apartamento também miúdo. Todavia, aquela situação era mais do que o meu cotidiano ordinário e eu precisava me mover. Portanto, cá estava eu, dirigindo o mais rápido que podia para o mais longe possível durante o meu momento favorito de todos: a madrugada.

Quando eu acompanhei alguns filmes de roadtrip imaginei o quão revigorante poderia ser estar numa dessas viagens pouco planejadas para descobrir o mundo e talvez um pouco de mim mesmo. Fantasiei, como é o costume quando somos infelizes e a tela da tevê nos mostra os sonhos que jamais teremos coragem de realizar. Entretanto, eu me forcei a este momento em que estou agora, dentro do meu carro velho, com o rádio ligado num volume ambientado, seguindo a esmero em busca de um único objetivo que ainda não estava tão claro para mim.

Era uma loucura de momento, todo mundo tinha dessas coisas; se manifestava com grande euforia em algum momento da vida e você simplesmente se deixa levar. A inconsciência dos atos é o que os torna mais marcantes e eu estava sendo marcado em brasa por uma madrugada, uma estrada e um relacionamento.

E eu sentia, meu Deus, eu sentia mesmo! Ali, sozinho na estrada, neblina dificultando a visão, friozinho gostoso. Não tinha ninguém além de mim. Era tudo o que eu sentia, era pleno demais, era bom demais. Melancólico, com certeza, mas melancolia na medida certa fazia bem. Uma vez na vida todos devem se permitir apreciar a beleza do mundo, todos compreenderiam sua existência sem realmente compreender, quer dizer, não faz o menor sentindo, mas eu consigo entender o porquê de eu estar aqui apreciando aquele mato orvalhado e o som de alguns pássaros que voavam longe para perto dos cumes das árvores. Eu tinha olhos e eu estava todos os dias gastando esse grande dom humano com nada.

Vi um filme chinês um dia desses; era interessante a mensagem do filme, rapaz tinha a mãe cega e o pai dele o presenteia com aquela câmera... Uma câmera que pode capturar as imagens do mundo, mas que, se muito usada, cega seu dono. E no final todas as imagens cegaram o garoto. Aquilo foi tão genial. Eu entendi muito sobre apreciação quando vi esse filme e queria que mais pessoas pudessem ter essa sacada genial que o diretor propôs. Víamos tanto e não víamos nada, entende? Genial. Igual em ensaio sobre a cegueira. E não faço ideia de por que isso me ocorreu agora, mas eu sinto que estou enxergando, me curando da minha própria cegueira e compreendendo minha existência sem saber como explicar isso. Essa maldita necessidade da natureza humana de explicar tudo nos mínimos detalhes era sufocante e, acredite, estou me forçando a simplesmente parar de querer entender tudo e me arriscar ao empirismo.

Enfim, me pergunto se quando eu tivesse Kyungsoo em meus braços eu poderia discutir minhas loucuras com ele, se, por acaso, ele entenderia ou acharia apenas papo furado, me julgando um retardado mental. Vai saber. Não me importava muito com o que ele ia achar, eu apenas queria ter alguém para poder discutir essas coisas, perguntar o que ele achava do Universo e sobre o motivo da vida, essas coisas estúpidas, sem resposta certa. É que, para mim, intimidade era mais do que ver alguém pelado e transar. Intimidade era conversa filosófica e estranha, porque não tinha nada mais íntimo do que mostrar suas estranhezas para alguém e ser aceito mesmo assim.

Eu queria muito ser íntimo de Kyungsoo.

E eu estava ali, naquela estrada que vez ou outra mostrava um carro vindo ou indo, no que já era visivelmente um início de manhã de quarta-feira, indo buscar um cara que nunca vi pessoalmente, mas que me pediu um abraço e eu precisava muito dar a ele.

Quando finalmente vi algo que parecia se desenhar em uma cidade, desacelerei e me deixei deslizar pelo meu caminho até o endereço. Me tornei um poço de nervosismo e sorrisos idiotas que não eram controláveis, cheguei ao lugar que secretamente stalkeei através do google maps e parei ali me preparando para o que quer que fosse resultar daquela loucura.

Desci do carro e caminhei com passos largos até a entrada do prédio velho e estreito que eu sabia abrigar o cara que me deixava insano nos últimos tempos e tornei a mandar mensagem para ele.

Você dormiu?

Sehun, eu estou vendo o seu carro. Eu não quero te ver agora, eu estou com medo”.

Pro inferno com isso, desce agora, preciso te abraçar, oras!” Reclamei enquanto simplesmente ria ao escrever. Se ele quisesse dar ataque de timidez que fosse quando eu estivesse deitado na cama dele o esmagando num abraço forte.

Não recebi respostas e nem a porta do prédio foi aberta. Olhei para cima, talvez ele estivesse em alguma janela, mas não tive sorte. Suspirei, pensando pela primeira vez que talvez ele realmente fosse capaz de me deixar na mão. Eu tinha que estar no trabalho naquele horário, não em outra cidade num ato de demência para conhecer um cara com quem eu conversava só por Facebook há um ano. Levei as mãos à cabeça, pensando nas consequências do meu ato e me sentindo o maior babaca.

- Merda, vou ser demitido. – Resmunguei ao fechar os olhos e soltar um grunhido irritado.

- Desculpa a demora. – A voz grave soou atrás de mim e eu me virei assustado, apenas muito assustado. Puta merda, eu realmente estava olhando para a cara amassada de Do Kyungsoo e não era por foto. – Vo... Você está irritado? – Ele escondeu as mãozinhas nas mangas longas do blusão que vestia e eu senti meu coração se apertar, porque, mano, ele era realmente bonito.

- Nã-não. – Falei num sussurro. – Desculpa, é que eu... – Ri nervoso. – Nada, só pensei nas responsabilidades do nada. – Murmurei ao umedecer os lábios e me aproximar num passo.

Ele também umedeceu os lábios grossos e me encarou, mesmo que eu soubesse que ele estivesse se mordendo de nervoso e timidez.

- Ok, isso é bem estranho. Estamos planejando esse encontro faz um ano e você surge do nada na minha porta quase cinco da manhã. – Ele tentou soar engraçado e eu o ajudei ao sorrir.

- Você nunca me pediu um abraço antes. Achei que era importante atender o seu pedido. – Engatei também com bom humor.

- Eu não quero que você me abrace agora. – Kyungsoo sorriu mais largo, tão bonito. Sua boca parecia um desenho minucioso de um coração e quando ele sorria mais aberto era tão confortante, como se transmitisse paz a quem olhasse. Seus dentinhos bem alinhados, ele parecia ainda sonolento e mesmo assim já demonstrava alguma disposição para me receber tão cedo. – É que mal nos conhecemos. – Deu de ombros.

- O quê? – Ri um pouco mais alto enquanto me fingia de indignado. – Um ano de papo e não nos conhecemos, me sinto ofendido.

- Aish, não seja dramático. – Reclamou com uma expressão mais séria.

Ficamos em silêncio, eu sorrindo e ele sério. Mais uma dualidade. Pensei em falar sobre os diversos pensamentos que me ocorreram durante o caminho até ali, mas não parecia tão importante agora.

Na verdade, eu estava começando a ficar nervoso e preocupado de ficarmos apenas nos olhando como dois idiotas, porque, no fundo, eu só tinha pensado até a parte de chegar ali, depois disso eu esperava que as coisas se ajeitassem, mas Kyungsoo não ia ajudar.

- Quer entrar pra tomar café comigo? – Ele perguntou do nada e eu o encarei mais uma vez.

Por céus, aquele cara era inacreditável.

- Você não faz ideia nas besteiras que eu vim pensando no caminho pra cá. – Murmurei quando ele deu espaço para eu entrar.

E enquanto eu entrava no prédio de Kyungsoo, também entrei na sua vida e coração, e como o tempo faz com a gente, eu fiz sem que ele percebesse.

 

Quando ele me perguntou, alguns meses depois, o que ele era para mim, eu só consegui pensar em: madrugada, relacionamento e estrada. As coisas que eu mais amava naquele momento.


Notas Finais


repostei porque o spirit deu um fucking erro de formatação da primeira vez e não consegui ajeitar :(

Ahh, sobre TPTP, só postarei a partir da próxima semana porque tô muito atolada com um evento e umas provas essa semana, peço até desculpas pra quem está acompanhando D:
Enfim, obrigada por ler e até <3


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