História Partituras - Pai, não quero que você se case!

– É uma prazer revê-lo, Yi Jeong!

Quando o moreno ouviu isso de Sun Hee, Yi Jeong pensou no quanto aquela mulher era cínica.

Mais uma vez a morena voltava para a mansão, mas desta vez para ajudar com os preparativos da festa de noivado que seria em alguns dias.

Sun Hee era bastante bonita assim como o irmão. Tinha sobrancelhas retas em conjunto com seu rosto fino, fazendo sua expressão harmoniosa. Seus cabelos eram curtos na altura dos ombros, partidos de lado e tinham uma coloração castanha escura. Sun Hee era um pouco pálida e seus lábios formavam um perfeito coração quando relaxados, assim como os lábios do irmão. Seu gradient lips ressaltavam um toque saudável em sua boca. [1]

O mais novo olhou para a moça mostrando apatia, seu olhar era arrogante na direção de Sun Hee, o que fez a mais velha ficar sem graça.

Sun Hee forçou um sorriso para disfarçar sua frustração. Ela tentava de tudo para agradar Yi Jeong e ganhar seu carinho e confiança, mas Yi Jeong era teimoso e havia enfiado na cabeça que Sun Hee só queria arruinar a sua vida e a de seu pai.

–Eh... Eu lhe trouxe um presente! Espero que goste. – Sun Hee sorriu para o menor, entregando a caixa com as duas mãos para o mesmo. O objeto era de tamanho mediano e nele haviam alguns furos nas laterais.

O Sr. Jang que antes virado de costas para eles conversando com os empregados à alguns centímetros de distância dos dois, se virou e se aproximou voltando sua atenção para eles.

Yi Jeong apenas cruzou os braços.

– Não preciso de presentes, ainda mais vindo de você.

Sun Hee ficou ainda mais constrangida.

Sr. Jang ficou estupefato com a arrogância de seu filho para com a mulher que seria sua futura madrasta.

– Yi Jeong, não seja mal criado! – Sr. Jang disparou o sermão. – Aceite o presente. Sun Hee só está tentando lhe agradar!

Yi Jeong revirou os olhos e bufou, pegando seu presente em seguida.

– Obrigado... – Disse o colegial num tom de desânimo.

Sun Hee sorriu demonstrando satisfação.

– Soube que você gosta muito de cães e perdeu o seu á alguns anos, então acho que vai gostar do presente que trouxe.

Os olhos de Yi Jeong brilharam quando abriu a caixa e encontrou uma cachorrinha ainda filhote lá dentro. Ela parecia estar com medo e seu rabinho estava entre as pernas.

Yi Jeong nem reparou que seus lábios enlanguesceram num sorriso, já havia esquecido de quem era o presente.

– Você gostou? – Perguntou a moça sorridente.

O sorriso de Yi Jeong se desfez assim que ouviu a voz da mais velha.

–Sim...

O moreno subiu as escadas pedindo licença, levando em seus braços a cachorrinha.

Yi Jeong entrou na sala de música e colocou a pequena pastora alemã no chão e se deitou ali mesmo, olhando para o animalzinho que cheirava o local tentando conhecer melhor.

– Aquilo foi golpe baixo. Como eu poderia recusar um presente tão fofo? Ela está usando suas melhores armas pra me atacar. – Yi Jeong acariciou o pelo da pequena que abanou o rabo. – Você precisa de um nome, certo?

A cadelinha lambeu os dedos finos de Yi Jeong que riu maravilhado com aquela sujeitinha tão adorável.

– Hum... Vou de chamar de Danbi. Você gosta?

A cadelinha deslizou com a cabecinha sobre os dedos de Yi Jeong, como se ela o fizesse carinho.

Yi Jeong buscou no fundo da sala uma caixa com os brinquedos e outros objetos do cachorro antigo, ele sempre costumava ficar com Yi Jeong na sala, ouvindo seu dono tocar piano, por isso ele ainda guardava os objetos naquela sala. Na verdade, o animalzinho seguia Yi Jeong em todos os lugares, até mesmo no banheiro quando Yi Jeong ia tomar banho.

O cãozinho morreu de uma doença crônica, e isso deixou Yi Jeong chorando por vários dias, aquele era seu melhor amigo.

O moreno achava que atraia coisas ruins para si mesmo, afinal perdia tudo que era importante para ele. Talvez foi assim que Yi Jeong aprendeu a ficar tão ciumento com seu pai em relação a Sun Hee, o Sr. Jang era a única pessoa que ele tinha e Yi Jeong não queria perde-lo também.

O colegial tirou da caixa uma bolinha e uma pequena pelúcia de panda.

– Danbi, qual você quer?

Danbi cheirou a bolinha e tentou a morder.

Yi Jeong jogou a bolinha que quicou diversas vezes no chão e Danbi correu para busca-la.

Naquele cômodo só era possível escutar as risadas de Yi Jeong que preencheram a sala que a muito tempo não eram ouvidas.

O rapaz nem percebeu que já estava na hora de sua aula de piano e que Kyung-ll poderia chegar.

Estava se divertindo tanto, como nunca havia se divertido a muitos anos.

Kyung-ll abriu a porta e Yi Jeong nem se dando conta de que o professor estava ali.

O mais velho se encostou no portal da porta, cruzando os braços enquanto fitava Yi Jeong que brincava com Danbi.

Essa era a primeira vez que Kyung-ll viu o sorriso do colegial que estava sempre de cara fechada ou sem nenhuma expressão no rosto.

Kyung-ll admirou aquilo por um tempo.

De certa forma, Kyung-ll começara a encontrar o ser fofo escondido por trás da arrogância de Yi Jeong.

O moreno correu com Danbi numa posição um pouco baixa em direção a porta, nem notando a presença de alguém ali, então ocorreu o impacto da cabeça de Yi Jeong com o osso da cintura de Kyung-ll que se afastou num sobressalto com a dor.

Yi Jeong caiu com a mão na cabeça enquanto Kyung-ll gemia de dor com as mãos na cintura esquerda.

– Ai, Ai, Ai, Ai! Por que sua cabeça é tão dura?

– Talvez por que eu tenha um crânio? – Ironizou Yi Jeong enquanto se levantava. – Vamos, não seja molenga, só foi um pequeno impacto.

Na verdade um ponto na cabeça de Yi Jeong também doía.

– O que você quer aqui? – Perguntou Yi Jeong.

– Não é obvio? Eu vim verificar a encanação. – Ironizou o professor se recuperando da batida.

Yi Jeong revirou os olhos e se sentou ao piano, pronto para a próxima aula.