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História Pássaro de Fogo livro 2 - A Canção do Pássaro de Fogo - Era uma vez, em um trem para Londres


Escrita por: Ficcionado

Notas do Autor


Esta fic é uma continuação direta da fic “Pássaro de Fogo 1 – O filho do Pássaro de Fogo”. Se você não leu a parte 1 primeiro, você não vai entender nada do que está acontecendo nesta fic.

Você encontra a parte 1 para ler no meu perfil.

Capítulo 1 - Era uma vez, em um trem para Londres


Harold Fischer era apenas uma pessoa normal que no dia primeiro de agosto estava indo de sua casa na cidade de Hounslow até Londres para visitar sua filha e o novo namorado dela. Aos quarenta e oito anos, careca e acima do peso, Harold havia aceitado com um cinismo resignado que os melhores dias de sua vida haviam ficado para trás já a muito tempo. Esse cinismo fazia dele uma péssima pessoa para se conversar na mesa de jantar. Pior ainda, Harold era inteligente o bastante e autoconsciente o bastante para saber que seu comportamento pessimista frequentemente acabava se tornando uma espécie de profecia doente e distorcida para a vida dele. Ele sempre esperava o pior, logo ele raramente se desapontava, mas mais raramente ainda ele se sentia feliz. “Você está morto por dentro Harold. ” Lhe disse sua ex-mulher no dia em que ela saiu de sua casa e de sua vida. Suas últimas três tentativas de iniciar um relacionamento sério confirmavam que ele havia sido feito para viver sozinho.

Ainda assim, ela adorava sua pequena garotinha, que aos vinte anos de idade e noventa quilos de peso, já não era mais nem pequena e nem uma garotinha, e os convites dela para o pai visitá-la eram tão raros, que quando um aparecia ele alegremente pegava o trem para Londres para visitá-la. Em um certo sentido essas breves visitas eram umas das poucas coisas pelas quais ele achava que valia a pena viver.

Sentado no trem ele puxou seu livro e começou a ler com um suspiro cansado, quando ele sem querer escutou uma estranha conversa do casal sentado no assento em frente a ele, meio curvados para frente de modo que ele não podia vê-los. Ele realmente não tinha intenção de ficar escutando a conversa dos outros, mas quando a garota disse “Você acha que eles vão nos matar? ” Harold não pode evitar se inclinar para frente para ouvir melhor.

O desejo de Harold de escutar cresceu ainda mais quando o rapaz ao lado dela disse, “Se nos encontrarem, eu acho que realmente vão nos matar. ”

Eles ficaram em silêncio por um momento, antes de a garota dizer, “Eu estou com fome. Você tem alguma coisa para comer? ”

Harold ouviu um barulho de pano e em seguida um barulho que poderia ser de uma embalagem de um chocolate ou de uma barra de cereal ou coisa do tipo. “Aqui. ” Disse o garoto. “É o último, faça valer. ”

“Nós vamos poder comer em Londres? ” Disse a garota com sua voz aguda e etérea, como se ela estivesse o tempo todo falando à beira de um sussurro. Harold pensou que ela estava tentando ser silenciosa, mas parecia que aquele era realmente o tom normal de voz dela — a voz de alguém bem jovem.

“Sim, acredito que sim. ” Respondeu o rapaz.

Silencio novamente, e então, “Você se arrepende de se ligar a mim Harry, sabendo que agora querem matar a nós dois? ”

De repente Harold começou a pensar em todas as possibilidades por trás daquela conversa. Ele queria muito se levantar e dar uma olhada no casal para ver se a garota era paquistanesa ou coisa do tipo, porque nesse momento na imaginação dele eles eram um jovem casal de amantes, e o relacionamento deles ia contra as regras da família dela, logo eles acabaram fugindo para que o pai e os irmãos dela não matassem ambos, como ele havia visto em certas notícias de países árabes. Crimes de honra, Harold acreditava que eram chamados.

O garoto disse, “Eu já era um alvo. Eu não posso me arrepender. ”

“Para onde nós vamos? ” Perguntou a garota. Na imaginação dele a garota estava olhando para o seu jovem amado com uma expressão de desesperança.

“Eu não tenho certeza. ” Admitiu o garoto. “Eu pensei em pedir abrigo na Mansão Longbottom, mas por mais que eu e Neville sejamos amigos, eu não tenho certeza se a avó dele nos receberia depois de tudo que aconteceu. ”

“E seria uma terrível imposição nós ficarmos lá. ” Concordou a garota.

Longbottom? Pensou Harold.

“E ainda tem a mensagem da minha mãe. ” Continuou o garoto. “Eu tenho que encontrar Olivaras, onde quer que ele esteja escondido. ”

Depois de uma breve pausa a garota disse com voz trêmula, “Eu estou com medo Harry. ” Disse ela com voz suave. “Eu não quero morrer como a minha mãe morreu. ”

Harold recuou um pouco e descobriu que seus olhos estavam úmidos. A garota parecia ter o coração partido.

E então o garoto disse algo que estilhaçou as ilusões de Harold. Ele falou suavemente, pouco acima de um sussurro, enquanto o som de tecido se esfregando fez Harold saber que os dois estavam se abraçando. “Não foi tão ruim sabe. Morrer. Quando Voldemort me matou não houve nenhuma dor, só um flash de luz verde. E então... eu estava em outro lugar totalmente diferente. ”

“Me conte mais. ”

“Era como se eu estivesse no topo de uma montanha entre as nuvens e o céu. Tudo era limpo e perfeito e brilhante, e minha mãe estava lá esperando por mim. Ela falou comigo e tocou minha bochecha, e era real. Eu não queria realmente voltar, não se significasse deixar ela para trás. ”

“Parece tranquilo. ” Sussurrou a garota. “Minha mãe estava gritando quando mataram ela; eles me fizeram assistir. Eu espero que quando eu morrer ela esteja lá esperando por mim. ”

Harold se endireitou novamente em seu assento, tentando tirar algum sentido daquela conversa impossível. Voldemort? Que tipo de nome paquistanês é Voldemort? E o garoto morreu e voltou a vida? Como aquilo funcionava? Era como aquelas experiências além corpo que as vezes se via em notícias sobre espiritualidade e religião? Harold olhou ao redor do trem com uma suspeita crescendo em sua mente. Havia câmeras no trem? Ele iria parecer na televisão em algumas semanas como o alvo de uma daquelas estupidas brincadeiras de câmera escondida que alguns programas passavam?

De repente a garota disse. “Harry, o que foi? ”

“Elas nos encontraram. ” Disse Harry rigidamente.

“Como você sabe? ”

“Eu acabei de ter uma visão. Elas vão atacar o trem. ”

“Uma visão, mas... o seu nariz nem está sangrando. ”

“Elas estão vindo agora! ” O garoto aumentou um pouco o tom de voz. Naquele exato momento a porta para o próximo vagão se abriu e de lá entraram duas mulheres. Aos olhos de Harold elas eram duas mulheres muito atrativas, uma com cabelo ruivo, e a outra com cabelo loiro e curto. Ambas vestiam estranhos vestidos floridos, e mais estranho ainda, vestiam botas de couro pesadas e capas longas de couro preto por cima dos vestidos.

Nesse ponto, Harold tinha certeza absoluta de que haviam câmeras escondidas no trem, isso só podia ser uma brincadeira ou algum filme esquisito sendo filmado, porque o garoto pulou de seu assento, apontou uma vara de madeira para as mulheres e gritou, “Estupefaça! ”

É claro que nada aconteceu — nenhuma luz estranha ou efeitos sonoros. Harold tinha certeza que seriam adicionados mais tarde na pós-produção do “filme”. E ainda assim a primeira das duas mulheres voou para trás atingindo a parede do vagão com um grunhido. Aquilo era na opinião de Harold uma excelente performance do que deveria ser uma dublê profissional.

“O que está acontecendo? ” Perguntou um homem sentado mais para o fundo do vagão enquanto o garoto continuou gritando “Estupefaça! ” com a vara de madeira apontada para a mulher remanescente.

“Devem estar filmando alguma coisa. ” Especulou Harold em voz alta.

Já que aquela explicação fazia mais sentido do que qualquer outra, as pessoas não entraram imediatamente em pânico, e em vez disso se sentaram para assistir o que eles achavam que era uma espécie de show. A suspensão de descrença, no entanto, foi brutalmente quebrada quando o garoto gritou de dor, se contorcendo em seu acento em um ângulo impossível até mesmo para um contorcionista, acertando a lateral da cabeça de Harold com um sapato desgastado antes de aterrissar no centro do corredor com um som audível de osso se quebrando. As pessoas começaram a entrar em pânico quando o garoto se ergueu do chão, segurando o braço esquerdo obviamente quebrado, enquanto sangue fluía de um corte em seu ombro direito. De joelhos ela ergueu a varinha e gritou “Confringo Maxima! ”

O desdém da mulher se tornou em um olhar de medo quando alguma força invisível a acertou na cintura arremessando-a contra a parede oposto onde sua parceira estava caída; uma fração de segundo depois o mundo ficou branco quando a lateral do vagão onde estavam as mulheres desapareceu no flash cegante de uma explosão.

Harold estava ciente dos gritos; do barulho de metal se retorcendo e da sensação de revirar o estômago a o cair no chão e girar para o lado. Harold gritou, mas sua voz se perdeu em meio aos gritos e ao barulho de metal. Quando o movimento parou, foi com uma finalidade chocante. Ele sentiu seu corpo colidir com força contra metal cortante. Sua cabeça havia batido em algo que o fez ver estrelas, e suas orelhas zumbiam com o eco da inexplicável explosão que rasgou o trem ao meio. O vagão agora estava caído para o lado, com o lado das portas voltado para o chão, deixando eles sem saída.

Levou vários segundos antes que ele pudesse se mover. Quando ele o fez ele estremeceu com a dor aguda em sua lateral. Olhando para baixo ele viu um sulco profundo onde ele havia aterrissado em cima de um pedaço de metal retorcido e agora ensanguentado. As pessoas estavam gritando ao redor dele, procurando pelos entes queridos, ou apenas tentando entender o que tinha acontecido.

Olhando ao redor em meio a ruinas e fumaça, ele avistou o garoto. Ele estava no meio de sua adolescência, com cabelo preto bagunçado e olhos verdes. Ele segurava seu braço quebrado e olhava ao redor com uma expressão tão perdida e confusa que Harold se perguntou brevemente se o garoto sequer sabia o que tinha feito.

"Harry?"

Harold se virou e viu a garota pela primeira vez. Longe de ser paquistanesa, a garota tinha pele tão branca que chegava a ser pálida e era loira — um loiro quase branco — com olhos azuis grandes e salientes. Ela tropeçou pelo vagão em direção ao garoto não mostrando nenhum sinal de estar ferida.

“Eu fiz isso. ”  Gaguejou o garoto claramente em choque. “Meu deus Luna, Eu fiz isso! Do mesmo jeito que Voldemort explodiu o campo de quadribol eu explodi um vagão de trem! ”

“Bem sim, mas se você não tivesse feito isso eu tenho certeza de que elas teriam nos matado. ”

“Eu machuquei todas essas pessoas! ”

“Sim, eu sinto muito por elas. ” Disse a garota. “Mas se nós ficarmos aqui para ajudar, mais delas vão vir e vão acabar nos pegando. Nós temos que sair daqui agora. Como a gente sai daqui? ”

O garoto olhou para as faces atordoadas e confusas das pessoas antes de erguer a varinha e dizer “Bombarda! ”

Harold caiu para trás quando o teto do trem desapareceu com uma explosão de calor. Foi uma explosão bem mais controlada do que a primeira, mas ainda assim fez todos no trem gritarem de terror com medo de que estivessem prestes a morrer.

Quando a fumaça se dissipou, havia um buracão do tamanho de um homem adulto no teto do vagão (que agora estava posicionado ao lado direito, já que o vagão havia tombado). O garoto ferido e sua jovem namorada seguiram em direção a luz do dia seguidos rapidamente por outros passageiros.

Harold continuou caído no chão, se sentindo zonzo. Não mais do que um minuto depois, o ar se encheu com barulhos de “pops” e “cracks” enquanto várias mulheres apareciam em pleno ar como que por mágica, todas vestindo as longas capas de couro pretas. Elas carregavam varinhas de madeira como a do garoto, e imediatamente começaram a aponta-las para as pessoas. Harold assistiu de onde estava caído no chão enquanto as pessoas entravam em pânico, enquanto as mulheres de capa preta iam gritando “Obliviate! ” com as varinhas apontadas para elas, e então as faces cheias de terror inexplicavelmente sumiam e eram substituídas por uma expressão em branco.

Isso não é um filme. Elas estavam fazendo alguma coisa com aquelas pessoas! Desesperado e com medo, Harold fechou seus olhos e ficou perfeitamente parado, fingindo que havia desmaiado com a explosão.

O que quer que as mulheres de preto estivessem fazendo, nunca aconteceu a Harold, pois momentos depois o ar se encheu novamente com o barulho de pops. Quando ele finalmente se atreveu a abrir os olhos, ele viu que as estranhas mulheres haviam ido embora, e os sobreviventes estavam calmamente saindo do vagão pelo buraco no teto do vagão. Um par de paramédicos correu para dentro do vagão e avistaram Harold quase que imediatamente.

“Onde você se machucou? ” Perguntou o médico mais jovem.

“No lado... fui espetado quando o vagão rolou para o lado. ” Disse Harold. Sua voz soou estranha em seus próprios ouvidos — suas palavras saiam arrastadas. “Eu vi tudo. As mulheres vieram e fizeram todo mundo esquecer, mas eu me lembro. ”

“Bem, depois nos falamos disso senhor. ” Disse o paramédico.

~~~~~~~~~~

Quando Harold Fischer acordou, ele estava surpreso de ver como sua mente estava clara. Quando ele acordou após sua cirurgia para remover o apêndice, ele sentiu uma confusão mental que o acompanhou por dias. Agora, no entanto, ele sentia apenas dor. De fato, ele sentida muita dor em seu lado esquerdo, assim como uma agulha espetada em seu braço e o barulho constante e rítmico dos equipamentos médicos ao redor dele. Ele parecia estar num quarto de um hospital semiprivado.

“Ah, que bom, você está acordado. ” Disse uma voz masculina. Harold virou a cabeça com alguma rigidez e viu um homem que parecia apenas alguns anos mais jovem do que ele, mas que fora isso, parecia completamente diferente. Enquanto Harold estava acima do peso e tinha apenas um resto de cabelo castanho, este homem era alto e forte, com uma barriga lisa sob uma camisa de botão branca e colete preto, com uma cabeça cheia de cabelo preto começando a esbranquiçar perto das têmporas. A roupa parecia estranhamente com algum tipo de uniforme de polícia, mas não havia nenhuma insígnia ou brasão, nem nada em seu uniforme indicando a que departamento aquele “policial” estaria subordinado.

“Onde eu estou? ”

"Hospital de Charing Cross," Disse o oficial. “Você tem sorte de estar vivo Sr. Fischer. ”

“Me diga o que aconteceu. ” Disse Harold. “Eles pegaram o garoto que fez isso?”

“Fez o que Sr. Fischer? ”

“Explodiu o trem é claro. ” Disse Harold. “Achei que era uma brincadeira, ou algum filme, ou algo do tipo. Ele só se levantou e começou a gritar palavras estranhas para as mulheres nas roupas de couro, como se estivessem brincando ou algo do tipo, quando de repente uma delas sai voando para trás, e então uma delas faz algo com o garoto e o braço dele quebra. Então ele levanta grita algo sobre bomba maxi ou algo do tipo e então de repente tudo explode. ”

“Ele estava sozinho? ”

“Não, ele estava com uma garota loira de olhos grandes. Eles estavam conversando sobre pessoas que estavam atrás deles, e que eles estavam assustados. Mencionaram alguém chamado Moldy Wort ou o que quer que seja o nome, não consigo me lembrar exatamente qual era. Achei que eles estavam apenas brincando comigo, e então aquelas mulheres apareceram. E então depois que ele e a garota foram embora, mais mulheres apareceram. Apontaram varinhas de madeira para as pessoas e fizeram elas esquecerem, mas não eu. Devem ter achado que eu estava morto ou então nem me perceberam caído no chão. ”

O homem acenou. “Você não devia estar tomando notas do que eu digo? ” Perguntou Harold.

“Não, porque eu nunca estive aqui, e se você for esperto Sr. Fischer, você nunca vai mencionar essa história para mais ninguém, ou aquelas mulheres irão voltar e no mínimo vão roubar suas memórias de você. ”

Os olhos de Harold se arregalaram. “Você sabe quem são elas, não sabe? ”

“De fato eu sei. E eu sei que elas são muito, muito perigosas. Obrigado pelo seu depoimento. Sua filha foi informada e deve estar aqui em breve. Os médicos vão te dar alguma coisa para a dor. Lembre-se: não mencione isso para ninguém Sr. Fischer. Por mais que a Coroa queira proteger os cidadãos ingleses, ela não tem como garantir sua segurança se aquelas mulheres vierem atrás de você. ”

Com os olhos arregalados e o corpo dormente com todo que havia acontecido, Harold pode apenas acenar. “Okay. ”

“Certo. Bom dia para o senhor. Eu lhe desejo uma rápida recuperação. ” E com isso o homem foi embora.

Harold nunca mais veria o homem novamente, mas ele manteve sua promessa. Quando sua filha chegou, chorando de preocupação, Harold sorriu alegremente para ela e disse, “Está tudo bem querida, não se preocupe. Papai vai ficar bem.”

Surpreendentemente, ele estava certo. A experiência no trem fez Harold perceber pelos meses seguintes que ainda haviam alguns mistérios pelo mundo. Alguma “mágica” que estava além de seu conhecimento. Estranhamente, saber disso o fazia feliz. E sua felicidade o fez uma pessoa mais agradável de se estar ao redor. Embora antes ele acreditasse que fosse impossível, ele encontrou uma mulher que não se importava com seu problema de peso ou sua falta de cabelo, do mesmo modo que ele não se importava com a constante alegria dela ou com o corpo acima do peso dela, e pelo resto de sua vida, ele conseguiu encontrar para si mesmo a felicidade da qual antes ele já havia desistido completamente.

No entanto, Sir Marcus Fletchley, antigamente a serviço da Força Área Real de sua Majestade e agora a serviço da mais nova e secreta agência de segurança britânica, não se importava nem um pouco com a felicidade de Harold Fischer. O que ele se importava era que um bruxo ou bruxa havia explodido um trem, matando três pessoas e ferindo quase cem, e Harry Potter, o amigo de sua filha, estava provavelmente envolvido de algum modo.

Ele puxou o rádio e disse. “O Sr. Fischer confirmou envolvimento dos tricksters. Parece que o nosso alvo pode estar envolvido diretamente. De acordo com a testemunha ele pode estar com um braço quebrado. ”

Outra voz respondeu pelo rádio. “Entendido câmbio. Nós temos a foto — vamos começar as varreduras agora. ”

“Lembrem-se, mantenha todos fora dos canais oficiais. ” Disse Sir Marcus.

“Sim senhor. Desligando. ”

Sir Marcus recolocou o rádio no bolso e continuou com ritmo acelerado para fora do hospital. Ele acenou educadamente para as pessoas no elevador e nos corredores, mas não disse nada até que ele finalmente alcançou o carro preto no estacionamento do hospital.

Edwin Granger estava sentado no lado do carona digitando em um notebook preso ao painel frontal do carro. Ele vestia as mesmas roupas que Sir Marcus. “Então? ”

Sir Marcus entrou no carro e acenou. “Parece que foi mesmo Potter. Parece que atacaram ele no trem e ele exagerou ao se defender. Foi provavelmente ele que causou todos os destroços. ”

Edwin fez uma careta e sacudiu a cabeça. “Isso é mal. O que nós vamos fazer quando encontramos ele? ”

“Antes ele estava envolvido ‘apenas’ com a morte dos três membros da família Dursley, e eu estava disposto a tentar ajudá-lo. ” Disse Sir Marcus sombriamente. “Agora? Agora eu me vejo dando um tiro no garoto eu mesmo. ”

“Justine nunca iria te perdoar. ” Disse Edwin falando da filha adolescente de Sir Marcus que por acaso também era uma bruxa. “E nem Hermione também. ”

“Isso por si só é motivo o bastante para eu atirar nele. Vamos, vamos sair daqui.”

~~~~~~~~

"Harry, você machucou mais do que o seu braço. ” Sussurrou Luna Potter neé Lovegood enquanto os dois tropeçaram para dentro do pequeno mercado de esquina mais próximo. “Eu posso ver uma maldição no seu ombro! ”

“Eu sei. ” Sussurrou de volta o garoto que havia se tornado seu marido dois dias atrás. “Eu posso sentir. Eu só não tenho certeza de o que nós podemos fazer quanto a isso. ”

Era difícil andar com a dor latejante da maldição em seu ombro, que apenas fazia o braço quebrado ainda mais difícil de suportar. O homem asiático no caixa do mercado observou os dois conforme eles caminhavam em direção ao banheiro do mercado. Luna fechou a porta quando os dois entraram. Com a porta fechada, ela removeu seu malão encolhido do bolso de seu vestido industrial, e fez o malão ficar grande de novo com um toque de varinha.

“O que você está fazendo? ” Perguntou Harry.

“Poção para dor. Você não tem um kit de poções da Madame Pomfrey para as suas visões? ”

“Ah, sim. Bem pensado. ”

Ela encontrou o que ela estava procurando e entregou para ele um frasco de poção que ele pegou sem hesitar. Ela então removeu do balão um grande livro chamado Remédios Caseiros para a Bruxa Doméstica por Angelina Gale. “Você consegue tirar a sua camisa? ”

“Não. ” Admitiu Harry.

Com um aceno, Luna fez um simples feitiço de troca, que servia para trocar dois objetos de lugar, simplesmente trocando a camisa de Harry de lugar com o ar. Quando a ferida da maldição estava exposta, ela sugou o ar com força e começou a passar rapidamente as páginas do livro. Encontrando o que ela queria, ela segurou a varinha por cima do ombro dele e disse pronunciando com cuidado. “Ostendo Sum Vestri Penitus."

“O que foi isso? ”

“Um feitiço de diagnóstico para todas as maldições. ” Disse Luna, e um momento depois os olhos dela se encheram de água. “Harry, eu não posso curar isso. É uma maldição das trevas de classe IV. Vai continuar a queimar sua carne até ter destruído sua mágica e você estar morto. É o tipo de coisa que precisa ir ao St. Mungus para tratar. Eu não posso... eu não sei o que fazer. ”

“Você consegue pelo menos consertar o meu braço? ”

Com um aceno ela voltou a procurar pelo livro, encontrou o feitiço apropriado, apontou a varinha para Harry e disse: “Brachium Emendo! ”

Mesmo com a poção para dor, a mudança de posição repentina do osso de seu braço fez Harry gritar alto e bater contra a parede onde escorregou para o chão ofegando. Seu antebraço parecia preto e azul, mas ele podia dizer pelo ângulo que o feitiço parecia ter funcionado.  “Isso dói. ” Admitiu ele em uma voz tensa.

“Agradeça a Morgana que realmente funcionou. ” Murmurou Luna. “Eu uma vez tentei isso com um cachorro que eu encontrei com uma pata quebrada ano passado — os ossos da pata do cachorro desapareceram completamente. Para funcionar você tem que ter uma imagem clara do que quer em sua mente e... oh Harry! ”

Ela escorregou pela parede se sentando ao lado dele e enterrou o rosto nas mãos. “Eu não sei o que fazer! Nós temos que te levar para o St. Mungus, mas eu sei que se nós formos lá elas vão nos encontrar. Eu simplesmente não sei o que fazer. ”

“Nós vamos pensar em alguma coisa. ” Disse Harry. “Nós precisamos. Eu já morri uma vez; não estou muito ansioso para morrer novamente sabe? Me ajude a colocar a camisa sim? ”

Ela ajudou ele a deslizar a camisa de volta por cima do ombro ferido. Ele começou a se levantar, mas sua perna esquerda cedeu. Luna pulou de uma vez e o segurou antes que ele atingisse o chão. “Obrigado” Disse ele com o rosto pálido. Luna conseguiu destrancar o banheiro e abrir a porta apenas para dar de cara com dois homens usando terno e gravata trouxas, ambos apontando armas para os dois adolescentes.

“Oh, olá! ” Disse ela como se tivesse acabado de encontrar um velho conhecido.

“Mãos para cima agora! ” Disse o agente com pele morena.

“Oh, eu não acho que o Harry consiga fazer isso no momento. ” Disse Luna num tom razoável, como se estivesse conversando sobre o clima. “Ele está machucado seriamente no ombro sabe. Eu suponho que eu poderia levantar minhas mãos, mas acho que ele vai cair no chão se eu soltar ele. ”

“Eu disse mãos para cima! ” Disse novamente o homem.

“Você vai nos matar então? ” Perguntou Luna ainda com um tom de voz ausente. “Eu suponho que morrer com um tiro de uma arma trouxa é melhor do que morrer com uma facada no estômago. O que você acha Harry, é mais rápido e indolor morrer com uma bala no cérebro? ”

“Não sei. ” Disse Harry agora arquejando com a dor crescente. “Luna, eu não…”

Ele então caiu para frente com Luna tentando desesperadamente segurá-lo enquanto os dois agentes secretos trouxa observavam.

Como foi que Harry Potter e Luna Lovegood (ou melhor dizendo, Luna Potter) vieram parar nessa situação, feridos e sob a mira de dois agentes trouxas após explodirem um vagão de trem? Para saber a resposta a essa pergunta vamos ter que voltar no tempo para vinte e dois dias atrás, quando Harry estava na casa de seus tios para as férias de verão e aguardava o que o destino lhe reservava para seu aniversário de quinze anos...


Notas Finais


Depois de mais de um ano desempregado, finalmente consegui um novo emprego. Se antes com todo tempo livre do mundo para escrever, tinha gente reclamando da minha demora para postar novos capítulos, agora que eu quase não vou ter tempo livre é que os capítulos vão realmente demorar a sair.

Por isso meu caro leitor, se você está lendo a fic é importante dar o seu retorno, comentar, favoritar, recomendar para os outros, etc, pra me dar um incentivo, se não realmente essa fic não anda. Abraços!


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