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História Paraíso Imperfeito - Tempestade


Escrita por: Pink_Babaloo

Notas do Autor


Mais um capitulo!! Espero que estejam curtindo gente! Boa leitura!

Capítulo 28 - Tempestade


When I look into your eyes (Quando olho em seus olhos)

It's like watching the night sky (É como assistir o céu noturno)

Or a beautiful sunrise (Ou um belo amanhecer)

Theres so much they hold (Eles carregam tanta coisa)

And just like them old stars (E como as estrelas antigas)

I see that you've come so far (Vejo que você evoluiu muito)

To be right where you are (Para chegar aonde está)

How old is your soul? (Qual a idade da sua alma?)

I won't give up on us (Eu não vou desistir de nós)

Even if the skies get rough (Mesmo se os céus ficarem difíceis)

I'm giving you all my love (Estou te dando todo meu amor)

I'm still looking up (Ainda olho para cima)

 

Gaara olhou para o céu e vislumbrou no horizonte a linha de cor café com leite que se aproximava. Já passava do meio dia e a tempestade de areia não tardaria a alcança-los. Antes disso, ele precisava achar Temari.

Quando o seu grupo adentrou o vilarejo, tudo o que viram foi uma civilização fantasma e a beira da destruição. Não havia sombra de qualquer alma viva, e o único barulho que se escutava era do vento forte batendo nas estruturas das casas, as açoitando até que elas rangessem incapazes de se defender. Eles continuaram avançando sempre sobre as ordens do ruivo, até chegarem a uma casinha de madeira simpática, escondida atrás de um cercado baixo e bem feito. Ino lembrou-se de uma antiga casa de bonecas que tinha quando era pequena.

Gaara entrou na casa, apesar de não escutar qualquer barulho e não ter qualquer resistência, e não soube se ficava feliz ou preocupado por não ter sinal da princesa. Entretanto, mal o pensamento passou pela sua cabeça e alguém entrou no comodo pelo outro lado, ele não precisou nem olhá-la para reconhecer a sua irmã.

– Gaara! - ela exclamou em um misto de felicidade e surpresa. Seus cabelos estavam soltos como a muito tempo o kazekage não via, alguns fios rebeldes cor de ouro caiam sobre sua testa. Mas os olhos verde musgo acolhedores, logo ficaram desconfiados quando o resto do grupo entrou na casa - O que fazem aqui? - ela resmungou, olhando diretamente para os ninjas de Konoha.

– Viemos de levar de volta a Suna. - o ruivo respondeu sem emoção, mas ela balançou a cabeça em negativa.

– Não posso ir. - ela foi categorica para a surpresa de todos - Se forem agora, a tempestade não os pegara.

- Não vamos sem você. - seu irmão rebateu, mas nesse instante todas as atenções se voltaram a entrada tempestuosa de um garotinho que não tinha mais de três anos, de cabelos castanhos arrepiados e olhos escuros.

– Tema-chan? - a voz infantil e estridente ecoou pelo comodo silencioso e a princesa surpreendeu a quase todos ao sorrir tão amavelmente e segurar o garoto em seu colo.

No mesmo instante, uma moça com aparencia de 18 anos também entrou no comodo afobada. Ela tinha cabelos roxos e olhos azuis escuros, vestia roupas simples de criada e segurava uma manta verde.

Gomene Temari-sama, ele não quis ficar no quarto

– Tudo bem, Hana. - a princesa disse e suspirou voltando-se para o grupo recém chegado. Desta vez, seu olhar se cruzou com o de Shikamaru que parecia analisar a cena com cuidado, mas ela se forçou a ignorá-lo. - Escutem, não posso ir. Ele...ele não resistiria a uma tempestade agora. Aqui ele terá mais chance.

– Aqui vocês três podem morrer. Temari, isso é insano. - o Kazekage tinha o tom de voz calmo, mas Matsuri podia ver bem a veia nervosa pulsando em seu pescoço.

– Talvez, mas eu não tenho escolha. - ela concluiu sumariamente e todos ali sabiam que não conseguiriam fazer mudar de ideia.

Felizmente, ou não, Shikamaru aprendera que muitas vezes a princesa - que mais parecia um burro empacado com a sua teimosia - precisava de pulso firme para desempacar.

Kagemane no jutso. - o murmurio quase não foi escutado por todos.

– Mas o que...? - Temari ficou chocada quando percebeu que seus braços mexiam-se sem o seu consentimento e afrouxavam o aperto ao redor do corpo do pequeno. De relance, percebeu a figura estranhamente disforme de sua sombra e quando voltou a olhar para o ninja de Konoha, seus olhos faiscavam de raiva como uma fera. - NÃO OUSE, SHIKAMARU. GAARA FAÇA ALGUMA COISA!

– Ino, pegue o garoto.

– NÃO SE ATREVA!!!!!!!!

– Kami-sama, a casa no fim da rua foi destruida pelo vento. - Hana exclamou olhando pela janela, parecendo alheia ao tumulto que acontecia dentro da casa. Ela então soltou um gritinho quando a estrutura estremeceu sobre os pés de todos. - Temari-sama, a casa...ela está...ela vai...

– Precisamos sair daqui. - Chouji exclamou sabiamente

– INO!! - Shikamaru chamou a loira de volta a realidade quando esta pareceu imóvel desde que recebera a última ordem, parecendo debater se devia obedecer ou não. Ao olhar nos olhos ameaçadores da princesa, ela poderia tremer de medo, mas o que aconteceu foi o contrário, e a loira de konoha se encheu de coragem e foi em direção a princesa, retirando o pequeno do seu colo sem muito trabalho devido ao jutso de Shikamaru.

– Vamos pequeno, tudo vai ficar bem. - ela murmurou e surpreendeu-se com o estremecimento do corpinho e a tosse seca que se seguiu.

Quando ela estava longe o suficiente, o jutso foi desfeito e ao se ver livre, Temari praticamente avançou em direção a Ino, mas foi detida por Shikamaru.

– JÁ CHEGA SHIKAMARU! NÃO SE META NISSO! SAIA DA MINHA FRENTE JÁ!!! - ela berrou histerica, como uma leoa em defesa do filhote, mas o ninja não se abalou.

– Saiam todos da casa. - ele ordenou ao que foi obedecido prontamente, enquanto segurava a loira que tentava estapiá-lo.

– NÃO TEM ESSE DIREITO SHIKAMARU! ME SOLTE!!!

– CALA A BOCA TEMARI!!! - ele gritou segurando a princesa pelos ombros e a chacoalhando de leve. A casa estremeceu mais uma vez quando Gaara que ainda estava na porta, olhou para trás a fim de ver os únicos que continuavam lá dentro. - A CASA ESTÁ CAINDO...LITERALMENTE!! PARE DE AGIR COMO UMA HISTERICA PROBLEMATICA E AJA COMO A NINJA QUE EU SEI QUE VOCÊ É!!! - ele esbravejou ainda a sacudindo, enquanto a mesma continuava a olhá-lo em choque.

O grito da babá foi ouvido ao longe, quando o telhado da casa se partiu e então os dois finalmente pareceram acordar para a realidade e foram em direção a saída. Assim que colocaram os pés para fora, a casa se transformou em pedaços instantaneamente.

Agora, protegidos apenas pelas mantas, o grupo sentia suas peles pinicar e arderem com a areia que subia e atacava as partes de seu corpo que não estavam protegidas. Em questão de segundos, Temari foi em direção a Ino como se a desafiasse a não devolver o pequeno encolhido em seu colo, e apesar de tentada a desafiar novamente a princesa, a loira lhe devolveu o pequeno e viu quando o mesmo foi coberto pela babá com a manta verde-água.

– Vamos sair daqui agora. - Gaara ordenou enquanto via a parede café com leite cada vez mais próxima.

E assim o grupo começou uma corrida contra o tempo, em direção a saída daquele vilarejo que logo estaria no olho da tempestade de areia. O vento se tornou ainda mais violento, trazendo a areia e até destroços de estruturas desfeitas que os ninjas tinham que se desviar a todo momento, ao mesmo tempo que tinham de prestar atenção onde pisavam já que em algumas partes, o chão se partia, se elevava ou afundava, engolindo tudo o que visse pela frente. Foi com animação, que eles finalmente viram a saída.

Chouji já carregava a babá no próprio colo e era seguido por Ino que tentava não entrar em panico por se sentir tão sufocada com aqueles roupas e aquele vento forte que ironicamente a deixava sem ar. Entretanto, em uma distração, ela percebeu algo estranho em uma das casas. Ouviu um uivo fino e ao olhar direito, viu uma bola de pelos se mexendo tremula debaixo de uma madeira solta de uma casa que começava a cair.

Ela não pensou direito no momento, mas antes que notasse talvez a maior besteira que estivesse fazendo, ela se afastou do grupo indo em direção a estalagem em ruinas. O vento tentava arrastá-la, mas ela conseguiu chegar ao lugar e sorriu ao ver um cachorrinho olhá-la da forma mais feliz do mundo.

– Vem cá, cachorrinho. - ela chamou e a bolinha de pelos branca e castanha pulou em seu colo, latindo animada e aliviada, ao que ela ninou encantada, por um momento até se esquecendo onde estava - Vai ficar tudo bem querido...ooohh na verdade é querida, heim?! - ela riu, mas logo seu riso se transformou em um grito quando percebeu que a hospedaria já caia em cima de si.

Indefesa, ela fechou os olhos automaticamente esperando o impacto que nunca veio.

– Yamanaka!!! Saia daí e pare de fazer tolices, você também. - a voz arrastada do Kazekage, a surpreendeu e ela abriu os olhos percebendo que ele a protegera com um escudo de areia. Aliviada, ela saiu debaixo dos destroços inteira junto com a cadelinha e correu de volta para o grupo com o ruivo em seu encalço.

Novamente juntos, todos continuaram a fuga, entretanto mais alguns metros e eles perceberam que já era tarde demais. A areia os atacava sem dó e até os sugava para debaixo dela. Matsuri pensou rápido e fez um gesto para que todos a seguissem e assim chegaram até uma caverna próxima. Os guardas a fecharam com uma enorme pedra, os guardando da tempestade devastadora lá fora.

– Eu já fiquei nessa caverna. Ela tem entrada de ar, mas estamos a salvo aqui até a tempestade passar. - Matsuri tranquilizou a todos e foi fazer uma fogueira.

Em um misto de alivio e insegurança, Temari caiu no chão e descobriu o garoto em seu colo, que se contorceu e começou a puxar o ar com força.

– N...não consigo...respirar. - ele reclamava enchendo a princesa de preocupação.Os mais próximos, também olharam a cena preocupados. Hana ficou imediatamente apavorada, sendo amparada por Chouji, enquanto Temari sentia seus olhos queimarem enquanto seu coração se contorcia de dor ao presenciar o sofrimento de seu pequeno.

Mas então, para a surpresa de todos, Ino se aproximou decidida e fingindo ignorar os olhares desconfiados da princesa e de outros, ela estendeu um saco de papel.

– Vai ajudá-lo a respirar melhor. - ela disse, séria e impaciente diante da indagação muda da princesa. - Ele tem os pulmões fracos. Quando chegarmos a Suna, ele precisará ser avaliado. - foi tudo o que ela disse quando o pequeno voltou a respirar melhor com a ajuda do saco.

E novamente ignorando os olhares surpresos de todos, ela voltou ao canto onde havia deixado a cadelinha que a esperava com o rapinho abanando. Entretanto, por um momento, seus olhos se cruzaram com olhos verdes frios e ela não pode deixar de ficar satisfeita por não ver o brilho acusador de sempre.

Temari ficou tão aliviada por ver o pequeno bem mais calmo, que mal notou a aproximação de Shikamaru, até ele sentar-se ao seu lado.

– Ele está melhor?

– Hai... - ela disse em um fio de voz sem conseguir encará-lo.- Por que?

– Por que eu vim até aqui? - o genio de Konoha antecedeu sua pergunta como ela sabia que ele faria - Por sua causa. - ele disse tão simplesmente que ela não pode deixar de olhá-lo surpresa e levemente corada com a declaração tão direta. Mas dessa vez, ele não a olhava mais e se afastou displicentemente - Descanse princesa. Depois conversamos. - a promessa velada a fez estremecer de medo e ansiedade. O quanto queria ter aquele conversa?

 

*****

 

Hinata amanheceu de muito bom humor, apesar de ficar levemente desapontada ao acordar sozinha na cama, mas logo voltou a se animar ao pensar que fora melhor assim. Depois de um bom banho quente, ela sentiu-se renovada e com bastante disposição, apesar de ela ter a leve sensação de que boa parte se devia a noite de sexo incrivel que tivera.

Ao tomar café, achou estranho não ter mais ninguem a mesa, mas pensou que talvez Neji e Hanabi tivessem decidido treinar um pouco mais cedo aquele dia. Os dois eram incansáveis, mesmo ela em seus tempos mais dispostos a dar orgulho ao seu pai, não se levantava antes das seis para treinar.

Achando um pouco cedo para começar mais um dia de interminável e cansativo, mas não menos revigorante, trabalho burocratico, ela foi em direção ao dojo ver a irmã levar uma surra do primo. Era bom ver a pestinha levar a pior de vez em quando. Entretanto, ao se aproximar percebeu algo estranho. Podia ouvir gritos, gemidos, mas não eram femininos e muito menos pareciam de felicidade. Quando finalmente entrou no dojo percebeu que Neji era cercado por vários Hyuugas de chunnins a jounnin's e dava uma surra dramatica neles.

O primo, em aparente desvantagem, acabava com todos sem dó nem piedade, da forma mais dolorosa e brutal possível, o que deixou a herdeira do clã quase chocada com o descontrole incomum de Neji.

Ao vê-la, ele pareceu hesitar por um segundo e depois de um suspiro que ela só podia caracterizar como frustrado, ele dispensou a todos.

– A aula acabou. Vocês são impulsivos e idiotas. Voltem quando deixarem de ser inúteis. - ele resmungou e Hinata sorriu sem graça para os hyuugas que saíram de lá com o orgulho abalado e alguns membros também.

– Algum problema, Hinata-sama? - a voz de Neji era fria como a muito tempo ela não havia escutado.

– Er...comigo nenhum, mas e com você? Não parece estar em um bom dia.... - murmurou desconfiada e dessa vez sorriu mais calmamente ao perceber o olhar enfezado do primo.

– Está equivocada. Estou em um dia como qualquer outro. - ele quase rosnou e ela riu baixinho com o orgulho dele, enquanto ambos finalmente saiam do dojo.

– Certo, certo, vou fingir que acredito. - ela ironizou e Neji quase teve saudades da sua prima de anos atrás, que morria de medo dele. - Então, mudando de assunto...onde está Hanabi?

Neji se controlou para não grunir de frustração. Sem dúvidas, aquele era um péssimo assunto para Hinata tocar naquele dia, talvez naquele ano inteiro.

– Não sei. Não a vi hoje.

– Hm...que estranho. Ela adora treinar com você todas as manhãs. - Hinata devaneou com o indicador próximo a boca, pensativa.

– Bom, eu não sei, agora se me der licença... - ele disse entre os dentes

– Tudo bem, tudo bem, estressadinho. Não vou mais te amolar. - ela disse e ele se afastou, aliviado, mas ainda em passos duros - Ele sem dúvidas, está precisando de uma mulher. - ela murmurou para si mesma.

– Eu ouvi isso e foi uma coisa totalmente indigna de uma herdeira do clã falar! - ele exclamou sem se exaltar e ela corou e riu sem graça, coçando a nuca e só depois se dando conta disso.

– Aahhh...estou ficando inconveniente igualzinho a ele. - ela soltou um muxoxo desanimada. - Mas agora fiquei curiosa. Onde será que a hanabi se meteu? Ela não tinha missão hoje...

 

***

 

Hanabi andava distraida por Konoha, como fez durante toda a manhã desde que acordou. Não tinha fome e muito menos coragem de encarar Neji aquele dia, e muito menos vontade de falar com alguém, por isso saiu o mais cedo possível e foi treinar sozinha no campo de treinamento vazio. Agora, já com um pouco de fome, ela procurava algum restaurante para comer e revirou os olhos impaciente, ao virar a rua e dar de cara com um grupinho de sua antiga classe do Iruka, dentre eles, seus companheiros de time Taiko e Hiro, e ainda Udon e Moegui, mas felizmente Konohamaru não estava com eles.

Ela ainda tentou retroceder, mas foi inutil quando todos os olhos se voltaram para ela e logo ela foi obrigada a se aproximar de seu time. Inconscientemente percebeu que todos a olhavam de um jeito estranho, alguns meio risonhos.

Taiko tinha o maior sorriso de todos, e Hanabi o detestava. Gostava de Hiro, ele era na dele e sempre a respeitava, ao contrário de Taiko que sempre dava em cima dela e era realmente nojento.

– Hanabi-hime, finalmente deu a graça da sua presença. Pensei que estaria cansada depois de ontem. - diante do olhar desconfiado da Hyuuga, ele riu, sendo acompanhado por um grupinho - Ah, quer dizer, eu fiquei realmente irritado ao saber que você escolheu aquele idiota do Konohamaru de tirar sua virgindade, quando eu estou bem aqui tão perto de você.

De repente, tudo fez um sentido morbido na cabeça da Hyuuga e ela lembrou imediatamente das palavras de Tenten na noite passada. A cachorra havia espalhado para todo mundo. Ah, ela ia pagar muito caro.

– Mas eu ainda posso resolver seu problema, heim hime?! Acredite, eu sou bem melhor que aquele babaca. - Taiko se aproximou dela perigosamente e pegou em seu braço.

– Já chega com isso Taiko. - Hiro disse, sério. Não era grande amigo de Hanabi, mas acima de tudo era um cavalheiro e não gostava nada do que o colega de time estava fazendo.

– Não atrapalha Hiro. Estou esperando a resposta da minha hime. Hei Hanabi-chan, conheço um motel que...aaaaahhhhrrrrrr - ele caiu contorcido de dor diante do olhar de todos que logo se voltaram para olhar a Hyuuga que continuava com a mão suspensar no ar, no lugar que tinha atacado.

– Se se aproximar de mim de novo, eu juro que fecho todos os seus pontos de chacra, e faço o seu amiguinho nunca mais levantar. - ela disse, friamente, sua postura sério e inabalavel de sempre, mas suas mãos tremiam um pouco.

– Hanabi Hyuuga. - a voz de Iruka surpreendeu a todos e Hanabi engoliu em seco, com a presença do antigo sensei.

– Não tive culpa, sensei. Ele mereceu.

– É mentira, sensei. Hanabi Hyuuga veio puxar briga de novo. Ela está sempre criando problemas! - uma loira exclamou em defesa do pequeno tarado, simplesmente por detestar Hanabi, e não foi desmentida por outros pelo mesmo motivo.

– NANIIII? - a hyuuga gritou exaltada - ESTÁ MALUCA, SUA LOIRA OXIGENADA? ELE É UM TARADO E MERECIA MUITO MAIS.

– Vamos Hanabi. - Iruka disse já se afastando e a Hyuuga quis matar aquele loira intrometida quando esta lhe mandou um sorriso de escarnio. Mas se controlou para não arrumar mais problema e foi resignada, atrás do sensei.

A chunnin loira voltou para seu grupo as gargalhadas, mas assim que passou por Moegui, tropeçou e caiu de boca no chão, agora virando o motivo de risadas. Enquanto isso, Moegui recuava a perna, como se nada tivesse acontecido e se afastava puxando Udon consigo.

– Foi impressão minha, ou você acabou de tomar as dores de Hanabi Hyuuga? - Udon perguntou risonho e Moegui bufou.

– Não importa se aquela demonia não presta. Ninguém merece aquele tarado do Taiko, e se fosse comigo, ele já tinha perdido o saco a muito tempo. Agora vamos, temos que encontrar Konohamaru e contar para ele o que está acontecendo.

– E por que?

– Por que se foi ele que espalhou esses boatos, vou matá-lo. E se não foi, é justo que ele ajude a namoradinha dele.

Udon reclamou, mas seguiu a garota.

 

***

 

Hinata recebeu um pergaminho aquele dia muito interessante. Era um convite de Sakura para uma reunião com alguns amigos na mansão Uchiha, para comemorar a reforma completa do clã. Ela e Neji foram convidados, e de repente a Hyuuga sentiu-se um pouco ansiosa e temerosa ao perceber que seria a primeira vez em muito tempo que se encontraria com Naruto no meio dos amigos. Ainda não havia entendido exatamente sobre o tal namoro escondido, e descobriria aquela noite, pois obviamente o loiro estaria na festa. E ao mesmo tempo que ela estava curiosa para saber como ele se comportaria, também temia que eles tivessem de fingir indiferença um ao outro como sempre.

O que ela não sabia era que a ideia da festa fora exatamente do loiro, que achara a desculpa perfeita ao saber pela amiga que finalmente o macabro clã Uchiha havia terminado com sua reforma e não parecia mais tanto um clã assombrado, por mais que o monstro do teme continuasse morando lá.

A rosada adorou a idéia, obvio, adorava festa e Kami-sama sabia como ela precisava de uma. Ficou um pouco desanimada por Ino ainda não ter voltado da sua missão, mas prometeu que depois faria outro com a presença da amiga. E agora, preparava a mansão principal para receber os amigos, quando Sasuke chegou inexpressivel como sempre, acompanhado por Sayuri.

– Opa, festa. Preciso de roupa nova.

– Não precisa não, por que você não foi convidada. - Sakura quase cantarolou

– E eu quero ver como o chiclete mastigado vai me impedir de ir a festa dentro da minha casa.

– A casa não é sua! - Sakura rosnou.

– Eu moro aqui! - Sayuri rebateu

– SASUKE!! - as duas gritaram, mas se chocaram ao perceber que estavam sozinhas e então ouviram o barulho da porta lá de cima se fechando e sendo trancada.

– SE ENTENDAM!! EU PRECISO DESCANSAR! - ouviram logo após e se entreolharam horrorizadas e depois furiosas.

– VIU SÓ O QUE VOCÊ FEZ? - as duas falaram ao mesmo tempo - FOI VOCÊ! NÃO! FOI VOCÊ! QUER CALAR A BOCA? EU ESTOU FALANDO? AAAAAARGHHHHHHh!!!!

Depois de colocar um jutso contra som, e tomar um longo banho, Sasuke se deitou confortavelmente em sua cama e fechou os olhos relaxado. Finalmente um pouco de paz. Só esperava que quando acordasse, o clã não tivesse sido destruido uma segunda vez, ou dessa vez iria embora de Konoha para sempre. Maldito dobe e suas ideias estupidas! Sabia que ele estava aprontando algo, e por que será que não tinha um bom pressentimento sobre isso?

 

***


 

Temari acordou, sem nem perceber que tinha caído no sono, e se assustou ao perceber que o garotinho não estava mais ao seu lado. Para seu alivio, avistou o garoto perto de uma parede, e surpreendeu-se ao perceber que ao seu lado estava Shikamaru que parecia ensiná-lo a jogar xadrez com algumas pedrinhas.

– Eu to com fome. - o garotinho sentenciou e Shikamaru suspirou e retirou da sacola ao seu lado algumas rosquinhas. Sorte Chouji estar tão animado conversando com Hana que até havia esquecido sua mochila de mantimentos.

– Você come como um amigo meu. - ele retrucou, mas deu o saco para o garoto que começou a comer, sorrindo satisfeito. - Oe garoto, ainda não sei seu nome.

– Eu também não sei o seu.

– Qual o seu nome?

– Oka-san me ensinou a não dar meu nome a estranhos. - o garoto disse com a boca cheia.

Por um segundo, a palavra "oka-san" fez Shikamaru lembrar de quem ele era filho e algo dentro dele, se remexer desconfortável, mas logo deixou suas neuras de lado e voltou a prestar atenção no garotinho.

– Oe, te busquei na sua casa, te alimentei e estou te ensinando um jogo muito mais mentalmente estimulante que esconde-esconde. E ainda sou um estranho?

O garotinho pareceu repensar sobre tudo aquilo, ainda comendo distraido suas rosquinhas, e então sorriu para Shikamaru.

– Venceu então. Meu nome é Ichigo.

– Certo.

– Não vai dizer o seu?

– Não.

– Mas eu disse o meu!! - o garotinho retrucou alarmado e emburrado.

– Eu nunca disse que diria o meu!

– Você precisa me contar o seu!! - ordenou e Shikamaru quase viu a Temari mandona que ele conhecia, naquele garoto.

– Não preciso nada. Me vença na partida, que talvez eu te diga.

– Assim não vale! Isso não é justo!

– A vida não é justa.

Irritado e emburrado, Ichigo caiu nas artimanhas do mais velho e arrumou brutalmente suas pedras no tabuleiro desenhado no chão e fez logo sua primeira jogada. Shikamaru deu um sorriso de lado, com o jeito irritadiço do mais novo, e só então percebeu que era observado atentamente por uma loira, que os olhava com um sorriso carinhoso no rosto. Quando seus olhos se encontraram, ela não parou de sorrir e ele, sem se conter fez o mesmo, mas logo voltou a prestar atenção no garotinho a sua frente que tentava ganhá-lo a qualquer custo.

Enquanto isso, do outro lado da caverna, o Kazekage foi agraciado com a presença - na opinião dele, desagradavel - da cadelinha que Ino salvou, e que parecia fascinada pelo ruivo, mesmo ele não lhe dando qualquer atenção.

– AU! AU! AU! - ela latia e abanava o rabinho castanho para ele, que a ignorava displicentemente. Frustrada, a cadela rosnou para ele, o pegando de surpresa.

– Cai fora daqui seu saco de pulgas camuflado!!!! - ele rosnou mais forte, fazendo a cadelinha se assustar e sair correndo em direção a sua salvadora.

Ino, que arrumava sua bolsa, riu ao ver a cadelinha se encolher perto de suas pernas

– O que foi, Hime?

Hime, "princesa", foi o nome escolhido por Ino para a cadelinha que era bonitinha e delicada como uma princesa, e isso não tinha nada a ver com os pelos brancos e outros castanhos quase loiros da cadela, e seus olhos verdes incomuns.

– Ela foi fazer amizade com o ruivo ali, mas ele detesta animais. - um ninja que observava a cena, distraido, falou ao seu lado.

– Mas que.... - Ino bufou - homem mais desprezivel é esse que não gosta de uma coisa tão fofa!! - indagou revoltada fuzilando o kazekage com o olhar, quando este a olhou.

Surpreso, ele levantou uma sobrancelha questionador, mas ela apenas virou o rosto como se o ignorasse o que o fez soltar um resmungo incompreensivel que tinha algo a ver com "loira insolente".

 

****

 

Já passava das nove da noite, e os convidados já haviam chegado, ou pelo menos quase todos. Na sala de estar da mansão estava Tenten, Lee, Kiba, Shino, Sakura e Sasuke, e alguns outros de suas epocas da turma do Iruka. Naruto também, mas ele estava no balcão um pouco afastado onde havia umas garrafas de sake que ele já tomava despreocupadamente.

– Oh, então é aqui que está o ouro. - ele ouviu e resmungou quando Sayuri sentou-se ao seu lado

– Pare de latir, eu também não estou feliz por sentar perto de um jinnchuriki.

– Os incomodados que se mudem.

– Ou mudem o incomodo. - ela riu e virou o copo com sake de uma vez chamando a atenção do loiro que pela primeira vez riu.

– Eu devia saber, louca desse jeito, tinha que ser alcoolatra.

– Hm..então temos pelo menos uma coisa em comum heim?! - ela provocou, e ele sorriu de lado com escarnio.

– Pensei que a Sakura-chan não ia deixar você ficar na festa dela.

– Há, faz-me rir Uzumaki, deveria se internar, se você acha mesmo que aquela algodão doce da testa mutante pode me impedir de algo.

Naruto não pode deixar de rir com a arrogancia da garota, mas voltou a olhar para a porta, como vinha fazendo automaticamente a cada cinco minutos.

– Esperando a chibi hime?

– Éh? Do que está falando? - ele tentou disfarçar tomando mais um gole de sake, tinha que ir com calma, não podia ficar porre logo naquele dia.

– Não se faça de idiota, raposa. Lesado já é suficiente.

– Ora sua...

– Eu sei que está esperando a herdeira dos Hyuugas. - ela revirou os olhos, enfadada - sinceramente, é incrivel como ninguém tenha notado isso ainda. Quer dizer, mesmo que eu já não soubesse o que acontecia, eu já teria notado.

– Do que você está falando, filhote do capeta? - o loiro resmungou

– Ah, eu sei que você e a inocente hyuuguinha tem um caso nada inocente a algum tempo.

Naruto que tomava mais um gole de sake, praticamente cuspiu tudo de uma vez e olhou para Sayuri que sorria com falsa inocencia, e depois para os outros que pareciam alheios a eles.

– Que besteira é essa que você tá falando, sua temeeee!!!!

– Você é enfadonho, Uzumaki, mas como eu estou entediada, eu vou te contar. - ela pigarreou, quando Tenten passou por eles, para pegar alguns doces e depois voltou, sem notar que eles conversavam. - O fato é que no dia da nossa luta, eu não te coloquei só num genjutso, que por sinal estava melhor que um filme de terror, mas revirei toda a sua cabecinha que de oca não tem nada.

Naruto ficou branco, depois azul, depois vermelho e uma sombra encobriu seus olhos, enquanto uma raiva explosiva fazia seu corpo tremer.

– Sua maldita. Eu vou te matar!! - ele disse baixinho, mas a aura negra que o encobria era visivel, mas Sayuri nem ligava.

– Oe... - Lee chamou a atenção dos outros - o Naruto parece prestes a matar a nova Uchiha.

– Nani? - Sakura olhou a cena e então sorriu malvada - Ah, eu espero que esteja certo Lee-kun. Eu realmente espero. - ela disse quase chorando de emoção, o que fez todos rirem sem graça.

– Ah sossega as suas nove caudas raposinha, como você acha que eu criaria aquele genjutso incrivel, sem saber nada de você? Talvez eu pudesse fazer algo ruinzinho, com o que você tem medo, mas não com coisas que nem você sabia que tinha medo de perder.

Naruto lembrou-se então da parte do Genjutso em que Hinata estava morta. Apenas a imagem o causava calafrios e na epoca, não levou em consideração, mas percebia agora que a Hyuuga já lhe era muito mais importante do que ele pensava.

– Entendeu agora? - Sayuri mantinha a expressão ironica e riu ao ver a carranca do loiro - Ah vamos Uzumaki, não é como se eu fosse contar para alguém. Viu como somos quase amigos, já guardamos até segredos um do outro.

– Eu nunca vou ser seu amigo. - ele resmungou - e se quer saber, logo não vai ser um grande segredo.

– E por que não? - ela perguntou curiosa e foi a vez dele sorrir.

– Não é da sua conta! - ele encheu a boca para falar e ela revirou os olhos.Mas então, o olhar de ambos foi para a cena que acontecia na sala, que os fez fazer uma careta de nojo: Sakura e Sasuke se beijavam apaixonadamente.

– Urgh! - eles resmungaram juntos e depois se entreolharam e riram baixinho.

– É talvez, tenhamos uma ou duas coisas em comum. - O uzumaki concordou rindo e os dois viraram um copo ao mesmo tempo.

Nesse momento, Sakura correu para a porta e sorriu recebendo finalmente os seus últimos convidados e os mais esperados pelo loiro. Os Hyuugas finalmente haviam chegado.

Hinata entrou na casa com um sorriso educado no rosto, rezando para que ninguém percebesse as mãos nervosas escondidas no bolso do casaco. Ao seu lado, Neji vinha superior e frio como sempre, ou melhor, pior do que o normal, pois aparentemente seu mau humor ainda não havia passado. E até aquela hora, eles não haviam tido qualquer noticia de Hanabi a não ser que ela estava com Iruka em uma missão extra-oficial.

No caminho até lá, a hyuuga tentara se acalmar, começando uma conversa com o primo, mas ele manteve-se monossilabo, até ela finalmente desistir e tentar se acalmar regulando a própria respiração.

Mas agora, sendo recebida por Sakura, ela sentia o nervosismo voltar com força total.

– E-eu trouxe uma sobremesa. - ela conseguiu dizer, apontando com a cabeça para o primo que carregava uma vasilia perfeitamente coberta.

– Ah Que ótimo, por que eu não fiz sobremesa.

– Pensei que tivesse comprado a comida, Sakura-chan. - Lee disse inocentemente e recebeu um olhar raivoso da rosada.

– URUSAI BAKA!!!!! Entrem!

– Neji!! - Tenten se aproximou dos Hyuugas, animada. Ela, ao contrário de Neji, estava incrivelmente animada aquele dia e nada parecia poder abalá-la. Sorriu ao ouvir as risadinhas maliciosas de seus amigos, quando ela selou os lábios do namorado que se deixou ser abraçado e levado em direção aos outros.

– Tenten-chaaan, por que escolher o Hyuuga, quando tem a mim? - Lee choramingou e recebeu uns cascudos da companheira de time.

– URUSAI!!! Baka, baka, sinceramente Lee, você me mata de vergonha! - a morena disse um pouco corada.

– OEE HINATA, SENTA AQUI! - Kiba chamou espalhafatoso como sempre fazendo a Hyuuga corar, mas não pelo grito do amigo, e sim por ter sido no exato momento em que seu olhar se cruzou com o de certo loiro que a olhava com um sorriso sacana nos lábios.

Sem saber exatamente o que fazer e sentindo-se uma boba por continuar parada na entrada, ela deu os primeiros passos decidida a ir em direção ao melhor amigo quando a movimentação brusca de Naruto chamou atenção de todos, e Hinata mordeu o lábio inferior, ao perceber que ele vinha em sua direção.

– Oi Hinata-chan! - ele sorriu daquele jeito safado de sempre e piscou pra ela, a fazendo corar e entrar no jogo dele.

– Olá Naruto. Como vai? - ela cruzou os braços na sua melhor pose superior, sabendo muito bem que todos prestavam a devida atenção a cena.

Mas surpreendeu-se quando ele não parou de andar e entrou em seu espaço pessoal, a puxando para um abraço caloroso e então depositando um leve beijo em seu pescoço a fazendo estremecer.

– Melhor agora que você chegou. - ele murmurou a fazendo corar dos pés a cabeça

– O q-que v-você está fazendo? - ela murmurou em pânico e sentiu o peito dele convulsionar com a risada abafada.

– Agora o "gran finale". - e dizendo isso, ele se afastou um pouco, a ponto de ficarem cara a cara e antes que ela tivesse se quer tempo para processar o que estava acontecendo, ele encostou seus lábios em um selinho inocente que durou apenas alguns segundos, mas foram o suficiente para ela relaxar e segurar a camisa dele com força, achando que a qualquer momento iria desabar.

Quando se separaram, ele passava a ponta da lingua pelos lábios discretamente, enquanto a via abrir os olhos devagar, corada e com um sorrisinho timido e bobo nos lábios.

– Eu disse que os mais intimos iam saber. - ele murmurou e riu quando ela arregalou os olhos e finalmente pareceu se dar conta do que havia acontecido, e de que continuava nos braços do loiro risonho e cafageste a sua frente.

– Aimeukami! - Sakura foi a primeira a conseguir falar alguma coisa diante da cena, mas definitivamente não era a menos chocada - Mas o que é que foi isso???????

– Tsc...como você é burra, testa mortifera. Não é obvio que os dois estão se pegando? - Sayuri irononizou sem deixar de prestar atenção a sua bebida.

– Ahhh finalmenteee!! - Tenten comemorou e logo todos riram deixando o clima mais leve, sem notar que alguém não ficou nada animado com a novidade.

– Ahhhhhhh Hinataaaaa, conta tudo!!! - Sakura praticamente voou em cima de Hinata, mas Naruto foi mais rápido puxando a garota de volta para seus braços.

– Ok, seus bando de fofoqueiros, nós estamos namorando sim...e não me olhe desse jeito Neji!...Enfim, só que como todos sabem, a Hinata tá meio que sendo obrigada a casar com um baka mauricinho ridiculo...ouch! - exclamou ao receber uma cotovelada da então namorada - pois é, por isso...ninguém a não ser vocês podem saber disso.

– Aaaaahhhh um namoro escondido, que romanticoooo!!! - Sakura e Tenten vibraram e dessa vez Naruto não pode impedir as duas de levarem uma ainda atonita Hinata para longe a fim de saberem todos os detalhes do novo casal.

Naruto olhou para o balcão e Sayuri piscou maliciosa e ele lhe mandou lingua a fazendo gargalhar, enquanto o loiro se aproximou da rodinha de homens que sobrara, sem notarem que imediatamente Kiba se afastou.

– Finalmente heim dobe.

– Finalmente o que, teme? Voçê é tão fofoqueira quanto a Sakura-chan!! - resmungou e recebeu um tapa na testa dado pelo amigo.

– Naruto. - Neji chamou e o loiro suspirou prevendo briga

– Olha Neji, não vem com sermão por que eu e a Hinata somos adultos e..

.- Cala a boca, Naruto.

– Hei!

– Escuta, não que eu ache que você é um bom partido para a Hinata, mas já que ela gosta de você e você parece que finalmente deixou de ser um babaca completo...

– ...para se tornar apenas meio babaca. - Sasuke completou, tomando um pouco de sake e recebeu um olhar mortifero do loiro

– ...Eu vou manter o segredo de vocês, mas eu espero que esse segredo não se estenda por muito tempo, e que você não a faça sofrer.

– Não se preocupe, Neji. Isso nunca vai acontecer. - ele riu e então eles voltaram a falar banalidades que homens falam quando estão sozinhos enquanto saboreavam um delicioso sake.

Kiba encheu um copo de Sake e virou em uma só golada. Nunca quis tanto ficar bebado como naquela noite, por outro lado não sabia se seria sensato ficar bebado no mesmo lugar que Naruto e Hinata.

"Que se dane a sensatez!", ele exclamou em pensamentos, virando mais um copo e ouvindo uma risada ao seu lado

Tomou um susto ao ver uma morena, com uma blusa manga comprida e um short curto o bastante para mostrar as pernas bem torneadas que se mantinham cruzadas.

– Droga uchiha, quase você me mata do coração.

– Parecia tão concentrado em acabar com essa garrafa de sake com apenas uma golada que pensei que nem notaria minha presença.

– Como se fosse possivel não notar a sua presença. - ele resmungou e ela sorriu maliciosa.

– Bom, também é impossivel não notar a sua, Kiba Inuzuka. - ela disse e ele se espantou ao ouvir seu nome dito em um tom tão...sedutor? Ao olhar novamente para a morena, ela já se levantava do balcão segurando um copo em uma mão e uma garrafa cheia em outra.

– Vamos. Eu conheço um lugar para fugirmos dessa aura detestavel de alegria, amor e casais felizes.

– E por que eu iria com você? - ele perguntou irritado e ela o olhou descrente identica a Sasuke.

– Ah desculpe, você tem alguma coisa melhor pra fazer aqui? Talvez parabenizar a Hinata e o Naruto pelo namoro. Tudo bem, vai lá. - ela ironizou e sorriu quando o Inuzuka se levantou, pegando mais umas duas garrafas de sake e saiu resmungando com ela, satisfeita, em seu encalço.

E a noite estava apenas começando, mas nem Kiba, nem Sayuri foram vistos mais. O jantar foi servido, houve muitas brincadeiras, conversas, algumas brigas, afinal Naruto e Sasuke, Lee e Neji ainda tinham suas rivalidades. Mas a noite foi de toda, bastante agradavel, até que os animos já estivessem bastante alterados devido ao teor alcolico.

– Alguém viu o Sasuke? - Sakura procurava emburrada, ela era muito fraca para bebida e já estava bastante alta. - Sasuke-kuuun! - ela praticamente pulou no pescoço do namorado, no intuito de beijá-lo, entretanto ele se esquivou sem nenhuma hesitação, a segurando pela cintura distraidamente.

– Onde aquela peste se meteu?

– Nani? Quem?

– Sayuri. Não a vejo desde que os hyuugas chegaram.

– Ah tomara que finalmente tenha ido embora - a rosada riu, deliciando-se com a ideia e novamente puxou o namorado, mas ele segurou seus pulsos e a afastou novamente - Sasuke!

– Sakura, Sayuri é minha responsabilidade! Eu tenho que achá-la.

– Não! Você não tem que achá-la, Sasuke Uchiha, voce tem que...tem que.... - ela parecia se controlar para não explodir, mas ninguém percebia a briga do casal devido estarem um pouco afastados - ...tem que se afastar dela!! Isso sim!!! Eu não aguento mais, Sasuke! Eu não posso mais! - a essa hora, o uchiha pode ver aqueles olhos verdes se enchendo de lágrimas contidas - Eu tentei, juro, mas não consigo, não posso mais aguentar você sempre junto daquela...daquela insuportavel!!! E quando ela finalmente some apenas por uma noite, você quer ir procurá-la.

– Ela é minha responsabilidade. - O Uchiha se explicou sem se abalar. A verdade é que detestava quando a namorava bebia, pois ela voltava a se comportar com a criança irritante e grudenta de anos atrás.

– Onegai Sasuke. Eu estou te implorando, só por hoje.

– Sakura, se a Sayuri aprontar, eu terei problemas. - ele ponderou, tentando não se irritar com a namorada, mas ela já chorava e os olhos verdes faiscavam de raiva.

– JÁ CHEGA! EU ESTOU AVISANDO SASUKE, SE SAIR POR ESSA PORTA, EU VOU DAR PARA O PRIMEIRO QUE EU ENCONTRAR

Sasuke arregalou levemente os olhos, em uma rara exaltação em surpresa, mas logo voltou a usar sua pose fria de Uchiha inabalavel e levantou uma sobrancelha, fitando a moça com descrença, mas ela também não hesitou e mesmo debulhada em lágrimas, ela tinha uma expressão de pura raiva.

– Eu falo sério, Uchiha. Você vai ter que escolher... - ela cambaleou levemente devido as fortes emoções e o alcool - Ou eu, ou aquela vadia.

Sakura deveria saber mais do que ninguém o quanto o Uchiha odiava ser manipulado. Ela deveria prever que aquilo era o apice do desmoronamento do seu relacionamento e que sua atitude impensada e movida a alcool e desespero teria o resultado inverso. E mais tarde, quando aquele estado passasse, ela se arrependeria, mas não teria mais volta. Ela já tinha dado o ultimato ao Uchiha e não voltaria atrás. E ela deveria mesmo saber que Sasuke nunca aceitaria.

– Faça o que quiser. - Foi apenas o que ele disse, antes de se virar e voltar a sua procura pela Uchiha fujona, deixando para trás uma rosada chocada, com os olhos arregalados e cheios de lágrimas e dor.

Ele havia escolhido a outra. Havia acabado então? No fim, tudo seria assim tão rápido? Mas ela própria havia imposto a condição e agora teve sua resposta.

O choro foi aos poucos vindo cada vez mais forte, de modo que seus soluços vinham como fortes convulsões em seu peito até ela não mais aguentar e deixar as lágrimas caírem livremente por seus olhos, a cegando de desespero e dor.

Não soube quando tempo ficou naquele posição imóvel até se acalmar, e quando sua visão voltou a desembaçar, ela viu um copo cheio de sake que provavelmente ela própria havia deixado ali no balcão. De repente, ela parou de chorar subitamente e tomou sua decisão. Ainda com as mãos tremulas, ela conseguiu segurar o copo e em um respirar fundo, ela virou o copo e enquanto sentia o liquido ardente descer por sua garganta de uma vez só destruindo seus ultimos resquicios de indecisão, ela foi sentindo uma coragem subita tomar novamente conta do seu corpo ao mesmo tempo que seus próprios pensamentos se tornavam cada vez mais conturbados. Ao depositar o copo novamente na bancada, suas mãos não mais tremiam e ela não mais chorava. Os olhos verdes desfocados, estavam tempestuosos e em passos decididos, ela saiu pela porta dos fundos a fim de cumprir a promessa feita ao Uchiha.

***

 

– Finalmente sós. - O loiro resmungou sentando-se na varanda da casa do amigo e puxando Hinata para sentar no meio de suas pernas.

Ela sentiu os braços fortes de Naruto rodeando sua cintura e o corpo quente dele contra o seu e foi impossivel não corar, e talvez em um impulso bobo, ela virou o rosto para conseguir olhá-lo como se quisesse ter certeza de que ele realmente estava lá com ela.

– O que? - o sorriso dele a deixou sem folego, mas não tanto quanto o beijo que ele lhe deu e pareceu finalmente despertá-la que aquilo estava mesmo acontecendo.

Ao se separarem, ele ainda admirou por alguns segundos o rosto corado da mulher, e seu suspiro enquanto abria os olhos lentamente lhe dando a visão encantadora de seus olhos de lua cheia que parecia ainda mais brilhantes àquela noite.

– Eu ainda não consigo acreditar que você realmente contou a todos. - ela confidenciou com um sorriso pequeno no rosto, voltando a aconchegar-se no peito dele. Um gesto tão simples, mas que pra ela era tão incomum que ao mesmo tempo em que sentia-se hesitante, também tentava aproveitar o máximo que conseguisse.

– Hei, é impressão minha ou estou sentindo uma certa descrença nessa afirmação. - ele perguntou indignado e ela riu baixinho.

– Não é descrença...era só...que eu não...esperava...quer dizer...e-eu não acreditava...não não...bom, eu não pensei que você realmente fosse... - ela suspirou - é, era descrença. - ela se deu por vencida, e corou emburrada ao ouvir a risada dele.

– Pois eu estou indignado com a srta! E acho que mereço um pedido de desculpas.

Ela abriu a boca para protestar, mas ele a silenciou com um beijo calmo, profundo, em que cada um se explorava mutuamente, aproveitando o momento, e se largaram apenas quando estavam completamente sem folego.

– Tá desculpada. - ele brincou, dando mais um selinho nela por fim. Era como se não conseguisse mais parar de beijá-la e finalmente tivesse a autorização de fazer isso sempre que quisesse e ele aproveitaria bem aquele momento.

Mas o tal momento do casal foi interrompido quando uma kunoichi passou por eles tão rápido que tudo o que eles puderam ver foi os cabelos roseos, e a garrafa de sake em suas mãos.

– Sakura? Sakura! - Naruto gritou, mas não obteve resposta e logo percebeu que tinha algo de errado.

Ele se levantou e Hinata fez o mesmo, ambos vendo já longe a kunoichi sair do distrito Uchiha cambaleante.

– Tem alguma coisa errada. Ela não é de beber, e cadê o teme?

– Naruto, vai atrás dela e eu vou chamar ajuda. - Hinata falou, mais por perceber a preocupação do namorado do que por vontade. Afinal, Sakura não era mais criança, mas ainda sim, no fundo, ela percebia que tinha algo muito errado que poderia acabar mal.

Naruto hesitou, mas logo assentiu e saiu correndo atrás da amiga, deixando a namorada que voltou a entrar na casa. O loiro seguiu a amiga de perto, até que a mesma finalmente parou na praça e cruzou os braços, como se esperasse alguma coisa e assim ficou por um minuto inteiro até Naruto resolver se aproximar.

– Sakura-chan? Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou hesitante e a viu se virar para olhá-lo parecendo surpresa e um tanto inquieta. - Cade o Sasuke-teme?

Mas ao ouvir o nome do Uchiha, daquele maldito Uchiha, a rosada voltou a pose decidida e como se tivesse repensado sua hesitação, ela avançou sobre Naruto, decidida.

– S-Sakura-chan, o que vai fazer? - ele perguntou confuso, esperando que a parceira de time tentasse socá-lo como sempre.

– Você tinha razão, Naruto. - ela disse, a voz embargada e enrrolada pela bebida até ficar bem próxima do loiro que instintivamente segurou em seus ombros.

– N-nani? Do que está falando?

– Esse namoro, esse noivado, ele nunca gostou de mim.

– Mas que história é essa??? - o loiro estava atonito e começando a beirar a histeria.

– Não como você.

De repente como um estalo, as palavras da rosada fizeram sentindo para o loiro que por um momento ficou surpreso com o baque, e antes de poder se recuperar, Sakura inesperadamente o beijou.

Tão rápido aconteceu, ele se quer teve tempo de impedi-la, entretanto assim que seus lábios se tocaram foi quando ele pareceu acordar para a realidade e ainda de olhos abertos, deixou o constrangimento e a frieza tomarem conta de seu corpo em resultado a aproximação daquele outro corpo. Por que Naruto finalmente conseguia o sonho de garoto de ganhar um beijo da rosada, entretanto descobria que para o adulto que ele era agora, aquele beijo não significava absolutamente nada a não ser vergonha por sua própria indiferença com a amiga. E foi apenas por causa dela que ele não se afastou bruscamente, como ele faria em situação normal. Apenas para não ferir ainda mais os sentimentos da sua amiga que parecia sofrer e estar completamente fora de si, seja lá o por que, ele deixou-se ser beijado - apenas um toque de lábios - mas sem se mexer até que ela finalmente se afastasse.

Quando o fez, ela novamente tentou voltar a beijá-lo, mas dessa vez ele a segurou firme a deixando confusa.

– Gomem Sakura-chan.

– Vamos Naruto, eu sei que você quer isso também.

– Não quero. - a afirmação feita sem nem hesitar a pegou de surpresa- Não mais.

– Naruto. - o chamado dessa vez veio de trás deles, e Naruto se virou bruscamente enquanto Sakura fechava a cara, frustrada e o loiro quase teve um infarte ao ver seu melhor amigo parecendo estar lá a bastante tempo.

– Sasuke, eu não....nós não...quer dizer, ela...mas não... - ela mal sabia o que falar, desesperado tentando explicar o que poderia ser um mal entendido desastroso, mas o Uchiha se aproximou sem parecer querer matá-lo, pelo contrário.

– Ela está bebada, eu sei. - ele fez uma pausa, sem olhar a namorada em nenhum momento - Mas Hinata não sabe e ela foi embora, antes de vocês se separarem.

O comentário foi como mais um balde de gelo no interior do loiro que arregalou os olhos e sentiu seu coração bater tão forte que parecia que explodiria a qualquer momento. Desespero tomou conta de todo o seu corpo e ele deu um passo atrás, se afastando dos amigos, parecendo mais desnorteado do que Sakura.

– Ela...ela....

– Ela foi pra lá - o Uchiha apontou para a direção oposta ao Clã Uchiha, e Naruto não perdeu tempo e saiu em disparada deixando os dois para trás.

Sasuke olhou a rosada encostada em seu ombro, cochilando serenamente como se nunca tivesse armado a maior confusão na vida de Naruto e na dele também. Quando foi chamado por Hinata, ele não soube se deveria ir, entretanto ainda que Sakura nunca soubesse disso, ele sempre a escolheria, mesmo quando ao chegar lá, junto com a Hyuuga, ter compartilhado a visão da cena daqueles dois se beijando.

Sayuri teria de esperar. Ele pensou enquanto pegava uma sonolenta Sakura no colo.

Naruto conseguiu alcançar a Hyuuga antes que ela fosse mais longe, e a segurou em seus braços, mas recebeu vários tapas e socos em resposta.

– Me solta, Naruto! Me solta agora! Me solta!

– Não! AI! - ele tentava se desviar dos tapas dela e ainda prendê-la em seus braços - Eu sei o que você viu e entendeu tudo errado! Ai! AI!

– Aaahh poupe-me né, Naruto?! Por favor, logo você vir com uma desculpa dessa! EU VI TUDO! Agora me solta ou eu vou gritar.

Mas Naruto não respondeu. Ao invés disso pegou a Hyuuga e a pendurou em seu ombro como um saco de batatas, a deixando ainda mais indignada e se debatendo, furiosa.

– Naruto, me põe no chão!

– Não. Você vai me ouvir, mas antes vamos pra outro lugar que você já ta chamando a atenção. - ele disse, conseguindo segurar a Hyuuga furiosa e depois saindo em disparada com ela em seu ombro.

Por todo o caminho, ele ouviu os praguejos da moça, que o fariam até rir, se ele não estivesse internamente receoso sobre como explicar o mal entendido à namorada, se é que ela continuaria sendo depois daquilo.

Finalmente ele a soltou, quando chegaram até o apartamento pequeno e sujo dele, e a primeira coisa que ele recebeu foi um tapa certeiro no rosto e depois de um segundo de surpresa, ele visualizou o rosto vermelho e irado da Hyuuga. Naquele momento, mesmo sentindo-se um idiota, ele pensou que mesmo apanhando, era ali mesmo que queria estar.

– A conversa acabou. - Hinata decretou antes mesmo que ele começasse a falar algo - E também a sua brincadeirinha de namoro. - ao falar isso, ela engoliu em seco, controlando o choro que queria subir por sua garganta.

Eles se entreolharam, decepcionados e tristes, antes dela tomar coragem para ir embora. Mas assim que passou por ele, foi segurada com firmeza e novamente seus olhares se cruzaram e dessa vez, foi ele que a impediu de falar.

– Escuta! Sakura estava bebada e deve ter brigado com o Sasuke. Ela me beijou.

– Parabens. - a ironia de Hinata não combinava nada com ela, era o que o loiro pensava. - Conseguiu o que sempre quis... - ela o ouviu bufar

– Deixa de delirio! Eu não quero mais a Sakura! Eu disse isso pra ela!

– O que? Quando? Atraves de telepatia pela boca? Então era isso aquele beijo? Comunicação não-verbal?

– QUER PARAR DE LOUCURA!

– ENTÃO PARA DE SER TÃO CINICO!!! - ela rebateu, inconformada e puxou o próprio braço o fazendo soltá-la - Eu sou muito estupida mesmo. Grande prova de amor!

Dessa vez, Naruto sentiu como se tivesse levado uma apunhalada no peito, e ainda injustamente. E se tinha uma coisa que o Uzumaki não gostava era de injustiça.

– Droga Hinata!!! Eu não tive culpa nenhuma!!! Mas você não vai me ouvir né?! Por que você só acredita no pior de mim e isso nunca vai mudar!

– Eu tentei Naruto, mas você me decepcionou. De novo. - ela disse machucada e ele a olhou enfezado.

– Quer saber? VAI! VAI EMBORA, SE QUISER! VOLTA PRO SEU NOIVO IDIOTA! O idiota aqui sou eu! Não tenho que te provar nada!!! Por acaso você já me deu alguma prova de amor?

Hinata arregalou os olhos, sem acreditar no que ouvia. A raiva e a decepção apenas aumentavam e ela tinha ganas de socar novamente aquele loiro burro.

– Eu aturei seu egoismo, sua arrogancia e sua canalhisse!!! Eu aceitei ser sua amante!!!! EU TE DEI A MINHA VIRGINDADE!

Ao se dar conta do que dissera, a Hyuuga se calou imediatamente, e tremula, deu meia volta sentindo seu rosto esquentar de vergonha. Ela nunca havia contado a Naruto que ele havia sido seu primeiro e único e não o desmentira mesmo quando ele insinuava que ela dormia com outros.

O loiro perdeu completamente a fala e a linha de pensamento, ao ouvir a ultima declaração, mas novamente impediu a Hyuuga de sair sem antes lhe exclarecer tudo.

– Espera. Mas do que é que você está falando? Eu sempre pensei que... - ele hesitou, vendo-a corar ainda mais se isso fosse possivel - Hinata, por que... - ele não continuou

– Por que eu te amava... - ela murmurou e uma lágrima solitária escapou sem permissão, cruzando sua bochecha, mas antes que chegasse ao seu queixo, foi interceptada pelo polegar do loiro que segurou o rosto da Hyuuga com uma das mãos e limpou a lágrima fujona.

– Você nunca me disse.

– Eu nunca me importei. Por que eu só queria ser sua e por um tempo eu consegui. - ela riu tristonha - foi um sonho bom, mas como todo sonho, ele foi rápido e terminou.

– Não. Não terminou.

– Naruto...

– Não Hinata, eu não vou deixar. - ele a abraçou mesmo sem ter retribuição. - A Sakura é apenas uma amiga. Eu já sabia disso e foi apenas o que aquele beijo confirmou.

A Hyuuga ouvia tudo sem dizer nada, mas também sem se mover, como se tentasse não criar esperanças e não se machucar.

– Ela me beijou de surpresa, e eu confirmei o que eu já sabia. Não sinto nada por ela, além da amizade, talvez nunca tenha sentido. E eu só não a afastei por que não queria magoá-la. Mas agora, se eu pudesse voltar, eu teria a afastado se isso não te machucasse. - ele se afastou para olhá-la e percebeu mais lágrimas enchendo os olhos de lua cheia.

– Naruto, eu não...

– Por que enquanto eu beijava a Sakura, Hinata, eu tive a certeza de que não era ela quem eu queria beijar. Era você. - ele pausou e suspirou, enlaçando a cintura dela e a aproximando de si - E mesmo que você me bata, mesmo que me odeie e que não me queira mais, eu prefiro estar com você, do que beijar a Sakura ou qualquer outra mulher. - ele olhava diretamente nos olhos dela, tão sério, tão sincero que a tirava o ar.

– Por que? - ela perguntou em um fio de voz, antes que pudesse se segurar e eles se entreolharam por mais alguns instantes antes dele estender a mão para acariciar seu rosto, contornando seus lábios delicadamente.

– Por que eu acabei me apaixonando por você, Hinata-chan. - e aquela declaração lhe tirou o folego e mais lágrimas saltaram de seus olhos, ao que ele fez questão de limpar enquanto se aproximava, com um sorriso melancolico no rosto. - Por que agora eu sei que eu amo você. - ele sussurrou antes de então finalmente beijá-la.

E dessa vez foi como se uma explosão de sentimentos se abatassem sobre eles. Como se um redemoinho bagunçasse seus pensamentos e tudo o que eles sentissem e quisessem sentir era um ao outro, por inteiros, por amor.

– Eu amo você. - ele murmurou novamente enquanto a deitava na cama e ambos se entregavam a paixão.

E ele continuou a repetir, entre gemidos, entre respirações ofegantes, beijos e gritos de prazer. E mesmo quando juntos eles chegaram ao apice, ele murmurou novamente no ouvido dela, a voz rouca de luxuria e prazer, ouvindo a resposta dela gemida e completamente entregue ao fogo da paixão entre eles.

E pela primeira vez, quando eles caíram exaustos na cama, eles não tinham receios, ou pressa. Ele a puxou para deitar em seu peito e eles sorriram um para o outro, cansados, satisfeitos, mas principalmente felizes. Por que dessa vez não foi apenas sexo e paixão, foi amor, amor correspondido, amor declarado. E talvez Naruto não soubesse disso, mas aquilo valeu para Hinata como a maior prova de amor que ele poderia dar..

 

For us to work we didn't break, we didn't burn (Para funcionarmos, não quebramos, não queimamos)

We had to learn how to bend without the world caving in (Tivemos de aprender a ceder Sem deixar o mundo ceder à pressão)

I had to learn what I got, and what I'm not (Tive que aprender o que tenho e o que não sou)

And who I am (E quem eu sou)

I won't give up on us (Eu não vou desistir de nós)

Even if the skies get rough (Mesmo se os céus ficarem difíceis)

I'm giving you all my love (Estou te dando todo o meu amor)

I'm still looking up (Ainda olho para cima) * *²


Notas Finais


*I won't Give Up - Jason Mraz
*² tradução da música www.letras.mus.br
Ficou grande, mas eu achei ele bonzinho. Aos hentais de plantão, eu ainda pensei em fazer uma cena, mas resolvi deixar o capitulo apenas com o foco no romance.
Espero que tenham gostado do capitulo!

Beijos e até a próxima!


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