História Parem o casamento! - O Noivo

Todos os presentes se encontravam estáticos, encarando o grupo incomum formado por um ciborgue de mais de dois metros; uma morena elegante de braços cruzados frente ao rosto; uma ruiva que girava ameaçadoramente um bastão azul; um narigudo que apontava um estilingue gigante; um tanuki com uma mochilinha azul; um baixinho risonho — com uma cicatriz em forma de xis no peito — que rodava os braços como se fossem hélices. Todos liderados por um espadachim de cabelo verde, vestido de noiva.

— Você volta com a gente, Sobrancelhudo. — Zoro falou direto.

Sanji ainda estava atordoado, ele abriu e fechou a boca algumas vezes sem saber o que dizer, provavelmente a surpresa era tanta que ele não conseguia escolher as palavras.

— De onde saiu este vestido? — O loiro finalmente perguntou, a noiva desconhecida ao lado dele deu uma boa olhada no próprio vestido, achando muito sem graça se comparado com o vestido do espadachim.

— É meu. — Zoro respondeu rápido e conciso.

— Não poderia ser da Nami-san, ou da Robin-chan? Nunca soube que você colecionava vestidos de noiva, Marimo...

— Estou usando, então significa que é meu. Agora isso não importa, venha conosco, vamos embora daqui!

Sanji olhou em volta, todos os tipos de piratas começaram a se mover, muitos sacaram armas e alguns chamavam reforço via den den mushi.

— Não funciona assim, por que vieram até aqui? Eu deixei uma carta! — Sanji falou desesperado.

— Não to nem aí pra sua carta estúpida, você vai vir, ou vou ter que te arrastar?

Mas Zoro mal terminou a frase e ouviu Nami e Usopp logo atrás, gritando em uníssono, o espadachim virou instantaneamente e já estava cortando um adversário que pulou em cima dele, direto do teto.

— Zoro, temos que lutar! — Luffy falou e começou a distribuir socos em quem se atrevia a tentar agarrá-lo.

— Tudo bem, estou preparado! — Zoro disse sacando a segunda espada e girando para abrir espaço no bolo de inimigos que o encurralavam.

Robin brotava braços em vários homens que tentavam chegar até ela, em seguida dobrava seus pescoços, Usopp fez cara feia para o som de ossos quebrando que enchia o ambiente, Franky acertava o máximo número de oponentes sem sair do lugar com tiros e explosões que saíam de seus braços, uma metralhadora embutida no pulso dele fazia um estrago gigantesco na lateral esquerda da igreja.

Um grupo de piratas bem vestidos se posicionou na frente de Usopp, formando uma barreira humana, o atirador deu tiros a esmo, e Nami surgiu na frente dele enviando uma onda de choque no grupo adversário, plantas recém-germinadas surgiram e abocanharam os corpos caídos e fumegantes do chão mastigando-os em seguida, Chopper logo atrás de Usopp já abandonara a forma de rena fofinha e entrou em Kung-fu Point, acertando inimigos que desabavam desmaiados no piso de mármore.

Para Sanji a coisa também não ficou boa, ao menor sinal de luta os capangas da Big Mom intercederam tentando prender o loiro, que foi obrigado a iniciar um combate, mesmo que não quisesse fugir com os nakamas.

Sanji deu um salto e apanhou a noiva ainda desconhecida no colo, ele pousou gentilmente em um côncavo do altar, deixando-a ali para que não se machucasse, antes dele se virar para deixá-la, a moça puxou a manga branca do fraque do loiro.

— Eu não me importo. Pode ir com eles! — Ela falou urgente.

Sanji sacudiu a cabeça.

— Isso está além da minha vontade. — Sanji respondeu se esquivando, ele não conseguia ver o rosto da noiva prometida pois um véu espesso o escondia.

— Perder para aquele cara... é uma honra pra mim! — Ela falou apontando Zoro, e Sanji não via, mas sabia que havia um sorriso complacente ali.

Um estrondo chamou a atenção do cozinheiro e ele pulou enfrentando mais uma leva de adversários, ele notou mais à frente Zoro lutando, seu vestido rodopiando conforme ele se movia, o véu intocado na sua cabeça, e por incrível que fosse, o vestido não tinha uma mancha sequer de sangue, apesar das várias pilhas de corpos que estavam espalhadas pela igreja.

Empunhando as três espadas em um giro ininterrupto, Zoro formou um tornado que ajudou o espadachim a se livrar de uma leva considerável de homens que tentavam lutar contra ele, o tornado permaneceu até que vários corpos ensanguentados caíssem manchando de sangue o chão outrora branco.

Zoro se aproximou do altar, onde a noiva desconhecida desaparecera, e Sanji lutava distribuindo diversos chutes para um pequeno exército que tentava apanhá-lo. O loiro olhou por baixo da franja e viu Zoro se aproximando, ele viu quando o espadachim brandiu as espadas e formou uma onda de ar cortante que dividiu ao meio tudo ao seu alcance, eliminando a maior parte dos oponentes de Zoro.

— O QUE ESTÁ FAZENDO, KUSO KENSHI? ESSES SÃO MEUS ADVERSÁRIOS!

— CALA A BOCA, ERO COOK!

Eles gritaram um para o outro, na porta da igreja Franky e Usopp atiravam aleatoriamente em todos os inimigos que tentavam se aproximar pela porta frontal da igreja subindo os degraus.

— Zoro, resolva isso logo! Eu e o Usopp estamos ficando sem munição! — Franky gritou, Usopp ao lado dele ergueu a sobrancelha por baixo dos óculos de proteção.

Zoro deu dois passos à frente desviando dos corpos que jaziam no chão, ele encarou Sanji, estavam muito próximos agora, o cabelo loiro refletia o brilho das explosões de Franky e Usopp, então Zoro rosnou perdendo a paciência.

— Você vem. — Zoro disse embainhando as espadas e desamarrando a faixa verde escura que estava em seu braço esquerdo.

— Não tem como sair daqui! Não faça essa cara, Marimo! Eu não posso ir!

Zoro estava no seu limite, o maldito cozinheiro estava encrencado com uma família, uma noiva filha de uma yonkou, e um cartaz de procurado “apenas vivo”... o stress de saber tudo isso ainda estava borbulhando na superfície, e nem o calor da batalha ou o fato de ver Sanji loiro e em perfeito estado, todo de branco no pé de um altar fez Zoro respirar aliviado.

— Sanji. Você é nosso nakama. Você volta. — Zoro falou amarrando calmamente a faixa escura, que se revelava uma bandana, na cabeça.

— Baka Kenshi, o que você...

Zoro nada falou, simplesmente pegou Sanji e o jogou por cima do ombro direito, o cozinheiro se debateu, socou e tentou chutar, mas Zoro o imobilizou, segurando firme as pernas do loiro, deixando que o outro o esmurrasse.

Usopp olhou para trás e viu Zoro trazendo Sanji, à força, jogado por cima dos ombros como se fosse um espólio de guerra, o loiro socava as costas do espadachim com força brutal, mas Zoro parecia não sentir nada.

— ME LARGA, MARIMO MALDITO!! EU QUERO TE MATAR AGORA MESMO!!

— Cale a boca, Ero Cook.

Vendo a cena, Usopp revirou os olhos.

— Graças a deus! Agora esperem para flertar no navio! Tem um monte de inimigos vindo!

Nami preparou uma estrada de nuvens que os levou direto para os veículos podendo evitar os inimigos, Robin deu um rasante sobrevoando todos, segurando Franky de qualquer jeito eles conseguiram descer perto da motocicleta, Chopper pulou no tanque e começou a manobrá-lo, Usopp com alguns tiros, algumas armadilhas e uma cortina de fumaça, conseguiu ajudar em uma fuga perfeita. Luffy foi o último a chegar com um pedaço de carne imenso, pois havia descoberto onde estava toda a comida da festa. Nekomamushi e Wanda fizeram com que Wany corresse como nunca antes!

O caminho não foi fácil e Sanji continuou gritando com Zoro, que por sua vez, do alto do seu vestido magnífico, apenas olhava entediado para o loiro.

Poucos minutos se passaram e eles já estavam no Sunny novamente, e com Nami a bordo, o navio zarpou imediatamente.

 

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Ao chegarem no Sunny, Zoro largou Sanji que estivera preso em seus ombros, ele encarou o cozinheiro com altivez, o loiro nada dissera, mas encarava o espadachim com olhar indecifrável. Após soltar Sanji, Zoro deu as costas e fez menção de se afastar, mas o cozinheiro apanhou o braço do moreno com força.

— Agora vamos conversar, Marimo-kun.

Zoro sacudiu o braço tentando se desvencilhar do aperto de Sanji, mas o loiro puxou o espadachim através do gramado, levando-o direto para o aquário.

— O que você quer? — Zoro falou cruzando os braços em frente ao peito.

— Por que fez tudo isso?

— Você teria feito o mesmo por mim!

Sanji torceu o nariz, lembranças desagradáveis de Kamabakka surgiram em sua mente de forma inevitável.

— A parte do vestido eu preferia não fazer... Mas... — Sanji deu uma volta completa em torno do espadachim. — Nunca pensei que você ficaria tão atraente dentro de um vestido de noiva.

— Isso... isso era pra ter sido algo realmente bombástico. — Zoro falou arrancando o véu que até agora estivera intocado no alto da cabeça. — Foi pra fazer você mudar de ideia.

— Sobre o quê? — Sanji perguntou, apanhando o véu confeccionado com lindas esporas-bravas.

— Sobre o casamento e essa merda toda. Você... nem mesmo se despediu, idiota!

— Eu falei na carta... falei que voltaria!

— Sim, e provavelmente CASADO!! — Zoro gritou, em seguida virou o rosto contrariado.

— Você... estava realmente preocupado comigo, não é?

Sanji deu um passo à frente e apanhou o rosto do moreno entre as mãos, Zoro tentou sair do contato, mas Sanji sentou no sofá e puxou o espadachim para o seu colo, apertando-o com força contra seu peito.

— Tudo bem, seu plano estúpido e bombástico deu certo, eu não me casei.

Então, Zoro não tinha muito o que fazer, o olho azul de Sanji estava brilhante o encarando, e os lábios do cozinheiro eram interessantes demais para não ceder... ele fechou os olhos e sentiu a boca sendo assaltada, o beijo começou e ele não se importou.

Sanji moveu os lábios rente aos de Zoro, a língua tocando a outra e enviando um frenesi incoerente, Sanji abandonou os lábios e passou a língua em todo o colo exposto pelo decote do vestido, ele deu atenção especial à cicatriz exposta sob o tecido quase branco, o loiro empurrou Zoro deitado no sofá e embrenhou as mãos embaixo da saia, e ergueu o vestido levemente para espiar o que havia ali.

— Wow, uma boxer branca! Eu poderia mesmo casar com você, Marimo!

Zoro grunhiu um desaforo qualquer, mas Sanji não ligou, ele beijou e lambeu cada pedacinho de pele morena que havia dentro daquele vestido, adorando ver Zoro lutando contra a vontade de se contorcer e gemer.

O cozinheiro tocou o volume que havia dentro da boxer branca e Zoro rosnou.

— Vai pegar ou vou ter que pedir você em casamento, Ero Cook? — Zoro perguntou arrogante e impaciente.

— Só me chame pelo nome... como fez lá na igreja. — Sanji falou pairando sobre o espadachim.

O loiro uniu os lábios e beijou longamente, depois abandonou a boca do moreno contra a própria vontade para admirar a figura debaixo de si, Zoro estava levemente corado, o vestido amarfanhado e o véu desprezado no outro lado do sofá.

— Diga o nome do noivo... — Sanji tornou a pedir.

— S... San... ji...

E o loiro afundou em um abraço se deixando cair por cima do corpo do espadachim, ele sentiu-se confortável como nunca, sabendo que era ali seu lugar. Zoro o apertou entre os braços sentindo o cheiro dos fios loiros, todo o stress agora arrefecido pela missão concluída.

Ele parou o casamento, e Sanji voltara com eles.