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História Passos - Final Alternativo


Escrita por: Nam-Buyeong

Notas do Autor


Sim eu fiz um final mais feliz. Não sei como ele ficou maior que o outro cap mas está aí. Não revisei direito me perdoem.

Capítulo 2 - Final Alternativo


"Eles não tinham música externa, ela nascia de dentro deles e se prolongava por seus membros. Jogin começou a acompanhar Princesa, e conforme ele acompanhava ela os passos se tornavam mais rápidos e mais dinâmicos, seus movimentos enchiam aquele quarto. A euforia começou a tomar conta de Jogin, a frieza daquela pele em contato com a sua já não importava, ele só queria continuar a acompanhando, flutuando como ela flutuava ao seu redor. Então, pela primeira vez na vida, Jogin riu." 

A risada do moreno que preenchia o quarto era cheia de uma alegria sincera e infantil, ele sentia seu corpo leve, flutuando. A sala começou a girar a sua volta. Tonto ele caiu no chão ainda rindo, sentia tampões em seus ouvidos, ainda estava leve. 

Pode observar Anjo afastando Princesa de si, as bocas se mexiam, contudo Jogin já não conseguia ouvir o que estava a sua volta. A porta se abriu violentamente. Quem era aquela ajoelhada ao seu lado? Ele deveria chama-la de mãe não é mesmo? Por que ela chorava? A mente de Jogin girava, ele queria dizer para seus companheiros não discutirem daquele jeito, mas não tinha mais controle sobre seu corpo. Sua visão escureceu. 

Ele acordou de novo em um quarto branco, suas roupas eram brancas de novo. Sentiu uma leve pressão na mão direita, não precisou virar para saber que era seu anjo, ele conhecia o calor daquele toque. Sentia agulhas sob sua pele, e um contínuo 'bip bip' vindo de algum aparelho hospitalar. Os minutos seguintes foram um pouco confusos, seus pais pareciam abalados demais, e Princesa não aparecera em nenhum momento. Jogin sabia de algum jeito que Anjo não o contaria nada, ele imaginou que voltaria para a rotina do quarto branco. 

Daquela vez foi diferente. Era um hospital diferente. Ele permanecia com um pijama de tons pastéis durante o dia inteiro, isso diferenciava ele e outras pessoas dos que andavam de roupas brancas, sempre com medicamentos e pranchetas. Um dia ele conheceu o Doutor Zhang. 

Apesar de ser um estrangeiro ele dominava o coreano muito bem, e foi se aproximando devagar de Kim Jogin, para lhe fazer uma proposta diferente. 

- Bom dia Jogin. 

O Doutor tinha uma voz calma e covinhas bem marcadas em seu rosto. O mais novo apenas fez um gesto simples com a cabeça. 

- Hoje eu quero tentar algo diferente com você. - O moreno deixou a cabeça pender para o lado demonstrando dúvida. - Consegue imitar os meus movimentos? Sei que você é bom com isso. 

O Dr. Zhang fazia movimentos com as mãos e os braços, acompanhados de expressões faciais diferentes em alguns movimentos. Jogin os copiou sem nenhuma dificuldade, mesmo que não estivesse entendendo o significado daquilo tudo. 

- Muito bem. 

O doutor parecia animado demais, Jogin acabou sorrindo. 

- Eu já percebi que você não gosta de usar sua voz para se comunicar, mesmo que não haja falha em seu aparelho. Então que tal aprender linguagem de sinais? Assim poderá conversar sem precisar falar com sua voz. 

A ideia pareceu interessante para o Kim e ele logo se mostrou disposto. Passou a tarde e o começo da noite com livros que falavam sobre essa linguagem de sinais, ele se animou ao saber que poderia ser ainda mais comunicativo com os movimentos de seu corpo. 

A noite deitado em seu quarto ele deitava de lado esperando que Anjo aparecesse. Aos poucos ele aprendeu a fingir que ele não existia na frente dos outros, alguns médicos já haviam conversado com ele sobre alucinações, mas Jogin sentia que era algo diferente, então aprendeu a esconder muito bem. Todas as noites Anjo deitava ao seu lado, acariciando sua face até que ele dormisse. Ele sentia muita falta da Princesa, daquela dança eufórica que tiveram, mas sempre que seu semblante era de saudade Anjo o distraia com alguma coisa. 

Aprender a língua de sinais ajudou na comunicação entre Jogin e os médicos, e ele mesmo estava mais aliviado por ter que tomar menos remédios e consequentemente se sentir menos debilitado. Assim os meses se passaram mais rápidos e ele mal percebeu quando teve alta. Jogin também começou a construir uma relação com seus pais, eles não se tornaram próximos, mas se comunicavam de algum jeito. A amizade com o Dr. Zhang também se manteve, e era comum que o coreano fosse visita-lo no hospital para conversar. 

Em uma dessas visitas, ele acompanhou o médico para uma sala de arquivos. A sala era relativamente grande, e cheirava a papel velho e pó. 

- Estamos terminando de digitalizar os prontuários - Yixing explicou. - Então teremos muito papel para jogar fora. 

Enquanto o médico conferia alguns prontuários mais recentes, Jogin se atentou para algumas pilhas de prontuários muito antigos, com as folhas já amareladas. Enquanto folheava as folhas de papel, uma foto fez com que Jogin derrubasse algumas dezenas de prontuários no chão. 

- Tudo bem Jogin? 

Entre os papéis no chão estava um prontuário com a foto que o assustara. 

"Nome: Jung Seola 

Idade: 28 anos 

Data de nascimento: 05/07/1934 

Sexo: Feminino 

Nacionalidade: Coreana 

Diagnóstico: " 

Os olhos de Jogin se prendiam naquela foto, era a Princesa disso ele tinha certeza. Apesar dos cabelos serem castanhos e, naquela foto, não parecessem nada sedosos ou muito longos, aqueles traços delicados no rosto sem duvida eram da Princesa. 

- Jogin aconteceu alguma coisa? 

O médico se aproximou dos papéis no chão mas sem tirar os olhos do moreno. 

"Estava um pouco pesado." 

Jogin mentiu. Yixing voltou seus olhos para os papéis. 

- Esses foram casos de pacientes que vieram a óbito aqui no hospital. É realmente uma pena, já que era tudo que o Dr. Do não queria. 

Jogin tocou no ombro de Yixing para chamar sua atenção. 

"Quem era esse Doutor?" 

Ele perguntou. 

- Você ficou todos esses meses aqui e não ouviu sobre ele? 

Jogin negou, e o médico o guiou para fora daquela sala, até chegar em um dos corredores principais do hospital, onde havia um grande quadro do Doutor Do Kyungsoo. 

- Ele foi o fundador desse hospital, o objetivo dele era dar um tratamento diferente às pessoas, um tratamento mais humano. Sem sombra de dúvidas ele salvou muitas vidas. 

Mais uma vez no dia Jogin estava perplexo, aquilo lhe pareceu um soco no estômago. Os mesmos olhos redondos e boca em formato de coração, era seu Anjo pintado em um quadro. Jogin sentiu o ar escapar de seus pulmões. 

-Jogin está tudo bem? Você está estranho hoje. 

O médico se mostrou preocupado. Contudo o mais novo inventou mais uma mentira. 

"Acho que ficar naquela sala me fez um pouco mal, pode ser a poeira. Vou ficar um pouco lá fora e tomar um pouco de ar." 

- Vai sim. Mas se você não melhorar me avise por favor. 

O coreano assentiu e saiu do hospital. Sentou em um banco na área verde perro da entrada, tentando entender sozinho o que estava acontecendo. 

- Quer ajuda para ligar os pontos? 

Jogin ouviu a voz de Anjo ao seu lado. Pela primeira vez em anos ele se assustou com aquela aparição. 

"Você é um fantasma?" 

Ele perguntou tomando cuidado para que as pessoas em volta não o vissem fazendo gestos para o nada. 

- Não exatamente Jogin. - O Anjo suspirou. - Não costumo a contar isso para os que me veem, mas acredito que agora você precise saber. As pessoas nascem diferentes umas das outras Jogin, algumas nascem mais sensíveis a certas coisas do que outras, você nasceu com a sensibilidade de nos ver. 

"E quem são vocês? E por que vocês já se parecessem com pessoas mortas?" 

- Nós somos basicamente a morte e a vida, você sempre esteve entre a corda bamba Jogin, por isso sempre estivemos ao seu lado. Agora sobre a nossa aparência eu mesmo não posso explicar como ela ocorre, talvez eu pareça com aquele homem e a Morte com a paciente porque você estivesse destinado a conhecer este local, sua vida mudou bastante nos últimos meses não é mesmo? 

"E por que a Princesa sumiu?" 

O olhar do Anjo se tornou mais sério. 

- Não queira dançar com a Morte Jogin. - Ele apontou para a esquina no final da rua, onde Jogin pode ver a cabeleira loura se afastando. - E ainda não chegou a sua hora, sua vida acabou de começar. 

Jogin queria perguntar mais coisas, mas ao olhar para o lado não o viu mais. Ainda um pouco confuso ele decidiu voltar para sua casa. 

Enquanto andava pelas ruas movimentadas, distraído e pensando nas palavras de seu anjo, sentiu alguém esbarrar em si e seu celular, que estava em sua mão, cair no chão. 

- Ai meu Deus! Desculpa moço. 

Era uma jovem mulher, naquele momento Jogin só viu aqueles longos cabelos castanhos enquanto ela se abaixava para pegar o celular que caíra. 

- Soojung eu estou indo embora! 

Jogin ouviu outra mulher chamando alto, mas seus olhos estavam vidrados mais uma vez naquele dia. O mesmo rosto de sua princesa, o mesmo rosto da paciente Seola, já era a terceira vez naquele dia. 

- Eu juro que eu pago isso de algum jeito. - Ela se desculpava apressadamente, sem perceber que o moreno a encarava. - Mas agora eu estou com muita pressa. 

Ela tirou da sua bolsa uma caneta e pegou na mão de Jogin, a mão era idêntica a de Princesa, mas o toque era quente, confortável. Apressadamente ela escreveu um número de telefone ali. 

- Jung Soojung eu estou sem tempo! 

- Jung?  

Foi a única coisa que Jogin conseguiu falar antes de ver aquele nome sendo escrito abaixo do telefone. 

- Me desculpe de novo. Por favor entre em contato e combinamos. 

Ela disse tão apressada quanto o seus passos seguintes em direção a mulher que a chamara. Jogin olhou o seu celular com a tela trincada, olhou na direção em que aquela jovem fora correndo, e a voz do Anjo ressoava em sua cabeça: "Sua vida acabou de começar". 

E mais uma vez Jogin sorriu. 


Notas Finais


Deu pra compensar a bad do outro cap? Pensei em fazer alguns extras (lógico que só depois da maratona de provas/trabalhos que estou tendo) o que acham? Até...

Kissus


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